MICHAEL S. SCHMIDT E THOM SHANKER
The New York Times
FOTO: MICHAEL DE NYSE/ U.S. COAST GUARD VIA THE NEW YORK TIMES
Droga. Guardas-costeiros norte-americanos apreendem mais de 129 toneladas de cocaína em St. Petersburg, no Estado da Flórida
Orlando, EUA
Em setembro do ano passado, durante mais de 24 horas, um helicóptero da Guarda Costeira norte-americana e uma lancha perseguiram traficantes de drogas e contrabandistas pelo mar do Caribe.
Finalmente, eles alcançaram uma embarcação improvável, a mais recente inovação na guerra das drogas: um submarino.
Finalmente, eles alcançaram uma embarcação improvável, a mais recente inovação na guerra das drogas: um submarino.
Esse é o novo desafio enfrentado pelos países latino-americanos e os Estados Unidos, enquanto as organização do narcotráfico sustentam oficinas funcionando clandestinamente nas florestas sul-americanas para construir submarinos que causariam inveja à maioria das nações.
Após anos para detectar esses artefatos no oceano Pacífico, rota menos utilizada para o tráfico, os oficiais dos governos testemunharam um grande aumento de seu uso no último ano. As autoridades norte-americanas descobriram pelo menos três modelos de um novo e sofisticado submarino traficante de drogas capaz de viajar completamente submerso da América do Sul até a costa dos EUA.
A embarcação envolvida na perseguição do ano passado era um modelo mais antigo, parcialmente submersível. Ele apresenta uma silhueta por cima da água pouco maior que uma mesa de jantar, mas requer um "snorkel" para levar ar até o motor a diesel, que tem uma autonomia de cerca de pouco menos de 5.000 km.
Os três modelos novos, embarcações totalmente submersíveis já capturadas, eram capazes de armazenar 10 toneladas de cocaína e, emergindo à noite para recarregar as baterias externas ao motor a diesel, podiam navegar debaixo da superfície do Equador a Los Angeles, nos EUA.
Os três modelos novos, embarcações totalmente submersíveis já capturadas, eram capazes de armazenar 10 toneladas de cocaína e, emergindo à noite para recarregar as baterias externas ao motor a diesel, podiam navegar debaixo da superfície do Equador a Los Angeles, nos EUA.
Com o aumento dessa estratégia ilegal, os oficiais norte-americanos temem que as redes de tráfico estejam migrando das lanchas - que podem carregar cerca de uma tonelada de cocaína e são fáceis de serem detectadas - para embarcações submersíveis e semissubmersíveis, que podem carregar sorrateiramente toneladas da droga de cada vez.
Terrorismo
Mais preocupante para as autoridades é a possibilidade de essas embarcações serem utilizadas por terroristas para o transporte de pessoas, que atuarão em atentados, e armas - apesar de frisarem que nenhum uso dos submergíveis por militantes tenha sido registrado.
As redes de tráfico de drogas foram, historicamente, organizadas para combinar as tarefas de produção, transporte e distribuição, e eles têm pouco interesse na cooperação com terroristas. Mas esses submarinos avançados são construídos, em alguns casos, por contratados independentes, que podem estar mais interessados em vender essas embarcações para qualquer pessoa disposta a pagar.
Traduzido por Raquel Sodré
Interceptações superam 50%
Orlando
O comandante da força tarefa de combate ao tráfico internacional de drogas, o contra-almirante Charles D. Michel, afirma que as interceptações de narcóticos de 2012 já são 50% superiores às do ano passado.
Ele atribui esse crescimento à coalizão contra o narcotráfico, com base na cidade de Key West, que está testando medidas inovadoras e agressivas para impedir que os traficantes de drogas deixem a América do Sul.
A missão atual, chamada operação Martillo, tem foco na interceptação de "caixas" em duas zonas na costa da América do Sul, onde as drogas iniciam sua viagem.
Além disso, a missão visa também dois pontos de transbordo das drogas, em Honduras e na Guatemala, onde os carregamentos são divididos em cargas menores e mais difíceis de serem rastreadas.
SEGURANÇA
Grupo multidisciplinar faz o monitoramento
Orlando
O crescente esforço dos Estados Unidos na luta contra o tráfico de drogas é parte de uma grande mudança no foco das agências de segurança e inteligência do país depois de uma década com a ênfase toda nos conflitos no Iraque e no Afeganistão.
Essa missão de classificar e analisar a inteligência sobre o tráfico de drogas e depois coordenar as respostas ocorre dia e noite por trás dos muros de uma força tarefa multidisciplinar entre as várias agências do governo na cidade de Key West, no Estado norte-americano da Flórida.
Foi essa junta que enviou ao comandante do navio Mohawk, Mark J. Fedor, o aviso sobre o submarino interceptado em setembro do ano passado no mar do Caribe e que portava um pequeno carregamento de cocaína. "Esses veículos têm tanta capacidade de navegação que não tenho dúvidas de que, se tivessem combustível suficiente, poderiam viajar até algum porto dos EUA", afirma o comandante.
Submarinos carregados de cocaína e artefatos semi submersíveis são "a grande vedete da luta contra os narcóticos", afirma o comandante Fedor. "Quando você vê que há algum se movendo, você diz ‘Uau. O jogo começou’", completa.
Dentro do centro de comando, oficialmente conhecido como Joint Interagency Task Force-South, agências de inteligência se juntam aos os departamentos de Segurança Interna, Justiça, Estado e Defesa e a oficiais de ligação dos serviços de mais de doze nações para analisar as informações sobre o tráfico de drogas.
A força tarefa, que conta com mais de 600 pessoas, é encarregada de monitorar navios, aeronaves e unidades anti narcóticos em solo para a interdição de missões em ambos os hemisférios. (MSS e TS/NYT)
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