domingo, 13 de março de 2016

Políticos foram muito menos hostilizados do que se noticiou. Mas ainda que tivessem… E daí? É do jogo democrático

Por: Reinaldo Azevedo 13/03/2016 às 21:08

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o senador tucano Aécio Neves (MG) iriam discursar no carro do Movimento Brasil Livre. Acabaram desistindo. A chegada dos dois, até pelo excesso de pessoas que os acompanhavam, foi um pouco tumultuada. Mais a logística da operação de seus assessores do que a disposição de vaiar políticos acabou criando certa animosidade à beira do palco. Eles nem chegaram a subir.

Ali no empurra-empurra, acabaram ouvindo algumas ofensas e desistiram. Mas esteve longe de ser uma grande manifestação de repulsa como podem sugerir um texto ou outro.

Foi o que bastou para petralhas e imprensa apressadinha descerem o malho. Os primeiros ficaram satisfeitos porque isso provaria, então, que todos estão no mesmo barco. Os outros porque alimentam certo discurso contra a política que oscila da ignorância à má-fé. Ruim em qualquer caso.

E que se note: parlamentares já tinham discursado no carro de som do MBL, sempre aplaudidos. Cito alguns: deputados Mendonça Filho (PMDB-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Ônix Lorenzoni (DEM-RS), Carlos Marun (PMDB-RS), Bruno Covas (PSDB-SP), Raul Jundmann (PPS-PE), Roberto Freire (PPS-SP) e Pauderney Avelino (DEM-AM). Falou também o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Assim, é falsa essa história de que o povo que vai à Paulista não quer saber de político nenhum. Sem os contratempos da chegada, creio que Alckmin e Aécio também teriam sido aplaudidos. Mas prestem atenção! Vou continuar este texto fazendo de conta que, de fato, foram todos vaiados. Essa questão me interessa.

Seria próprio do jogo político. E é claro que eu acharia um erro. Eu vi Ulysses Guimarães ser vaiado em comícios das Diretas — acreditem. E ele até havia ganhado a alcunha, à época, de Senhor Diretas. Quem vaiava? Militantes petistas e de extrema esquerda, que dispensavam o mesmo tratamento a Tancredo Neves.

Ainda que tivesse havido uma baita vaia generalizada desta vez, é perfeitamente compreensível que as pessoas demonstrem certo enfaro da política tradicional. Esse sentimento não existe só no Brasil. De algum modo, está no mundo inteiro e assume as faces mais diversas.

Um paspalho histriônico como Danald Trump não deixa de ser uma expressão muito pouco virtuosa dessa esfera de sensações. Poucos se dão conta, mas, em parte, ele repete o discurso que levou Barack Obama à Casa Branca: fala contra a burocracia de Washington, os políticos tradicionais, essa gente que está sempre metida em negociações obscuras… E olhem que os EUA são um convento das freiras dos pés descalços perto do Brasil.

A hostilidade aos políticos — não existe democracia sem eles, mas também não existe democracia só com eles — é própria desse regime. No Brasil, em parte, os petistas são duplamente responsáveis por isso. Por quê? O PT surgiu no mercado das ideias demonizado os partidos tradicionais, considerando-os a todos ilegítimos. Só ele encarnaria o jeito certo de fazer as coisas.

No poder, o partido montou uma máquina cleptocrata como nunca se viu. Ora, se eles se apresentavam como alterativa e fizeram o que fizeram, cria-se uma trilha fácil que conduz à conclusão de que política não tem jeito mesmo e será sempre assim.

Bem, aqui e mundo afora, esse discurso precisa ser assimilado e superado. Há de ser assimilado porque, de fato, a democracia tem de se conectar mais ativamente com movimentos da sociedade civil para se oxigenar. As atuais oposições já perceberam que só a militância congressual não da conta da realidade. Urge estabelecer canais de diálogo com movimentos como o MBL. E não só em momentos como o vivido neste glorioso dia 13.

Mas esse discurso contra a política também precisa ser superado. Para que não se entenda a conquista e a gestão do poder como o espaço da intransigência, em que nada se negocia, e tudo se impõe segundo a lei do mais forte.

Afinal, meus caros, o petismo conduziu o país a uma crise inédita agindo justamente assim. Eles vão nos brindar com a maior recessão da história e com o sistema mais corrupto jamais visto como? Não ouvindo ninguém, hostilizando a diferença, demonizando a divergência, xingando primeiro para pensar depois.

Eu lamento muito que alguns jornalistas entrem nessa. É um desserviço à democracia e uma manifestação supina de ignorância. É preciso mudar a política, não destruir a política. Com ela, cuidamos das nossas diferenças. Sem ela, lutamos com armas. Com ela, fazem-se derrotados e vitoriosos temporários e circunstancias; sem ela, produzem-se cadáveres aos montes. Qual caminho nós vamos escolher?

É muito importante que não se confunda a rejeição ao modo petista de fazer política com a rejeição à própria política. Pessoalmente, acho descabidas eventuais manifestações de hostilidade a Alckmin e Aécio, mas não acho ruim, do ponto de vista didático, que tenham acontecido. Elas estão deixando claro às atuais oposições que é preciso mudar o jeito de fazer política e que é preciso ampliar a interlocução.

O MBL e os outros movimentos todos têm de se manter independentes, sim! Mas é preciso que se reconheça que eles construíram um lugar próprio na política e que já não há democracia sem eles.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/politicos-foram-muito-menos-hostilizados-do-que-se-noticiou-mas-ainda-que-tivessem-e-dai-e-do-jogo-democratico/

Manifestantes se mobilizam contra governo Dilma em Juiz de Fora

13/03/2016 10h32 - Atualizado em 13/03/2016 11h23

Do G1 Zona da Mata

Manifestantes se concentram na praça do Bairro São Mateus com faixas 
(Foto: Roberta Oliveira/G1)

Integrantes do Movimento Muda Brasil, além de representantes de instituições, Maçonaria e populares, saem às ruas em Juiz de Fora contra o governo da presidente Dilma Rousseff, contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e contra a corrupção no país. A manifestação começa na Praça Jarbas de Lery Santos, no Bairro São Mateus, e a previsão é que siga pelas ruas da região central da cidade.

De acordo com o presidente nacional do Movimento Muda Brasil, Nelson Flávio Firmino, há1 mil pessoas na praça. A Polícia Militar, que acompanha o ato, informou que irá divulgar o número apenas ao final.

“Por causa das denúncias mais recentes, a indignação popular ficou maior e isso incentiva as pessoas a saírem de casa e ir para as ruas. Será uma manifestação pacífica dentro da nossa bandeira contra a corrupção e pela responsabilização da presidente Dilma e do Lula pelos crimes que são acusados”, comentou Nelson Firmino.
Dona de casa protesta contra governo Dilma
(Foto: Roberta Oliveira/G1)

Os participantes, vestidos de verde e amarelo, estão com cartazes e faixas com dizeres contra a presidente Dilma e o ex-presidente Lula e cantaram o hino nacional. “Nosso movimento é apartidário, isento de bandeira política. Nossa bandeira é o Brasil. Nenhum partido está ligado à organização. Se eles forem, é por conta deles, porque a manifestação é pública”, destacou.

Para a dona de casa Regina Cabral Silva, a presidente Dilma roubou a esperança da população. "Estou aqui para ver se dá um basta. O povo já não aguenta mais. Eu queria que tirasse a Dilma e colocasse gente nova. Nós temos que tentar recuperar essa esperança", afirmou.

Os participantes devem sair em passeata depois das 10h, percorrendo as avenidas Presidente Itamar Franco e Rio Branco até o Parque Halfeld, onde segundo os organizadores, algumas lideranças de movimentos e grupos participantes farão discursos.

A expectativa é de que a manifestação seja encerrada por volta das 12h, como foi acordado nos ofícios encaminhados à Prefeitura e à Polícia Militar.

Manifestantes saem em passeata em direção ao Parque Halfeld 
(Foto: Roberta Oliveira/G1)

Coreografia da música Seja Patriota

NÃO IMPORTA O NÚMERO DE MANIFESTANTES, É HOJE O DIA? OU NÃO?


Charge do Marco Aurélio, reprodução da Zero Hora

Dora Kramer
Estadão

Já começo pedindo licença para nadar contra a corrente. Seja qual for a quantidade de gente que vá às ruas hoje protestar contra governo e o PT, não são os protestos o fator determinante para os destinos da presidente Dilma Rousseff e seu partido. Não se trata de excluir as manifestações do rol desses fatores, mas de ponderar que o peso é relativo.

De 2013 para cá, sempre que ocorreram protestos houve também a expectativa de que “as ruas” comandassem o rumo dos acontecimentos. O fato de a sociedade se manifestar pesou. Deu vozes e rostos à crescente insatisfação popular captada pelas pesquisas de opinião. Mas o tamanho ou a intensidade dos atos não foi o que determinou o desenrolar dos acontecimentos nesse período.

O último deles, por exemplo, realizado em dezembro do ano passado, teve uma participação aquém das expectativas dos organizadores a despeito de já contarem com a adesão dos políticos e partidos de oposição. Interpretou-se, na ocasião, que a adesão menor que das anteriores significava um alento para o governo e sinalizava a perda de força da possibilidade de impeachment.

A SITUAÇÃO SE DETERIOROU

Depois disso o que se viu foi uma verdadeira derrocada nas condições objetivas de sustentação do governo, pautada pelo avanço das investigações do Ministério Público, ações da Polícia Federal e decisões do Poder Judiciário. Nesse meio tempo, entre dezembro e março, não houve protestos de rua e o processo do impeachment esteve paralisado no Congresso por determinação do STF. No entanto, a situação se deteriorou.

E pelo andar da carruagem continuará nesse ritmo de ladeira abaixo independentemente da vontade de quem quer que seja: detratores ou defensores do governo. O processo agora é completamente diferente daquele que levou à queda de Fernando Collor, de cunho eminentemente político e, portanto, dependente do respaldo da sociedade. Ainda que por hipótese absurda ninguém aderisse às manifestações convocadas para hoje, o Planalto nem de longe poderia sentir-se aliviado.

As ruas, cumpre reiterar, são importantes. Mas hoje determinantes são as delações premiadas dos representantes de empreiteiras, o curso da Lava Jato de um lado e, de outro, as investigações que envolvem Lula da Silva, bem como as decisões que vier a tomar o ministro Teori Zavascki no Supremo. Seja em relação a determinações judiciais de primeira instância ou aos detentores de foro especial, dito privilegiado.

GOLPES DE MÃO

Qualquer tentativa de mudar o regime de governo de presidencialista para parlamentarista como solução para a atual crise é casuísmo. Golpe de mão. Só há saída decente na lei em vigor: renúncia, impeachment ou cassação da chapa por abuso de poder econômico na campanha eleitoral.

Vale lembrar as excelências adeptas dessa via meia-sola, a existência de uma decisão a respeito do assunto datada de 1993 e tomada em plebiscito popular que optou pelo presidencialismo. Fora de qualquer contexto razoável meia dúzia de parlamentares revogar posição assentada por milhões de cidadãos. Se for o caso de propor uma mudança de regime para melhorar o sistema, que se faça direito, com rito e tempo previstos.

Desse critério de legalidade estrita foge a excêntrica ideia de nomear Lula para um ministério com a finalidade de matar dois coelhos de uma vez: protegê-lo das decisões judiciais de primeira instância e abrir espaço para que ele assuma uma ofensiva governamental de recuperação. Em outras palavras, tomar a frente do governo deixando a presidente em papel decorativo.

Um autêntico golpe de mão no mandato de Dilma.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente artigo de Dora Kramer. Em São Paulo, que é a praça principal, tem chovido muito nos últimos dias, ocasionando enchentes, deslizamentos e tragédias. No Rio de Janeiro, também choveu forte, somente agora deu uma parada. Para garantir o sucesso desse tipo de evento, é preciso combinar antes com São Pedro e com o Cacique Cobra Coral. (C.N.)

http://www.tribunadainternet.com.br/nao-importa-o-numero-de-manifestantes-e-hoje-o-dia-ou-nao/

Após 4 meses da tragédia, ainda há lama sendo despejada no Rio Doce

12/03/2016 20h43 - Atualizado em 12/03/2016 20h57

Do G1 MG com informações do Jornal Nacional

Vazamento de lama da Samarco ainda continua 
(Reprodução/TV Globo/Arquivo)

Quatro meses depois do rompimento da barragem de Fundão, da Mineradora Samarco, que destruiu distritos e afetou mais de 30 cidades ao longo do Rio Doce, ainda há lama sendo despejada na região.

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem colhido amostras pra avaliar a turbidez que indica a presença de partículas em suspensão na água. A última análise é do dia 25 de fevereiro.


O Rio Piranga, que junto com o Rio do Carmo formam o Rio Doce, não recebeu rejeitos de minério. O índice está dentro do limite considerado normal. Mas no Rio do Carmo, a turbidez chega a ser 23 vezes maior do que o padrão recomendado.

Nos rios mais próximos da barragem que se rompeu e que passam pelos vilarejos destruídos pela lama, os moradores ainda não sabem quando a água vai voltar a ser como era antes da tragédia.

“Tem dia que a cor dele tá meio assim, marrom. Mas o dia que tem lama, ele fica barrento mesmo”, disse Heloísa Carneiro, moradora de Gesteira, distrito de Barra Longa, uma das cidades mais afetadas pela tragédia.

De acordo com o ibama, ainda há lama sendo lançada nos rios pelo vertedouro da barragem de Santarém, atingida pelo rompimento de Fundão.

“É evidente que o pior dano já se materializou. É impossível admitirmos que quatro meses depois do rompimento a lama continue a ser levada à nossa bacia do rio doce de uma maneira a incrementar o dano já materializado. Tem que ser dada uma solução mesmo que a Samarco diga quanto tempo vai levar pra fazer isso, mas é preciso apontar os caminhos e garantir que haverá interrupção desse lançamento”, disse o promotor de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público, Carlos Eduardo Ferreira Pinto.

A Samarco afirmou que está plantando gramíneas pra conter os rejeitos nas margens dos rios e que construiu três diques logo abaixo das barragens. Eles são uma espécie de barreira para segurar a lama. Mas não conseguem impedir a passagem de todos os resíduos.

“O material mais denso, mais pesado, está contido. O que tá saindo, o que tá vertendo, o que tá saindo é o material mais fino, partículas menores, que é mais difícil você conter. É o que nós chamamos material coloidal, fica praticamente coloidal, é o que dá a coloração à cor da água e dificulta a penetração da luz solar”, disse a analista ambiental do Ibama, Ubaldina Maria da costa Isaac.

A lama aumenta a turbidez da água, que impede a passagem de luz e a recuperação da vida nos rios.

A Samarco disse que monitora diariamente a Bacia do Rio Doce e, que a qualidade da água vai melhorar com o fim do período chuvoso porque o volume de resíduos tóxicos que escapa das barragens também vai diminuir.

Mulher é salva em Monte Sião por Policial Militar

Autor: Da redação
Incluída em: 2016-03-1323:30


Na tarde de sábado (12) a Polícia Militar recebeu a informação de que uma mulher se encontrava debaixo de uma ponte no bairro São Simão e estaria querendo se matar.

Um funcionário civil da Polícia Militar que havia acabado de sair do seu serviço no quartel policial se deslocou imediatamente ao local e tentou um diálogo com a senhora obtendo êxito em identifica-la e distraí-la até a chegada do apoio policial.

Um morador das proximidades juntamente com o funcionário civil desceram até a beira do rio que apresentava forte correnteza, bem como tinha certa profundidade e a senhora bastante nervosa e apresentando sintomas de distúrbio psicológico, dizia que queria se matar.

Com a chegada da Polícia Militar ao local e com ajuda de cordas, o Polícia Militar Cb Givanildo desceu até o córrego e dialogando bastante com a senhora, conseguiu ganhar a confiança da mesma que dizia que queria se matar e que não sabia nadar e estava sobre as pedras ali existentes.

O policial militar, ganhando a confiança da senhora, entrou no rio e conseguiu se aproximar da mesma e a convencer a sair do local que tinha água a cima da cintura.

Com a ajuda do policial militar a mulher saiu da área de risco e subiu um morro de aproximadamente 6 metros de altura com o auxilio de cordas, do funcionário civil e de populares e desistiu de sua empreitada sendo encaminhada por uma equipe do Pronto Atendimento Municipal ao HPS onde recebeu os cuidados médicos. 

No HPS a Polícia Militar foi informada que a senhora ficaria em observação e que esta seria a terceira vez que a senhora estava tentando contra a sua vida.

http://www.tonogiro.com.br/noticia.php

Hoje é o dia! Sociedade civil e políticos juntos para pôr fim a um governo que já acabou

Por: Reinaldo Azevedo 13/03/2016 às 7:11

Políticos comparecerão neste domingo aos protestos em favor do impeachment de Dilma Rousseff. Já não era sem tempo. Seu lugar é mesmo a rua, a exemplo de outras mobilizações cívicas havidas no país.

Muitos deles estarão, com certeza, no carro de som do MBL (Movimento Brasil Livre). Até a noite de sexta — e não sei se houve depois outra deliberação —, o Vem Pra Rua ainda não sabia se também abriria seus microfones. Espero que sim.

Faz sentido que as coisas se deem desse modo? Bem, podemos apelar ao princípio ou à história. Começo por esta.

Políticos estiveram na linha de frente de duas grandes mobilizações cívicas havidas no país, ainda que estas contassem com apoio da sociedade civil: o Movimento das Diretas Já, em 1983-1984, e a campanha em favor do impeachment de Fernando Collor, em 1992.

O primeiro foi politicamente bem-sucedido, sim, mas não conquistou o número de votos necessário na Câmara; o segundo saiu vitorioso. Não ocorreu a ninguém “dispensar a ajuda dos políticos porque não os consideramos muito sérios”. Isso e uma tolice!

Uma das coisas boas de envelhecer é ter memória — para quem a conserva ao menos. O deputado que deu o voto que fez o placar chegar ao mínimo necessário para acatar a denúncia contra Collor na Câmara se chamava Onaireves (“Severiano ao contrário”) Moura.

Ele era da tropa de choque de Collor e chegou a organizar um jantar em defesa do então presidente. Na hora h, votou contra o seu chefe. O seu próprio mandato foi cassado mais tarde, acusado de comprar adesões para o seu partido então, o PSD (era outro, não o de hoje). Quem for procurar a sua biografia na Internet não vai confundi-lo, certamente, com uma vestal.

Em 1984, Franco Montoro, então governador de São Paulo pelo PMDB, liberou as catracas do metrô para os comícios da Sé e da Anhangabaú, muito menores, é bom destacar, do que as três principais manifestações em favor do impeachment havidas no ano passado. Os palanques das diretas estavam coalhados de… políticos!

Diferenças
Sim, há diferenças fundamentais entre aquelas mobilizações e estas de agora. E tais diferenças contam a favor dos protestos de hoje. Estes, de fato, não são liderados por partidos e políticos, a exemplo dos havidos em favor das Diretas e contra Collor.

Quem definiu a data e agenda dos protestos no ano passado e agora foram grupos organizados da sociedade civil, como o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua. Partidos de oposição e políticos dissidentes da base se juntaram a essa turma, que continua na vanguarda na mobilização.

Ora, é claro que acho essa autonomia em relação aos partidos positiva. E é evidente que isso expressa um novo momento da sociedade brasileira e, em certa medida, de todo o mundo democrático (e até nem tão democrático assim): a mobilização se dá fora dos partidos e do establishment.

A esquerda, aliás, finge já ter chegado aí, com MST, MTST, Coletivo Disso e Daquilo… Ocorre que os esquerdistas são hipócritas: João Pedro Stedile e Guilherme Boulos não passam de esbirros do PT. Outros grupamentos estão ligados a legendas de extrema esquerda.

O MBL e o Vem Pra Rua não têm mesmo vínculo partidário nenhum, o que não quer dizer que não possam — E DEVAM!!! — trabalhar com partidos de oposição e com dissidentes. Por mais que os movimentos oxigenem, e assim é, a vida partidária, as legendas seguirão sendo o formato institucional da representação política.

Ainda que as sociedades contemporâneas tenham de aprender a conviver com mobilizações permanentes, sempre chegará a hora de implementar uma política que represente a média possível dos anseios. E isso se dá por intermédio dos partidos. A alternativa é vivermos no inferno de milícias organizadas que se impõem pelo berro. Até Marina Silva, que não apoia os atos em favor do impeachment, organiza um partido, não um coral de sapos e pererecas.

Políticos, sim!
Ora, políticos, sim! Qual foi a principal figura da mobilização em favor do impeachment de Collor? Respondo: Luiz Inácio Lula da Silva. Ou não era político o homem que concorreria ainda mais quatro vezes à Presidência? Hoje, o PT se abespinha se Aécio Neves, derrotado por Dilma em 2014, sobe no carro de som. Venham cá: o Lula de 1992 não tinha sido derrotado por Collor em 1989?

Para que o impeachment aconteça, é preciso ter o voto dos políticos: 342 deputados e 54 senadores. Para tanto, é preciso que eles sintam, como sentiram em 1984 e em 1992, a temperatura das ruas.

Só querem as vestais?
Uns cretinos aqui e ali questionam se o político A, B ou C têm biografia impoluta para defender o impeachment de Dilma. Que curioso! Nunca ninguém quis saber o passado daqueles que, a exemplo de Onaireves, mudaram de lado e ajudaram a depor Collor. A vida pregressa dos votantes não mudou a qualidade do fato histórico. Collor caiu, e o Brasil melhorou brutalmente.

Que cada político, incluindo os que eventualmente subirem neste domingo nos caminhões de som para falar em favor do impeachment, responda por seus atos.

Até parece que aceitar a participação deste ou daquele implica lhes dar um salvo-conduto ou perdoá-los por eventuais malfeitos já descobertos ou por descobrir. Isso é tolice se não for má-fé, a mesma já tentada outras vezes quando tentaram fazer do impeachment obra de Eduardo Cunha (PMDB) porque, afinal, na condição de presidente da Câmara, coube a ele, não a outro, receber a denúncia.

Na democracia representativa, políticos são o veículo da vontade da sociedade. São o canal para que a voz das ruas chegue à Câmara e ao Senado. Se deputados e senadores, independentemente de sua biografia, resolvem responder a esse anseio, têm de ser aplaudidos por esse particular. Se pegos numa falcatrua, têm de ser cassados, ainda que os tenhamos aplaudido antes por terem correspondido a uma vontade quase geral.

A história não é assim tão plana. Em 1992, ao receber a denúncia contra Collor, o então presidente da Casa, Ibsen Pinheiro, afirmou: “Esta Casa quer o que o povo quer”. Dois anos depois, o próprio Ibsen foi cassado — nem vou entrar no mérito da coisa porque não é o propósito deste texto; lembro que ele foi inocentado pelo STF da acusação de sonegação fiscal —, acusado de envolvimento com a máfia dos anões do Orçamento.

Vocês acreditam que não houve um só esquerdista para dizer: “Pô, o cara que recebeu a denúncia contra Collor foi cassado…”. Mas, agora, vomitam ignomínias porque foi Cunha quem recebeu a denúncia contra Dilma.

Cumpre não cair nessas armadilhas da esquerda. Elas têm como tarefa defender os seus bandidos. Nós não temos bandidos a acalentar. Que cada um, parlamentar ou não, pague pelo que fez.

Nós precisamos de deputados e senadores para votar a favor do Brasil.

Nós precisamos de deputados e senadores para pôr um ponto final legal num governo que acabou de fato.

Nós precisamos de deputados e senadores para abreviar uma gestão que pode conduzir o país ao caos.

É simples assim.

Que falem as ruas!

Texto publicado originalmente às 5h56

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/hoje-e-o-dia-sociedade-civil-e-politicos-juntos-para-por-fim-a-um-governo-que-ja-acabou/

sábado, 12 de março de 2016

MP protocola denúncia contra cinco envolvidos no caso 'Goldoni'

11/03/2016 17h09 - Atualizado em 11/03/2016 17h09

Do G1 Zona da Mata


Corpo de Matheus Goldoni foi encontrado em mata próximo a casa de shows (Foto: Reprodução/Facebook)

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) protocolou denúncia na Vara do Tribunal do Júri de Juiz de Fora, nesta sexta-feira (11), contra cinco suspeitos de envolvimento na morte de Matheus Goldoni. O texto levou em conta o inquérito da Polícia Civil e o próximo passo é o recebimento ou não da denúncia por parte do juiz.

O jovem de 18 anos desapareceu em novembro de 2014 após sair de uma festa na casa noturna Privilège. Três dias depois, o corpo dele foi encontrado em uma mata no Bairro Vale do Ipê. Ao final do inquérito, cinco pessoas foram indiciadas: uma por falso testemunho e quatro por homicídio duplamente qualificado. A maioria participou da reconstituição do crime, que aconteceu em duas fases e terminou em janeiro deste ano.

O Privilège enviou nota ao G1 em que afirma que “ainda não teve acesso ao documento e, portanto, não vai se pronunciar até que tenha condição de conhecer e analisar o seu conteúdo”, conforme o texto.

O G1 teve acesso ao documento, assinado pelo promotor Juvenal Martins Folly nessa quinta-feira (10), que cita um gerente operacional da boate, dois seguranças, um ex-funcionário e um flanelinha. Todos trabalhavam nas redondezas na noite em que Goldoni morreu.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) afirmou ao G1 que até a tarde desta sexta ainda não tinha recebido o documento, mas que assim que o fizer, o juiz responsável decidirá se aceita ou não o requerimento ministerial. Se aceitar, o processo será instruído e sentenciado. Ainda não há prazo para o trâmite.

Corpo foi encontrado três dias após morte pelos Bombeiros 
(Foto: Reprodução/ TV Integração)

Caso já dura 15 meses
A Polícia Civil trabalhou por um ano e dois meses na investigação do caso. Foram ouvidas mais de 48 testemunhas. Entre as versões, estava a de que Matheus e outra pessoa teriam brigado e sido colocados para fora da boate.

Durante as investigações, um ex-segurança da casa noturna, que fazia um lanche na Avenida Engenheiro Gentil Forn no momento da confusão, afirmou ter dado carona de motocicleta a um dos seguranças, que tentava alcançar o jovem. Ainda segundo o depoimento do ex-segurança, os dois não conseguiram localizar Matheus.

Ainda em novembro, o delegado já tinha divulgado o resultado final do laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), que confirmou que Matheus Goldoni morreu por afogamento causado por asfixia. O exame também apontou a existência de duas lesões internas no peito do jovem, causadas por instrumento contundente não perfurante, como soco, chute e paulada, ou devido à queda.
Reconstituição da morte de Goldoni foi realizada em duas fases pela Polícia Civil (Foto: Ramon Chaia/G1)

Em abril de 2015, outro laudo foi apresentado descartando a ingestão de álcool ou drogas pelo jovem no dia em que sumiu da boate, o que reforçou a hipótese de assassinato e afastou a de que tivesse acontecido um acidente.

Em julho, um flanelinha foi indiciado por falso testemunho. Duas testemunhas reconheceram o rapaz e disseram que ele estava próximo ao local do crime, mas por meses afirmou o contrário.

No dia 21 de setembro, Rolli concluiu o inquérito e indiciou outras quatro pessoas por homicídio duplamente qualificado: dois seguranças da casa noturna em que Matheus estava, um gerente operacional e o ex-segurança que deu carona ao colega.

No início de outubro, o Ministério Público (MP) recebeu o inquérito e o devolveu solicitando a reconstituição, que foi realizada em duas fases, entre novembro de 2015 e janeiro de 2016.

Assuma a responsabilidade (mesmo sem ter culpa)

POR 28 ABR. 2015

Assuma a responsabilidade (mesmo sem ter culpa)

Se as coisas não estão saindo como você planejou, identifique seus erros e não demore para corrigi-los. Não perca tempo se lamentando ou tentando achar os supostos culpados. Simplesmente aja e assuma que, ainda que você não tenha culpa, será, como sempre, responsável por 100% de tudo que acontece em sua vida.

Não confunda culpa com responsabilidade. Nem sempre você é culpado, mas sempre será responsável. Pensar assim pode ser duro, mas, em contrapartida, vai lhe dar a chancela para ser o único responsável por virar o jogo. Ou seja, quando você terceiriza sua responsabilidade, junto com ela, terceiriza seu protagonismo, assumindo o tão comum e corriqueiro papel de vítima. Cair nessa armadilha maldita do coitadismo e vitimismo também significa terceirizar sua dignidade e capacidade de reagir.

Sem reação, sua vida não sairá do lugar bem diante de seus olhos, enquanto você só terá tempo para se convencer de que a vida é injusta. Reaja e supere as injustiças, assumindo o leme de sua vida, começando bem pequenininho, mas sonhando grande e crescendo aos poucos até chegar aonde você deseja. Planejamento, paciência, disciplina e determinação. Desculpe, mas não existem atalhos.

Nada é fácil, mas tudo é possível. Possível apenas para uma minoria que assume sua responsabilidade. Impossível para a grande multidão que decidiu terceirizar sua responsabilidade e, com isso, abandonou sua chance de conquistar o sucesso e a realização.

Assuma sua responsabilidade, pare de se esconder e mãos à obra, porque a verdade é que lutar por nossos sonhos dá muito trabalho. E, cá para nós, trabalhar duro não é bem a especialidade e tampouco a preferência de muitos…

http://geracaodevalor.com/blog/assuma-responsabilidade-mesmo-sem-ter-culpa/

MORO MANDA APREENDER BENS VALIOSOS QUE LULA FURTOU DO PLANALTO


Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)

Carlos Newton

O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, intimou na sexta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma busca e apreensão de bens depositados no cofre de uma agência do Banco do Brasil. Reportagem de Leandro Colon e Aguirre Talento, na Folha de S. Paulo, revela que a busca foi autorizada pelo juiz na terça-feira (8) a pedido do Ministério Público Federal, depois que um documento apreendido na casa de Lula mostrou que 23 “caixas lacradas” estavam guardadas numa agência do BB na Rua Libero Badaró, em São Paulo. Há 132 objetos classificados como jóias ou obras de arte.

Os responsáveis pela guarda do material no cofre bancário, de acordo com os autos, são a mulher de Lula, Marisa Letícia, e o filho Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha “Fenômeno”. Na decisão que autorizou o recolhimento do material, o juiz pede que sejam coletadas informações sobre quem pagou pelo armazenamento e como isso foi feito.

No despacho de busca e apreensão no Banco do Brasil, Moro destaca que parte da mudança do ex-presidente, de Brasília para São Paulo, estava depositada com terceiros e a OAS, empreiteira investigada pela Lava Jato, foi uma das responsáveis por custear esse armazenamento. De acordo com as investigações, a OAS pagou R$ 1,3 milhão para guardar parte do acervo de Lula na empresa Granero, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016.

Tanto a decisão de terça-feira, que deu aval à busca, quanto a de sexta-feira, que pede que Lula seja intimado sobre essa operação, não informam do que se trata esse material guardado na agência bancária. Moro deu cinco dias para o ex-presidente atender a um pedido do Ministério Público Federal sobre o caso – o magistrado, porém, não revela o teor dessa solicitação.

“Não cabe, nessa fase, qualquer conclusão deste juízo acerca do resultado da busca”, diz o juiz, no despacho da operação da força-tarefa da Lava Jato.

MUDANÇA DE LULA

Em tradução simultânea, podemos informar que se trata de alguns dos mais valiosos bens que a família Lula da Silva desviou do patrimônio da União, em flagrante de apropriação indébita. Durante os oito anos de governo, o então presidente da República recebeu em encontros diplomáticos grande número de presentes ofertados por chefes de Estado e mandatários estrangeiros, incluindo valiosíssimas peças de joalheria, fabricadas em metais preciosos e incrustadas com diamantes, safiras, opalas, esmeraldas e outras gemas. Ao deixar o governo, Lula resolveu que estes bens pertenciam a ele, levando tudo para São Paulo.

Esses bens pertencem à União, na forma da lei, mas Lula e sua mulher resolveram se apropriar deles e os incluíram na mudança de Brasília para São Paulo, que foi feita em onze caminhões da Granero, conforme foi fartamente noticiado à época, inclusive pela Tribuna da Internet, que liderou uma campanha para denunciar os crimes de apropriação indébita cometidos por Lula e dona Marisa, que levaram para São Paulo inclusive peças de decoração da Presidência, algumas lá existentes desde a criação de Brasília, no governo de Juscelino Kubitschek. Até a cama do Palácio da Alvorada a família Lula da Silva levou, porque dona Marisa se acostumou a dormir nela. Como dizia o genial Aparicio Torelly, o Barão de Itararé, era só o que faltava.

http://www.tribunadainternet.com.br/moro-manda-apreender-bens-valiosos-que-lula-furtou-do-planalto/