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André de Souza, Gabriela Allegro, Stella Borges e Tiago Dantas
O Globo
Filiados ao PT ocupam cerca de 10% dos cargos comissionados do governo federal. Estimativa feita pelo Núcleo de Dados do Globo aponta que há em torno de 10 mil petistas entre os 107.121 funcionários que ocupam cargos comissionados no Executivo federal. Caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada pelo Senado nesta semana, parte desses cargos de segundo e terceiro escalões entrará na partilha feita pela equipe do vice-presidente Michel Temer para partidos aliados.
A estimativa foi feita a partir do cruzamento de nomes de filiados ao PT, disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a lista de servidores comissionados do Portal da Transparência do governo federal. O levantamento inclui servidores concursados que também ocupam cargos de confiança. Por conta de disparidades entre dados do TSE e do Executivo, a lista pode conter homônimos.
SEM FILIAÇÃO
Ainda assim, os números encontrados podem estar abaixo do real tamanho da fatia petista na administração federal, pois não estão contemplados cargos de confiança de indicados pelo PT que não são filiados.
A maior concentração de petistas está no Ministério do Desenvolvimento Agrário (25% do total de cargos comissionados). A pasta responsável por políticas fundiárias e agricultura familiar é comandada pelo partido desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência. Quadros do PT integram também a presidência e parte da direção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que concentra 75% do orçamento do ministério.
FORA DO GOVERNO
Na última reunião do seu Diretório Nacional, em 19 de abril, o partido decidiu não reconhecer a legitimidade de um possível governo Temer. A tendência, segundo dirigentes, é que filiados e apoiadores deixem cargos comissionados caso Dilma seja afastada.
— O PT não reconhece um governo que não seja oriundo das urnas. Logo, um filiado ao PT não deve participar de um eventual governo Temer — afirma o secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza.
Para ele, o número de cargos comissionados ocupados pelo PT mostra que o partido não aparelhou o Estado:
— O que aconteceu foi uma distribuição dos cargos entre os aliados para governar, algo absolutamente normal.
BAQUE NAS CONTAS
A possível troca de governo pode representar mais um baque para as contas do partido. Filiados em cargos de confiança doaram R$ 7 milhões ao PT em 2014, segundo última prestação de contas disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número representa cerca de 2% da receita de R$ 342,4 milhões. A maior parte da receita (R$ 193,1 milhões) veio de doações para as campanhas eleitorais de 2014.
O cientista político Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getulio Vargas (FGV/SP), diz acreditar que a tendência é que o número de cargos comissionados não diminua caso o vice-presidente Michel Temer assuma, já que eles são usados para abrigar aliados.
— De início, o Temer dizia que, caso assumisse a Presidência, ia reduzir consideravelmente o número de ministérios. Hoje, a conversa já é outra, porque ele sabe que vai precisar acomodar todos os que estão dando suporte a ele nessas pastas, em cargos de confiança.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Este levantamento é impreciso, o número de cargos ocupados por petistas e assemelhados é muito maior, com toda certeza. Para o novo governo, livrar-se do PT pode ser até fácil, porque se trata de um partido autocarburante, que pega fogo se consome sozinho. Difícil mesmo é se livrar do PCdoB, que se tornou um partido adesivo, gruda em qualquer governo que lhe passar pela frente e tenha cargos a distribuir. Que ninguém se surpreenda se o PCdoB acabar aderindo a Temer, em nome da governabilidade e para que o país possa sair da crise. Em busca dos cargos públicos, esses adeptos da versão brasileira do comunismo arrumam desculpas para tudo. (C.N.)
Posted in Tribuna da Internet
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