VIOLÊNCIA FORA DE CONTROLE
José Ribamar Trindade
Cuiabá-MT, 05 de Agosto de 2014
Violência fora de controle. Enquanto a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) não para registrar assassinatos em Cuiabá e Várzea Grande, os bandidos que agem em assaltos à mão armada agora não respeitam nem mesmo a casa de autoridades.
Nove pessoas foram assassinadas em Cuiabá e Várzea Grande em menos de 72 horas. Uma foi morta por bandidos. Uma das vítimas teve o corpo deformado a pauladas e em um dos casos, o mais brutal, um jovem foi executado amarrado pelos pés, amarrado com as mãos para trás, encapuçado e de joelhos.
De sexta-feira, 1, até a madrugada deste domingo, foram registrados nove assassinatos em apenas três dia, uma média de três pessoas mortas violentamente por dia dentro de um estado de violência sem fim na Grande Cuiabá.
Um jovem teve o corpo deformado a pauladas. Um das vítimas foi executada dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE) por asfixia mecânica (estrangulamento e esganadura e muitas pauladas, principalmente na cabeça).
O mês de julho fechou com 33 assassinatos, um dos meses menos violento dos sete meses de 2014. Nos mesmos sete meses a Polícia já registrou 306 assassinatos, os piores sete meses das últimas décadas, apenas em duas cidades de Mato Grosso: Cuiabá e Várzea Grande.
A vítima Kleberto Rodrigues de Araújo teve o corpo marcado por dezenas de golpes de chuços - facas artesanais confeccionados pelos presos – dentro de uma das celas do PCE. O corpo foi liberado do local do crime para o Instituto Médico Legal (IML) por policiais da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), chefiados pela delegada Sílvia Pauluzi.
A violência de agosto começou com a morte de Manoel Joaquim Marques de Oliveira, de 49 anos, morto com vários tiros no bairro Dr. Fábio, na periferia de Cuiabá. No mesmo dia primeiro de agosto a DHPP ainda liberou o corpo de Otacílio Gorito Correa, de 38 anos, espancado a pauladas a té a morte no bairro Capão do Piqui, na periferia de Várzea Grande (Grande Cuiabá).
Nelson Iuziviak, de 43 anos foi morto a tiros ainda no primeiro dia de agosto. No segundo dia, também foram assassinados Ana Auxiliadora Anunciação, 49, morta a tiros. Adiones Camargo Guimarães, de 23 anos foi morto a tiros no Jardim Paulicéia, em Várzea Grande, e um homem sem documentos e sem identificação, de mais ou menos 24 anos, foi encontrado morto por asfixia (esganadura ou estrangulamento).
Um homem ainda não identificado, que seria um andarilho e usuário de drogas. Ou seja, sem residência fixa, foi encontrado morto na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura de Cuiabá, em pleno centro da Capital com pelo menos 12 perfurações de faca pelo corpo, inclusive em cima do coração e no pescoço. O desconhecido foi assassinado por volta das 18 horas deste domingo, 3, constituindo-se no nono assassinato em três dias. Segundo uma testemunha, um homem teria parado de moto onde a vítima dormia. Desembarcou, perfurou várias vezes o homem e depois fugiu como se nada tivesse acontecido.
Além da casa do promotor de Justiça Antonio Gonçalves, residente no bairro Santa Rosa, área nobre de Cuiabá, a bandidagem também fez a festa neste final de semana em Cuiabá e Várzea Grande. Em três foram, mais de 150 assaltos e furtos, principalmente arrombamentos e pelo menos 12 tentativas de assassinatos.
Assustada com tanta violência numa Capital com um pouco mais de 500 mil habitantes, uma empresária que só identificou como Ana Paula não se fez de rogada. "Estamos no mato sem cachorro. Não temos Polícia, principalmente nas ruas. Falo isso porque já ouvi isso da própria Polícia. Portanto, estamos sem ter para quem apelar em uma cidade com uma das violências mais altas do País, e o que pior, uma violência totalmente sem controle", alertou.
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