UMA REPUBLIQUETA AUTENTICAMENTE BANÂNICA
Iniciado diante das câmeras da TV Justiça, o arranca-rabo entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski prosseguiu após o encerramento da sessão do STF, na última quinta-feira. O segundo round ocorreu na área reservada, contígua ao plenário. Apurado pelo repórter Robson Bonin, o destampatório foi veiculado por Veja. A troca de ofensas vai reproduzida abaixo:
- Vossa Excelência não vai esculhambar a minha presidência! – increpou Barbosa.
- O senhor quer as manchetes? Quer aparecer? Vá para as ruas! – devolveu Lewandowski.
- O senhor não vai ficar lendo textos de jornal em plenário para atrasar o julgamento!
- Está para nascer homem que mande no que devo fazer. O senhor acha que tenho voto de moleque?
- Acho sim, senhor.
Lewandowski insinuou que, noutro ambiente, reagiria com os punhos:
- Se não fosse o respeito que tenho por esta Casa, eu tomaria agora outra atitude.
Antes da intervenção da turma-do-deixa-disso, Barbosa ainda sapecou:
- O senhor envergonha esta Casa. O senhor não se dá ao respeito!
Em privado, Lewandowski disse aos colegas que seu retorno ao julgamento depende de uma retratação de Barbosa. Durante a sessão de quinta, depois de acusar Lewandowski de fazer “chicanas” protelatórias, Barbosa dissera: “Não vou me retratar, ministro.”
O terceiro round está marcado para quarta-feira (21).
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Não há motivos pra perplexidade ou espanto.
Em termos de urbanidade, educação e respeito à liturgia do cargo, temos aqui apenas mais um fato corriqueiro, banal, rotineiro, acontecido no mais alto órgão da justiça banânica, em plena vigência do Socialismo Muderno Luleiro, o regime que escolheu e indicou pro STF estes dois ministros que trocam farpas, tapas e insultos.
Nós, que votamos e botamos o PT no puder, merecemos isto.
Tenham sempre em mente uma coisa: a caneta que assinou a nomeação de um, foi a mesma caneta que assinou a nomeação do outro.
Trata-se da mesmíssima caneta que assinou a nomeação de Dias Toffoli, um advogado que não tem pós graduação, tampouco mestrado ou doutorado, que trabalhava no Palácio do Planalto tendo Zé Dirceu como chefe imediato, que foi reprovado em dois concursos pra juiz de primeira instância e que é réu condenado pela Justiça em dois processos que correm no estado do Amapá.
Vivemos numa republiqueta autenticamente banânica.
Um bom domingo pra vocês!