segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Cármen Lúcia homologa delações da Odebrecht na Lava Jato

30/01/2017 09h22
Brasília
Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou as delações de 77 executivos e ex-funcionários da empresa Odebrecht, nos quais eles detalham o esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.

Com isso, os mais de 800 depoimentos prestados pelos executivos e ex-funcionários da Odebrecht ao Ministério Público Federal (MPF) se tornaram válidos juridicamente, isto é, podem ser utilizados como prova.

A expectativa agora é saber se Cármen Lúcia irá retirar o sigilo das delações, nas quais os ex-executivos citam dezenas de políticos com mandato em curso como envolvidos no pagamento de propinas. Entre os delatores está o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht, que encontra-se preso desde 2015 em Curitiba e já foi condenado a 19 anos de prisão pela primeira instância da Justiça Federal.

A homologação ocorre após a morte do relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, na semana passada, na queda de um avião no mar próximo a Paraty (RJ). Ele trabalhava durante o recesso do Judiciário para conseguir homologar rapidamente as delações.

Após a morte de Teori, restou à ministra Cármen Lúcia a prerrogativa de poder homologar as delações durante o recesso do Judiciário, por ser presidente do Supremo.

Após o recesso, que termina amanhã (31), Cármen Lúcia não mais poderá tomar decisões ligadas à Lava Jato, que ficarão a cargo do próximo relator da operação no Supremo.

A definição do próximo relator ainda é tema de especulação no STF, uma vez que o regimento interno prevê diferentes saídas. Não se sabe, por exemplo, se o próximo ministro responsável pela Lava Jato será sorteado entre todos que compõem o pleno ou somente entre os que integram a segunda turma, colegiado do qual Teori fazia parte.

Departamento da propina

Segundo investigações da Polícia Federal (PF), autorizadas pelo juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, a Odebrecht mantinha dentro de seu organograma um departamento oculto destinado somente ao pagamento de propinas, chamado Setor de Operações Estruturadas. 

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, havia funcionários exclusivamente dedicados a processar os pagamentos, que eram autorizados diretamente pela cúpula da empresa.

Tudo era registrado por meio de um sofisticado sistema de computadores, com servidores na Suíça, e cujo conteúdo o Ministério Público Federal ainda se esforça para ter acesso, devido ao rígidos protocolos de segurança do sistema.

Em março do ano passado, na 23ª fase da Lava Jato, denominada Operação Acarajé, a PF apreendeu na casa do ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior uma planilha na qual estão listados pagamentos a mais de 200 políticos. A lista encontra-se sob sigilo.

Os esquemas ilícitos da empresa se espalham além das fronteiras brasileiras. A Odebrecht é investigada pelo menos em mais três países da América Latina: Peru, Venezuela e Equador. Em um acordo de leniência firmado com os Estados Unidos no final de dezembro, a empresa admitiu o pagamento de R$ 3,3 bilhões em propinas para funcionários de governos de 12 países

Matéria alterada às 10h03 de hoje (30) para atualização
Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Testes revelam verdades sobre medicamentos genéricos no Brasil

Edição do dia 29/01/2017
30/01/2017 00h05 - Atualizado em 30/01/2017 00h05

O assundo da reportagem especial do Fantástico preocupa médicos e pacientes, porque trata da eficácia dos medicamentos genéricos. Criados como cópias dos remédios de marca e com um preço bem mais acessível, os genéricos respondem, hoje, por 30% mercado, pouco para uma política tão importante como essa.

Além de descobrir quais são os genéricos mais vendidos, para ver se eles funcionam mesmo, o Fantástico encomendou um teste num laboratório credenciado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O estudo investigou os 3 princípios ativos mais consumidos no país em 2015, produzidos por 9 laboratórios que fabricam 15 dos remédios mais vendidos no Brasil.


http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/01/entenda-como-foi-feito-o-teste-dos-remedios-genericos-do-fantastico.htm

Eike Batista é preso ao desembarcar no Aeroporto do Galeão

30/01/2017 10h41

Rio de Janeiro
Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil

O avião que trouxe o empresário Eike Batista de Nova York para o Rio de Janeiro pousou às 9h54 no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão. O empresário foi preso por agentes da Polícia Federal logo após desembarcar. Neste momento, Eike está no Instituto Médico-Legal (IML) onde fará exame de corpo de delito e, em seguida, será encaminhado ao presídio Ary Franco.

O empresário embarcou no domingo (29), no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, em um voo da American Airlines

Eike, proprietário do grupo EBX, é suspeito de lavagem de dinheiro em um esquema de corrupção que também atinge o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que está preso.

Eike e o executivo Flávio Godinho, seu braço direito no grupo EBX e vice-presidente do Flamengo, são acusados de terem pago US$ 16,5 milhões a Cabral em troca de benefícios em obras e negócios do grupo, usando uma conta fora do país. Os três também são suspeitos de terem obstruído as investigações.

Na quinta-feira (26), a Polícia Federal tentou deter o empresário em sua casa, no Rio de Janeiro, mas ele não estava lá. Os advogados informaram que Eike havia viajado a trabalho para Nova York e que voltaria ao Brasil para se entregar. A Polícia Federal o considerou foragido e pediu a inclusão de seu nome na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional.

Eike, 60 anos, foi considerado o homem mais rico do Brasil e, em 2012, o sétimo mais rico do mundo pela revista Forbes, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões. As empresas do grupo EBX atuam na área de mineração, petróleo, gás, logística, energia e indústria naval. Em 2013, entretanto, os negócios entraram em crise e Eike começou a deixar o controle de suas companhias e vender seu patrimônio.

O nome de Eike Batista apareceu na semana passada no âmbito da Operação Eficiência, um desdobramento da Operação Calicute, fase da Lava Jato, sobre propinas pagas por grandes empreiteiras a partidos e políticos para obter contratos da Petrobras.

Edição: Lílian Beraldo
Agência Brasil

Homem amarra, bate e queima mulher com ferro de passar em Juiz de Fora

30/01/2017 08h56 - Atualizado em 30/01/2017 08h56

Do G1 Zona da Mata

Um taxista de 36 anos foi detido após amarrar, agredir e queimar o braço da ex-companheira com um ferro de passar, em Juiz de Fora. O caso foi registrado na noite desse domingo (29), no Bairro Caiçaras. A Polícia Militar (PM) estima que as agressões tenham durado entre três e quatro horas.

De acordo com a vítima, de 41 anos, o casal está em processo de separação, mas ele não aceita. Quando chegou à casa na manhã de domingo e encontrou a mulher arrumando os pertences para sair, houve uma discussão. O homem amarrou e amordaçou a vítima, impedindo que ela se defendesse ou pedisse socorro.

O agressor ligou o ferro de passar roupas e tentou queimar o rosto da mulher, que tentou se proteger e teve o antebraço direito queimado. Durante todo o tempo que permaneceu amarrada, o homem a atingiu com chutes e socos na cabeça e na costelas, urinou nela e a mordeu.

O homem dormiu, sob efeito de álcool e do cansaço, e então a vítima conseguiu se soltar e pediu ajuda à cunhada, que a socorreu. Ao acordar e perceber que a mulher tinha escapado, o agressor pegou uma machadinha e foi atrás para tentar agredi-la. No entanto, ele foi contido e desarmado pelos familiares.

De acordo com a PM, o homem recebeu voz de prisão em flagrante pelo crime de tortura, cárcere privado e lesão corporal, impostos pela lei Maria da Penha. Os materiais usados na sessão de agressões e tortura - uma corda, um ferro de passar roupas e uma ferramenta do tipo machadinha - foram apreendidos.

O caso foi encaminhado para a Polícia Civil. O G1 solicitou informações sobre o desfecho da ocorrência e aguarda retorno.

Advogados dos cúmplices de Cabral apresentam defesas criativas e delirantes

Charge do Moisés (moisescartuns.tumblr.com)

Marco Grillo
O Globo

Advogados dos integrantes do esquema de corrupção comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral definiram as estratégias para tentar que seus clientes se livrem da cadeia: tirar o caso das mãos do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, desmobilizar a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) responsável pelas investigações no Rio e anular os acordos de delação premiada no qual executivos de empreiteiras revelaram detalhes dos desvios de dinheiro público.

Em petições protocoladas em resposta à denúncia feita pelo MPF, os defensores apresentam argumentos técnicos — ora buscando desmontar a acusação, ora tentando inviabilizar o processo — e tratam também da vida pessoal dos clientes.

ACUSAÇÃO “NULA” – Em um documento de 33 páginas, advogados de dois escritórios que atuam a favor de Adriana Ancelmo sustentam, por exemplo, que a acusação formulada é nula desde a origem, por violar o “princípio do promotor natural”.

O ponto atacado é a formação de uma equipe de procuradores para tratar exclusivamente das operações Calicute e Eficiência, desdobramentos da Lava-Jato no Rio. O grupo foi criado nos moldes da força-tarefa de Curitiba, ponto de partida das investigações. Segundo os integrantes dos escritórios Luís Guilherme Vieira e Evaristo de Moraes, a nomeação é “circunstancial” e há impedimento legal “quando referidas designações e criação de núcleos especializados são episódicas, desvelando uma relação ímpar entre a organização interna do parquet (MPF) e o caso in concretu, como ora se observa”.

A defesa cita ainda um depoimento negando que tenha havido entregas em dinheiro vivo no escritório de advocacia do qual Adriana é sócia, como foi narrado por uma testemunha.

FORO PRIVILEGIADO – Outro ponto levantado é a jurisdição em que os processos estão sendo analisados. Segundo os advogados de Hudson Braga, ex-secretário de Obras, e Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Cabral, as ações deveriam correr no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Os defensores alegam que os delatores Clóvis Primo e Alberto Quintaes, ex-executivos da Andrade Gutierrez, afirmaram que houve pagamento de propinas a integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). Como os membros do colegiado têm foro no STJ, as defesas dizem que o processo deveria ser examinado em Brasília.

Há ainda o argumento de que o caso deveria ser distribuído na Justiça Federal do Rio, e não ir automaticamente ao gabinete de Bretas. O juiz herdou os casos porque foi responsável pela Operação Saqueador e, no entendimento judicial, os processos atuais derivam daquela investigação — um mecanismo chamado prevenção garante ao magistrado o direito de julgar ações que sejam relacionadas com fatos analisados anteriormente por ele.

JUSTIÇA ERRADA – Os advogados do escritório de Tiago Lins e Silva, responsáveis pela defesa de Braga, criticam a competência da Justiça Federal no episódio. Para os defensores, o processo deveria ser julgado na Justiça estadual porque não houve prejuízo aos cofres da União, nem “indicação de prática criminosa por servidor federal”.

Já a defesa de Bezerra defende ainda que os acordos de leniência firmados por Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia sejam anulados, assim como as delações premiadas dos executivos. Para os advogados, o fato de o MPF ter se comprometido a não abrir ações penais contra os colaboradores, inviabiliza o documento.

“A imunidade penal prevista na lei 12.850/2013 (que regulamenta as delações) é figura absolutamente excepcional, cujo deferimento demanda a existência de circunstâncias específicas, as quais não foram observadas”, escreveram os advogados Ranieri Mazzilli Neto e Marcelo Camara Py.

CASAL “SEPARADO” – Nas extensas petições, sobraram espaço para, entre uma alegação e outra, pitacos sobre as vidas pessoais dos clientes. A defesa de Adriana Ancelmo duvida que Cabral tenha comprado todas as joias listadas para ela: “Verifica-se, inclusive, que algumas joias teriam sido adquiridas no período em que o casal se encontrava separado”. Já os advogados do ex-secretário de Governo Wilson Carlos elencam a “formação cristã” e o “núcleo familiar extremamente unido” em torno dele.

José Orlando Rabelo, ex-chefe de gabinete de Hudson Braga, por sua vez, tenta se desvincular do antigo aliado e afirma que Braga não permitia questionamentos.

“Na mesma linha, o secretário (Braga) não distinguia as funções e ordenava ao acusado (Rabelo) que realizasse favores particulares, como marcação de consulta, envio de documentos particulares, compra de café especial, ligações telefônicas para contatos pessoais”, assinala a petição.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Excelente reportagem de Marco Grillo, mostrando a criatividade dos advogados em matéria de Piadas do Ano. São anedotas jurídicas tão sensacionais que estão a exigir inscrição conjunta no cobiçado concurso instituído pela “Tribuna da Internet”. Essa desculpa de obedecer ao chefe nos atos de corrupção porque recebia ordens até para marcar consultas e comprar café especial, com toda a certeza, é realmente espetacular. Merece palmas entusiásticas, com o público de pé, em delírio. (C.N.) Posted in Tribuna da Internet

domingo, 29 de janeiro de 2017

Oficial da PM investigado por corrupção pede aposentadoria. É justo?

27 Janeiro 2017 17:30

Julia Ramiro

O tenente-coronel atuante no 27º Batalhão da Polícia Militar (27º BPM), investigado pelo crime de corrupção passiva, solicitou ao setor administrativo que fosse transferido para a reserva remunerada (termo usado para a aposentadoria de militares). Segundo informações extra-oficiais confirmadas à equipe do Diário Regional, o oficial aguarda em casa a contagem do tempo de serviço, que irá definir se realmente pode se transferir para a reserva.

Antes da solicitação, ele havia sido designado para atuar em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Outras transferências foram realizadas entre as regiões e este é um procedimento de praxe da corporação.

INVESTIGAÇÃO
Uma denúncia do Ministério Público Estadual foi encaminhada à Polícia Civil (PC) de Juiz de Fora no princípio de janeiro, para investigação do crime de corrupção passiva, supostamente cometido pelo tenente-coronel. O caso corre em sigilo, na 3ª Delegacia Distrital da PC.

Na PM, oficiais do alto comando foram designados para apuração da denúncia em um processo administrativo interno. Se for comprovado o crime, o caso seguirá para análise da justiça militar em BH.

Registros da PM de 28 de novembro do ano passado relatam que empresários, proprietários de postos de combustíveis, teriam denunciado o oficial por extorsão. Segundo o registro, o oficial estaria exigindo das vítimas a quantia de R$2 mil por mês.

Diário Regional JF

Cadeirante agride e assalta pedestres no Centro

29 Janeiro 2017 11:30

Julia Ramiro

Dois homens, de 27 e 24 anos, foram agredidos durante um assalto no cruzamento das Ruas Benjamin Constant e Roberto de Barros, no Centro, na noite desse sábado, 28.

Uma das vítimas, de 24 anos, teve uma fratura no tornozelo esquerdo e precisou ser socorrida pelo Samu, sendo encaminhada ao HPS. A Polícia Militar (PM) foi acionada para comparecer ao hospital, onde o homem ferido relatou que estava com o amigo no cruzamento das ruas quando um cadeirante se aproximou e pediu um pouco da bebida que eles tomavam.

No momento em que o homem se aproximou para lhe entregar a bebida, o cadeirante puxou o cordão de prata que ele usava, arrancando-o do pescoço dele.

Ainda segundo a vítima, outros dois homens, que provavelmente seriam comparsas do cadeirante, se aproximaram, agredindo ele e o amigo, o que resultou na fratura do tornozelo.

A PM realizou patrulhamento em busca dos suspeitos, mas eles não foram localizados.
http://www.diarioregionaljf.com.br/cidade/13216-cadeirante-agride-e-assalta-pedestres-no-centro

Indicações de negros ao Oscar ajuda a combater estereótipos, dizem pesquisadores

29/01/2017 12h16
Rio de Janeiro
Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil

Em contraste à cerimônia de 2016, que foi marcada pela ausência de negros na premiação, o número recorde de artistas negros concorrendo ao Oscar 2017 surpreendeu o público, a indústria e os estudiosos do tema. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil acreditam que o constrangimento causado por campanhas antirracismo nas indicações do ano passado e o contexto político atual nos Estados Unidos podem ter influenciado a decisão dos mais de 6 mil jurados do prêmio.

Apesar da mudança não significar que a indústria cinematográfica tenho aberto de vez as portas de Hollywood a profissionais não-brancos, os analistas avaliam que é uma oportunidade de divulgar artistas e filmes feitos do ponto de vista dos afro-americanos. "Esse ano, particularmente, foi mais interessante porque não ficou só na representação (indicação de atrizes/atores), ampliou-se para outras áreas, para produtor, diretor, edição", destacou o antropólogo Athayde Motta, que estuda o tema.

Um ano depois da campanha que denunciou a ausência de afro-americanos no Oscar e fez barulho com a hashtag #OscarSoWhite, o que levou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas a diversificar o júri, pela primeira vez, seis negros foram indicados aos prêmios principais, de melhor ator e atriz. Jarry Jenkins ainda concorre na categoria de melhor direção pelo longa Moonlight: sob a luz do luar.

São pelo menos 18 negros indicados ao Oscar 2017 em várias categorias. O recorde anterior havia sido sete, em 2009, segundo Motta. "Essa sempre foi uma reclamação da comunidade artística afro-americana, é impossível ficar esperando pelo convite para o papel que vai te dar o Oscar. Cinema é pensar diálogos, a produção, a fotografia se você não tiver pessoas negras atuando nessas áreas, fica muito difícil", completou ele, que fez mestrado na Universidade do Texas e morou dez anos nos Estados Unidos (EUA), onde estudou o racismo.

Contexto político
Além dos protestos após a falta de negros nas indicações de 2016, o contexto político dos EUA também influencia o novo cenário, na avaliação do professor. Entre os fatos estão a eleição do presidente Republicano Donald Trump, que substituiu o primeiro presidente negro dos EUA, Barack Obama, e a repercussão de movimentos como o Black Lives Matter, que denuncia a violência policial.

Para ele, a sensibilidade dos jurados e o contexto do país, no entanto, não seriam suficientes se não houvesse grandes performances de negros em 2016. Concorrendo em três categorias (melhor filme, roteiro adaptado e atriz coadjuvante), um dos destaques é Estrelas Além do Tempo, um filme de grande sucesso nos EUA que desbancou a bilheteria de Star Wars. Contando a história de mulheres negras fundamentais ao programa espacial daquele país, o filme colocou Octavia Spencer, atriz que ficou conhecida pelo filme História Cruzadas, na lista de indicações pela primeira vez.

Octavia Spencer concorre ao Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme Estrelas Além do Tempo - Divulgação

A historiadora e pesquisadora Janaína Oliveira, coordenadora do Fórum Itinerante de Cinema Negro (Ficine), concorda com Motta que o recorde de indicações está relacionado ao bom trabalho dos atores. "Diria até uma resposta ao constrangimento de 2016", disse. Porém, vê nas indicações uma chance de desconstruir estereótipos sobre negros que foram criados ou difundidos por Hollywood.

Nos primórdios do cinema, ela cita o personagem Pai Tomás (Uncle Tom), da adaptação do clássico da literatura a Cabana do Pai Tomás (1909), retratado de uma maneira pejorativa, acomodado e subserviente, e "mammy", a escrava de Scarlet O'Hara, de ...E o Vento Levou (1939), interpretada por Hattie McDaniel (ganhadora do Oscar de atriz coadjuvante). Além de secundária, "mammy" era resignada em relação à sua condição.

"Das imagens contemporâneas, podemos dar milhares de exemplos de mulheres negras raivosas, barraqueiras, lascivas, de homens negros com uma pulsão sexual incontrolável, que sempre querem a mulher branca como objeto de desejo e, não conseguindo, acaba por violentá-la. Ou como bandido, traficante, aquele que trapaceia. Todos esses estereótipos estão presentes no cinema", afirmou Janaína, que atua também como curadora de mostras nacionais e internacionais de cinema negro.

Por outro lado, com as indicações ao Oscar, a pesquisadora acredita que os filmes com indicados negros, como Cercas, do ator e diretor Denzel Washington, indicado em três categorias (melhor filme, roteiro adaptado, melhor ator para Washington, e atriz coadjuvante para Viola Davis), ainda sem data de lançamento no Brasil, terão mais chance de serem vistos pelos públicos. "Para o mundo, acredito que vai haver contato com produções com protagonistas negros e personagens desenvolvidos", citou.

Com oito indicações ao Oscar, outro longa sobre questões raciais que terá espaço certo é Moonlight: sob a luz do luar, de Barry Jenkins. A trama, sobre os desafios de um jovem negro no subúrbio de Miami foi eleito o filme do ano pela Associação de Críticos de Nova Iorque e de Los Angeles e ganhou o Globo de Ouro de melhor Drama.

Para Athayde Motta, permanece o desafio da Academia de cinema de naturalizar a presença de negros. Este ano, avalia, houve uma combinação de performances de destaque com uma quantidade relevante de filmes bons. "Isso não acontece todo ano nem nas indicações normais. Tem edição em que o Oscar é de filmes muito fraquinhos, mornos", explicou.

De fora do Oscar
Apesar dos recordes, os especialistas lamentam que a academia tenha deixado de fora da competição o aclamado drama O Nascimento de uma nação, do também diretor negro Nate Parker. O longa apresenta uma versão sobre a fundação dos EUA, retratando uma rebelião de pessoas negras escravizadas no sul do país, região marcada pela segregação e pela atuação de supremacistas brancos. Trata-se da versão oposta ao clássico do cinema de mesmo nome do diretor David W. Griffith, de 1915, um marco também do racismo.

"É o primeiro blockbuster de Hollywood. É um filme que é um clássico, traz várias inovações tecnológicas, faz filmagem noturna, planos simultâneos, só que a história da versão de David W. Griffith é o sobre o surgimento da Ku Klux Klan", pontua Janaína Oliveira. No longa, homens negros são tratados de forma bestializada e são hostilizados pela população branca, conforme a pesquisadora.

Documentários
Além das indicações de melhor filme, concorrem na categoria documentário três longas que também tocam na questão racial, de um total de cinco. O I am not your negro, sobre um dos maiores intelectuais americanos, o escritor negro e gay, James Baldwin; A 13ª Emenda, que relaciona o fim da escravidão às políticas de segurança que aumentaram o encarceramento de afrodescendentes e O.J.: Made in America, sobre o julgamento do jogador de futebol acusado de matar a esposa.

Edição: Amanda Cieglinski
Agência Brasil

Funalfa inicia na segunda-feira cadastro deambulantes para eventos pré-carnavalescos

JUIZ DE FORA - 27/1/2017 - 18:28

Foto: Divulgação Funalfa

A Prefeitura de Juiz de Fora, por meio da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), inicia, na segunda-feira, 30, o período de inscrição para ambulantes interessados em trabalhar nos eventos pré-carnavalescos. O cadastro deve ser realizado até 3 de fevereiro, das 8h30 às 11h30 e das 14h30 às 17 horas, no Departamento de Cultura da Funalfa (Avenida Rio Branco, 2.234, Parque Halfeld - Centro).

As vagas são destinadas ao trabalho nos eventos ligados ao Corredor da Folia, na Praça Antônio Carlos - Centro, entre 20 e 23 de fevereiro. Neste ano, serão disponibilizadas cinco barracas, todas com iluminação e energia:

1 - sanduíches

2 - churrasco (servido em pratos descartáveis)

3 - salgados

4 - pizza e crepe

5 - pipoca e milho verde

Nas quatro primeiras barracas, fica autorizada a venda também de água, refrigerante e cerveja. Já as duas towners serão destinadas ao comércio de cachorros-quentes.

Caso a procura seja maior que a oferta, a distribuição das barracas será feita por meio de sorteio no dia 6 de fevereiro, às 14h30, no Anfiteatro João Carriço (Funalfa). Os inscritos deverão estar presentes, portando documento de identificação pessoal. Só estarão aptas a participar do sorteio as pessoas que oficializarem o cadastro no período indicado.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa pelo telefone 3690-7044
Portal PJF

Ladrão aborda cobrador de ônibus e rouba dinheiro em Juiz de Fora

29/01/2017 11h49 - Atualizado em 29/01/2017 11h49

Do G1 Zona da Mata

Um ladrão abordou um cobrador de ônibus no Bairro Morumbi, em Juiz de Fora, e roubou cerca de R$ 100. O roubo ocorreu na madrugada deste domingo (29). Ninguém foi preso até o momento.

De acordo com a Polícia Militar (PM), o cobrador, de 55 anos, contou que, ao término da última viagem, por volta de 0h45, ele se deslocava a pé em direção a garagem da empresa responsável pelo ônibus, enquanto o motorista guardava o veículo.

Em determinado momento, um indivíduo, que antes estava como passageiro do ônibus, o abordou. Ainda segundo a vítima, o ladrão estava com um objeto semelhante à uma arma. O criminoso roubou cerca de R$ 100 e fugiu a pé, sentido o Bairro Progresso.