sexta-feira, 22 de julho de 2016

UFJF adota medidas de segurança para receber delegações olímpicas

22/07/2016 10h15 - Atualizado em 22/07/2016 10h15

Do G1 Zona da Mata

Trânsito no anel viário da UFJF será alterado
(Foto: Roberta Oliveira/G1)

A partir desta sexta-feira (22) a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) começa a colocar em prática as medidas de segurança no campus para a recepção das delegações olímpicas e paralímpicas que treinarão no campus. Os atletas da delegação olímpica da China começam a chegar nesta sexta.

De acordo com a UFJF, todas as decisões foram tomadas após reuniões da comissão interna da universidade, que elaborou um plano de segurança com o auxílio de diversos órgãos da cidade e do Centro Integrado de Comando e Controle Regional de Minas Gerais.

A maioria das atividades dos atletas será na Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid). Por isso, a UFJF montou um esquema de segurança especial no local. A partir desta sexta-feira, o estacionamento e a entrada de qualquer veículo na Faefid ficam permitidos somente para professores, funcionários e integrantes da organização. Alunos e visitantes não poderão parar os veículos no local.

Durante os treinamentos das equipes, haverá mudanças no trânsito para permitir melhor fluidez no campus. Pouco antes da entrada da Faefid, a pista será dividida em duas, sendo que uma delas encaminhará os veículos para o complexo esportivo da faculdade e a outra será para os demais veículos que transitam pelo anel viário.

A partir da próxima segunda-feira (25) somente passará pelo portão da Faefid quem estiver cadastrado. Haverá treinos abertos ao público e a inscrição deve ser realizada pelo site UFJF 2016, que ainda divulgará os dias e os procedimentos necessários para o cadastro.

Equipes de credenciamento estão em contato com as equipes da organização e da imprensa. A comunidade acadêmica terá cadastro especial e terá acesso com apresentação de credencial.

Para entrar na Faefid, será preciso passar por detector de metais. Materiais perfurocortantes e outros que possam oferecer riscos não serão permitidos.

Brigada de Emergência
Outra medida de segurança que está sendo tomada para a recepção dos atletas e público na UFJF é a implementação de uma brigada de emergência no campus.

Estudantes, servidores e funcionários estão sendo treinados pelo Corpo de Bombeiros para atuarem durante os eventos com as delegações olímpicas na UFJF. O curso de preparação terá duração de 16 horas para 25 voluntários. A brigada estará apta a atuar em eventuais princípios de incêndio e primeiros socorros.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Inflação medida pelo IPCA-15 volta a subir e fecha últimos 12 meses em 8,93%

21/07/2016 09h43
Rio de Janeiro
Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
O feijão-carioca, cujos preços subiram, em média, 58,06%, foi o item que exerceu o maior impacto sobre a inflação medida pelo IPCA-15 
 Marcello Casal Jr./ABr

A prévia da inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) voltou a acelerar este mês, ao subir 0,14 ponto percentual e passar de 0,40% para 0,54% entre junho e julho deste ano. Com o resultado, o IPCA-15 acumula alta de 8,93% nos últimos doze meses – resultado, no entanto, que chega a ser 0,05 ponto percentual inferior ao da taxa acumulada nos 12 meses imediatamente anteriores: 0,98%.

Os dados foram divulgados hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que o total acumulado no ano é de 5,19%, bem abaixo dos 6,9% registrados em igual período do ano anterior. Em julho de 2015, a taxa havia sido 0,59%.

Peso dos alimentos

Mais uma vez os preços dos alimentos continuam pressionando a inflação, chegando a subir 1,45% na relação com a prévia de junho, exercendo 0,37 ponto percentual sobre a alta do mês. Com alta de 0,37% em julho e participação de 69% do IPCA-15 no mês, o grupo alimentação e bebidas acusou a mais elevada variação para os meses de julho desde a alta registrada em 2008: 1,75%.

Também mais uma vez o feijão-carioca, cujos preços subiram, em média, 58,06%, foi, isoladamente, o item que exerceu o maior impacto no índice do mês, 0,18 ponto percentual. Em Goiânia, o quilo do produto aumentou 81,03%, em Brasília (62,69%), em Salvador (61,69%) e em Fortaleza (60,63%).

Segundo o IBGE, os demais tipos de feijão também apresentaram aumentos significativos nos preços. O mulatinho passou a custar, em média, 45,94% a mais, o preto subiu 34,23% e o fradinho, 11,78%.
Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

Comitê Rio 2016 coloca mais 100 mil ingressos à venda hoje

21/07/2016 06h12
Rio de Janeiro
Da Agência Brasil

Estará disponível, a partir do meio-dia de hoje (21), o último grande lote de ingressos para os Jogos Olímpicos Rio 2016. No novo lote, o Comitê Rio 2016 liberou ingressos de todas as modalidades. São 100 mil ingressos, com variação de preços entre R$ 40 e R$ 1,2 mil. O grande número de entradas disponíveis fez o comitê chamar o dia de hoje de “Super Quinta”.

Os ingressos mais caros são, por exemplo, para as finais do vôlei, basquete, futebol e atletismo, este último com a possibilidade de participação do campeão mundial, o jamaicano Usain Bolt. O novo lote também inclui entradas para as cerimônias de abertura e encerramento dos jogos.

Segundo o comitê, a liberação de novos assentos para algumas modalidades já esgotadas foi possível após a conclusão das arenas. Assim, foi definido o espaço destinado aos equipamentos de transmissão televisiva e novos assentos foram liberados.

Os ingressos podem ser comprados pelo site www.rio2016.com/ingressos ou nas bilheterias oficiais.

Ingressos para os Jogos Rio 2016 Tomaz Silva/Agência Brasil

. Existem bilheterias no Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Salvador e São Paulo. O valor dos ingressos pode ser parcelado em até três vezes sem juros no cartão de crédito bandeira Visa, nas compras pelo site. Os tíquetes podem também ser pagos à vista em dinheiro ou pelo cartão Visa débito ou crédito, nas bilheterias.

“A gente vai ter de volta ingressos para todas as seções. É uma grande chance para que as pessoas consigam um ingresso para um dos eventos mais concorridos dos jogos”, disse o diretor de ingressos do Comitê Rio 2016, Donovan Ferreti. Até agora, foram disponibilizados 6,1 milhões de ingressos para venda. Destes, 72% foram vendidos. Segundo Ferreti, ainda há 1,6 milhão de entradas.

Os ingressos mais procurados são para competições de natação, tênis e as grandes finais de vôlei, vôlei de praia, basquete, futebol.

*Matéria alterada às 8h02 para acréscimo de informação.
Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

Corte rejeita pedido da Rússia e atletismo fica fora dos Jogos Olímpicos

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21/07/2016 09h45
Brasília
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil

A Corterbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) informou hoje (21) que a Rússia não terá representantes do atletismo nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Por meio de comunicado, a Corte anunciou seu veto ao pedido do Comitê Olímpico Russo para permitir a participação de 68 atletas da modalidade na competição, em agosto.

Em novembro do ano passado, a Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) suspendeu toda a Federação de Atletismo da Rússia depois que a corredora russa Yulia Stepanova denunciou um grande esquema de doping envolvendo atletas da modalidade no país. A punição foi confirmada em, novembro e em junho deste ano. Em julho, o Comitê Olímpico Russo entrou com pedido junto à CAS para a liberação dos competidores nos Jogos do Rio.

Já no último dia 15, um grupo formado por 67 esportistas do atletismo russo entrou com recurso contra a decisão da IAAF de negar pedido para que eles pudessem competir nos Jogos Olímpicos Rio 2016 como atletas neutros, sem a bandeira da Rússia. O recurso, conforme comunicado divulgado hoje, também foi vetado pela Corte. Na decisão, a CAS se refere aos esportistas como "inelegíveis" para as olimpíadas este ano.

Até o momento, apenas uma esportista do atletismo russo recebeu sinal verde da IAAF para participar da competição no Rio de Janeiro este ano: Darya Klishina, que treina nos Estados Unidos. Ela poderá competir nos Jogos como atleta neutra.

Delatora do escândalo de doping na Rússia, Yulia Stepanova também poderá competir nas mesmas circunstâncias. Ela chegou a ser banida do atletismo, em 2013, por dois anos, após caso confirmado de doping.
Edição: Talita Cavalcante
Agência Brasil

Suspeito de atropelar mãe e filha em avenida de Juiz de Fora é identificado

20/07/2016 18h26 - Atualizado em 20/07/2016 18h26

Do G1 Zona da Mata

O motorista suspeito de atropelar mãe e filha na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, na última segunda-feira (18), em Juiz de Fora, foi identificado na manhã desta quarta (20).

Ele prestou depoimento na delegacia da Polícia Civil nesta tarde. O suspeito informou aos militares que ficou desesperado no momento do acidente, ao ver mãe e filha machucadas, e fugiu do local sem prestar socorro.

Segundo o delegado Felipe Fonseca, o motorista irá responder pelo crime de lesão corporal culposa no trânsito, omissão de socorro e ainda por não estar habilitado. Também será feita uma avaliação sobre o ocorrido, através da perícia no veículo, de imagens envolvendo o acidente e da evolução do quadro clínico das vítimas. 

O atropelamento aconteceu na altura do Bairro Nova Era. Segundo a Polícia Militar (PM), a menina de dois anos se soltou das mãos da mãe, de 35, e correu em direção à avenida. A mulher tentou ir atrás da criança e as duas foram atingidas pelo carro.

O boletim médico divulgado nesta tarde informa que a mãe está lúcida e estável. Já a menina permanece no Hospital Albert Sabin, mas o estado de saúde dela não foi divulgado.

Sonegação de impostos, na realidade, é de longe o maior problema brasileiro


Charge do Nani (nanihumor.com)

Pedro do Coutto

Em seu editorial da edição de quarta-feira, O Estado de São Paulo, em que é destacado o equívoco da Fiesp em, indiretamente, tentar lançar uma sombra sobre o fato de um de seus diretores ser individualmente o maior devedor de impostos do país, atingindo a escala de 6,9 bilhões de reais, está também assinalado o fato de que os tributos em atraso e os sonegados em todo o país atingem a estratosférica cifra de 1 trilhão de reais.Assunto, inclusive, em relação ao qual gostaria de receber o comentário dos companheiros deste site Flávio José Bortolotto e Wagner Pires, especialistas em análises econômico-financeiras. Wagner Pires, em texto recente, lembrou que as dívidas de empresas para com o INSS elevam-se à altura vertiginosa de 1 trilhão e 800 bilhões de reais.

Somadas as duas escalas de sonegação e dívidas não cobradas, as quais atravessam o tempo, chegamos a um Everest total de 2 trilhões e 800 bilhões. Para se ter uma ideia plena do que tal montante representa, basta dizer que equivale à metade do Produto Interno do Brasil.

Assim constata-se que 50% da produção brasileira anual, um das maiores do mundo, abrange um endividamento colossal, porém o problema do endividamento não é só este causado por sonegadores. Envolve igualmente o governo federal, cujas dívidas superam o volume de 2,8 trilhões de reais, distribuído em notas do Tesouro Nacional colocadas no mercado financeiro a juros anuais de 14,25%.


NA ESTRATOSFERA… – Dessa forma, fazendo-se um exercício de convergência, verifica-se que as dívidas brasileiras alcançam, tanto as públicas quanto aos privadas, a escala impressionante de 5 trilhões e 600 bilhões de reais, e sem contar a dívida externa de estados, municípios e empresas privadas. De onde se conclui que toda produção econômica do Brasil repousa num processo crônico de endividamento. Um círculo vicioso do qual o ministro Henrique Meirelles tentará livrar o governo. Mas como ele próprio sustenta, exigirá alguns anos, pelo menos. Talvez uma década.

Outro confronto que deve ser feito é em relação às dívidas frente aos salários. As folhas salariais brasileiras são praticamente iguais à fração de 40% do PIB, portanto algo em torno de 2,2 trilhões anuais. Colocando-se o tema diante do espelho da realidade, chega-se a conclusão de que, para acertar as contas públicas, o fundamental é enfrentar os endividamentos e não aprovar uma reforma previdenciária capaz de diminuir as despesas da Previdência Social.

SEM DÚVIDAS – A comparação entre os números produz essa certeza, capaz de anular quaisquer dúvidas existentes no elenco de soluções que o presidente Michel Temer busca encontrar para comprimir um déficit orçamentário projetado em 170 bilhões de reais para 2017.

Quais despesas poderão ser reduzidas em comparação com as sonegações e dívidas tributárias?

Muito poucas, em relação ao montante que desafia o governo e a equipe de Henrique Meirelles. É muito melhor o caminho de cobrar do que o caminho para cortar direitos.
Posted in P. Coutto

terça-feira, 19 de julho de 2016

Reformas de mentirinha na política, na Previdência e na CLT

Charge do Son Salvador, reprodução do Estado de Minas

Carlos Chagas

Funcionando no Congresso, são 27 partidos. Autorizados a existir, mesmo a título precário, somam 35. Não há quem possa citá-los todos, uns e outros. Mesmo assim, certeza não há de que a cláusula de barreira venha a ser aprovada. Já sofreu duas derrotas, uma no Legislativo, outra no Supremo Tribunal Federal. A redução do número de partidos é unanimidade no país inteiro, mas na hora de aprovar projeto nesse sentido, a maioria pula fora, por solidariedade a quantos seriam punidos pela supressão de suas legendas.

Quando vier, se vier, a reforma política será pífia. Muito menos para a reforma previdenciária e a reforma trabalhista. A reforma fiscal, só se for para aumentar impostos. Em suma, não vai mudar nada, em termos de alterações de vulto nas regras do jogo político-partidário. O país seguirá com virtudes e defeitos em sua legislação.

A razão é simples: não são essas as preocupações do cidadão comum, infenso a enxugar gelo. Para acoplar a ação administativa com os anseios nacionais seria preciso escalonar prioridades: combater o desemprego através da criação de frentes públicas de trabalho, por exemplo.

Do que necessitamos é de iniciativas capazes de minorar os efeitos da crise que nos assola. Jamais de perfumarias.

A NATUREZA DAS COISAS – A primeira sondagem da Datafolha a respeito da próxima sucessão presidencial, divulgada esta semana, revela o Lula na frente, no turno inicial. O companheiro bate, em sucessivos arranjos, Aécio Neves, Marina Silva, José Serra e Geraldo Alckmin, além de outros menos falados. Quando os dois primeiros vão para o segundo turno, o jogo dá empatado.

O que significam esses números? Que por enquanto prevalece a natureza das coisas, em momento algum revelando preferências, mas a simples constatação impossível de ser negada.
Posted in C. Chagas

OAB precisa desistir da ação no Supremo que ameaça destruir a Lava Jato


Charge do Aroeira, reprodução de O Dia

Carlos Newton

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sempre foi uma das instituições mais notáveis e importantes do país, com participação ativa na defesa das teses democráticas. Mas recentemente teve um período de flagrante retrocesso, na gestão do presidente Marcus Vinicius Furtado Coêlho, que esteve à frente da histórica entidade de janeiro de 2013 a 2016, até ser substituído pelo advogado Claudio Lamachia.

Neste triênio, pela primeira vez na história da OAB ficou patente que havia uma tendência partidária no posicionamento do Conselho Federal, que passou a dar seguidas demonstrações de apoio ao governo federal, inclusive se posicionando contra a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff e depois tendo de refluir para uma situação de neutralidade, devido à péssima repercussão que foi registrada junto à opinião pública.

Com a posse do novo presidente Cláudio Lamachia em 1º de janeiro de 2016, houve uma imediata reversão desse atrelamento ao governo e a OAB voltou à sua tradicional postura de independência política, ideológica e partidária.

DECISÃO HISTÓRICA – Tudo ia bem com a OAB até 17 de fevereiro, quando a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal, com apoio direto do procurador-geral Rodrigo Janot, decidiu desprezar a jurisprudência de 2009 e determinou que a prisão de condenados deve ocorrer depois que a sentença for confirmada em julgamento de segunda instância, ou seja, sem se esgotarem todos os recursos possíveis da defesa.

A proposta foi apresentada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, e seu voto foi seguido pelos ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.

Votaram contra Rosa Weber, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que protestou: “O sistema penitenciário está absolutamente falido, se encontra num estado inconstitucional de coisas. Agora nós vamos facilitar a entrada de pessoas nesse verdadeiro inferno de Dante”, alegou ele, enquanto o procurador Janot reagia, acentuando que se “trata de um passo decisivo contra a impunidade”.

OAB FOI CONTRA – Surpreendentemente, a OAB agiu de forma corporativista. Ao invés de lutar contra impunidade dos poderosos, preferiu defender o faturamento dos advogados. Não somente defendeu que não haja prisão enquanto houver direito a recurso, como apresentou ao Supremo uma ação para exigir que a nova jurisprudência seja alterada.

Em busca de 15 minutos de fama, o PEN (Partido Ecológico Nacional), que só tem um deputado federal, entrou no embalo e também moveu ação a favor da impunidade até trânsito em julgado.

Agora em junho, o ministro Dias Toffoli trocou de lado e mandou libertar o ex-ministro Paulo Bernardo, seu amigo pessoal e companheiro desde os tempos de militância no PT. Ou seja, só falta um voto no Supremo para ocorrer o gravíssimo retrocesso no cumprimento de penas de condenados em segunda instância, como ocorre na maioria dos países democráticos.

IMPUNIDADE – Para o ministro Zavascki, a possibilidade de recorrer em liberdade estimula os réus a apresentar uma série de recursos em cada tribunal superior, até mesmo para tentar obter a prescrição, quando a demora nos julgamentos extingue a pena. “A sociedade não aceita mais essa presunção de inocência de uma pessoa condenada que não para de recorrer”, argumenta o ministro Luiz Fux.

A situação é grave. Se o Supremo aprovar a ação da OAB e do PEN, a Lava Jato será automaticamente desmanchada, os empresários, políticos e outros envolvidos na corrupção serão libertados, as penas irão prescrever e a impunidade estará assegurada. Até mesmo o ex-senador Luís Estevão, que foi preso depois de dezenas de recursos, já perto da prescrição, ganhará novamente a liberdade.

Em nome de sua história e de sua memória, a OAB não pode participar dessa farsa antidemocrática. É preciso que a tradicional entidade retire a ação e deixe a responsabilidade pelo retrocesso apenas com o PEN, que não tem e jamais terá história nem memória. O jovem presidente Cláudio Lamachia, que está construindo uma biografia, não deveria manchá-la com ato tão torpe, em nome dos 30 dinheiros que vão tilintar apenas no bolso de meia dúzia de advogados famosos.
Posted in C. Newton

Os serviços de “inteligência” da França são de uma burrice colossal

A polícia francesa está sendo ridicularizada

Jorge Béja

Confirmado: os franceses não confiam mais no presidente Hollande nem no primeiro-ministro Manuel Valls e querem a renúncia dos dois. A notícia antecipada ontem aqui na Tribuna da Internet, em artigo do nosso editor, jornalista Carlos Newton, é matéria de grande destaque hoje no mundo. “Há uma fúria no país, com a sensação de que o Executivo não está à altura e que o presidente autoproclamado protetor da nação é, na realidade, incapaz de protegê-la”, disse o cientista político Frédéric Dabi ao “Le Figaro”.

Para o ex-presidente Nicolas Sarkozy, “não existe risco zero, mas tudo que deveria ter sido feito ao longo dos últimos 18 meses, não foi feito. Serão eles ou nós. É preciso uma guerra total contra os inimigos da França”.

Quando o assunto é o terrorismo não existe mesmo risco zero. E é justamente pela falta dessa garantia que as forças de segurança de todos os países precisam estar prevenidas com pessoal, tecnologia, inteligência e o melhor dos armamentos, dia e noite, noite e dia, em todos os lugares, permanentemente, sem cessar, a todos visíveis, sem intervalo e para sempre. A paz, mesmo que razoável e relativa, está muito distante de ser alcançada nos quatro cantos do mundo.

MAU EXEMPLO – E lá na França, o serviço de inteligência e toda a polícia nacional não servem de bom exemplo. Em dois artigos anteriores, aqui recém-publicados, foram expostas, de forma sucinta, as razões dessa conclusão. Não se sabe se é porque aprendemos que a França é o berço da cultura, da civilidade, do saber, da igualdade, da fraternidade e das liberdades — princípios e práticas que se opõem a lutas e combates e que retratam e se harmonizam com a paz — ou se é porque o que lá existe é frouxidão mesmo. Frouxidão e inteligência zero.

É por causa dessa “bobeira”, “apatia” e “pasmaceira”, numa inação que parece agora que os franceses não aguentam mais, que França e Bélgica são irmãs gêmeas univitelinas. Permanece vivo na memória o ataque ao Charlie Hebdo. Um dos terroristas foi perseguido por cerca de 30 mil policiais (e militares) franceses até ser encontrado dentro de uma fábrica desativada nos arredores de Paris. As televisões mostraram. Ao vivo e em cores. Estava sozinho. A energia elétrica foi desligada e a água cortada. Nada mais fácil do que prender o terrorista, sem disparar um tiro. Ele não resistiria muitos dias. Ou se entregaria, ou cometeria o suicídio, ou morreria por desnutrição. Durasse o tempo que fosse, o inteligente era a sua captura. E a burrice, matá-lo.

É MUITA BURRICE – Afinal, eram 35 mil policiais contra um só bandido, localizado, cercado e rendido por um exército de homens fortemente armados. Ele não oferecia mais perigo. Mas a “inteligência” francesa não entendeu que apanhá-lo vivo é que era o importante, para dele obter informações e submetê-lo a julgamento. Mas prevaleceu a burrice. O tal sujeito foi metralhado. E assim morreu. Eis o serviço de “inteligência” da França.

Chora-se a morte de muitas e muitas vítimas, resultantes dos últimos atentados, em Paris e agora em Nice. “Nunca mais volto aqui”, declarou Maria Inês, a brasileira e carioca do bairro de Olaria, que mora na Suíça e estava entre a multidão no Passeio dos Ingleses em Nice, na noite do 14 de Julho. Maria Inês perdeu a filha, casada com um suiço e a pequena neta. “Tiraram meu tapete. Agora vou ter que recomeçar tudo de novo. Arrancaram um pedaço de mim”, disse Maria Inês.

PÁTRIA DOS GÊNIOS – Eu também. Nunca mais volto lá, a pátria do professor Rivail (Kardec), de Jeanne D’Arc, de Victor Hugo, de Cesar Franck, de Camille Saint-Saëns, de Racine, Voltaire… de Piaff e tantos e tantos outros vultos que deram continuação ao rumo da Humanidade. A pátria que o polonês Frédéric Chopin adotou quando tinha 19 anos, dela nunca mais saiu e nela morreu com apenas 39 de idade. Eu também não volto mais lá.

A propósito: por falar em voltar à França (Paris, no caso) me veio à mente uma viagem singular. Corriam os anos 70. Foi quando sugeri ao museólogo e carnavalesco Clóvis Bornay que fosse à Paris e desse de presente ao Museu do Louvre, ou ao Museu Nacional Moyen-Age ou ao d’Orsay a primorosa fantasia de Luis XIV, que suas delicadas e hábeis mãos confeccionaram aqui no Rio, em Copacabana. Ele aceitou e foi. Fomos nós: ele e eu.

CLÓVIS BORNAY – Foram quatro dias em Paris. Tudo por minha conta. Viagem solitária, sigilosa, sem divulgação e sem espalhafato, como ele próprio pediu. Clóvis era disciplinado. Não costumava ir dormir tarde. Ficamos hospedados numa propriedade de minha família, vendida anos e anos depois e o produto da venda doado a uma instituição internacional de socorro a vitimados de guerras. Café da manhã, em casa. Almoço e jantar nos restaurantes. Mostrei-lhe Paris. A fantasia foi doada. Detalhista e de grande cultura, Bornay reparou que uma das roupas de Luis XIV expostas, salvo engano, no Louvre parecia não ser a original do chamado Rei Sol:

“Naquela época o ponto da costura, o plissado e o esplendor (aquela parte alta, pesada, em quase circunferência e que emoldura a cabeça do rei) eram mais delicados e de acabamento artesanal. Em todo caso vamos acreditar que esta da vitrine seja a verdadeira”, reparou Bornay.

No regresso, já dentro do avião, perguntei: “gostou de Paris e pretende voltar?”. “Gostei. Mas não pretendo voltar. Achei os franceses impregnados de ‘remplis de soi-même’. Prefiro o Rio, nossa gente e nossas mulatas. Sou do samba. Copacabana é o meu lugar. A (rua) Prado Junior e seus quarteirões são mais animados, mais movimentados e mais quentes do que o Quartier Latin e o Boulevard St-Germain”.

E naquela época nem existia ataque terrorista! Tudo era tranquilo e sem medo! Hoje, Clóvis Bornay (10.1.1916 – 9.10.2005), nem aceitaria ir lá pela primeira vez. Com certeza.

Posted in J. Béja

PF desarticula quadrilha que fraudava bancos públicos e privados na Bahia

19/07/2016 13h00
Salvador
Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil

A Polícia Federal deflagrou hoje (19) uma operação, em sete cidades da Bahia, para desarticular uma organização criminosa responsável por aplicar golpes na Caixa Econômica Federal e em outras instituições financeiras. A Operação Ali Babá cumpre 57 mandados nos municípios de Feira de Santana, Seabra, Palmeiras, Monte Santo, Remanso, Vitória da Conquista e a capital, Salvador.

No total, 140 policiais cumprem 25 mandados de prisão, sendo 10 preventivas e 15 temporárias; 28 mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva. Segundo o coordenador da operação, delegado Wal Goulart, até o momento, duas pessoas não foram encontradas e, caso não se apresentem até o fim da tarde, serão consideradas foragidas. Um dos líderes da organização foi preso em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, junto com a esposa.

De acordo com a PF, as investigações começaram há 3 anos e revelaram que o organização criminosa operava desde 2006 por meio de empresas ilegais, criadas em nome de laranjas e com documentos falsos.

“O líder e outras pessoas cooptavam terceiros e abriam empresas, depois abriam contas em bancos e solicitavam empréstimos. Eles tinham um grupo de pessoas que se aproximavam de gerentes, como forma de facilitar o empréstimo. Inclusive, um dos gerentes foi ouvido pela PF, em Juazeiro, suspeito de facilitar os empréstimos”, disse o delegado Wal Goulart.

Abertas as empresas de fachada, os envolvidos conseguiam empréstimos que variavam entre R$ 200 mil e R$ 500 mil e não pagavam aos bancos.

Até o momento foram identificadas 19 empresas envolvidas no esquema, mas a PF estima que o número pode chegar a mil. De acordo com cálculos da PF, os prejuízos ultrapassam R$ 10 milhões somente em fraudes contra a Caixa Econômica Federal. Os prejuízos a outros bancos privados ainda não foram calculados.

“No ano de 2013, houve um prejuízo de R$ 500 mil para mais seis bancos, como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil. Em 2013 as contas nesses bancos eram apenas contas de passagem. Posteriormente, quando os bancos federais [públicos] desconfiaram dos golpes e passaram a ser mais rigorosos na concessão de empréstimos, essa organização se voltou para os bancos privados”, explica o delegado Goulart, que destaca os crimes de organização criminosa e estelionato, pelos quais os envolvidos devem responder. A operação ainda está em andamento.

Edição: Denise Griesinger
Agência Brasil