19/07/2016 13h00
Salvador
Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil
A Polícia Federal deflagrou hoje (19) uma operação, em sete cidades da Bahia, para desarticular uma organização criminosa responsável por aplicar golpes na Caixa Econômica Federal e em outras instituições financeiras. A Operação Ali Babá cumpre 57 mandados nos municípios de Feira de Santana, Seabra, Palmeiras, Monte Santo, Remanso, Vitória da Conquista e a capital, Salvador.
No total, 140 policiais cumprem 25 mandados de prisão, sendo 10 preventivas e 15 temporárias; 28 mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva. Segundo o coordenador da operação, delegado Wal Goulart, até o momento, duas pessoas não foram encontradas e, caso não se apresentem até o fim da tarde, serão consideradas foragidas. Um dos líderes da organização foi preso em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, junto com a esposa.
De acordo com a PF, as investigações começaram há 3 anos e revelaram que o organização criminosa operava desde 2006 por meio de empresas ilegais, criadas em nome de laranjas e com documentos falsos.
“O líder e outras pessoas cooptavam terceiros e abriam empresas, depois abriam contas em bancos e solicitavam empréstimos. Eles tinham um grupo de pessoas que se aproximavam de gerentes, como forma de facilitar o empréstimo. Inclusive, um dos gerentes foi ouvido pela PF, em Juazeiro, suspeito de facilitar os empréstimos”, disse o delegado Wal Goulart.
Abertas as empresas de fachada, os envolvidos conseguiam empréstimos que variavam entre R$ 200 mil e R$ 500 mil e não pagavam aos bancos.
Até o momento foram identificadas 19 empresas envolvidas no esquema, mas a PF estima que o número pode chegar a mil. De acordo com cálculos da PF, os prejuízos ultrapassam R$ 10 milhões somente em fraudes contra a Caixa Econômica Federal. Os prejuízos a outros bancos privados ainda não foram calculados.
“No ano de 2013, houve um prejuízo de R$ 500 mil para mais seis bancos, como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil. Em 2013 as contas nesses bancos eram apenas contas de passagem. Posteriormente, quando os bancos federais [públicos] desconfiaram dos golpes e passaram a ser mais rigorosos na concessão de empréstimos, essa organização se voltou para os bancos privados”, explica o delegado Goulart, que destaca os crimes de organização criminosa e estelionato, pelos quais os envolvidos devem responder. A operação ainda está em andamento.
Edição: Denise Griesinger
Agência Brasil
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