domingo, 11 de novembro de 2012

Com guerra fiscal, Extrema vira 2º polo industrial de Minas

11/11/2012 
THIAGO SANTOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com as armas da guerra fiscal, o município mineiro de Extrema, distante 107 quilômetros de São Paulo e a 500 quilômetros de Belo Horizonte, já é o segundo polo industrial de Minas Gerais, atrás apenas de Betim.

A participação de Extrema no repasse do ICMS mineiro mais que dobrou em uma década e atingiu 0,5% do total em 2011.

As políticas estadual e municipal de incentivo têm feito da cidade mais ao sul de Minas Gerais ser a mais nova meca da indústria paulista.

Para Tailon de Camargo, diretor da Secretaria da Fazenda de Extrema, o município vive mais da relação com São Paulo do que com Minas Gerais.

Os incentivos surtiram resultado. Em 12 anos, o número de indústrias em Extrema saltou de 60 para 172 operações, boa parte destas oriundas do território paulista.

DE MALA E CUIA
A fabricante de chocolate Kopenhagen aportou na cidade em 2009, depois de abandonar Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo. Segundo a prefeitura local, a unidade emprega 1.200 funcionários.

Em 2007, a Multilaser -fabricante de equipamentos eletrônicos e de informática- trocou o bairro da Barra Funda (zona oeste de São Paulo) pelo sul de Minas.

"Desde o início das negociações, a prefeitura se mostrou amigável e facilitou até a compra do terreno para a instalação da fábrica", afirma Guila Borba, diretor comercial da Multilaser.

Com o pagamento de salários, a empresa injeta R$ 2 milhões todos os meses na economia da cidade.

Um dos beneficiados da bonança é o estagiário Filipe Meira Mazon, 24.
"Extrema está crescendo muito rápido. A situação é praticamente de pleno emprego", afirma Mazon.

Os benefícios fiscais oferecidos pelo município são generosos: isenção de IPTU, alíquota reduzida do ISS e até assessoria para a empresa não se afogar na burocracia junto ao governo estadual.

A mais nova conquista de Extrema foi a Panasonic, que instalou uma nova unidade no município.

Anunciada oficialmente em fevereiro, a fábrica estava sendo disputada pela cidade mineira e por municípios paulistas e fluminenses.

A previsão é que, até abril do ano que vem, a empresa deverá ter 600 funcionários.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1183806-com-guerra-fiscal-extrema-vira-2-polo-industrial-de-minas.shtml

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