Por G1 SP
06/09/2019 09h12
Entenda o porquê da paralisação dos motoristas de ônibus de SP
Motoristas e cobradores de ônibus fazem desde o início da tarde de quinta-feira (5) uma paralisação parcial do transporte coletivo em São Paulo. A categoria reivindica, entre outras coisas, manutenção do número de ônibus em circulação e dos postos de trabalho. A Prefeitura, por sua vez, quer remodelar o sistema reduzindo a frota, tirando linhas sobrepostas ou com pouca circulação e pensa até em introduzir ônibus sem cobrador. Veja pontos do impasse:
Licitação
Passageiros pegar ônibus no Terminal Grajaú — Foto: TV Globo/Reprodução
A paralisação de motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo é uma das consequências do impasse na reformulação do sistema de transporte público da cidade. Desde 2013 o sistema funciona com contratos emergenciais. Uma nova licitação foi feita, mas está barrada na Justiça, que considerou inconstitucional o artigo que ampliava para 20 anos o prazo contratual das concessões do transporte coletivo. As empresas que ganharam a licitação são as mesmas que já operam na cidade.
Pela novo edital, a frota deve ser reduzida e os ônibus passarão a funcionar em três subsistemas. Cada subsistema depende do percurso atendido pelas linhas.
O subsistema estrutural vai rodar por corredores e vias de grande movimento. O subsistema regional vai ser a categoria que engloba os ônibus que fazem a ligação entre bairros. O sistema distribuição vai ser o responsável por conectar os bairros a terminais e estações de trem e metrô.
Menos ônibus
A Prefeitura quer reduzir a frota. Dados da SPTrans compilados pela TV Globo mostram que a circulação de ônibus em São Paulo caiu nos últimos meses. Em maio, eram 14.318 veículos. No início de setembro, o número caiu para 13.711. Segundo o Sindmotoristas, até o final do ano podem ser 1.500 a menos.
O prefeito Bruno Covas (PSDB) disse nesta quinta-feira que "o sistema de transporte vai ser reorganizado para que a gente possa dar mais agilidade". "A gente não mede a qualidade do sistema pela quantidade de ônibus, mas pela rapidez que ele leva o trabalhador até o trabalho. Não dá para comparar o novo sistema com o antigo porque ele vai ser redesenhado na cidade de São Paulo", explicou.
Protesto de ônibus nesta sexta-feira no Centro de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo
Pagamento do PLR
Os trabalhadores reclamam ainda do atraso do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que estava previsto para a quinta-feira (5). As empresas de ônibus dizem que não têm dinheiro para pagar o benefício e propuseram quitar o valor parceladamente até março de 2020. A Prefeitura se propôs a antecipar verba para que o PLR seja pago.
Menos cobradores
Cobrador de ônibus em SP — Foto: Reprodução/TV Globo
A Prefeitura de São Paulo estuda a implantação de ônibus sem cobrador a partir de setembro. A informação constava em uma carta circular emitida pela empresa responsável pelos coletivos da cidade, a São Paulo Transporte (SPTrans) conforme o G1 noticiou em junho.
A medida foi suspensa no final de julho após pressão do sindicato dos trabalhadores, que temia a demissão de muitos cobradores. O prefeito Bruno Covas explicou que existe uma orientação para que as empresas não façam novas contratações e que elas reaproveitem os funcionários.