09 de Julho de 2013 - Juiz de Fora
Por Hélio Rocha
A greve geral convocada por diversas centrais sindicais para a próxima quinta-feira já mobiliza sindicatos e partidos em Juiz de Fora. Nesta terça-feira, mais de 40 entidades de esquerda se reunirão às 19h, no Sindicato dos Bancários, para discutir as atividades que serão realizadas no dia de paralisação. Durante a reunião, os sindicatos também serão chamados a comparecer, no dia da greve geral, à Câmara Municipal para ato público às 15h. O ato acontecerá durante a realização da audiência pública do Legislativo, que reunirá os vereadores e manifestantes do movimento "Junta Brasil", para discussão da qualidade e do preço da tarifa do transporte público em Juiz de Fora.
Já estão confirmadas as adesões dos sindicatos dos bancários, professores municipais e estaduais e dos servidores da UFJF, e ainda será discutida a participação de taxistas e professores universitários. Entre as pautas reivindicadas pelas organizações de trabalhadores, estão a jornada de trabalho de 40 horas semanais, o reajuste digno para os aposentados, mais investimentos em saúde e educação, transporte público de qualidade e o repúdio às terceirizações nos serviços públicos.
Segundo o diretor regional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Oleg Abramov, os sindicados filiados à CUT devem participar de atividades próprias pela manhã, reunindo-se à tarde em frente ao Palácio Barbosa Lima, no Parque Halfeld. "Possivelmente serão enviados representantes de cada classe ao plenário, enquanto os demais manifestantes acompanharão a reunião do lado de fora."
O Sindicato dos Bancários, que representa uma das primeiras classes a propor a paralisação, pretende interromper o funcionamento de todas as agências bancárias no Centro da cidade. De acordo com o presidente do sindicato, Robson Marques, ainda será discutida a paralisação das agências localizadas na periferia. "A classe estará nas ruas e participará do ato em frente à Câmara." O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais do Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), por sua vez, participará do ato público em frente à Câmara e, pela manhã, seus integrantes farão a convocação da classe para a manifestação.
Entre os professores, o Sindicato dos Professores (Sinpro-JF), que representa os docentes do ensino público municipal, não participa oficialmente da paralisação porque, neste mês, a classe está de férias. No entanto, segundo a coordenadora do sindicato, Aparecida de Oliveira Pinto, seus membros serão convocados a participar dos movimentos de rua. Os professores estaduais, representados pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), participarão da greve, mas ainda não está definida a programação para o dia. Os docentes universitários da Associação de Professores do Ensino Superior (Apes) reúnem-se nesta terça para discutir a adesão.
Ônibus urbanos e repartições municipais vão funcionar
Os profissionais de transporte rodoviário urbano e os cerca de 15 mil funcionários da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) trabalharão normalmente na quinta-feira. Apoiando a greve geral e as manifestações das ruas, os trabalhadores do transporte urbano municipal decidiram não interromper suas atividades, uma vez que a iniciativa prejudicaria o comparecimento da população às manifestações. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttro), Adilson Rezende, tal decisão busca reforçar as ações programadas para o dia. "Os trabalhadores do transporte público atuarão para garantir o direito dos manifestantes", afirma. O Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu) apoiará a greve e estará representado nas manifestações, mesmo não sendo interrompidas as atividades da classe.
A Polícia Militar informou à Tribuna que será montado esquema de acompanhamento para o dia de paralisações, nos moldes dos implementados nos grandes protestos do mês passado. Serão mobilizados 200 policiais e 50 viaturas. Haverá, também, sistema de fechamento de trânsito de vias estratégicas da cidade, cujo objetivo é garantir o direito de ir e vir dos cidadãos.