Temer se acertou com os caciques do PMDB
Cristiane Jungblut
O Globo
O presidente Michel Temer se reuniu com caciques do PMDB na noite do último sábado e traçou os próximos passos do que chamou de ofensivas jurídicas e políticas para tentar conter a crise envolvendo sua permanência na Presidência da República. Temer disse a aliados que “não sai” do cargo e que vai “resistir”. Com um comportamento mais firme e exaltado do que o habitual, segundo aliados, Temer avisou que tomará todas as medidas jurídicas e políticas a seu alcance, inclusive com recursos ao próprio Judiciário, em caso de decisão desfavorável no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
— Não saio da Presidência. Vou resistir e endurecer (no discurso) mais do que já endureci. E vou entrar com recurso até o fim (ao falar sobre um desfecho desfavorável no TSE) — disse Temer, de acordo com aliados que estiveram com ele no Jaburu.
TIRAR RENAN? – A primeira parte da estratégia neste domingo foi aumentar o peso de Torquato Jardim dentro da Esplanada. Ex-ministro do TSE, Torquato tem grande respaldo junto aos Tribunais. No plano político, avisou a Sarney e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que quer ver resolvida a questão do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), até esta terça-feira, quando a bancada do partido se reúne. Num gesto para constranger Renan, Temer viajou para Alagoas, estado governado por Renan Filho.
No caso de eleição indireta, são 594 parlamentares a escolher um presidente. E o presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira, é que comandaria o processo. Por isso, Eunício e o PMDB têm adotado o discurso de que são favoráveis a uma “agenda do país” e não uma agenda de Temer. A ordem é repetir a enxurrada de votações nesta semana que começa.
No sábado, Temer ainda almoçou com três ministros do PSDB: Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo); Bruno Araújo (Cidades); e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, isso significa que Temer pretende instituir no país a maior crise política desde a derrubada de João Goulart. A diferença é que em 1964 Jango não pensou apenas em si, preferiu levar em conta também os interesses nacionais. Tinha defeitos, como todos nós, mas era um político honesto como Vargas, nunca se soube nada que pudesse desaboná-los. Quanto a Temer, é um corrupto vulgar, integrante de uma das maiores quadrilhas já montadas na política brasileira, conhecida como “os caciques do PMDB”, cujos remanescentes ele recebe habitualmente no Jaburu, como ocorreu na noite de sábado. É constrangedor. (C.N.)This entry was posted in Tribuna da Internet
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