quinta-feira, 20 de junho de 2013

Protestos impulsionam indústria do gás lacrimogêneo

20/06/2013 
Da BBC Brasil

Protestos impulsionam indústria do gás lacrimogêneo (Foto: AFP)

Em meio à crise econômica e às várias medidas de austeridade adotadas por vários países, especialmente no Ocidente, um setor da indústria está se dando bem: os fabricantes de gás lacrimogêneo.

Desde a Primavera Árabe (iniciada no final de 2010), o mercado de segurança interna no Oriente Médio teve um aumento de 18% em seu valor, chegando próximo aos 6 bilhões de euros (R$ 17,4 bilhões) em 2012.

Usado por forças de segurança do mundo inteiro para dispersar manifestações, as bombas de gás lacrimogêneo também tiveram destaque recente nas imagens da evacuação do Parque Gezi em Istambul no último fim de semana e da repressão aos protestos em diversas cidades brasileiras contra o aumento das tarifas de transporte público e os gastos excessivos na organização da Copa do Mundo 2014.

Egito e Tunísia estão aumentando suas compras de equipamentos para controle de distúrbios no momento em que negociam empréstimos com o FMI para cobrir seus buracos orçamentários.

Na zona do euro, afetada pela crise financeira, as coisas não são muito diferentes. O orçamento de 2012 do governo espanhol de Mariano Rajoy enfrenta cortes em praticamente todas as áreas, mas em equipamentos antidistúrbios o gasto passa de cerca de 173 mil euros a mais de 3 milhões em 2013.

A pesquisadora Anna Feigenbaum, que investiga a história política do gás lacrimogêneo na Universidade de Bournemouth, na Grã-Bretanha, acredita que a austeridade e o aumento dos gastos com segurança interna andam de mãos dadas.

'Com a austeridade houve uma intensificação dos protestos e do uso do gás lacrimogêneo. Nesse sentido, a Grécia está na vanguarda', disse à BBC. Para a indústria do gás, nada como as crises econômico-sociais.

A Turquia é um dos casos com mais cobertura midiática, mas um mapa ( ) dos protestos no mundo onde o gás lacrimogêneo foi usado, elaborado por Feigenbaum, mostra a expansão do mercado desde janeiro de 2013.

Como se pode ver no mapa, os protestos contidos com o uso do gás vão desde manifestações contra o estupro de uma mulher na Índia a protestos dos estudantes no Chile e dos professores no México, ou de trabalhadores na França e na Espanha.

Fabricantes
A organização internacional War Resister League (Liga dos Resistentes à Guerra, em tradução livre), que tem uma campanha específica contra o gás lacrimogêneo, identificou a presença de empresas americanas como Combined Systems Inc., Federal Laboratories e NonLethal Technologies da Argentina até a Índia; de Bahrein, Egito e Israel a Alemanha, Holanda, Camarões, Hong Kong, Tailândia e Tunísia.

A brasileira Condor Non-Lethal Technologies, uma das principais provedoras da Turquia, vende seus produtos a 41 países.

Durante a Primavera Árabe, empresas americanas exportaram 21 toneladas de munição, o equivalente a cerca de 40 mil unidades de gás lacrimogêneo.

Em termos de manejo de protestos, nada mudou com a democratização egípcia. Esse ano, o ministério Interior encomendou cerca de 140 mil cartuchos de gás lacrimogêneo ao mesmo elenco de exportadoras americanas.

Em fevereiro, o porta-voz do Departamento do Estado americano, Patrick Ventrell, defendeu o outorgamento de licenças para a exportação a essas empresas, dizendo que o gás lacrimogêneo 'salva vidas e protege a propriedade'.

A empresa brasileira Condor Non-Lethal Technologies usa argumentos semelhantes.

'As tecnologias não letais são projetadas para incapacitar temporariamente as pessoas sem causar danos irreparáveis ou morte. Seus efeitos são totalmente reversíveis. De acordo com uma recomendação da ONU em 1990, a polícia tem de fazer um uso proporcional da força por meio de armas não letais em consonância com os direitos humanos e o respeito à vida', disse um porta-voz da companhia à BBC.

A expressão 'não letal' aparece no nome e marca de muitas companhias. Mas o uso dessa expressão é contestado por especialistas e grupos defensores de direitos humanos, que também questionam a relação próxima entre a indústria, as forças militares e de segurança e governos, que permitiu que o uso do produto fosse se consolidando como arma repressiva favorita ao longo das últimas décadas.

Normalização
Na Primeira Guerra Mundial, o gás lacrimogêneo era classificado como arma química. Mas a partir daí, entrou um cena a força do lobby industral-militar-governamental, como explicou Anna Feigenbaum.

'Por pressão dos governos e das corporações, mudou-se o nome de 'arma química' a 'irritante químico' ou 'instrumento de controle de distúrbios'. Isso produziu uma normalização. O gás que começou a ser usado no 'controle de multidões' na década de 30 se generalizou a partir dos anos 60', disse.

Uma pesquisa pedida pelo governo britânico sobre o uso de gás lacrimogêneo no fim dos anos 1960 na Irlanda do Norte contribuiu de forma particularmente significativa para essa normalização.

A investigação concluiu que não havia perigo nem para mulheres grávidas, nem para idosos, uma afirmação duramente criticada pela Anistia Internacional e pela ONG Médicos pelos Direitos Humanos.

Ambas as organizações sustentam que não é preciso ser mais velho ou estar grávida para sentir efeitos 'irreversíveis' dessas armas não letais. Entre as mortes mais recentes atribuídas ao uso de gás lacrimogêneo figuram a do adolescente Ali Al-Shiek Bahrain no ano passado e a do palestino Mustafa Tamini no final de 2011.

'Surpreende que, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos aprovam o fornecimento de armas a rebeldes sírios por causa da suposta evidência de ataques químicos ordenados pelo governo de Assad, (os Estados Unidos) tolerem a exportação de gás lacrimogêneo. Nenhum governo deveria aprovar ou pagar pelo uso de armas químicas', disse à BBC Mundo Kimber Heinz, da ONG Liga dos Resistentes à Guerra.

Documento comprovaria que Polícia Militar tinha ordens para não intervir na ação de vândalos

19/06/2013
 
Após oito ligações para polícia, comandante do 1º batalhão, tenente-coronel Baião, determinou que a polícia não interviesse na manifestação
PUBLICADO EM 19/06/13 - 17h21
MÁBILA SOARES

Um documento divulgado nas redes sociais, nesta quarta-feira (19), comprova que a Polícia Militar (PM) tinha ordens expressas para não intervir na ação de vândalos, durante a manifestação na praça Sete, no centro de Belo Horizonte. Três agências bancárias foram destruídas, uma loja de celulares saqueada, além de pichações, muita sujeira e vidros quebrados.

Segundo o registro de ocorrência da própria corporação, às 23h16 foi feita a primeira ligação para a polícia para informar sobre a destruição de uma agência do Itaú. Um minuto depois, um funcionário da Central de Segurança do banco fez outro contato denunciando a invasão de vândalos, que iniciavam a destruição do estabelecimento. Às 23h19, quando começaram a roubar computadores da agência, foi feita um novo chamado.

Às 23h20, vândalos atearam fogo na agência. Duas novas solicitações foram feitas seis minutos depois, sendo uma delas de uma funcionária da central de monitoramento do banco. Às 23h33, após oito ligações para a polícia, o comandante do 1º batalhão, tenente-coronel Baião, determinou que a polícia não interviesse na manifestação, até que fosse dada uma nova ordem.

Nesta quarta-feira, o tenente-coronel Alberto Luiz, chefe da comunicação da Polícia Militar, tentou explicar a falha. Em entrevista à repórter Laura Lima, da TV Alterosa, ele disse desconhecer o documento.Segundo ele, os policiais acompanhavam a situação por videomonitoramento, por isso, demoraram a deslocar o batalhão de choque para reprimir os vândalos.

"Nós estávamos ali posicionados estrategicamente, principalmente com as atenções voltadas para pontos considerados sensíveis e pontos que pudessem ser considerados de risco. Nossa avaliação foi adotar a seguinte postura tática: nós iríamos acompanhar, mesmo por que, os próprios manifestantes adotaram a postura de evitar que esses vândalos continuassem atrapalhando o movimento. O Batalhão de Choque estava em pontos estratégicos. Demoramos o tempo necessário de mobilizar a tropa de choque, embarcá-la e com número maior de policiais nós deslocamos para a praça Sete. Foi o que aconteceu. Inclusive, reagimos à injusta agressão", afirmou o tenente-coronel.

Em relação ao documento, o militar demonstrou desconhecimento. "Esse documento não sei a procedência dele. Foi redigido por quem? Nós não demos ordem para a Polícia Militar agir dessa forma. De maneira alguma. Eu, inclusive, no momento mais crítico dessa atuação, estive em contato intenso com o comandante do 1º batalhão, que determinou, inclusive, que policiais que estavam no hipercentro de Belo Horizonte pudessem se aproximar para resgatar profissionais da imprensa que estavam encurralados em um estabelecimento comercial. Viaturas Rotam foram acionadas e chegaram antes do Batalhão de choque", concluiu.

A reportagem de O TEMPO entrou em contato com o coronel diversas vezes, mas ele não atendeu as ligações.

O coronel Divino Pereira de Brito, chefe do Estado Maior da Polícia Militar, disse que a PM foi pega de surpresa com o fato de os manifestantes terem se dispersado durante os protestos e que a depredação aconteceu quando os militares voltavam da praça da Liberdade. Ainda de acordo com o coronel, em nenhum momento houve ordem para que os policiais não fossem até o local. “Esse retardo que houve no atendimento não foi por orientação e nem proposital. Foi uma circunstância do momento, porque jamais haveria uma orientação para que não atuássemos”, afirmou.

Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (19) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), na qual foi definida a criação de uma comissão mista para avaliar os acontecimentos decorrentes das manifestações, o procurador José Antônio Baêta afirmou que acredita que houve omissão por parte da PM.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

FORTALEZA: protesto tenta furar barreira; há confronto com PM

E ainda há gente que me pede para aplaudir essa gente! Não há a menor chance de isso acontecer!

19/06/2013  às 9:09
Movimento Passe Livre, chamado de pacífico por certa imprensa, se nega a condenar saqueadores e diz que eles são protagonistas de uma “revolta popular”. E ainda há gente que me pede para aplaudir essa gente! Não há a menor chance de isso acontecer!
Está página teve quase 300 mil visitas ontem (294.820, novo recorde), e nem todo mundo veio aqui para elogiar as minhas prosopopeias. Há um grupo que chega quase a estar magoado comigo. Eu não estaria percebendo que o movimento que está nas ruas é, antes de mais nada, crítico ao petismo, e então eles se mostram espantados que não conte com o meu apoio e com o meu entusiasmo. Então eu não estaria vendo que os jovens também protestam contra corrupção? Então eu não estaria vendo que eles são críticos à Copa? Então eu não estaria vendo que eles desconfiam dos políticos e dos partidos, exigindo que alguns esquerdistas enrolem as suas bandeiras, numa “censura à classe política que está aí”? Sim, eu estou vendo tudo isso. Como meu único compromisso com os leitores e com o site da VEJA é escrever o que penso, então escrevo o que penso. É simples assim.
Há um engano central em relação a esse movimento, que ignora a sua origem e a sua história. O Passe Livre, meus caros leitores, não é uma associação que luta por indivíduos mais livres, mais autônomos, mais independentes do estado. Ao contrário: do que dá para perceber de sua concepção de sociedade — e se pode ter uma sem que se tenha clareza disso —, os valentes querem outra coisa. Anseiam por uma democracia tutelada por movimentos sociais organizados, que arrogam para si o direito da representação sem passar pelo ritual das eleições. E, POIS, DEMOCRACIA NÃO É.
À diferença do que se diz por aí, a crise está menos na democracia brasileira, na classe política ou nos Poderes — como se tornou hábito repetir bovinamente, na imprensa inclusive — do que nos instrumentos de análise e de percepção da realidade. Se existe uma crise, ela é de natureza intelectual, isto sim!, de parâmetros. Esse mal-estar, prefiro chamá-lo assim, contamina hoje a academia — o pensamento propriamente — e a imprensa. Perderam-se referenciais e valores do que sejam sociedade livre e representação. Essa conversa de que a redução da tarifa é apenas a face visível de um malaise mais profundo — onde se esconderiam repúdio à corrupção, aos desmandos, à gastança irresponsável do governo — traduz mais uma esperança do que um fato. Lamento, mas entendo rigorosamente o contrário.
A bandeira dos 20 centavos (e notem que ele é ponto de honra dos valentes, que não aceitam negociar) é um ensaio do que entendem ser — e com apoio de muitos pensadores ditos alternativos — a democracia direta, sem a mediação de autoridades eleitas, de instituições, do Parlamento, de partidos.
Uma nota antes que avance – O repúdio a bandeiras de partidos políticos, que a tantos encanta, a mim causa preocupação. Eu não tenho nada contra a existência de partidos. Ao contrário! Posso esculhambar impiedosamente aqueles de que discordo, mas ainda não se conseguiu inventar uma maneira melhor de se articularem as diferenças. Eu abomino o PSTU e tudo o que ele pensa. Eu abomino o PSOL e tudo o que ele pensa. Eu abomino o PCO e tudo o que ele pensa. Mas eu abomino também quem imagina que pode ocupar a cidade, da forma como lhe der na telha, sem prestar satisfações a ninguém, e ainda se sente no direito de forçar o outro a enrolar a sua bandeira. Noto que há gente que não entendeu até hoje qual é o meu paradigma. Esse ódio à política é burro, é obscurantista, é ingênuo.
A questão, é bom que fique claro, não é de conteúdo — porque não é mesmo; seria ridículo imaginar toda essa movimentação por causa de 20 centavos — mas de método. Nesse caso, forma é conteúdo. Não! Não são apenas os vândalos que afrontam a noção mais comezinha de democracia. Também os que são chamados de “pacíficos” entendem que podem violar a Constituição sem dever satisfações a ninguém. Eles se negam até a negociar.
A Polícia Militar de São Paulo prendeu 56 pessoas por causa de atos de vandalismo e selvageria, que tiveram início no fim da tarde, com o ataque ao prédio da Prefeitura. Como? O Movimento Passe Livre não tem nada com isso? Uma ova! Então leiam trecho do que vai na Folha de S. Paulo (em vermelho):
O MPL (Movimento Passe Livre) disse condenar a violência, mas classificou como “revolta popular” os atos de vandalismo e saque ocorridos ontem em São Paulo. Marcelo Hotimsky, um dos líderes do MPL, disse que os episódios registrados ontem são a prova de que “o prefeito vai ter que baixar a tarifa”.
“Tudo o que aconteceu é a revolta popular. Se quiser manter a cidade em ordem, vai ter que mudar para conter esse sentimento de revolta”, afirmou Hotimsky em entrevista à Folha. Ele afirmou que não há o que comentar sobre os saques. Hotimsky afirmou que o grupo condena a violência, mas entende que o que ocorreu é fruto da revolta.
(…)
Voltei
Não me peçam para condescender com o lixo desse pensamento, inferior àquele que eles vêm queimando nas ruas. Sei lá que idade tem esse cara. Deve ser maduro o suficiente para não dizer uma estupidez desse tamanho. Revolta popular por quê? Então esse tal Hotimsky tem de dizer o que querem os revoltosos? Qual é a sua pauta? Só os 20 centavos? Se o prefeito ceder, como parece que pode fazer, eles param de saquear lojas, de roubar, de depredar?
Ele não é bobo. Sabe que os saqueadores são a sua tropa de assalto, são a sua SA. TVs, jornais, sites, portais estão tratando esses caras como um misto de Schopenhaurer com Tocqueville? Pois, para mim, são um misto de Ernst Röhm com Macunaíma em estado larvar. Por que declarações como essa — que não passam de uma justificativa escancarada da violência — não ganham destaque nas TVs? Esse é o rapaz que lidera o que se está chamando de “manifestação pacífica”?
Não me confundam
Já recebi aqui algumas mensagens que considero meio indecorosas, de gente que, definitivamente, não entendeu o que eu penso. “Você não percebeu ainda que isso é ruim para o Haddad? Não é você que vive atacando os petralhas?”.
É, bom para ele, com certeza, não é? Mas eu deveria gostar disso, ainda que considere ruim para o país? Este cara não sou eu. Já escrevi aqui algumas dezenas de vezes e o farei quantas vezes forem necessárias: NEM TUDO O QUE NÃO É PT ME SERVE — à esquerda, à direita e ao centro. E essa gente não me serve. Movimento que flerta com saques, com quebra-quebra, com agressão e que tem o desplante de acusar a vítima tem de ser banido da convivência democrática.
É claro que os petistas, e Fernando Haddad, em particular são corresponsáveis por isso tudo. Os que vislumbram a chance de o PT sofrer um severo desgaste se esquecem de que essa gente era aliada do partido até outro dia. Haddad cresceu — e a máquina eleitoral que fez a sua campanha — nas asas desses movimentos difusos, autoritários, de almofadinhas candidatos a ditadores que se consideram representantes do povo mesmo sem ter sido eleitos por ninguém. Não ignoro nada disso. Sei que ele prova parte do veneno que produziu; sei que o corvo que ele alimentou tenta lhe arrancar os olhos, mas pedem que eu aplauda e me solidarize COM QUEM SE NEGA A CONDENAR SAQUEADORES PORQUE SABE QUE ELES CONSTITUEM O SEU BRAÇO OPERATIVO?
Não contem comigo para isso, nem que seja para desmoralizar o PT. Não contem comigo para isso nem que seja para desmoralizar o governo Dilma.
Caixa de Pandora
Usei aqui a imagem da Caixa de Pandora desde o primeiro dia, como vocês sabem. Estão é tirando a tampa do vale-tudo. Como observou de forma luminosa a professora Janaina Paschoal, assistimos ao encontro do “construtivismo com território livre”. Há nisso, é certo, um traço de classe social também. Se eu tivesse de juntar um terceiro elemento, acrescentaria as “aulas de humanas” de “professores progressistas” das… escolas particulares! Essa gente carrega, do berço, a noção de que a lei que vale para os outros não pode atingi-la. Foi cevada na cultura do “tudo é permitido e todo ‘não’ é uma violência”. E foi instada pelos barbudinhos a “mudar o mundo” e a sair de sua zona de conforto e “lutar pelo oprimido”. Aí, meus caros, basta lutar para assaltar o céu.
Esses são traços do microcosmo. Junte-se a isso a cultura que se vai consolidando entre nós de que o estado é o grande provedor de tudo, de que a direitos não correspondem deveres e de que as leis, a exemplo do que se verifica hoje com outros ditos “movimentos sociais”, não pode alcançá-los, e temos o que se vê aí. “Ah, mas eles também são contra a corrupção!” Que bom! Só faltava que falassem a favor, não é? “Ah, mas eles querem menos estádio bonito e mais hospitais…” Lamento! Essa não é uma permuta que faça sentido orçamentário, político ou administrativo. A formulação traduz ignorância. Mas sei que a democracia também existe para os ignorantes. Ok! Mas não pode permitir que os autoritários se imponham.
Eleição
Os eleitores de oposição que veem esse troço com esperança estão cometendo, ademais, um grave equívoco. Esse sentimento que está nas ruas, com toda a sua prática autoritária, troglodita às vezes (o “Passe Livre” deixa claro que a distinção entre os dois grupos só existe na imprensa —, lamento afirmar, fortalece as posições de esquerda; até da extrema esquerda. Vejo também vagas de pensamento que combinariam com a pregação de Marina Silva. E só. É obscurantismo demais para o meu gosto.
Não! Não vou condescender, não! Se o PT está com medo deles e tem de lhes fazer mesuras porque depende de voto, eu não dependo. Preciso, como todo mundo que escreve, de leitores. Mas, como sabem os frequentadores desta página, não puxo o saco nem dos frequentadores desta página, levados a ler, com alguma frequência, aquilo de que discordam.
De resto, caminhando para a conclusão, lembro que pegadas de funcionários da Secretaria-Geral da Presidência — cujo titular é o lulista Gilberto Carvalho — foram encontradas na bagunça de Brasília. A eventual derrocada de Dilma jogaria a candidatura do PT para aquele que é hoje (e para sua melancolia) o segundo da fila: Lula. Não estou sugerindo uma conspiração. Estou apenas contando como são as coisas.
Não se iludam, minhas caras, meus caros! Se vocês querem uma sociedade democrática, pluralista, aberta, que se oriente segundo os parâmetros da representatividade, o Movimento Passe Livre e seus métodos de luta caminham em sentido contrário. Quem transforma saqueadores e depredadores em “revoltosos sociais” quer ditadura, não democracia.
Não no meu blog. Definitivamente não! Haddad pode ter de ceder a eles! Eu não tenho!
Por Reinaldo Azevedo

Puft - Cb Emerson participou da Mostra de Artes da PMMG - Saiba +


Cabo Emerson, do BPE, expondo quebra cabeça em madeira. Ele trabalha com arte desde os 12 anos de idade.

Manifestantes querem licitação de ônibus


Manifestantes querem licitação de ônibus
Pelo Facebook, grupo de organizadores apresenta lista de reivindicações e traça trajeto de novo protesto marcado para esta quinta-feira

Por Ricardo Miranda. Tribuna de Minas


A licitação das empresas de ônibus concessionárias do transporte público coletivo entrou na pauta do novo protesto marcado para o final da tarde desta quinta-feira (20) no Parque Halfeld em Juiz de Fora. Na convocação feita pela Facebook, o grupo organizador damobilização da última segunda-feira incluiu na lista de reivindicações a "abertura de licitações para novas empresas de transporte urbano" no município. O procedimento chegou a ser iniciado na última gestão Custódio Mattos (PSDB), mas acabou parando no Tribunal de Contas do Estado (TCE) por conta de uma série de recursos apresentados pelo deputado estadual Durval Ângelo (PT). O petista denuncia supostas irregularidades no processo licitatório, o que não foi confirmado pelo Ministério Público.

Durante a abertura do 6º Encontro de Bibliotecas Públicas, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) disse nesta terça que vai retomar a licitação para concessão do serviço de transporte público coletivo. Ele também adiantou a implantação do bilhete único. Não foram estabelecidos prazos. No caso do processo licitatório dos ônibus, o atual contrato, renovado em 2006 pelo ex-prefeito Alberto Bejani (PSL), com validade até 2016, foi considerado irregular pelo TCE. O prefeito também reconheceu que, no caso do transporte público, a melhora precisa ser considerável. Ele se comprometeu a não compartilhar com reajustes abusivos na passagem e elogiou o comportamento "ordeiro e pacífico" dos manifestantes da cidade na última segunda-feira.

Além da licitação do transporte coletivo urbano, permanecem na pauta dos manifestantes o veto às mudanças da Lei do Uso e Ocupação do Solo e mais investimentos para educação e saúde. Com apelo mais amplo, integra a lista de demandas a não aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC 37), que retira o poder de investigação do Ministério Público, o boicote a eventos da Fifa por conta dos gastos excessivos e o combate à corrupção. A concentração para o protesto está marcada para as 16h30 no Parque Halfeld. De lá, os manifestantes vão percorrer as avenidas Rio Branco, Itamar Franco e Getúlio Vargas, de onde seguirão para o prédio da Prefeitura pela parte baixa da Rua Halfeld.

Na convocação feita pelo Facebook, o grupo organizador coloca-se contra qualquer tipo de violência e vandalismo. "Lutamos por um Brasil inteiro, mas também por nossa cidade." No mesmo texto, é feita ainda uma recomendação em relação à participação de filiados a partidos políticos. O argumento é de que, sendo o movimento apartidário, o uso de bandeiras com cores e símbolos de legendas políticas pode levar as pessoas a entender que todos aderem àquele determinado partido.

Quem saqueia loja incide no Código Penal; quem impede o direito de ir e vir viola a Constituição! A imprensa não pode queimar a Carta como os vândalos queimam o lixo!

19/06/2013 às 5:40

A imprensa brasileira, nessa sua fase criativo-cidadã-participativa, deu para criar categorias com as quais pretende corrigir a realidade para justificar a sua militância. Assim, inventa coisas como “cura gay”, “bolsa estupro” e… “maioria pacífica”. Já escrevi sobre as três e vou me ater um pouco mais sobre essa terceira. A “maioria pacífica” designa as pessoas que estão ocupando as ruas contra o aumento da tarifa de ônibus e que não promovem quebra-quebra e saques nem recorrem a coquetéis molotov para dizer o que pensam — e sobretudo o quanto… deixam de pensar. Esses seriam os lhanos, os mansos de espírito, aqueles a quem deveríamos ser gratos, exaltando as suas virtudes democráticas, com expressões como “Que coisa emocionante! Que coisa bonita! Que bacana!” Ontem, mais de uma vez, fui tomado pela vergonha alheia. Raramente ouvi tanta bobagem em prazo tão curto.

As TVs foram tomadas, assim, por um tom missionário. É como se a Dona Maroca estivesse cobrindo os eventos das praças Tahrir e Taksim. À “maioria pacífica”, opor-se-ia a minoria dos baderneiros, os que saem ateando fogo em tudo o que veem pela frente, depredando prédios públicos, quebrando aparelhos urbanos, querendo briga e confronto. Esses seriam os maus. E esses maus, insistem os criadores de categorias, não representariam aquela maioria de pessoas bem-intencionadas.

Trata-se, lamento, de uma fraude intelectual, em primeiríssimo lugar, e de uma fraude jornalística, dela decorrente, que remete também a uma questão que diz respeito ao ordenamento jurídico, que está sendo incendiado nas redações, como o lixo anda a ser incendiado nas ruas.

A distinção bate, de saída, numa questão de lógica elementar. Se a minoria baderneira não representa a maioria supostamente pacífica que está nas ruas, esses dois grupos juntos formam uma minoria que, por seu turno, não representa a maioria das cidades. É simples, é óbvio, é elementar. De resto, nem maiorias nem minorias podem desrespeitar as leis sem que lhe advenham consequências.

É estúpido!

Cabe perguntar:

1: Que diabo de “maioria (da minoria!!!) pacífica” é essa que impede o direito de ir e vir, que se atribui a licença de paralisar as cidades, que acredita poder impor a milhões de pessoas a sua pauta, a sua agenda, os seus métodos de luta?

2: Que diabo de “maioria pacífica” é essa que aceita se reunir com o secretário de Segurança Pública para conversar, mas jamais para negociar? Que aceita se reunir com o prefeito para conversar, mas jamais para negociar?

3: Que diabo de “maioria pacífica” é essa que arranca do secretário Fernando Grella, por exemplo, o compromisso de que não haveria tropa de choque, de que não haveria obstrução de ruas pela polícia, de que não haveria bala de borracha etc., mas que não deu nada em troca? Não aceitou nem mesmo entregar um itinerário para facilitar o trabalho de segurança. São pessoas que agem como se estivessem apartadas da ordem democrática. No Roda Viva, um dos seus arrogantezinhos sugeriu que o que quer aconteça de ruim em São Paulo é de responsabilidade de Geraldo Alckmin e Fernando Haddad. Afinal, por que eles não revogam o aumento? Bem, uma jornalista e dois “inteliquituais” afirmaram o mesmo ontem…

4: Que diabo de “maioria pacífica” é essa que atribui toda a violência havida na quinta-feira passada à Polícia Militar, sem nem mesmo admitir a parcela de culpa dos vá lá, radicais?

5: Que diabo de “maioria pacífica” é essa que não concede ao prefeito Haddad nem mesmo um prazo, então, para estudar planilhas de custos e, eventualmente, fazer uma sugestão? Não! É tudo ou nada e é agora! Como lembra a professora Janaina Paschoal, num artigo magistral para este blog, eles não sabem ouvir “não” como resposta. Na verdade, eles não sabem ouvir um “talvez”. Birrentos, querem o doce na hora. E fim de papo. Ou é a redução já ou, anunciam, é gente na rua, cidade parada, caos.

Eu tenho uma novidade para os queimadores de Constituição das redações, tratada como se fosse o lixo das ruas. Os bandidos que saqueiam lojas, que depredam patrimônio público e privado, que saem por aí metendo fogo nas coisas incidem numa penca de artigos do Código Penal. Têm de ser presos. Mas esses que vocês chamam “maioria pacífica” violam cláusulas pétreas da Constituição, violam direitos fundamentais.

Esses que estão sendo tratados como heróis por uma penca de más-fés cruzadas (e por muitos inocentes esperançosos) — trato do assunto em outro post — estão estabelecendo novos marcos da luta política no Brasil. Na verdade, trazem para cá, de forma ainda incipiente, táticas filoterroristas que vêm sendo objeto de especulação teórica de alguns chamados neomarxistas, que acreditam que a luta política tem de se dar em duas frentes: a) na desarticulação dos chamados costumes conservadores — e, nesse caso, os principais alvos têm de ser família e a religião (o cristianismo, claro!); b) na desmoralização contínua, permanente, das instituições do estado.

Curiosamente, alguns mal chamados “libertários”, ultraliberais em economia, têm uma agenda muito parecida. Mas isso fica para outra hora.

Eu estou pouco me lixando se essa gente tem ou não consciência do que está fazendo ou falando. O que me interessa é a consequência de suas escolhas para o país. Vejo a sua prática e me pergunto: e se seu método se generaliza e se consagra? NOTA: Ontem, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, se propôs a receber o movimento. Resposta: a turma só fala com o prefeito se a polícia soltar três pessoas que estão presas, envolvidas naquela tentativa de linchamento dos policiais na Assembleia Legislativa. 

Noto que, até agora, as ditas lideranças de um movimento supostamente sem líderes não vieram a público para condenar o vandalismo. E não vêm por cálculo. Enquanto essa suposta “maioria pacífica” puder contar com os ditos “radicais” como seus aliados objetivos, sempre poderá posar de moderados, ainda que rasgando a Constituição, sob o aplauso quase unânime da imprensa.

A mesma imprensa que está tendo de se esconder para não apanhar. Ou eles batem, ameaçam, metem fogo.

Isso é fascismo destrambelhado, não democracia!

Por Reinaldo Azevedo

19/06- Dia do Migrante. Dia do Cinema Brasileiro. Dia de São Romualdo. Aniversário de Ribeirão Preto. Tirinha de Garfield é publicada pela 1ª vez e saiba +

19/06/2013

Dia do Migrante
O indivíduo que muda de uma região para a outra, dentro do mesmo país, é denominado migrante.

Ele pode constituir família, conseguir ocupação e fazer amigos no local para onde migrou ou, ao contrário, ter deixado tudo isso na localidade na qual morava, para tentar a sorte em outra cidade.

A migração é um movimento comum no Brasil, principalmente devido a grande extensão do país. Devido a essa peculiaridade, grande parte de nosso território foi ocupada por meio de movimentos migratórios. O primeiro fluxo aconteceu no século XVI, quando criadores de gado do litoral nordestino partiram rumo ao sertão. Nos séculos XVII e XVIII, as regiões mineradoras dos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, atraíram nordestinos e paulistas.

A diminuição da produção do ouro, por sua vez, ocorrida no século XIX, trouxe parte desse contingente populacional para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde a cultura cafeeira cresceu. Ainda no fim do século XIX, iniciou-se a migração do Nordeste - mais especificamente do Ceará - para a Amazônia, devido à extração da borracha, que adquiriu forte impulso.

Esse fluxo migratório no país continuou também na primeira metade do século XX, quando os nordestinos dirigiram-se para o oeste paulista, à procura de trabalho nas culturas de café e algodão.

Com o término da Segunda Guerra Mundial, o nascimento da indústria contribuiu para o aumento da migração em direção aos grandes centros urbanos. Conseqüentemente, aumentou o número de migrantes que vinham do Nordeste para o Sudeste, principalmente para São Paulo.

A construção de Brasília, em meados dos anos 50, tornou-se foco de atração, ajudando na ocupação da região Centro-Oeste. Já em 70, a modernização da agricultura na região Sul expulsou muita gente do campo para o Centro-Oeste e para o Norte, avançando a fronteira agrícola. Na década de 80, garimpeiros foram atraídos para as zonas de mineração da Amazônia, Maranhão e Pará, em particular.
Fonte: UFGNet


Dia de São Romualdo.
Aniversário da cidade de Ribeirão Preto


1978 - A tirinha de história em quadrinhos Garfield é publicada pela primeira vez.

Nascimentos
1906 - Ernst Chain, bioquímico alemão e Nobel de Química (m. 1979).
1910 -Paul John Flory, químico norte-americano e Nobel de Química (m. 1985).
1944 - Chico Buarque, músico, cantor, compositor, teatrólogo e escritor 
1953 - Sidney Magal, cantor e ator.
1971 - Daniele Rodrigues, atriz e apresentadora.
1986 - Diego Hypólito, ginasta.

1996 - Priscilla Alcântara, apresentadora e cantora.

2000 - Criação da Região Metropolitana de Campinas.
Fonte Wikipédia

terça-feira, 18 de junho de 2013

Nesta terça-feira (18), a praça Sete se transformou em um cenário de guerra

Enfim, a voz das ruas falou. “Dirceu, pode esperar, a cadeia é teu lugar"

ENFIM, A VOZ DAS RUAS FALOU

Acabei de ler no blogue do mensaleiro Zé Dirceu– criminoso já condenado pelo STF e apenas aguardando a chegada do camburão, a seguinte frase: “

“Claro que a direita sempre vai procurar tirar proveito e manipular as manifestações a favor de seus objetivos, mas a retomada das ruas deve ser comemorada e deve nos servir de exemplo. Fizemos mal em sair das ruas. E precisamos ouvir a voz das ruas e da juventude que luta.”

Fiz questão de sublinhar a última frase.

Trata-se do penúltimo parágrafo de um texto que o “chefe de sofisticada quadrilha” escreveu sob o título de “Retomada das ruas deve ser comemorada e servir de exemplo“. O leitor fubânico que quiser ler na íntegra, basta clicar aqui.

Se Zé Dirceu ainda não ouviu “a voz das ruas”, vai ouvir agora, neste vídeo gravado ontem durante manifestação do que ele chama de “juventude que luta”.

Vejam como é que “a direita tira proveito e manipula as manifestações”, gritando a pleno pulmões “Dirceu, pode esperar, a cadeia é teu lugar“: (o leitor que identificar a “direita” nas imagens, por favor, dê a dica pra gente…)

http://www.luizberto.com/
Blog Besta Fubana 18/06/2013