domingo, 18 de agosto de 2013

Haddad corta policiais da Operação Delegada, e São Paulo vira um camelódromo

18/08/2013
 às 4:05

Mais estelionato eleitoral – Haddad corta policiais da Operação Delegada, e São Paulo vira um camelódromo. É o que faz. Vamos ver qual era a sua promessa, gravada em vídeo

Escrevi nesta sexta dois textos (aqui e aqui) sobre o desempenho do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Sim, é um tema que interessa mais de perto aos paulistanos, mas tem alcance geral porque Haddad é um candidato que Lula tirou do bolso do colete, foi inventado por ele e fabricado por João Santana. No oitavo mês de gestão, o prefeito parece empenhado em desdizer cada linha do que anunciou na campanha. Os textos cujos links vão acima explicam essa minha afirmação. Na decisão mais escandalosamente estelionatária, o prefeito mandou anunciar que o tal “Arco do Futuro”, principal proposta do então candidato, não sairá do papel. Mas a coisa não para por aí, não.
Leiam trecho do que informa Arthur Rodrigues no Estadão. Volto em seguida:
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O número de policiais militares contratados pela Operação Delegada da Prefeitura de São Paulo caiu pela metade desde o início da gestão Fernando Haddad (PT). Vitrine do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) e promessa de continuidade na campanha do petista, o projeto foi desidratado no primeiro semestre e seu contingente teve redução de 3.439 para 1.853 PMs. Com menos policiais na fiscalização, ambulantes tomam as ruas e comerciantes cobram a volta do efetivo.
Criada em 2009, a operação virou uma franquia que já chegou a 17 cidades do Estado e está em processo de implementação em outras 40. Na capital, porém, a relação entre Haddad e o comandante-geral da PM, Benedito Roberto Meira, sempre foi tensa. O petista não queria o foco no combate aos camelôs e tentou fazer com que os PMs trabalhassem à noite na periferia, sem sucesso.
“A (Operação) Delegada caminha para acabar”, diz o vereador coronel Alvaro Camilo (PSD), que instalou o programa quando era comandante-geral da PM. Segundo ele, com a redução do efetivo, os policiais não dão conta de fiscalizar o comércio de rua na cidade. O Estado percorreu vias do centro e constatou grande número de ambulantes mesmo onde ainda há policiais da operação, como nas Ruas 25 de Março, José Paulino e Santa Ifigênia. “Cuidava de um quarteirão. Agora, tenho de cuidar de três. Vira um jogo de gato e rato”, diz um PM na Santa Ifigênia.
Na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona sul, a retirada de 50 dos 67 PMs da operação causou mobilização da associação de moradores Ame Jardins. “Aumentaram as ocorrências de furto e roubo e teve um caso de saidinha de banco”, diz João Moradei Junior, diretor da entidade. O grupo cobrou da Prefeitura e os PMs voltaram às ruas da região.
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“A população reclamou muito da violência dos policiais. A Operação Delegada não era uma meta nossa de campanha e não é prioridade do governo. Segurança é uma questão de Estado e que o Município contribui na medida do possível”, disse a secretária municipal de Planejamento, Leda Paulani.
(…)
Voltei
Entre demonizar a Polícia Militar e entregar a cidade aos camelôs, Fernando Haddad, o gênio da raça, optou pelas duas coisas. E que se note: o combate ao comércio ilegal também é atribuição da Guarda Metropolitana. Mas sabem como é… Existe amor em São Paulo na gestão petista, não é mesmo? Haddad preferiu aumentar o contingente de guardas municipais nos parques em que os endinheirados fazem ginástica. Um homem do povo, enfim!
Prestem atenção à fala da secretária. Afirma que a Operação Delegada não era uma meta e tenta jogar o abacaxi nas mãos do Estado. Pois bem, também nesse caso, há o que dizia o candidato e o que faz o prefeito. 

Voltei
Ele não só diz que vai manter como propõe aumentar o “escopo”, pondo policiais para fazer a segurança de equipamento de saúde — tarefa também da Prefeitura. Poder-se-ia dizer: “Há menos PMs combatendo camelôs porque estão cuidando de postos de saúde!”. Errado! Não estão. O prefeito cortou o número de policiais da operação, reduzindo-a a pouco mais da metade. Entre não combater os camelôs e não oferecer segurança aos postos municipais de atendimento à saúde, o “novo homem” escolheu as duas coisas. Eis aí mais uma clara manifestação do estelionato eleitoral.
Por Reinaldo Azevedo

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