terça-feira, 2 de junho de 2020

Congelamento do salário dos servidores já está valendo em Minas Gerais, diz AGE

Por PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO | @PEDROAUGUSTOF_
02/06/20 - 09h41
Forças de segurança continuam com reajuste de 2020
Foto: Polícia Militar/divulgação

A Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais (AGE-MG) disse que o congelamento dos salários dos servidores públicos sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última quinta-feira, dia 28, aplica-se automaticamente ao Estado de Minas Gerais. O congelamento vai até 31 de dezembro de 2021 e também suspende a concessão de novos benefícios decorrentes do tempo de serviço, como quinquênio e licenças-prêmio.

O entendimento é o mesmo da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A reportagem havia questionado tanto a AGE como o órgão se uma lei complementar aprovada pelo Congresso Nacional teria validade automática para servidores do âmbito estadual ou se haveria necessidade de aprovação de uma lei específica tratando do tema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ambos os órgãos consideraram que a aplicação é automática.

O congelamento dos salários foi aprovado no âmbito do projeto de socorro aos Estados, que se tornou a lei complementar 173/2020. Minas Gerais receberá R$ 3 bilhões em quatro parcelas mensais. De acordo com o Ministério da Economia, a previsão é que o primeiro repasse seja feito na próxima terça-feira, 9.

O projeto é visto como vantajoso para os governadores: de um lado, eles recebem uma ajuda fundamental diante da queda de arrecadação causa pela pandemia do novo coronavírus; do outro, governadores de Estados em situação financeira delicada, como Minas Gerais, não têm que arcar com o ônus político de propor um congelamento salarial nas respectivas Assembleias Legislativas ou mesmo com a pressão dos servidores por reajustes salariais.

Segundo a AGE, “o agente público que adquiriu direitos e vantagens pecuniárias com tempo anterior ao hiato (28/05/2020 a 31/12/2021) poderá receber o valor correspondente”. Ou seja, os funcionários públicos que já têm direito a quinquênios e abono permanência, por exemplo, continuarão recebendo normalmente.

Porém, o art. 8 da LC 173/2020 determina que até 31 de dezembro de 2021 é proibido “contar esse tempo como de período aquisitivo necessário exclusivamente para a concessão de anuênios, triênios, quinquênios, licenças-prêmio e demais mecanismos equivalentes que aumentem a despesa com pessoal em decorrência da aquisição de determinado tempo de serviço”. No entanto, o período continua sendo contabilizado normalmente para a aposentadoria e tempo efetivo de exercício.

Na prática, a lei impede o servidor que completará cinco anos de serviço em julho, por exemplo, de receber o acréscimo salarial correspondente ao quinquênio. 

“Eu entendo que a lei federal extrapola porque uma coisa é a relação entre Estado e União: é dívida, contratos, empréstimos. Outra coisa é a relação do Estado com os seus servidores”, disse o deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB). “Eu posso fazer uma lei estadual para interferir na carreira do servidor municipal? Não posso. Por que então a União pode interferir nas carreiras do Estado?”, questionou, ressaltando que a lei federal deve ser questionada na Justiça pelas entidades de classe, que têm legitimidade para isso.

A Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG) anunciou que entrará com ações judiciais no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Justiça Estadual com o objetivo de garantir que bombeiros e policiais possam continuar tendo acesso aos percentuais adquiridos por tempo de serviço.

O vice-presidente da associação, o sargento da reserva Marco Antônio Bahia, menciona principalmente três benefícios que os servidores, de forma geral, estão impedidos de adquirir: quinquênio, abono permanência e avaliação de desempenho.

“Essa lei não pode cortar benefícios e direitos que já estão consolidados na Constituição Federal, na Constituição Estadual e nos nossos estatutos. Ao meu ver, é inconstitucional. Não tem como uma lei vir e parar, durante um ano e meio, benefícios que eu adquiri ao longo da minha carreira”, disse.

Congelamento prejudica reajuste das forças de segurança e demais servidores
O congelamento dos salários também coloca em xeque os reajustes salariais das forças de segurança de Minas Gerais relativos a 2021 e 2022, que já haviam sido vetados pelo governador Romeu Zema (Novo). O reajuste de 13% que entra em vigor em julho está garantido, pois foi sancionado antes que a lei complementar 173/2020 entrasse em vigor, no último dia 28. 

Porém, o veto aos reajustes de 2021 e 2022 ainda tem que ser analisado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Ele é o último de uma lista de oito vetos a serem analisados pelos deputados estaduais. Em condições normais, o veto deveria ter sido analisado até o dia 15 de abril, de acordo com o regimento interno da ALMG. No entanto, o prazo não foi cumprido devido a um acordo de líderes que optou por priorizar projetos de enfrentamento ao novo coronavírus. Os deputados começaram a analisar os vetos no dia 13 de maio. Desde então, apenas dois deles foram votados.

Sem o congelamento salarial, se os deputados optassem por derrubar o veto, a própria Mesa Diretora promulgaria os reajustes e eles entrariam em vigor. No entanto, com o congelamento, os reajustes de 2021 e 2022 ficaram inviabilizados, afirmam os representantes da classe da segurança.

“Se os deputados quisessem fazer a nossa reposição das perdas, era só ter pautado o veto e derrubado antes do dia 28 (data em que o projeto com o congelamento foi sancionado por Bolsonaro). Eles ficaram com o veto engavetado por mais de 60 dias”, disse o tenente-coronel da reserva, Domingos Sávio de Mendonça.

Estratégia similar foi usada pelo presidente Jair Bolsonaro, que editou uma medida provisória reajustando o salário de policiais do Distrito Federal antes que ele mesmo sancionasse o congelamento dos salários dos servidores na última quinta-feira, 28.

O entendimento de Mendonça é o mesmo da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra): a ALMG é quem sancionaria os reajustes em uma eventual derrubada do veto.

“A sanção dos reajustes seria posterior à sanção da lei (do congelamento de salários), então os reajuste não valeriam. A jurisprudência é farta no sentido de, neste caso, quem daria o aumento é a ALMG, não o governador. A ALMG assume o papel do Executivo ao editar a lei”, disse o vice-presidente da associação, o sargento da reserva Marco Antônio Bahia.

Por extensão, ficariam inviabilizados o reajuste de 28,8% para treze carreiras do Estado, o que também foi vetado pelo governador Romeu Zema (Novo). Entre elas, estão os servidores da Educação e da Saúde.

Professor da UFJF é condenado por não cumprir horário e deve ressarcir cofres públicos

Por G1 Zona da Mata
01/06/2020 17h59 
Campus em Juiz de Fora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) — Foto: Carlos Mendonça/Prefeitura de Juiz de Fora

O professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Valdeci Manoel de Oliveira, foi condenado por improbidade administrativa. A decisão foi informada pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira (1°).

Conforme a condenação, o docente terá de devolver aos cofres públicos o valor de R$ 160 mil, equivalentes a mais de 417 horas de serviço não prestado. A decisão cabe recurso no Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF1).

De acordo com a denúncia, o docente tinha que cumprir 40 horas semanais na Universidade, entretanto, passava a maior parte do tempo em outros hospitais, clínicas, faculdade particular e atendendo por convênios médicos.

A UFJF enviou uma nota à reportagem e informou que após a ação ajuizada pelo MPF, a instituição se tornou participante ativa no processo, "nos termos do § 3º do art. 17 da Lei nº 8.429/1992", que "prevê que se a ação de improbidade for proposta pelo Ministério Público, que a pessoa jurídica conteste ou, abstendo-se de contestar, atue ao lado do autor" (leia a íntegra da nota abaixo)

O G1 procurou a Justiça Federal para solicitar o contato da defesa do professor, que segundo consta no site do MPF, é a Defensoria Federal. Até a última atualização, a reportagem não recebeu o retorno.

Denúncia
De acordo com o inquérito civil conduzido pelo MPF, "ao requerer os horários de atuação do réu aos hospitais e outros locais foi possível identificar a existência de conflitos de agenda entre a jornada de trabalho a ser cumprida na UFJF com as outras atividades exercidas em entidades privadas". O período analisado foi entre outubro de 2011 a fevereiro de 2015.

Consta na perícia, realizada pelo órgão, que o professor deixou de cumprir mais de 470 horas da jornada na Universidade. O prejuízo calculado aos cofres da União, proveniente do não cumprimento integral da jornada de trabalho no período, totalizou R$ 53.386,71, atualizados monetariamente até junho de 2019.

Em nota, o MPF esclareceu que "o exercício de dois cargos públicos com as funções privadas não é vedado, mas é preciso avaliar, na prática, a real possibilidade de se acumular as funções públicas com as atividades na iniciativa privada sem que isso acarrete qualquer descumprimento ou prejuízo à eficiência que deve pautar a atuação do agente público".

Defesa
Em documento enviado à imprensa, o MPF afirmou que o professor alegou que os diretores da Faculdade de Medicina, que fiscalizavam o trabalho dele, não relataram qualquer descumprimento da carga horária.

Apesar disso, a 4ª Vara Federal de Juiz de Fora, contrapôs a alegação: "O fato de não haver provas, nos autos, de o requerido ter sido denunciado ou delatado por seus pares ou alunos não retira, de qualquer forma, a credibilidade dos fatos demonstrados pelo Ministério Público Federal no presente feito".

A defesa do professor também informou que o laudo produzido pela perícia do MPF, baseado nas informações fornecidas pelos planos de saúde, não poderia ser usado para identificar o descumprimento da carga horária na UFJF, pois tais informações são atos burocráticos realizados por funcionários de consultório e que não refletiam os horários reais das consultas.

Penalidade
O professor foi condenado por enriquecimento ilícito em prejuízo ao erário e deverá ressarcir integralmente o dano causado à UFJF. Além de pagar o valor de R$ 53.386,71, terá de pagar uma multa civil de duas vezes esse valor, totalizando R$ 160.160,13‬.

Nota UFJF
"A ação de improbidade administrativa foi ajuizada pelo Ministério Público Federal e a UFJF, intimada, ingressou no polo ativo da lide, nos termos do § 3º do art. 17 da Lei nº 8.429/1992.

Em primeira instância, o juízo acolheu, em parte, o pedido constante na inicial.

Não há decisão transitada em julgado.

A ação está sendo acompanhada pela Procuradoria Seccional Federal em Juiz de Fora."

02/06 - Dia da União Europeia / Dia de São Marcelino, Erasmo/ Dia do Economista/ Igreja Ortodoxa Grega - Dia de São Nicéforo / Dia de Syn e saiba +

Dia da União EuropeiaIgreja Católica: Dia dos santos: São Marcelino, Erasmo
Igreja Ortodoxa Grega comemora o aniversário de morte de São Nicéforo - veja também 13 de Março
Argentina - Dia do Economista, veja também Manuel Belgrano.
Itália - Festa della Repubblica (Festa da República), data do referendo que eliminou a monarquia.
Mitologia nórdica: Dia de Syn, deusa guardiã das portas do mundo mágico

1888 - Fundação do Jornal de Notícias, no Porto
1912 - Criação do município de Resende Costa, em Minas Gerais.
1914 - É fundado por Luís Esteves Júnior e Pedro Freire o Ceará Sporting Club inicialmente nomeado como Rio Branco.
1918 - A cifra ADFGVX é decifrada pelo tenente francês Georges Painvain.
2014 - O rei espanhol Juan Carlos decide abdicar em favor de seu filho, que assume o trono como Felipe VI.
2015 - Joseph Blatter renuncia à presidência da FIFA, menos de uma semana após ser reeleito.

Nascimentos
1891- Takijiro Onishi, almirante japonês, "pai" da ideologia kamikaze (m. 1945).
1904 - Johnny Weissmuller, ator e nadador estadunidense, o mais famoso Tarzan do cinema (m. 1984).
1941 - Charlie Watts, baterista da banda Rolling Stones.
1952 - Ana Cristina César, escritora brasileira (m. 1983).
          Ana Bola, atriz e autora de textos humorísticos portuguesa
1955 - Heloísa Raso, atriz brasileira
1976 - Tim Rice-Oxley, músico britânico (pianista e baixista da banda Keane)
1980 - Caio Blat, ator brasileiro
1990 - Eunice Baía, atriz brasileira
2000 - João Pedro Carvalho, ator brasileiro

Falecimentos
1984 - Raul Bopp, poeta brasileiro
2002 - Tim Lopes, jornalista brasileiro
2006 - Elisa Vianna Sá, médica sanitarista brasileira (n. 1938)
2009 - Walter Bandeira, cantor e ator brasileiro (n. 1937)
2019Flora Diegues, atriz, diretora e roteirista brasileira (n. 1984).

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Funalfa abre cadastro para mapear trabalhadores da cultura em JF

JUIZ DE FORA - 1/6/2020 - 15:54
Já está aberto o “Cadastro Municipal de Cultura – Juiz de Fora”, que tem o objetivo de mapear os agentes do sistema cultural da cidade, incluindo artistas, produtores, técnicos, especialistas, gestores, oficineiros, professores e todos os outros profissionais que atuam nesse mercado. Lançado pela Fundação Cultural “Alfredo Ferreira Lage” (Funalfa), o banco de dados subsidiará e redirecionará políticas públicas de fomento à cultura, permitindo que tenham maior pluralidade, alcance e efetividade. Para se cadastrar, basta acessar o link funalfa.com.br/cadastro e preencher os dados solicitados.

O mapeamento cultural vinha sendo planejado pela Funalfa e pelo Conselho Municipal de Cultura (Concult) como ferramenta capaz de transformar em dados tangíveis o mercado cultural local. “A Funalfa não conhece todos os agentes culturais que atuam na cidade, e nem todos eles conhecem a Funalfa. Isso reforça a importância do cadastramento, inclusive, porque não falamos especificamente de artistas. A ideia é atingir trabalhadores de toda a roda que move a cultura, que faz o sistema funcionar”, explicou o diretor-geral da Funalfa, Zezinho Mancini.

Segundo ele, a pandemia de covid-19 tornou a ação ainda mais urgente, tendo em vista que a cultura está entre os setores mais afetados pela quarentena, que levou ao fechamento de espaços culturais e suspensão de eventos, aulas e demais atividades do setor. Por conta disso, uma adaptação foi feita ao modelo original do formulário, com a inclusão de duas baterias de perguntas.

“Além das informações gerais, estamos colhendo dados sobre o impacto do isolamento social. Queremos saber que eventos foram suspensos, quem perdeu o emprego, qual o tamanho desse prejuízo. Com base nas informações apresentadas, será possível entender que trabalhadoras e trabalhadores da cultura teriam direito ao auxílio emergencial do Governo federal, proposto no texto substitutivo do Projeto de Lei 1.075”, acrescentou Mancini. Depois de ser aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto tramita essa semana no Senado e, se aprovado, irá para sanção ou veto presidencial.

O diretor-geral da Funalfa argumentou que a eficiência do mapeamento depende da mobilização da classe artística: “É fundamental que a categoria não só preencha o cadastro, como ajude a divulgá-lo, para que chegue a todos os entes do complexo sistema de cultura de Juiz de Fora”. Zezinho esclareceu ainda que o cadastro ficará permanentemente aberto, mas orientou para que o preenchimento ocorra de forma imediata, tornando possível compreender quais são as demandas emergenciais da cultura no cenário de pandemia.

01/06 - Boletim Covid-19 - Juiz de Fora registra 34 mortes e quase 650 pessoas infectadas

JUIZ DE FORA - 1/6/2020 - 18:08
Mais dois óbitos foram confirmados nesta segunda-feira, 1º, pela Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Com os novos registros, o município contabiliza 34 mortes pelo novo coronavírus. Todos os dados são referentes a moradores de Juiz de Fora.

Uma das vítimas é uma mulher de 45 anos que morreu no último sábado, 30. Ela tinha Doença Cardiovascular Crônica (DCC) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) severa descompensada e não tratada. A outra morte registrada é de um idosa de 64 anos que tinha Doença Cardiovascular Crônica (DCC) e Diabetes Mellitus (DM). O óbito ocorreu no dia 18 de maio.

O Boletim Epidemiológico também registrou 34 novos casos confirmados, totalizando 647 pessoas infectadas. Com a atualização, 140 novas suspeitas foram registradas, que ao todo, são 4.698. Um óbito está sendo investigado.

Boletim desta segunda, 1º

- 4.698 suspeitos
- 647 confirmados
- 34 óbitos confirmados
- 1 óbito em investigação

Família é feita refém em fazenda durante roubo, e quadrilha troca tiros com a PM

Por LARA ALVES | SIGA-NOS NO TWITTER @OTEMPO
01/06/20 - 11h19
Suspeitos queriam roubar sacas de café armazenadas na propriedade rural, em Raul Soares  -  Foto: Reprodução/WhatsApp/Polícia Militar

Uma quadrilha composta por sete criminosos invadiu uma propriedade rural em Raul Soares, na Zona da Mata, e tornou reféns os cinco moradores da casa na noite de sexta-feira (29). Os suspeitos trocaram tiros com a polícia que, no decorrer do fim de semana, saiu à procura deles por um matagal próximo à residência e conseguiu encontrá-los em um esconderijo.

Após capturá-los, os militares recuperaram duas armas de fogo, munições de diferentes calibres, celulares e uma touca ninja. A intenção dos suspeitos era roubar sacas de café armazenadas em um galpão da fazenda que fica na zona rural do município.

Ainda na noite de sexta-feira, os militares receberam uma denúncia de roubo no grupo Rede de Produtores Protegidos em um aplicativo, usado para conectar a polícia às pessoas que vivem na região. O chamado feito por um dos moradores feito refém apontava que os integrantes da família composta por cinco pessoas tinham sido rendidos no Córrego do Gavião, um distrito de Santana do Tabuleiro, na zona rural de Raul Soares.

Uma primeira equipe da PM chegou até lá e encontrou apagadas as luzes da propriedade. Logo no começo da inspeção, um dos suspeitos escondido no galpão onde fica o café efetuou disparos na direção dos militares. Naquele momento, uma das vítimas conseguiu avisar à PM que os outros bandidos tinham se escondido na casa. Um deles, aliás, manteve a família sob a mira da arma.

Um segundo suspeito, escondido na varanda, encontrou a polícia na varanda do imóvel e disparou contra os militares. Após a troca de tiros, os suspeitos correram em direção a um matagal próximo à propriedade e saíram sem levar nada. De acordo com a PM, parte da quadrilha se dedicou a roubar o caminhão da fazenda e sacas de café, enquanto a outra parcela decidiu vasculhar a casa à procura de dinheiro.

Após patrulha em estradas próximas, nos cafezais, nas áreas de vegetação e em outras propriedades rurais, a polícia conseguiu encontrar o esconderijo dos suspeitos e cercou a propriedade – mais de 30 militares participaram da operação que foi chamada “Safra Segura”. Um helicóptero participou do cerco. A PM conseguiu prender os sete suspeitos no interior da casa.

PF combate fraude em saques do auxílio emergencial no Rio de Janeiro


por Publicado: 01/06/2020 12h26 Última modificação: 01/06/2020 12h26
Rio de Janeiro/RJ - Nesta segunda-feira (1/6), policiais federais prenderam em flagrante um homem, de 23 anos, no momento em que tentava sacar benefícios do auxílio emergencial do Governo em nome de outras pessoas. O flagrante ocorreu na agência da CEF - Caixa Econômica Federal - localizada no Jardim Sulacap, bairro da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro.

Com o preso, os policiais apreenderam uma lista com nomes e dados de pessoas que seriam vítimas da fraude. A dinâmica do saque consistia na utilização do aplicativo da CEF com geração de senhas via QR Code.

O homem informou aos policiais que obteve os dados de qualificação das vítimas por ocasião de seu trabalho em uma ONG - Organização Não Governamental - que prestava serviço para a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos no PAM de Irajá/RJ, onde tinha acesso ao sistema do CRAS (Conselho Regional de Assistência Social).

Policiais Federais, com o apoio do Núcleo de Inteligência da CEF, monitoram ação de fraudadores desde o pagamento da 1ª parcela do auxílio.

O preso foi conduzido à Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante por tentativa de estelionato, com sua pena aumentada, conforme previsto no parágrafo 3º do artigo 171 do Código Penal. A pena para o crime pode chegar a 5 anos de reclusão.

Comunicação Social da Polícia Federal no Rio de Janeiro
Contato: (21) 2203-4404/ 2203-4405 / 2203-4406

Secretário afirma que salários dos servidores de Minas deve ser pago só a partir do dia 15

Por Edilene Lopes/Itatiaia, 01/06/2020 às 09:33
atualizado em: 01/06/2020 às 09:45







Foto: CMBH/ Divulgação

O secretário geral de Estado, Mateus Simões (Novo), disse que o mais provável é que a próxima escala de pagamento do servidor público de Minas saia apenas na semana do dia 15 de junho. Servidores da saúde e segurança devem receber primeiro.
Mateus Simões é o entrevistado do podcast Abrindo o Jogo, desta semana. A entrevista completa você confere nas principais plataformas digitais e no Itacast.

O secretário disse ainda que a expectativa é positiva em relação à próxima reunião com os chefes do legislativo e do judiciário, marcada para o próximo dia 15, e que o projeto do deputado Sargento Rodrigues (PTB), que prevê reserva de 10% dos orçamentos dos poderes para pagar servidores do executivo é uma boa iniciativa. 

Mateus Simões também falou sobre privatizações das estatais, como Cemig, Copasa e Codemig, e projetos de reformas que devem ser enviados nas próximas semanas para a Assembleia Legislativa, sobre a infância, vinda para Belo Horizonte, formação profissional e entrada para a política, expectativas do partido para a próxima eleição e sobre a retomada da economia no interior do estado e na capital.

Revolução Federalista foi uma guerra civil que ocorreu no sul do Brasil, logo após a Proclamação da República.

Parte da(o) Revolta da Armada

Os principais lideres da revolução; Gumercindo ao lado de Aparício, ambos ao centro, na Revolução Federalista 1894.

Participantes do conflito
Voluntários Castelhanos (Uruguai) Pica-paus
Líderes
Forças
Rebeldes gaúchos Exercito brasileiro

A Revolução Federalista foi uma guerra civil que ocorreu no sul do Brasil, logo após a Proclamação da República. O conflito foi decorrente da crise política gerada pelos federalistas, grupo opositor que pretendia libertar o Rio Grande do Sul da governança de Júlio de Castilhos, então presidente do Estado, conquistar maior autonomia e descentralizar o poder da então recém proclamada República.
Empenharam-se em disputas sangrentas que acabaram por desencadear a luta armada, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, vencida pelos seguidores de Júlio de Castilhos.

O conflito atingiu os três estados da região: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Durante o século XIX, o Rio Grande do Sul esteve em permanente estado de guerra. Na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na Guerra do Paraguai (1864-1870), a população gaúcha foi devastada. Nos últimos anos do Império, surgiram na região três lideranças políticas antagônicas: o liberal Assis Brasil, o conservador Pinheiro Machado e o positivista Júlio Prates de Castilho. Eles se reuniram para fundar o Partido Republicano Rio-Grandense, que fazia oposição ao Partido Federalista do Rio Grande do Sul, fundado e liderado pelo liberal monarquista Gaspar Silveira Martins. Em 1889, com a Proclamação da República do Brasil, essas correntes entraram em conflito, de forma que em apenas dois anos o estado teria dezoito governadores.

A constituição estadual de 1891 e um panorama de Júlio de Castilhos[editar | editar código-fonte]

Júlio de Castilhos nasceu e cresceu em uma estância gaúcha. Cursou Direito em São Paulo, onde teve contato com as ideias positivistas de Auguste Comte. Depois de formado, retornou à sua terra e passou a escrever no jornal A Federação, atacando o império, a escravidão e também seu adversário político, Gaspar Silveira Martins. Foi deputado constituinte em 1890-1891, acreditava em uma fase ditatorial para consolidar a república e defendeu uma forte centralização de poder no ditador republicano. Derrotado na constituinte nacional, implantou essa ideia na constituição estadual, meses mais tarde, em um texto que redigiu praticamente sozinho, ignorando sugestões da comissão de juristas destacada para a tarefa, aprovando-o em julho de 1891, numa assembleia estadual controlada pelo Partido Republicano Rio-Grandense, liderado por ele e de orientação positivista.
A constituição estadual previa que as leis não seriam elaboradas pelo parlamento, mas pelo chefe do executivo, que poderia ser reeleito para novos mandatos. Como o voto não era secreto, as eleições seriam facilmente manipuladas pelos adeptos de Castilhos, o que lhe garantiria permanecer no poder indefinidamente.

No mesmo mês em que aprovou sua constituição, foi eleito governador. Em novembro, por ter apoiado o golpe de Deodoro e o fechamento do Congresso, foi deposto e substituído por uma junta de governo, que durou pouco e logo passou o governo ao general Barreto Leite. Castilhos retomou um governo paralelo e foi reeleito em um pleito sem concorrentes, tomando posse em janeiro de 1893. O estado era neste momento o ponto mais importante da República e a resposta dos adversários, iminente.

Gaspar da Silveira Martins, intelectual e bom orador, havia sido nomeado ministro por Dom Pedro II em um de seus últimos atos, em uma tentativa de salvar a monarquia. Preso e exilado na Europa, retornou em 1892, com o estado já sob o governo de Júlio de Castilhos, quando fundou o Partido Federalista do Rio Grande do Sul, que defendia o sistema parlamentarista de governo e a revisão da constituição estadual. Com a posse de Castilhos, o caudilho Gumercindo Saraiva também retornaria ao estado, vindo de seu refúgio no Uruguai, liderando uma tropa de quinhentos homens. Um segundo grupo, comandado pelo general Joca Tavares, ocupou outra região do estado com uma força de três mil homens. Ameaçado, o governador convenceu o presidente Floriano Peixoto de que o levante era uma tentativa de Silveira Martins de restaurar a monarquia.

Pica-paus e maragatos[editar | editar código-fonte]
Os seguidores de Gaspar da Silveira Martins, gasparistas ou maragatos (federalistas), eram frontalmente opostos aos seguidores de Júlio de Castilhos, castilhistas, pica-paus ou ximangos (republicanos).

Os defensores de Júlio de Castilhos receberam a alcunha de pica-paus ou ximangos, em razão da cor do uniforme usado pelos soldados que defenderam essa facção, que se assemelhavam às dos pássaros da região. Esta denominação se estendeu a todos os castilhistas, inclusive civis.

Já o termo maragato, que foi usado para se referir à corrente política que defendia Gaspar da Silveira Martins, tem uma explicação mais complexa:

"Na província de León, Espanha, existe uma comarca denominada Maragateria, cujos habitantes têm o nome de maragatos, e que, segundo alguns, é um povo de costumes condenáveis; pois, vivendo a vagabundear de um ponto a outro, com cargueiros, vendendo e comprando roubos e por sua vez roubando principalmente animais; são uma espécie de ciganos. " (Romaguera).

Os maragatos espanhóis eram eminentemente nômades, e adotavam profissões que lhes permitissem estar em constante deslocamento.

No Uruguai eram chamados de maragatos os habitantes da cidade de San José de Mayo, Departamento de San José, talvez porque os seus primeiros habitantes fossem descendentes dos maragatos espanhóis, que foram responsáveis por trazer para a região do rio da Prata o costume da bombacha.

Na época da revolução, os republicanos legalistas usavam esta apelação como pejorativa, com o sentido de mercenários. A realidade oferecia alguma base para essa assertiva — o caudilho Gumercindo Saraiva, um dos líderes da revolução, havia entrado no Rio Grande do Sul vindo do Uruguai pela fronteira de Aceguá, no Departamento de Cerro Largo, comandando uma tropa que incluía naturais daquele país. A família de Gumercindo, embora de origem portuguesa, possuía campos em Cerro Largo. No entanto, dar esse apelido aos revolucionários foi um tiro que saiu pela culatra. A denominação granjeou simpatia, e os próprios rebeldes passaram a se denominar maragatos. Em 1896, chegaram a criar um jornal que levava esse nome.

As desavenças iniciaram-se com a concentração de tropas sob o comando do maragato João Nunes da Silva Tavares, o Joca Tavares, barão de Itaqui em campos da Carpintaria, no Uruguai, localidade próxima a Bagé.

Logo após o potreiro de Ana Correia, vindo do Uruguai em direção ao Rio Grande do Sul, encontrava-se o coronel caudilho federalista Gumercindo Saraiva.

Eficientemente, os maragatos dominaram a fronteira, exigindo a deposição de Júlio de Castilhos, que havia sido eleito presidente do estado pelo voto direto. Havia também o desejo de um plebiscito onde o povo deveria escolher o sistema de governo.

Devido à gravidade do movimento, a rebelião adquiriu âmbito nacional rapidamente, ameaçando a estabilidade do governo rio-grandense e o regime republicano em todo o país.
Floriano Peixoto, então na presidência da República, enviou tropas federais sob o comando do general Hipólito Ribeiro para socorrer Júlio de Castilhos.

Foram estrategicamente organizadas três divisões, chamadas de legalistas: a do norte, a da capital e a do centro. Além destas, foi convocada a polícia estadual e todo o seu contingente para enfrentar o inimigo.

A primeira vitória dos maragatos foi em maio de 1893, junto ao arroio Inhanduí, em Alegrete, município sul-rio-grandense. Neste combate ao lado dos pica-paus legalistas participou o senador Pinheiro Machado, que tinha deixado a sua cadeira no Senado Federal para organizar a Divisão do Norte, a qual liderou durante todo o conflito.

Principais combates Cerco de Bagé    Batalha de Passo Fundo      Cerco da Lapa

A obstinada resistência oposta às tropas federalistas na cidade de Lapa (Paraná), pelo coronel Gomes Carneiro (em destaque), frustrou as pretensões rebeldes de chegarem ao Rio de Janeiro.

Gumercindo Saraiva e sua tropa dirigiram-se para Dom Pedrito. De lá iniciaram uma série de ataques relâmpagos contra vários pontos do estado, desestabilizando as posições conquistadas pelos Republicanos.

Em seguida rumaram ao norte, avançando em novembro sobre Santa Catarina e chegando ao Paraná, sendo detidos na cidade da Lapa, a sessenta quilômetros a sudoeste de Curitiba. Nesta ocasião, o Coronel Carneiro morreu em fevereiro de 1894 sem entregar suas posições ao inimigo, no episódio que ficou conhecido como o Cerco da Lapa.
A obstinada resistência oposta às tropas federalistas na cidade de Lapa (Paraná), pelo Coronel Carneiro, frustrou as pretensões rebeldes de chegarem ao Rio de Janeiro.

O almirante Custódio de Melo, que chefiara a revolta da Armada contra Floriano Peixoto, uniu-se aos federalistas e ocupou Desterro, atual Florianópolis. De lá chegou a Curitiba, ao encontro do caudilho-maragato Gumercindo Saraiva.

A resistência da Lapa impediu o avanço da revolução. Gumercindo, impossibilitado de avançar, bateu em retirada para o Rio Grande do Sul. Morreu em 10 de agosto de 1894, após ser atingido por um tiro desferido à traição, enquanto reconhecia o terreno, na véspera da Batalha do Carovi.

Argentina e Uruguai
Ao longo da revolução, os maragatos tiveram apoio constante da província de Corrientes, na Argentina e também no Uruguai. O que lhes permitiu contrabandear armamento através da fronteira, praticar incursões táticas em território estrangeiro a fim de fugir de perseguições, bem como, refugiar-se nos países vizinhos em momentos de desvantagens frente ao inimigo.

A revolução federalista foi derrotada em 24 de junho de 1895, no combate de Campo Osório, quando o almirante Saldanha da Gama, possuidor de um contingente de 400 homens, 100 deles marinheiros, lutou até a morte contra os Pica-paus, comandados pelo general Hipólito Ribeiro. A derrota causou grande comoção no lado Federalista e acelerou o processo de paz, que foi assinada no dia 23 de agosto de 1895, em Pelotas.[1][9]

O presidente da república era então Prudente de Morais, e o emissário do governo federal era o general Galvão de Queirós.

Balanço: a revolução das degolas

Cruz dos Degolados, homenagem do município de São Martinho da Serra aos mortos na revolução.

Este conflito propiciou pelo menos dez mil mortos e incontáveis feridos. A prática da degola dos prisioneiros não foi rara em ambos os lados contendores, adquirindo o caráter revanchista. Por muito tempo foi atribuído ao coronel maragato Adão Latorre a degola de 300 pica-paus prisioneiros, às margens do rio Negro, contidos em uma taipa, um tipo de cercado de pedras para gado, que ficou conhecido como Potreiro das Almas, nas cercanias de Bagé, hoje em território do município de Hulha Negra, em 23 de novembro de 1893, após a Batalha do Rio Negro
O fato, porém, é desmentido por vários documentos históricos, como o diário do general maragato João Nunes da Silva Tavares, que refere o número de 300 como sendo as baixas totais do inimigo, entre mortos em combate e feridos.
O general afirma que o número de degolados foi de 23 "patriotas", membros das forças provisórias castilhistas, todos assassinos conhecidos no estado, pelas tropelias cometidos contra os Federalistas, particularmente no saque a Bagé no final de 1892, pelas forças dos coronéis castilhistas Pedroso e Motta. Em 5 de abril, no Combate do Boi Preto há a degola de 250 maragatos em represália à degola do rio Negro. O pica-pau Cherengue ou Xerengue rivalizava com Latorre em número de degolas praticadas.

Muitas vezes, a degola era praticada em meio a zombarias e humilhações. Embora não com frequência, poderia ser antecedida por castração. Conta-se, por exemplo, que apostas eram feitas em corrida de degolados. Na degola "convencional" a vítima, ajoelhada, tinha as pernas e mãos amarradas, a cabeça estendida para trás e a faca era passada "de orelha a orelha". Como se degolasse uma ovelha, rotina nas lides do campo. Os ressentimentos acumulados, as desavenças pessoais, somados ao caráter rude do homem da campanha acostumado a sacrificar o gado, tentam explicar estes atos de selvageria.

Do ponto de vista militar e logístico, a degola decorria da incapacidade das forças em combate de fazer prisioneiros, mantê-los encarcerados e alimentá-los, pois, ambas lutavam em situação de grande penúria. Procurava-se, pelo mesmo motivo, poupar munição empregando um meio rápido de execução.
Cerco de Bagé, trincheira na rua Sete de Setembro

Referências
Ir para:a b c d e Miriam Ilza Santana (15 de outubro de 2007). «Revolução Federalista». InfoEscola. Consultado em 25 de setembro de 2012
Ir para:a b c d e «Revolução Federalista». UOL - Educação. Consultado em 25 de setembro de 2012
«Revolução Federalista». InfoEscola. Consultado em 12 de abril de 2019
Ir para:a b Gomes 2013, p. 244.
«Revolução federalista - Causas e outras informações». Estudo Prático. 19 de fevereiro de 2013. Consultado em 12 de abril de 2019
Gomes 2013, p. 243.
Ir para:a b c d e Rainer Sousa. «Revolução Federalista». Brasil Escola. Consultado em 25 de setembro de 2012
«Pinheiro Machado e a "Divisão do Norte"». Consultado em 22 de novembro de 2009. Arquivado do original em 6 de julho de 2011
Ir para:a b «MACHADO, Tiago. Revolução Federalista: implicações internacionais. Revista Semina, V7, n.1, 2009» (PDF). Consultado em 2 de abril de 2011. Arquivado do original (PDF) em 6 de julho de 2011
«Adão Latorre: o personagem e o mito (16/10/2017)». Folha do Sul Gaúcho. Consultado em 12 de abril de 2019

Coronavírus: Escassez de água dificulta o combate à pandemia em MG

Por NATÁLIA OLIVEIRA
01/06/20 - 03h00
Sem água até mesmo para matar a sede, população do Norte de Minas e dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri tem dificuldade para manter a higienização contra a Covid-19
Foto: Alexandre Motta

O rio baixando de nível até secar; as árvores esturricadas pelo sol; o sertanejo com o balde na cabeça ao lado de seu animal cada vez mais magro. As imagens que se formam na imaginação de quem lê essas frases resultam em um cenário: a seca. Assim ficam cerca de 150 cidades do Norte, do Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri, em Minas Gerais, todos os anos, a partir de maio. Essa projeção, já triste, se somou a um novo inimigo neste ano: a pandemia de Covid-19. Sem água nem mesmo para beber, o desafio para Estado e municípios será ajudar as pessoas a manter a higienização necessária para evitar o contágio e a disseminação da doença. 

“A urgência pela água já era grande, mas agora se tornou maior, já que as pessoas precisam lavar com frequência as mãos, as roupas e as superfícies. O problema é que, se não tem água nem para beber e cozinhar, como cuidar da limpeza e da saúde?”, questiona o prefeito de São Romão, no Norte de Minas, Marcelo Meireles (PSDB), enquanto vai formatando soluções para ajudar os 12.337 moradores da cidade.

“Na zona rural, já falta água, estamos nos virando com caminhão-pipa do município e vamos ajudar os moradores ao máximo, mas vamos precisar de ajuda dos governos do Estado e federal”, diz o prefeito. O município tem dois casos confirmados de Covid-19. 

A realidade de São Romão se repete em várias outras cidades, principalmente do Norte e do Vale do Jequitinhonha. No último dia 20, o governo de Minas decretou situação de emergência em 129 municípios que historicamente sofrem com a seca. 

O objetivo, segundo a Defesa Civil do Estado, visa obter R$ 9,5 milhões para Minas usar em operações de distribuição de água potável e de cestas básicas para as famílias atingidas. A expectativa é que o dinheiro esteja disponível em até três meses. 
No ano passado, Minas pediu R$ 4,8 milhões no decreto estadual para seca e estiagem. “O valor solicitado para o governo federal para distribuição de água potável e cesta básica foram majorados tendo em vista os impactos da Covid-19”, explica o coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Godinho. 

Mecanismos
Para lidar com a escassez de água, os prefeitos usam artifícios dos anos anteriores: caminhões-pipa, cisternas de cimento que captam e guardam a água do período chuvoso, caixas-d’água extras e poços artesianos – uma perfuração profunda para retirar água do solo. Já para cumprir a exigência de higienização constante das mãos e das superfícies para impedir a contaminação pelo novo coronavírus, a alternativa encontrada foi a distribuição de produtos para limpeza, como álcool em gel e água sanitária. 

Foram nessas medidas que a Prefeitura de Capitão Enéas, também no Norte, apostou para combater a doença, que já contaminou sete pessoas da mesma família na cidade. O Executivo distribuiu álcool em gel para parte dos 15.234 moradores. Além disso, contratou uma empresa para higienizar ruas e superfícies onde há maior movimento de pessoas.

Queda
Os economistas avaliam que o início do período de seca realmente vai piorar o cenário econômico das cidades afetadas e do Estado como um todo. “Na seca, temos perda de safra, e isso impacta o preço do produto e o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado”, analisa Vaníria Ferrari, professora de economia no Centro Universitário UNA

Prejuízos em 2019
Em toda Minas Gerais, os prejuízos com as perdas na agricultura e pecuária somaram R$ 1,8 bilhão, de acordo com dados da Defesa Civil do Estado. 

‘Vamos contar com prefeitura e governo’
Quem vive na pele o período anual de seca já se acostumou a ter pés calejados pelo sol quente, após caminhar horas com o balde de água na cabeça. No entanto, neste ano, a dificuldade de lidar com uma doença desconhecida e a estiagem ao mesmo tempo resultaram em muito medo. 

“Ainda tem a questão das roupas para lavar, que aí é que vai precisar de água mesmo”, diz o agricultor José Alves, 65, que mora em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. “A esperança é ter produtos para ficar tudo higienizado direitinho e não pegar doença. Dinheiro para comprar produto não vai ter. Vamos contar com a prefeitura e o governo”, relata, esperançoso, o agricultor. 

“Uma possível falta de água agrava a situação da limpeza e leva à disseminação do vírus, uma vez que um dos critérios mais fáceis de desinfecção é lavar as mãos e as superfícies com água e sabão”, lembra o infectologista Leandro Cury. Segundo ele, uma alternativa é usar álcool em gel nas mãos e produtos de limpeza nas superfícies.

Dificuldade financeira na zona rural
Quando a secura atinge o solo e começa a mudar a paisagem da comunidade de Teixeirinhas, em Itinga, no Vale do Jequitinhonha, a produtora rural Neide Nunes, 62, sabe que a situação financeira vai apertar. É assim todos os anos a partir de maio, mas em 2020 o tormento de quem sobrevive do campo começou mais cedo.

As feiras livres na área urbana onde os trabalhadores vendem seus produtos foram interrompidas entre março e abril por causa da pandemia, e o dinheiro começou a reduzir antes mesmo de a plantação secar. “A partir de junho, vai piorar. O chão seca e não tem como plantar. Quando chegar setembro, não sei como vai ser. É desse mês que temos mais medo”, salienta.