sábado, 12 de março de 2016

MP protocola denúncia contra cinco envolvidos no caso 'Goldoni'

11/03/2016 17h09 - Atualizado em 11/03/2016 17h09

Do G1 Zona da Mata


Corpo de Matheus Goldoni foi encontrado em mata próximo a casa de shows (Foto: Reprodução/Facebook)

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) protocolou denúncia na Vara do Tribunal do Júri de Juiz de Fora, nesta sexta-feira (11), contra cinco suspeitos de envolvimento na morte de Matheus Goldoni. O texto levou em conta o inquérito da Polícia Civil e o próximo passo é o recebimento ou não da denúncia por parte do juiz.

O jovem de 18 anos desapareceu em novembro de 2014 após sair de uma festa na casa noturna Privilège. Três dias depois, o corpo dele foi encontrado em uma mata no Bairro Vale do Ipê. Ao final do inquérito, cinco pessoas foram indiciadas: uma por falso testemunho e quatro por homicídio duplamente qualificado. A maioria participou da reconstituição do crime, que aconteceu em duas fases e terminou em janeiro deste ano.

O Privilège enviou nota ao G1 em que afirma que “ainda não teve acesso ao documento e, portanto, não vai se pronunciar até que tenha condição de conhecer e analisar o seu conteúdo”, conforme o texto.

O G1 teve acesso ao documento, assinado pelo promotor Juvenal Martins Folly nessa quinta-feira (10), que cita um gerente operacional da boate, dois seguranças, um ex-funcionário e um flanelinha. Todos trabalhavam nas redondezas na noite em que Goldoni morreu.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) afirmou ao G1 que até a tarde desta sexta ainda não tinha recebido o documento, mas que assim que o fizer, o juiz responsável decidirá se aceita ou não o requerimento ministerial. Se aceitar, o processo será instruído e sentenciado. Ainda não há prazo para o trâmite.

Corpo foi encontrado três dias após morte pelos Bombeiros 
(Foto: Reprodução/ TV Integração)

Caso já dura 15 meses
A Polícia Civil trabalhou por um ano e dois meses na investigação do caso. Foram ouvidas mais de 48 testemunhas. Entre as versões, estava a de que Matheus e outra pessoa teriam brigado e sido colocados para fora da boate.

Durante as investigações, um ex-segurança da casa noturna, que fazia um lanche na Avenida Engenheiro Gentil Forn no momento da confusão, afirmou ter dado carona de motocicleta a um dos seguranças, que tentava alcançar o jovem. Ainda segundo o depoimento do ex-segurança, os dois não conseguiram localizar Matheus.

Ainda em novembro, o delegado já tinha divulgado o resultado final do laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML), que confirmou que Matheus Goldoni morreu por afogamento causado por asfixia. O exame também apontou a existência de duas lesões internas no peito do jovem, causadas por instrumento contundente não perfurante, como soco, chute e paulada, ou devido à queda.
Reconstituição da morte de Goldoni foi realizada em duas fases pela Polícia Civil (Foto: Ramon Chaia/G1)

Em abril de 2015, outro laudo foi apresentado descartando a ingestão de álcool ou drogas pelo jovem no dia em que sumiu da boate, o que reforçou a hipótese de assassinato e afastou a de que tivesse acontecido um acidente.

Em julho, um flanelinha foi indiciado por falso testemunho. Duas testemunhas reconheceram o rapaz e disseram que ele estava próximo ao local do crime, mas por meses afirmou o contrário.

No dia 21 de setembro, Rolli concluiu o inquérito e indiciou outras quatro pessoas por homicídio duplamente qualificado: dois seguranças da casa noturna em que Matheus estava, um gerente operacional e o ex-segurança que deu carona ao colega.

No início de outubro, o Ministério Público (MP) recebeu o inquérito e o devolveu solicitando a reconstituição, que foi realizada em duas fases, entre novembro de 2015 e janeiro de 2016.

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