23/08/2016 12h51 - Atualizado em 23/08/2016 12h51
Do G1 Zona da Mata
Família buscou socorro no Pronto Atendimento Infantil (PAI) após o primeiro diagnóstico, mas menino morreu (Foto: TV Integração/Reprodução)
A Polícia Civil vai investigar a morte de um menino de 11 meses nesta segunda-feira (22) em Juiz de Fora. O corpo foi sepultado na manhã desta terça (23) no Cemitério Municipal. A família registrou Boletim de Ocorrência (BO) e reclama de negligência no atendimento que o bebê recebeu de um médico no Departamento de Saúde da Criança e Adolescente.
A Secretaria Municipal de Saúde disse que vai acmpanhar a apuração do caso. O Conselho Regional de Medicina (CRM) informou que ainda não houve uma notificação oficial.
O caso foi registrado pouco depois das 15h desta segunda-feira. De acordo com a BO, a mãe relatou que o filho estava passando mal e foi levado pela tia Wanderleia Viana para o Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente, na Rua São Sebastião, no Centro. Por volta das 11h, ele foi atendido, medicado e liberado por um médico.
“Falou que era simples virose, que era para dar o medicamento, que ia passar e que se piorasse era para voltar. Mas não deu nem tempo disso. Ele deve ter falecido dentro do consultório, porque o médico nem olhou. Ele colocou o palito na garganta dele, ele vomitou. O menino estava mole, tombou o pescocinho. Ele poderia ter dado uma maior atenção. E nada. Ele só falou que era virose”, contou a tia Wanderleia Viana.
A mãe, que prefere não ser identificada, falou sobre o atendimento que o filho recebeu do médico responsável pelo primeiro atendimento. "Falou que não tinha nada. Que isso era só uma desidratação, depois ele falou que estava hidratado. Ele me confundiu", afirmou.
Após ser medicado e liberado pelo profissional, a família não sentiu confiança no diagnóstico e levou o bebê ao Pronto Atendimento Infantil (PAI), onde o óbito ocorreu horas depois do primeiro atendimento. "Tentaram reanimar, mas não deu. Eu vi tudo", contou a mãe, que preferiu não ser identificada.
O atestado de óbito confirma que o quadro da criança era de vômito, diarreia, desidratação e que ele teve um choque hipovolêmico, que é uma reação do organismo quando não possui o volume ideal de sangue em alguns órgãos.
“Quantas famílias não vão perder seu filho por causa de uma simples negligência de um médico desses? Eu quero que ele seja punido. A gente não quer dinheiro, não quer nada. Só quero que ele enxergue o erro que ele fez, que poderia ser alguém da família deles. Mas não dói neles, dói na gente. Infelizmente meu sobrinho não está mais aqui", desabafou Wanderleia Viana.
Posicionamentos
A ocorrência policial repassada à imprensa não cita o nome do médico, por isso, o G1 não entrou com contato com o profissional.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que não discute a conduta médica adotada pelo profissional e reforçou que a criança recebeu a assistência prevista naquela unidade. A secretaria afirmou ainda que acompanhará a apuração do caso pelas autoridades competentes.
O delegado do Conselho Regional de Medicina (CRM), José Nalon, disse que ainda não houve informação oficial, apresentada pelo médico ou pela família, ao Conselho e, por isso, ainda não pode fazer qualquer manifestação. Ele também ressaltou que o quadro clínico, especialmente de uma criança nessa idade, pode mudar de forma muito rápida, indo do que foi diagnosticado inicialmente para um problema grave em questão de horas.
O caso foi registrado pela Polícia Militar (PM) como "outras infrações contra a pessoa". De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a princípio, a investigação ficará a cargo da 7ª Delegacia, responsável pela região.
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