segunda-feira, 9 de maio de 2016

Brasil já deixou de ser democracia, para se tornar uma juristocracia



João Amaury Belem

Considerando as recentes decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, mais alta Corte de Justiça do país, o regime brasileiro não é uma democracia, é uma juristocracia, na qual cada juiz faz o que bem quer e quando quer. Segundo os estudiosos do assunto, juristocracia é o sistema de governo, normalmente não democrático, baseado em decisões de juízes, magistrados, desembargadores etc.

Nesse tipo de ditadura, qualquer juiz pode decretar o que bem entender, utilizando mecanismos judiciais casuísticos para impor à sociedade, à um indivíduo ou instituição a sua percepção pessoal, servindo a uma ideologia ou grupo político em prejuízo da ética, da legalidade moral ou dos anseios populares.

ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Um dos expoentes é o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que está a merecer uma reação por parte da sociedade brasileiro. O ideal talvez seja o ajuizamento de uma ação popular para que ele promova o ressarcimento ao erário público das horas trabalhadas em prol da madame Dilma Rousseff em sua defesa na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Supremo, pois nessa deplorável missão ele não vem trabalhando em prol do interesse da nação brasileira que lhe paga o salário.

Ao se pronunciar na Comissão de Impeachment do Senado, semana passada, o advogado Fábio Medina Osório questionou que a defesa da presidente Dilma Rousseff esteja a cargo de José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, e citou a Portaria nº 13, de 24 de junho de 2015, da própria AGU.

É fulminante o inciso IV do artigo 8º da referida portaria, ao determinar que é vedado à AGU atuar quando há “incompatibilidade com o interesse público no caso concreto”. E não há a menor dúvida de que o impeachment é de interesse público. Portanto, que devia defender Dilma era um advogado particular, não o advogado-geral da União.

Não existe a menor sustentação legal para anular a aprovação do impeachment

Votação na Câmara obedeceu ao rito imposto pelo Supremo

Jorge Béja

Essa decisão de hoje do deputado Waldyr Maranhão (PP-MA), que no exercício provisório da presidência da Câmara resolveu “anular” o processo de impeachment, não encontra mínimo amparo no Direito e, por isso, não terá vida longa. É decisão ridícula. O motivo da anulação seria o descumprimento do artigo 23 da Lei do Impeachment, que impossibilita, na sessão plenária da Câmara para aprovar ou não o Parecer da Comissão Especial, que deputados e partidos políticos levantem questão de ordem e façam encaminhamento de votação. E todos vimos que naquela sessão partidos políticos fizeram, sim, o encaminhamento de voto, contra e a favor do impeachment.

Porém, tal fato não tem o potencial de invalidar o processo e fazê-lo retroagir àquela sessão do dia 17 de abril último para que todos os demais atos seguintes sejam repetidos.

Há muitas razões jurídicas que não dão legalidade à decisão de hoje do presidente interino da Câmara.

SEM JURISDIÇÃO

O presidente da Câmara dos Deputados não tem mais jurisdição, legal e política, sobre o processo de Impeachment. É uma fase vencida e ultrapassada. A jurisdição, desde que o processo de Impeachment saiu da Câmara, passou para a presidência do Senado Federal, que sobre ele, o processo, agora tem jurisdição e competência. Logo, estamos diante de uma questão de instâncias e competência. E com a remessa dos autos ao Senado, a presidência da Câmara perdeu a jurisdição sobre o processo.

Perdão, mas é preciso ser repetitivo nesta parte. Nem os autos se encontram mais na Câmara, mas no Senado, para onde foram remetidos. Esse presidente interino está decidindo fora dos autos, em papel avulso e anômalo, que ele nem sabe onde vai anexar, junTar ou remeter. É

DECISÃO INSANA

É uma decisão teratológica (monstruosa) e de insanidade jamais vista. Se não fosse assim, qualquer juiz que já tivesse proferido sentença final do processo que presidiu, também poderia reconsiderar ou anular não apenas sua própria sentença, mais qualquer outra decisão que proferiu no curso do processo, mesmo que os autos do processo já se encontrassem na segunda instância, ou seja, no tribunal para decidir recurso interposto. Quanta asneira, meu Deus!!!

Confesso que pensava em tudo. Menos nessa tamanha e vergonhosa atitude, tomada, bem ou mal, um presidente da Câmara dos Deputados.

NÃO HÁ NULIDADE

A pena de nulidade de um ato processual precisa estar expressamente prevista na lei. Neste ponto a ninguém é dado o Direito e a prerrogativa de fazer dedução, muito menos interpretação subjetiva a respeito de nulidade. Processo de Impeachment guarda similitude e segue, por força da analogia, as disposições dos Códigos de Processo Penal (CPP) e de Processo Civil (CPC). E ambos, quando cominam (impõem) a pena de nulidade a respeito de atos processuais, a determinação precisa vir expressa, ou seja, com a locução “sob pena de nulidade” (coloco em negrito por causa da sua importância). E onde está escrito no artigo 23 da Lei 1079/50, que, ocorrendo encaminhamento de votação, aplica-se a pena da nulidade?

Confira-se o texto do artigo 23 da referida lei: “Encerrada a discussão do parecer, será o mesmo submetido a votação nominal, não sendo permitidas, então, questões de ordem, nem encaminhamento de votação”. Repita-se: onde está a cominação da pena de nulidade?

Aliás, o artigo não impõe pena alguma. Logo, não se pode considerar nulo um ato processual que a lei não considera nulo e nada diz a respeito da sua inobservância.

IRREGULARIDADE LEVE

Portanto, tudo não passou de mera e inconsequente irregularidade, aliás levíssima, se é que a tanto chegou, uma vez que todos os partidos participaram e para concorreram para que houvesse a levíssima irregularidade, mas sem comprometer a higidez jurídica do processo.

Além disso, as nulidades processuais precisam estar previstas expressamente na lei. O artigo 564 do CPP é claro ao elencar os atos que a lei considera nulos: a) por incompetência, suspeição ou suborno do juiz; b) por ilegitimidade de parte e c) por falta de fórmulas ou dos seguintes termos: denúncia ou queixa, exame de corpo de delito, nomeação de defensor ao réu presente ou de curador ao ausente, pela falta da intervenção do Ministério Público nos delitos de ação pública, por falta de citação do réu para se defender… e outras mais.

NÃO HOUVE PREJUÍZO

É um mero exemplo que aqui se invoca. Antes disso, o artigo 563 do mesmo CPP diz que “Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação e para a defesa”. Este princípio vem do Direito Francês: “Pas de nullité sans grief” ( sem prejuízo, não há nulidade ).

E indaga-se: que prejuízo sofreu o processo de Impeachment quando esteve (e não está mais) na Câmara e sob a presidência de Eduardo Cunha? A resposta é nenhum prejuízo. Isto porque, tanto os partidos que eram a favor quanto os que eram contra o afastamento de Dilma, todos fizeram encaminhamento de votação. E nem precisava que todos fizessem. Bastaria que um partido, de cada lado, fizesse o encaminhamento, que as alegadas e infundadas nulidades estariam compensadas.

E um ato praticado de outra forma prevista na lei, sem prejuízo para as partes, desde que atingido o seu fim, considera-se sanado a teor do artigo 572 do CPP “as nulidades previstas considerar-se-ão sanadas se, praticado de outra forma, o ato tiver atingido o seu fim”.

QUE VERGONHA!

Que vergonha para o Brasil!! O mundo nos assiste. O mundo já não acredita mais neste Brasil de Dilma. E agora, nesta manhã de segunda-feira, 9 de Maio de 2016, o presidente interino da Câmara, sem poder e sem ter competência, anula sozinho, com sua reconhecida “sabedoria”, um processo de afastamento da presidente da República que vinha caminhando na mais perfeita normalidade. Que dano para o Brasil!

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http://www.tribunadainternet.com.br/nao-existe-a-menor-sustentacao-legal-para-anular-a-aprovacao-do-impeachment/

Juros para pessoas físicas sobem e ultrapassam 150% ao ano

09/05/2016 11h30
Brasília
Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil
Juros dos cartões de crédito passaram para 435,58% ao ano
Arquivo Agência Brasil

As seis linhas de crédito disponíveis para pessoas físicas - pesquisadas pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) - apresentaram elevação de juros entre março e abril indicando taxa média anual de 150,42%, o que significa alta de 62,45 pontos percentuais. Também subiram as três modalidades destinadas a empresas, com média de 71,15% ao ano. Segundo a Anefac, foi a 19ª elevação seguida.

Em relação a pessoas físicas, a rolagem do débito pelo cartão de crédito continua sendo o tipo de financiamento mais caro, alcançando 435,58% ao ano. A taxa mensal subiu 9,37% (em março) para 15,01% (em abril).

A segunda modalidade mais onerosa para o consumidor é o cheque especial que aumentou de 7,72% ao mês (em março) para 11,46% (em abril), atingindo 267,64% ao ano. No comércio, o índice aumentou de 4% para 5,82%, o que ao ano representa 97,16%.

Se a opção for recorrer ao empréstimo pessoal em financeiras, o consumidor irá pagar 8,41% ao mês de correção sobre o valor tomado ante uma taxa de 6,88%, em março. Essa variação equivale a uma taxa anual de 163,53%. Já o empréstimo nos bancos passou de 2,91% para 4,64% com taxa ao ano de 72,33%.

O acesso com o menor custo é ao Crédito Direito ao Consumidor (CDC), mas que, igualmente, ficou mais caro ao subir de 1,52% para 2,35%, o que resulta em 32,15% ao ano.

A Anefac observa que o Banco Central corrigiu a taxa básica de juros (Selic), que praticamente dobrou no período de março de 2013 a abril de 2016, subindo de 7,25% ao ano para 14,25%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física aumentou 70,99% (de 87,97% para 150,42%).

Crédito para as empresas

Em maio, as empresas estão pagando em média 1,78% a mais para recorrer ao crédito em relação a março. Na média, a taxa atingiu 4,58% ao mês e 71,15% ao ano. Os recursos para capital de giro subiram de 1,49% para 2,68% ao mês. Para as operações de desconto de duplicatas, a alta foi de 2,22% para 3,1% e conta garantida, de 5,46% para 7,95%.

Em nota, o diretor executivo de estudos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, justificou que o atual cenário econômico induz aos riscos de inadimplência. Ele observou que as instituições financeiras aumentam as taxas como forma de compensar eventuais perdas que podem ocorrer em uma situação de crise financeira no país, resultante da alta da inflação , de impostos, do desemprego e da queda da renda familiar.

Ele prevê a manutenção dos juros altos para os próximos meses. “As perspectivas para os próximos meses não são animadoras, tendo em vista o cenário econômico atual, que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência. A tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses”, afirmou Oliveira.

Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

Renan vai rejeitar decisão sobre impeachment na Câmara, diz Randolfe










09/05/2016 15h53
Brasília
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), está convencido de que a decisão do presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão que autorizou a continuação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, é "ilegal" e "intempestiva".

A informação é do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que afirmou, ao deixar a residencia oficial do Senado, que Renan promoverá, às 16h, a leitura em plenário do parecer do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), favorável à admissibilidade do impedimento da presidenta da República.

"A tendência da decisão dele é nesse sentido. Ouve um apelo dos senadores do PT e do PCdoB, mas o presidente reafirmou estar convencido de que a decisão de Waldir Maranhão foi ilegal e intempestiva". Raldofe disse ainda que, durante a reunião de líderes, alguns senadores sugeriram que Renan aguardasse um posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF). "Entretanto, ele acha que não devemos judicializar ainda mais essa questão. Está na hora de ação política e de tomar uma decisão, "acrescentou o senador do Amapá.

Antes de anunciar sua decisão aos líderes, Renan se reuniu, na residência oficial com lideranças do PT, do PCdoB e da oposição para discutir a decisão do presidente da Câmara.

A leitura do parecer no plenário da da Casa está confimada para as 16h de hoje (9) e abrirá prazo de 48 horas para a sessão de votação do nreçlatório. Se ele for aprovado, a presidenta será imeadiatamente afastada do cargo.

Edição: Armando Cardoso
Agência Brasil

Com anulação do impeachment na Câmara, dólar sobe e Ibovespa cai

09/05/2016 12h50
Brasília
Da Agência Brasil

O dólar comercial passou a operar em alta e a Bovespa cai neste momento após a notícia da anulação da votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Por volta do meio-dia, a moeda norte-americana subia 3,08%, chegando a R$ 3,611 na venda, e o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caia 3,17%, a 50.076,82 pontos.

No fim da manhã, o presidente interino da Câmara dos Deputados, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), anulou as sessões do dias 15, 16 e 17 de abril, quando os deputados federais aprovaram a continuidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ele acatou pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Waldir Maranhão, que assumiu a presidência após afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolheu os argumentos do advogado-geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, por entender que ocorreram vícios no processo de votação, tornando-a nula.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

domingo, 8 de maio de 2016

Temer tem 10 mil cargos ocupados por petistas para oferecer a aliados


Charge sem assinatura, reprodução do Arquivo Google

André de Souza, Gabriela Allegro, Stella Borges e Tiago Dantas
O Globo

Filiados ao PT ocupam cerca de 10% dos cargos comissionados do governo federal. Estimativa feita pelo Núcleo de Dados do Globo aponta que há em torno de 10 mil petistas entre os 107.121 funcionários que ocupam cargos comissionados no Executivo federal. Caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada pelo Senado nesta semana, parte desses cargos de segundo e terceiro escalões entrará na partilha feita pela equipe do vice-presidente Michel Temer para partidos aliados.

A estimativa foi feita a partir do cruzamento de nomes de filiados ao PT, disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a lista de servidores comissionados do Portal da Transparência do governo federal. O levantamento inclui servidores concursados que também ocupam cargos de confiança. Por conta de disparidades entre dados do TSE e do Executivo, a lista pode conter homônimos.

SEM FILIAÇÃO

Ainda assim, os números encontrados podem estar abaixo do real tamanho da fatia petista na administração federal, pois não estão contemplados cargos de confiança de indicados pelo PT que não são filiados.

A maior concentração de petistas está no Ministério do Desenvolvimento Agrário (25% do total de cargos comissionados). A pasta responsável por políticas fundiárias e agricultura familiar é comandada pelo partido desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência. Quadros do PT integram também a presidência e parte da direção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que concentra 75% do orçamento do ministério.

FORA DO GOVERNO

Na última reunião do seu Diretório Nacional, em 19 de abril, o partido decidiu não reconhecer a legitimidade de um possível governo Temer. A tendência, segundo dirigentes, é que filiados e apoiadores deixem cargos comissionados caso Dilma seja afastada.

— O PT não reconhece um governo que não seja oriundo das urnas. Logo, um filiado ao PT não deve participar de um eventual governo Temer — afirma o secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza.

Para ele, o número de cargos comissionados ocupados pelo PT mostra que o partido não aparelhou o Estado:

— O que aconteceu foi uma distribuição dos cargos entre os aliados para governar, algo absolutamente normal.

BAQUE NAS CONTAS

A possível troca de governo pode representar mais um baque para as contas do partido. Filiados em cargos de confiança doaram R$ 7 milhões ao PT em 2014, segundo última prestação de contas disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número representa cerca de 2% da receita de R$ 342,4 milhões. A maior parte da receita (R$ 193,1 milhões) veio de doações para as campanhas eleitorais de 2014.

O cientista político Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV/SP), diz acreditar que a tendência é que o número de cargos comissionados não diminua caso o vice-presidente Michel Temer assuma, já que eles são usados para abrigar aliados.

— De início, o Temer dizia que, caso assumisse a Presidência, ia reduzir consideravelmente o número de ministérios. Hoje, a conversa já é outra, porque ele sabe que vai precisar acomodar todos os que estão dando suporte a ele nessas pastas, em cargos de confiança.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Este levantamento é impreciso, o número de cargos ocupados por petistas e assemelhados é muito maior, com toda certeza. Para o novo governo, livrar-se do PT pode ser até fácil, porque se trata de um partido autocarburante, que pega fogo se consome sozinho. Difícil mesmo é se livrar do PCdoB, que se tornou um partido adesivo, gruda em qualquer governo que lhe passar pela frente e tenha cargos a distribuir. Que ninguém se surpreenda se o PCdoB acabar aderindo a Temer, em nome da governabilidade e para que o país possa sair da crise. Em busca dos cargos públicos, esses adeptos da versão brasileira do comunismo arrumam desculpas para tudo. (C.N.)

DF começa a montar grades na Esplanada para votação do impeachment

07/05/2016 16h25
Brasília
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil

Brasília - Preparativos na Esplanada para receber manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment, durante votação do relatório do senador Antonio Anastasia no plenário do Senado Wilson Dias/Agência Brasil

O governo do Distrito Federal já começa a montar o esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios para a primeira votação sobre o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que ocorrerá esta semana no Senado.

As grades que vão dividir o público contrário e favorável ao impeachment já estão no gramado em frente ao Congresso Nacional. Um muro de metal dividindo a Esplanada ao meio deve começar a ser erguido neste fim de semana, nos mesmos moldes do isolamento que foi feito para a votação no plenário da Câmara, no último dia 17. Manifestantes pró e contra o governo devem comparecer para acompanhar a decisão do plenário do Senado sobre o afastamento da presidenta.

O esquema de segurança também deve incluir um vão dos dois lados do muro, onde poderão ser feitos atendimentos de emergência pelo Corpo de Bombeiros, caso seja necessário. Além disso, o gramado logo em frente ao Congresso Nacional ficará isolado, com os manifestantes sendo mantidos distantes do prédio.

Nesta semana foi aprovado o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma na Comissão Especial do Impeachment no Senado. A aprovação abre caminho para a votação do parecer no plenário. A sessão deverá começar na quarta-feira (11), mas a votação só deve ocorrer na quinta-feira (12).


Brasília - Preparativos na Esplanada para receber manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment, durante votação no Senado da admissibilidade do processo de afastamento de Dilma (Wilson Dias

Edição: Lílian Beraldo
Agência Brasil

Grávidas continuam presas mesmo após audiências de custódia, denuncia ONG

08/05/2016 09h56
Rio de Janeiro
Isabela Vieira e Tâmara Freire* - Repórter Agência Brasil

Rio de Janeiro - Unidade Materno Infantil do Complexo Penitenciário de Bangu recebe mulheres privadas de liberdade acompanhadas de seus bebês até 1 ano de idade (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O procedimento que permite o juiz ver a pessoa presa dentro de 24 horas, chamado de audiência de custódia, não tem sido suficiente para substituir o encarceramento de mulheres grávidas ou com dependentes, por penas alternativas. A denúncia é da organização não governamental Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC), que há 15 anos monitora a situação de mulheres presas no país.

Com as audiências de custódia, determinadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em todo país, desde fevereiro, e a Lei da 1ª Infância, a expectativa era que o número de mães diminuísse. Sancionada no Dia da Mulher, a nova lei flexibilizou a prisão de gestantes e de responsáveis por crianças até 12 anos, incluindo mães e pais, para beneficiar os menores.

Evidências provam que manter mães em presídios compromete o desenvolvimento psicológico, social, intelectual e até genético dos filhos. No entanto, segundo o ITTC, as mães não são ouvidas nas audiências e poucas conseguem responder pelos delitos em liberdade.

Segundo a coordenadora do Projeto Justiça Sem Muros da ONG, Raquel da Cruz Lima, os juízes continuam indo para as audiências “com a mentalidade do processo em papel”.

“Ainda hoje, mesmo com as audiências de custódia, em São Paulo, ainda têm mulheres gestantes que vão presas por crimes muito irrelevantes com quantidades muito pequenas de drogas, sem motivo nenhum, porque a lei autoriza manter as mulheres presas”, criticou Raquel.

Para ela, os juízes trabalham com modelos pré-definidos de decisão e endurecem quando o crime é tráfico de drogas, mesmo que uma mulher reúna características para ser liberada. “Se é um caso em que a mulher tem domicílio fixo, trabalho formal, é réu primária, nunca cometeu furto, vai ser solta. Agora, se o crime é tráfico, ainda que seja primária, não soltam”.

Mesmo antes da lei da 1ª Infância, mulheres com sete meses de gestação ou responsáveis por crianças até 5 anos, poderiam ter a prisão relaxada. Ainda assim, disse Raquel, o Judiciário era pouco flexível com casos relacionados ao tráfico de drogas sem violência.

Abrangência das audiências também preocupa

Outro problema, denuncia a coordenadora do ITTC, é a curta abrangência das audiências de custódia no país. Em São Paulo, Raquel deu exemplo de uma mulher com a gestação avançada, com outros filhos, presa por furtar uma bandeja de carne para alimentar a família.

“Esse é um caso que, mesmo com juízes insensíveis, a mulher seria solta na audiência de custódia. Mas ela foi presa na grande São Paulo, não passou pela audiência de custódia, foi para prisão e ainda está lá”, denunciou. “É dramático porque esse um daqueles casos que a Justiça consideraria de menor relevância e ela seria sequer ser processada, mesmo assim, ela está presa”.

No Rio de Janeiro, onde a Defensoria Pública do Estado tem monitorado o Judiciário, quando a presa é gestantes, nas audiências de custódia, o balanço é semelhante. Das 72 mulheres presas em flagrante entre outubro de 2015 e janeiro deste ano, 54 delas disseram ter filhos e 11 estavam grávidas. Dessas, oito conseguiram ser liberadas nas audiências de custódia.

“Dificilmente, a gente consegue obter a liberdade provisória nos crimes cometidos com por violência, o que já era esperado”, disse o coordenador de Defesa Criminal da Defensoria, Emanuel Queiroz. “Mas o grande crime, praticado sem violência, é o tráfico de drogas. E existe um problema aí, dramático, que não se refere só às mulheres, que é a política de drogas”.

CNJ defende flexibilização de penas

Para garantir o cumprimento das regras das Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas, com prioridade para medidas que evitem o encarceramento, conhecidas como regras de Bangkok, o Conselho Nacional de Justiça tem trabalhado para mudar a cultura do Judiciário.

Diretor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário Nacional, Luís Geraldo Manfredi reconhece que os juízes têm receio de recorrer as penas alternativas, com medo que elas não funcionem, mas reforça que o encarceramento deve ser o último recurso.

“O dilema das alternativas penas não é específico da questão de gênero, é um desafio para o próprio judiciário, de compreender melhor os motivos para evitar o encarceramento desnecessário, o rompimento de laços familiares e a consequências deletérias da prisão”, disse.

O CNJ também apoia o indulto (redução e perdão de penas) de mulheres condenadas por até cinco anos de prisão por tráfico de drogas. O documento, em análise na Casa Civil, pode ser assinado pela presidenta Dilma Rousseff nos próximos dias. A campanha em defesa do indulto conta com apoio de cerca de 200 organizações de defesa dos direitos humanos.

*Repórter do Radiojornalismo da EBC.

Rio de Janeiro - Unidade Materno Infantil do Complexo Penitenciário de Bangu recebe mulheres privadas de liberdade acompanhadas de seus bebês até 1 ano de idade (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Edição: Valéria Aguiar
Agência Brasil

Lava Jato: Janot denuncia Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo ao Supremo

07/05/2016 15h29
Brasília
Da Agência Brasil

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em um dos inquéritos da Operação Lava Jato, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o marido dela, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, que seria ligado ao casal.

Eles são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por suposto recebimento de R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. De acordo com depoimento de delatores, o valor é oriundo de desvios de contratos da Petrobras.

A senadora e o ex-ministro foram citados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Um novo delator, Antônio Carlos Pieruccini, afirmou que o dinheiro foi transportado, em espécie, de São Paulo para Curitiba, em quatro viagens e que teria sido entregue a Ernesto Kugler.

Se o STF decidir receber a denúncia, Gleisi e Paulo Bernardo vão virar réus na ação penal.

O advogado Rodrigo Mudrovitsch, que representa a senadora e o ex-ministro, disse que vai esperar a intimação pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no STF, para apresentar a defesa. “A denúncia causou surpresa e indignação. É uma denúncia frágil e merece ser derrubada pelo Supremo”, disse à Agência Brasil.

Em nota, os advogados de Gleisi informaram que “todas as provas que constam no inquérito comprovam que não houve solicitação, entrega ou recebimento de nenhum valor por parte da senadora. A denúncia sequer aponta qualquer ato concreto cometido. Baseia-se apenas em especulações que não são compatíveis com o que se espera de uma acusação penal”.

“Ao apagar das luzes, depois de um ano e meio da abertura do inquérito, uma terceira pessoa [Antônio Carlos Pieruccini] aparece disposta a dizer que teria realizado a suposta entrega de valores, numa nova versão que foge de qualquer raciocínio lógico. Vale lembrar que esta pessoa é amigo/sócio/ funcionário de Alberto Youssef, o que comprova ainda mais a fragilidade das provas e se vale do mesmo advogado de Alberto Youssef para fazer sua delação”, informa a nota.

Edição: Lílian Beraldo
Agência Brasil

Jovem morre em acidente em Juiz de Fora, diz PM

07/05/2016 10h25 - Atualizado em 07/05/2016 10h25

Do G1 Zona da Mata

Um jovem de 20 anos morreu após se envolver em um acidente na Avenida Juscelino Kubitschek, no Bairro Jóquei Clube, em Juiz de Fora, na noite desta sexta-feira (6). De acordo com a Polícia Militar (PM), a vítima era militar do Exército.

Ainda segundo a PM, o jovem seguia em uma moto no sentido bairro/Centro quando perdeu o controle e se chocou contra um carro que estava parado. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local.