sábado, 8 de abril de 2017

Na reforma da Previdência, nenhuma palavra sobre a sonegação trilionária

Charge sem autoria, reproduzida do Arquivo Google

Pedro do Coutto

Este aspecto merece ser analisado no momento em que o governo Temer recuou em alguns pontos do projeto original, mas nem por isso focalizou a questão da sonegação de parte de empresários para com o INSS, tampouco se referiu ao montante dos débitos existentes que decorreram da falta de compromisso de milhares de empregadores para com a seguridade social do país. Já se falou inclusive que essas dívidas não cobradas ou incobráveis elevam-se ao montante de 1 trilhão e 800 bilhões de reais. A importância significa dois orçamentos anuais do INSS.

A matéria sobre a reforma da Previdência, assinada por Eliane Oliveira, Geralda Doca, Martha Beck e Eduardo Barreto, em O Globo, edição de sexta-feira. focaliza amplamente o assunto, não se notando nenhuma referência por parte do governo ao combate da sonegação.

REGRAS DE TRANSIÇÃO – O relator da matéria na Câmara, deputado Arthur Maia, enumerou várias modificações no projeto original do governo, entre as quais regras de transição. Uma das mudanças refere-se à desvinculação dos vencimentos dos aposentados e pensionistas do salário mínimo, mas não de seu reajuste anual com base no índice inflacionário revelado pelo IBGE. Este fato não produzirá alteração no cálculo. Isso porque o salário mínimo, pela lei atual, é atualizado com base na inflação do ano anterior mais a evolução do PIB. Como o PIB não tem evoluído, o cálculo tem que se basear somente na taxa inflacionária registrada. Uma perda de tempo discutir esse ângulo da questão.

O recuo do governo referiu-se a situação dos professores e policiais principalmente regidos por leis especiais, como também os médicos e enfermeiros. Mas a questão não é essa.

O deputado Arthur Maia, numa entrevista ao canal GloboNews, afirmou que sua proposta é estabelecer o teto de 5.500 reais por mês para todos. Este teto hoje é apenas o do INSS para os regidos pela CLT. Arthur Maia deve estar julgando que tal restrição poderá equilibrar as contas da Previdência Social. Porém ele esquece a legislação relativa aos fundos de pensão das estatais, que asseguram a complementação para os aposentados de acordo com sua remuneração integral.

Assim, quanto menor for o teto do INSS, maior será a parcela de complementação mensal a ser desembolsada pelos fundos, que na realidade são também os maiores aplicadores no mercado de ações, em busca de uma rentabilidade capaz de assegurar seus compromissos.

ASSUNTO COMPLEXO – A reforma da Previdência é uma matéria extremamente complexa e não adianta analisá-la somente pelo lado do pagamento de aposentadorias e pensões. É preciso levar em conta suas fontes de receita. O combate a sonegação é capaz de proporcionar o equilíbrio desejado entre receita e despesa. Basta que o governo modernize seu sistema de fiscalização.

Situação semelhante encontra-se no FGTS uma vez que muitos empregadores deixam de recolhê-lo à Caixa Econômica Federal. O dever de fiscalizar cabe ao poder público, não Às pessoas.

Merece também atenção a questão das aposentadorias rurais. Tais despesas deveriam caber diretamente ao governo e não às contas do INSS. Afinal de contas o governo é responsável pelo fato de a legislação do trabalho não chegar totalmente às áreas rurais.
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Os encontros e despedidas de Milton Nascimento e Fernando Brant

Brant e Milton, amigos desde sempre

Paulo Peres
Site Poemas & Canções

O advogado, compositor e poeta mineiro Fernando Rocha Brant (1946-2015), na letra de “Encontro e Despedidas”, retrata o que sempre representou uma estação de trem, diariamente, na vida de uma cidadezinha do interior. A música deu título ao LP gravado por Milton Nascimento, em 1985, pela Barclay/PolyGram.

ENCONTROS E DESPEDIDAS
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai querer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim chegar e partir
São dois lados da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar
É a vida desse meu lugar, é a vida

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Justiça decreta interdição de três unidades prisionais de Juiz de Fora

07/04/2017 17h40 - Atualizado em 07/04/2017 21h00

Do G1 Zona da Mata

Ceresp em Juiz de Fora já recebeu detentos de outra região 
(Foto: Reprodução/TV Integração)

A Justiça decretou nesta sexta-feira (7) a interdição administrativa das penitenciárias Professor Ariosvaldo de Campos Pires, José Edson Cavaliere e do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), todos em Juiz de Fora. Na quinta-feira (6), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) havia pedido a interdição, alegando superlotação nas unidades, inclusive por causa das transferências de comarcas que estão sendo fechadas na região.

O G1 entrou em contato com Secretaria de Administração Prisional (Seap) que informou que ainda não foi notificada da decisão.

A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) limita a ocupação do Ceresp a 664 presos, preferencialmente provisórios ou esperando vagas em outras unidades prisionais da comarca. Nas penitenciárias José Edson Cavaliere e Professor Ariosvaldo de Campos Pires, o limite ficou estipulado em 480 e 662 detentos, respectivamente. Todos os outros presos terão que ser transferidos para outros presídios do estado em até 390 dias.

Na Penitenciária Professor Ariosvaldo de Campos Pires, há uma peculiaridade. No local, poderão haver 594 homens e 68 mulheres e, no caso das detentas que já estão no local, a Justiça determinou, em caráter emergencial, que elas saiam do regime semiaberto em exercício de trabalho externo e passem a cumprir suas penas em regime domiciliar.

A decisão dos juízes Evaldo Elias Penna Gavazza e Daniel Reche da Motta proibiu a transferência de presos de outras comarcas para o complexo de Juiz de Fora a partir desta sexta.

Detentos de Carandaí durante transferência para outras cidades 
(Foto: Anderson Silva/G1)

MPMG pediu interdição
Na quinta, o Ministério Público tinha pedido a interdição das unidades. A alegação da promotora de Justiça, Sandra Totte, foi de que, além da superlotação, as prisões não apresentam condições básicas de higiene, iluminação, ventilação e segurança. “Longe de ser alcançada a almejada ressocialização dos reeducandos, os anos passam e a situação permanece a mesma”, disse.

Na ocasião, a Seap informou ao G1 que o Ceresp tem capacidade para 332 presos, a Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires, 396 e a Penitenciária José Edson Cavalieri, 544 detentos.

Cadeias já desativadas
A Cadeia Pública de Carandaí foi desativada no dia 31 de março. Todos os detentos foram transferidos para unidades prisionais de Juiz de Fora, Barbacena e São João del Rei. De acordo com agentes que auxiliaram na ação, 39 presos, sendo 35 homens e quatro mulheres foram levados do município do Campo das Vertentes. 

Desde junho de 2016 a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) promove as transferências de detentos entre cidades da Zona da Mata, através de um programa de assunção da custódia de presos da Polícia Civil.

Todo o processo em Minas Gerais abrange 89 unidades e cerca de 4.300 presos. Ao final das mudanças, nenhuma cadeia ou presídio deve permanecer sob a responsabilidade da Polícia Civil no Estado.

De acordo com a pasta, já haviam sido desativadas as cadeias de Mar de Espanha, Pirapetinga, Rio Preto, Tombos e Lima Duarte. Na agenda, ainda estão as de Miradouro e Andrelândia. Em Matias Barbosa, Rio Pomba e Além Paraíba a administração das cadeias passou da Polícia Civil para a Seap, que também deve assumir as de Barroso e Divino.

O último caso na região foi o fechamento da cadeia de Lima Duarte, no dia 21 de fevereiro, quando, de acordo com a Polícia Militar (PM), que auxiliou na transferência, todos os detentos foram para três unidades de Juiz de Fora.

Quando as cadeias são desativadas, os presos são transferidos para unidades prisionais administradas pela secretaria, sejam elas da mesma comarca ou não.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Governo propõe salário mínimo de R$ 979 para o próximo ano

07/04/2017 16h25
Brasília
Wellton Máximo e Mariana Branco – Repórteres da Agência Brasil

Os ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Fazenda, Henrique Meirelles, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto 
Valter Campanato/Agência Brasil

O governo propôs salário mínimo de R$ 979 para o próximo ano. O valor consta do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018, apresentado hoje (7) pelos ministros anunciaram os ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Fazenda, Henrique Meirelles.

Atualmente, o salário mínimo é R$ 937. De acordo com Oliveira, a equipe econômica seguiu a regra atual, que determina a correção do mínimo pela inflação do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) de dois anos anteriores.

Como em 2016 houve contração de 3,6% do PIB, o salário mínimo será corrigido exclusivamente pela variação do IPCA de 2017. Para chegar a estimativa, o governo considerou a estimativa de 4,48% para o IPCA que consta do boletim Focus, pesquisa com mais de 100 instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central.

Aumento do déficit
O projeto da LDO aumentou em R$ 50 bilhões, de R$ 79 bilhões para R$ 129 bilhões, a meta de déficit primário (resultado negativo nas contas do governo sem o pagamento dos juros da dívida pública) para 2018. De acordo com os ministros, a nova meta leva em conta a queda de arrecadação decorrente da recessão de 2015 e de 2016, que se manifesta nas receitas do governo com certo tempo de defasagem.

“Em 2018 ainda sofreremos um processo de atraso da resposta na receita. As empresas ainda estarão acumulando muitos créditos fiscais decorrentes de prejuízos anteriores. A recuperação da economia em 2018 não impacta imediatamente na arrecadação. Do lado das receitas ainda teremos em certa medida efeitos da recessão”, disse Oliveira.

De acordo com o ministro do Planejamento, mesmo com crescimento de 2,5% no PIB para o próximo ano, a arrecadação federal ainda vai demorar a recuperar-se. Segundo ele, a partir de 2019, o governo espera uma recomposição da receita, mas ainda sem voltar aos níveis de 2011, quando a receita era dois pontos percentuais do PIB acima do nível atual.

Edição: Luana Lourenço
Agência Brasil

Cadela da polícia ajuda a encontrar fugitivo em rio de Juiz de Fora

06/04/2017 20h02 - Atualizado em 06/04/2017 20h02

Do G1 Zona da Mata

Um jovem de 25 anos e um homem de 33 anos foram presos durante a tarde desta quinta-feira (6) em Juiz de Fora, suspeitos de posse de droga. De acordo com a Polícia Militar (PM), eles estavam em um carro na LMG-874, no acesso a Matias Barbosa, quando foram abordados. Um deles pulou no Rio Paraibuna para tentar se esconder e foi encontrado por uma cadela da PM.

Segundo o relato feito pelos militares, havia uma porção de crack escondida dentro de um pneu que estava no carro. Quando os dois perceberam que seriam conduzidos à delegacia de Polícia Civil pelo crime de posse de drogas, um dos suspeitos saiu correndo e pulou no rio. A PM não soube informar ao G1 qual dos dois fez isso.

Os policiais iniciaram um cerco no local. A cadela Frila, da 4ª Companhia de Policiamento Especializado, foi levada ao local. Ela identificou o rastro deixado pelo suspeito e guiou os militares até o ponto onde ele estava escondido, com parte do corpo dentro d’água. Os dois envolvidos e a droga foram entregues na delegacia.

Família de Juiz de Fora é feita refém durante roubo

07/04/2017 08h50 - Atualizado em 07/04/2017 08h50

Do G1 Zona da Mata

Uma família ficou sob o domínio de ladrões por cerca de 1h30 no Bairro Jardim Natal, em Juiz de Fora, na noite desta quinta-feira (6). O trio fugiu levando três celulares, R$ 1.100 em dinheiro e o carro da família. O casal suspeita de que comentário em bar pode ter atraído interesse dos criminosos.

O homem de 56 anos comentou que estava em casa com a esposa, de 48 anos, aguardando a chegada dos filhos. Por volta de 20h30, o filho de 18 anos chegou em casa, foi rendido e obrigado a abrir a porta para três ladrões com os rostos cobertos por toucas e blusas. Um deles estava com um revólver.

As vítimas disseram à PM que os invasores estavam calmos, pediram o tempo todo por mais dinheiro e diziam que não eram da área. O casal e o filho foram mantidos na sala enquanto os homens vasculhavam o imóvel.

A Polícia Militar (PM) foi acionada às 22h. A família não conseguiu reconhecer os suspeitos. O homem contou aos policiais que comentou em um bar perto de casa que teria se aposentado e faria uma nova obra no imóvel. A esposa disse que, há uma semana, observou a presença de pessoas estranhas nas redondezas, após o comentário no bar.

A PM fez rastreamento, mas ninguém foi localizado. O caso será encaminhado para investigação na Polícia Civil.

Polícia Militar registra estupros de vulneráveis em Juiz de Fora

07/04/2017 12h32 - Atualizado em 07/04/2017 12h32

Do G1 Zona da Mata

A Polícia Militar (PM) registrou dois casos de estupro de vulnerável em Juiz e Fora na noite desta quinta-feira (6) no Parque Independência e na Avenida Itamar Franco, no Centro. Dois homens de 34 e 37 anos foram detidos.

Por volta das 20h28, no Parque Independência, uma mulher de 41 anos denunciou o companheiro de 34 depois de o flagrar deitado com o calção abaixado ao lado do filho de seis anos. Quando a mãe tentou pegar o filho para levá-lo ao quarto dele, o companheiro hesitou, agiu de modo estranho e disse que não precisava descobri-los e que depois levaria o menino.

A mulher desconfiou e, de acordo com relato à PM, puxou a coberta e viu os dois com os calções abaixados e as partes íntimas descobertas. Ela pediu socorro aos vizinhos. Aos militares, relatou que o companheiro é usuário de drogas e que às vezes tem comportamento agressivo. A criança foi levada para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde a perícia médica de violência sexual foi inconclusiva.

O suspeito se entregou depois e disse aos policiais que as roupas desceram sozinhas enquanto dormiam.

Mais cedo, por volta das 18h37, uma adolescente de 12 anos, acompanhada dos pais, procurou o posto policial do Bairro São Mateus para registrar outra ocorrência. Ela contou que passava pela Avenida Presidente Itamar Franco, no Centro, quando um homem desconhecido a agarrou e apalpou os seios dela. A Polícia Militar (PM) localizou o suspeito de 37 anos, que foi detido após ser reconhecido pelas vítimas.

Os dois homens foram encaminhados à Polícia Civil. O G1 solicitou informações sobre o andamento dos casos e aguarda retorno.

Homem é preso por estuprar enteada e agredir esposa em Muriaé

07/04/2017 12h32 - Atualizado em 07/04/2017 12h34

Do G1 Centro-Oeste de Minas

A Polícia Civil em Muriaé divulgou nesta sexta-feira (7) a prisão de um homem suspeito de estuprar a enteada e agredir a esposa em agosto de 2016. Na época, a mulher procurou a polícia para relatar os crimes, mas o autor desapareceu.

Segundo a denúncia da esposa, a filha dela - que tinha dez anos, contou que o padrasto entrava com ela no banheiro e praticava os abusos, ameaçando agredir a mãe caso ela contasse do que acontecia. Ao saber do crime, a mulher foi tirar satisfações com o marido e acabou sendo agredida.

Diante do sumiço do homem, o pai dele chegou a registrar uma ocorrência de desaparecimento. Mas ele foi localizado pela polícia, que encontrou nos registros uma investigação de estupro. Durante depoimento, ele acabou confessando com detalhes os abusos e alegou que o fato ocorreu uma vez, a pedido da menor, na ausência da mãe.

Ele foi indiciado e preso preventivamente por crime de estupro de vulnerável.

Jovem alega à PM que foi expulsa de faculdade por homofobia em MG

07/04/2017 12h07 - Atualizado em 07/04/2017 15h03

Do G1 Zona da Mata

Uma jovem de 18 anos registrou Boletim de Ocorrência (BO) após ser expulsa do 1º período da Faculdades Integradas Vianna Júnior em Juiz de Fora. Ela alegou que o motivo foi homofobia, porque beijou uma adolescente de 16 anos, que é aluna do Colégio São José, que funciona na mesma instituição.

O caso ocorreu nesta segunda-feira (3). No BO, registrado pela família da jovem na terça-feira (4) como calúnia, com causa presumida de homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia, há o relato de que o gestor da instituição alegou que o caso foi considerado assédio e que, por isso, a estudante foi expulsa.

Em respostas enviadas aos questionamentos enviados pelo G1, a direção das Faculdades Integradas Vianna Júnior informou que o regimento prevê sanções para desobediências às normas disciplinares e às normas de boas condutas. O texto confirma que a adolescente foi suspensa. E considera 'leviana' a acusação da jovem e da família sobre a motivação do desligamento.

"Trata-se de uma afirmação leviana, uma vez que a Instituição jamais se posicionou contra a orientação sexual de quem quer que seja. Tanto é assim que ela abriga e respeita todos os seus alunos e até colaboradores que não tenham uma orientação heterossexual. Esta é uma casa de ensino, onde os educadores sabem respeitar as diferenças e preservar a privacidade de cada um", diz o texto.

O caso foi encaminhado para apuração na 7ª Delegacia de Polícia Civil.

Beijo no banheiro
A ocorrência policial e a ata do desligamento relatam que as duas estudantes foram flagradas pela coordenadora do colégio compartilhando um box do banheiro.

A princípio, a adolescente disse estar sozinha. No entanto, a coordenadora não acreditou e a jovem saiu do local e voltou para a sala de aula. Ela foi encaminhada para a diretoria e a mãe dela foi chamada.

Ao final da aula, a jovem foi parada por um funcionário e encaminhada à sala de diretora acadêmica da faculdade. A direção pediu que a mãe dela também fosse até a instituição.

As duas mães foram encaminhadas para as salas onde estavam as filhas. A mais velha relatou que as duas se beijaram no banheiro. A adolescente negou inicialmente, mas depois confirmou o beijo à mãe.

Segundo a diretora acadêmica, haveria uma sanção, mas ainda seria debatida na tarde de segunda-feira e informada posteriormente. Como até a noite do mesmo dia não houve retorno, a mãe da jovem voltou à faculdade e foi comunicada do desligamento imediato da filha.

Na manhã de terça-feira (4), mãe e filha, acompanhadas de um advogado, voltaram à instituição. O advogado e a mãe relataram que conversaram com o gestor executivo do Instituto, Stephen Vianna. Segundo o BO, ele disse que "a decisão era irretratável e que a ele ficou comprovado crime de assédio e esta foi a sanção imposta".

De acordo com o BO, o gestor executivo alegou ainda que não eram admitidos namoros no interior da instituição. No entanto, a mãe da jovem disse que já viu um casal se beijando no local e o advogado destacou que a adolescente não apresentou queixa contra a jovem e disse que o beijo foi consensual.

A alegação da jovem de que o beijo foi com o consentimento da adolescente também consta na ata do desligamento dela da instituição.

Normas internas
A direção das Faculdades Integradas Vianna Júnior (FIVJ) explicou que, assim como qualquer outra escola, possui um regimento que prima pelo comportamento social e moral entre alunos, colaboradores, direção e todos quantos fazem parte da Instituição devem ser normas de conduta.

E cita o artigo 164 do Regimento Geral que prevê "o respeito à integridade física e moral de todas as pessoas envolvidas no convívio escolar" e entre as infrações à disciplina estão "praticar atos de desrespeito, desobediência ou outros quaisquer que ocasionem violações das normas disciplinares" e "praticar atos atentatórios à moral ou aos bons costumes".

O Regimento também determina que a sanção a uma infração disciplinar será decorrente de um processo administrativo garantido o respeito à dignidade da pessoa humana, bem como o direito ao contraditório e a ampla defesa, conforme a Constituição. E entre as punições, está incluído o "desligamento, com expedição de transferência, por agressão ou ofensa moral grave a qualquer membro das FIVJ, inclusive por meios virtuais".

A instituição observou ainda que qualquer instituição séria não admitiria o relacionamento íntimo entre qualquer aluno maior e um ou uma aluna menor. E que não houve registro de "ficada" entre estudantes dentro do box de um banheiro coletivo no ano de 2016.

"Não existe proibição de namoro dentro da Instituição. O que não se tolera é o comportamento que fira as normas de boa conduta. Foram aplicadas diversas advertências por namoros entre alunos nos corredores ou pátio da instituição. Quanto aos desligamentos são questões internas e não divulgadas para preservação da integridade moral dos nossos alunos", afirmou a direção.

Além disso, a direção rebateu as argumentos apresentados pela jovem e da mãe na ocorrência. "Não se trata de 'um beijo'. Aliás, por declaração expressa da aluna maior, elas (ela e uma menor de idade) estavam 'ficando' dentro de um banheiro coletivo da Instituição, frequentado por outras menores. Isso muda totalmente a situação, posto que não se trata de um inocente 'beijo'. 'Ficar' pode ter várias implicações. Em nenhum momento foi ventilada a questão de assédio, seja por gestor seja pela Direção das Faculdades".

Quanto à acusação da jovem de que a motivação da sanção tenha sido homofobia, a direção reforça que foi pelo descumprimento das normas internas. "Não é demais destacar que o fato ocorreu no interior de um box de um banheiro feminino, no horário de intervalo do Colégio em que a aluna da faculdade, maior de idade, saiu de sua sala de aula para encontrar a aluna menor de idade, num local onde havia outros menores. Além do mais, a aluna maior não desconhecia o fato de a outra ser menor e consciente destas condições. A instituição repudia veementemente qualquer tipo de discriminação, seja ele qual for, inclusive tendo em seu quadro de funcionários diversos colaboradores que são assumidamente homossexuais", diz o texto.

A nota também rebateu a alegação da família à PM, registrada no BO, de que o gestor da instituição alegou assédio para o desligamento da aluna. "Fossem dois alunos numa relação heterossexual, a decisão por parte da instituição permaneceria irretratável, mas em momento nenhum se aventou a hipótese de que tivesse havido assédio. A Instituição mais uma vez esclarece que a medida é exclusivamente disciplinar e que esta mesma medida já foi tomada com diversos casais héteros ao longo dos nossos mais de 76 anos de atividade educacional, é uma questão do cumprimento de regras e comportamentos disciplinares, não tendo qualquer efeito a opção sexual dos alunos. As medidas foram e serão tomadas sempre que houver transgressão das nossas normas disciplinares".

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