segunda-feira, 9 de maio de 2016

Brasil já deixou de ser democracia, para se tornar uma juristocracia



João Amaury Belem

Considerando as recentes decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, mais alta Corte de Justiça do país, o regime brasileiro não é uma democracia, é uma juristocracia, na qual cada juiz faz o que bem quer e quando quer. Segundo os estudiosos do assunto, juristocracia é o sistema de governo, normalmente não democrático, baseado em decisões de juízes, magistrados, desembargadores etc.

Nesse tipo de ditadura, qualquer juiz pode decretar o que bem entender, utilizando mecanismos judiciais casuísticos para impor à sociedade, à um indivíduo ou instituição a sua percepção pessoal, servindo a uma ideologia ou grupo político em prejuízo da ética, da legalidade moral ou dos anseios populares.

ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Um dos expoentes é o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que está a merecer uma reação por parte da sociedade brasileiro. O ideal talvez seja o ajuizamento de uma ação popular para que ele promova o ressarcimento ao erário público das horas trabalhadas em prol da madame Dilma Rousseff em sua defesa na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e no Supremo, pois nessa deplorável missão ele não vem trabalhando em prol do interesse da nação brasileira que lhe paga o salário.

Ao se pronunciar na Comissão de Impeachment do Senado, semana passada, o advogado Fábio Medina Osório questionou que a defesa da presidente Dilma Rousseff esteja a cargo de José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, e citou a Portaria nº 13, de 24 de junho de 2015, da própria AGU.

É fulminante o inciso IV do artigo 8º da referida portaria, ao determinar que é vedado à AGU atuar quando há “incompatibilidade com o interesse público no caso concreto”. E não há a menor dúvida de que o impeachment é de interesse público. Portanto, que devia defender Dilma era um advogado particular, não o advogado-geral da União.

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