sábado, 16 de maio de 2020

Ação da PM no Complexo do Alemão resulta em 10 mortos

Publicado em 15/05/2020 - 22:23 Por Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Uma operação realizada hoje (15) pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) no Complexo de Favelas do Alemão, na zona norte do Rio, resultou na morte de dez pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas. Mais dois suspeitos ficaram feridos.

A ação tinha o objetivo de localizar um paiol de armas, munições e drogas do tráfico de drogas na comunidade e começou, por volta das 5h, com homens da tropa de elite do Bope indo até uma parte alta da comunidade conhecida como Alvorada em dois carros blindados da corporação.

Os militares foram recebidos por tiros de fuzis e com granadas atiradas pelos traficantes. A operação se estendeu à Fazendinha, Loteamento e Nova Brasília. De acordo com a Polícia Militar, a ação também como objetivo checar denúncias sobre o paradeiro de um criminoso apontado como liderança do tráfico de drogas na região e para verificar informações sobre a localização de uma casa usada como esconderijo de fuzis na comunidade.

Apreensão
De acordo com a PM, em função do confronto, houve dificuldade para realizar a varredura em algumas áreas. Segundo a corporação, na ação, oito fuzis foram apreendidos e cinco criminosos foram encontrados feridos. Também foram apreendidas 85 granadas e entorpecentes.

Os feridos foram levados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Na unidade de saúde, os cinco criminosos morreram e um deles foi reconhecido como chefe do tráfico e identificado como Leonardo Serpa de Jesus. 

Serpa estava foragido do sistema prisional desde 2016 e era um dos líderes do tráfico de drogas nas comunidades Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na zona sul do Rio, e era da mesma facção que domina o tráfico no Complexo do Alemão. Mais dois feridos foram levados por moradores para o mesmo hospital, onde foram operados e permanecem internados. 

Na operação, um policial militar ficou ferido por estilhaços de granada e socorrido ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), onde recebeu atendimento médico e está fora de perigo.

Mais cinco homens, já mortos, foram levados por moradores da comunidade e deixados na Avenida Itaóca, no bairro de Bonsucesso. O local foi isolado por uma equipe da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília para que a polícia técnica fizesse a perícia nos corpos.

Durante o confronto, um transformador de energia elétrica foi atingido por um tiro de fuzil na região da Nova Brasília. Os moradores estão sem energia elétrica desde as 8h. A concessionária de distribuição de energia Light informou que registrou várias reclamações de falta de energia na localidade. 

Por medida de segurança, a empresa informou que só entrará na comunidade quando houver condição de segurança para as suas equipes. Os carros de dois moradores foram danificados na hora que os carros blindados da PM subiram a favela e tentaram desviar dos dormentes fincados na rua para dificultar o acesso da polícia

Edição: Fábio Massalli

Futebol na Alemanha reinicia neste sábado

Publicado em 16/05/2020 - 10:20 Por Rodrigo Pereira- Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

Os amantes do velho esporte bretão voltam-se os olhos, neste sábado (16), para a Alemanha. Após dois meses de paralisação, por conta da pandemia do novo coronavírus, a Bundesliga (nome do torneio no país germânico), reinicia com uma rodada de seis jogos, o mais importante deles é o clássico entre o Borussia Dortmund x Schalke 04 (Gelsenkirchen), times de cidades distantes apenas a 30 km uma da outra.

O mundo do futebol também está atento às partidas para verificar a eficácia dos protocolos de segurança e saúde para evitar a contaminação dos envolvidos no evento, que irão acontecer de portões fechados ao público.

A letalidade da covid-19 em terras alemães é considerada baixa pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O país registra cerca de 8 mil mortos e cerca de 176 mil infectados pela doença.

Edição: Valéria Aguiar
https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2020-05/futebol-na-alemanha-reinicia-neste-sabado
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Neste sábado, às 9h30, o Borussia Dortmund e o Schalke 04 se enfrentam no clássico do Vale do Rhur. O FOX Sports transmite o duelo ao vivo e com exclusividade.

16/05- Dia do Gari /Dia do Botafogo F.R / Aniversário de Nova Friburgo / São João Nepomuceno / São Pedro da Aldeia e saiba +


Dia do Gari - Dia do Botafogo F.R.
Aniversário de Nova Friburgo, RJ - São João Nepomuceno, MG - São Pedro da Aldeia, RJ.
Mitologia hindu -Dia de Savitu-Vrta, festa em honra da deusa Sarasvati, das Letras e das Artes.
Portugal - Feriado Municipal de Fafe

1929 - 1ª edição dos Óscares da Academia, em Hollywood.
1943 - Os nazistas sufocam o Levante do Gueto de Varsóvia.
Os Beach Boys lançam Pet Sounds, álbum considerado uma obra-prima da música pop.
No mesmo dia de Pet Sounds, é lançado outro disco considerado uma obra-prima: Blonde On Blonde, de Bob Dylan.
1977 - Iniciam-se as transmissões da primeira telenovela brasileira no canal de televisão português RTP: Gabriela.
1980 - Paul McCartney lança o ousado LP "McCartney II", o primeiro após o fim de sua banda Wings.
1983Michael Jackson lança pela primeira vez em um show o passo Moonwalk.
1984 - Oliveira de Azeméis é elevada a cidade.
1999 - O Kuwait anuncia que, pela primeira vez na história do Emirado, as mulheres poderão votar e ser eleitas para o Parlamento e cargos municipais.
2004 - O Estado americano de Massachusetts se tornou o primeiro a permitir o casamento legal entre pessoas do mesmo sexo.

Nascimentos
1887 - Maria Lacerda de Moura, anarquista e feminista brasileira (m. 1945).
1893 - Ronald de Carvalho, escritor brasileiro (m. 1935).
1905 - Henry Fonda, ator norte-americano (m. 1982).
1925 - Luiz de Carvalho, cantor e compositor brasileiro.
          Nilton Santos, ex-futebolista brasileiro.
1964 - Luiz Carlos Tourinho, ator brasileiro (m. 2008)
1965 - Krist Novoselic, músico norte-americano (ex-baixista do Nirvana).
1976 - Ana Paula Valadão, cantora brasileira.
1978 - Thierry Figueira, ator brasileiro.
1987 - Bernardo Sousa, piloto português de ralis.

Falecimentos
1995 - Lola Flores, cantora e atriz espanhola (n. 1923)
1999 - Luiz Armando Queiroz, ator e apresentador brasileiro (n. 1946)
2000 - Evald Hermaküla, ator estoniano (n. 1941)
2001 - Ronald Leite Rios (Rony Rios), humorista brasileiro.
2015 - Elias Gleizer, ator brasileiro (n. 1934)
2018Eloísa Mafalda, atriz brasileira (n. 1924).

http://pt.wikipedia.org/wiki/16_de_maio

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Boletim Covid-19 - Juiz de Fora registra a 23ª morte nesta sexta-feira

JUIZ DE FORA - 15/5/2020 - 17:47
A Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) confirmou nesta sexta-feira, 15, mais uma morte pelo novo coronavírus em Juiz de Fora. Com os novos registros, a cidade totaliza 23 mortes por covid-19. Mais um caso foi confirmado, contabilizando 418 pessoas infectadas.

O óbito registrado é de uma idosa de 75 anos que morreu nesta sexta, 15. Ela tinha Doença Cardiovascular Crônica (DCC).

O Boletim Epidemiológico também mostra 125 novas suspeitas, que contabiliza 3.435. Dois óbitos estão em investigação.

Todos os dados são referentes a moradores de Juiz de Fora.

Boletim desta sexta, 15

- 3.435 suspeitos
- 418 confirmados
- 23 óbitos confirmados
- 2 óbitos em investigação

Após ultimato de Bolsonaro sobre o uso da cloroquina, Nelson Teich pede demissão

Teich não quis manchar a sua própria trajetória como médico

Luci Ribeiro e Tânia Monteiro
Estadão

Menos de um mês após assumir o cargo, o ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu demissão nesta sexta-feira após entrar em choque com o presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada em nota pela pasta. O secretário executivo, general Eduardo Pazuello, assume interinamente.

“O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração nesta manhã. Uma coletiva de imprensa será marcada nesta tarde”, informou o ministério, em nota.

PRESSÃO – A saída se dá após pressão do presidente Jair Bolsonaro para que ele altere protocolos do Ministério da Saúde envolvendo o uso de cloroquina em pacientes da covid-19. Atualmente, a recomendação da pasta é a utilização apenas em casos graves e de internação.

Bolsonaro, porém, tem defendido a prescrição ampla da substância, que não tem o efeito contra a doença comprovada. Pela manhã, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro chegou a afirmar que a pasta mudaria ainda hoje o protocolo de uso da cloroquina adotado no sistema de Saúde.

Nos últimos dias, o presidente já havia comentado sobre a mudança. A declaração foi dada após apoiadores questionarem o presidente sobre o assunto no Palácio da Alvorada.

O chefe do Executivo argumenta que “é direito do paciente” decidir sobre o seu tratamento. O Conselho Federal de Medicina publicou nota técnica permitindo a prescrição do medicamento mesmo em casos leves da doença, com as ressalvas dos riscos.

MUDANÇA DE PROTOCOLO – “O protocolo deve ser mudado hoje porque o Conselho Federal de Medicina diz que pode usar desde o começo”, afirmou. “O médico na ponta da linha é escravo do protocolo. Se ele usa algo diferente do que está ali e o paciente tem alguma complicação, ele pode ser processado”, afirmou o presidente. Após a divulgação da demissão de Teich, foram registrados panelaços em bairros de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A saída de Teich corrobora que o País está sem comando. No lugar de um presidente, elegemos um dublê de ditador que coloca o seu orgulho e as decisões do seu clã na frente dos interesses coletivos. Hoje ainda, seus robôs virtuais atacarão a honra de Teich, tentando desconstruí-lo perante a opinião pública. O impasse começou quando Teich defendeu nas redes sociais que a cloroquina não tem eficiência comprovada, além de causar profundos danos colaterais. Além disso, o agora ex-ministro já havia dito a pessoas próximas que era difícil “conciliar” os desejos do presidente com o que realmente deve ser feito. Bolsonaro não coloca somente a honra dos seus pares em dúvida através da polarização, mas a vida de milhões de pessoas em risco em plena pandemia. (Marcelo Copelli)Posted in Geral.

Governo divulga calendário da segunda parcela do auxílio emergencial

Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Publicado em 15/05/2020 - 10:54 Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O Ministério da Cidadania divulgou, hoje (15), o calendário de pagamento e saques da segunda parcela de R$ 600 do auxílio emergencial, pago em três parcelas, destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados que perderam renda por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A portaria com as datas foi publicada no Diário Oficial da União.

A segunda parcela começará a ser creditada na segunda-feira (18), conforme adiantou o presidente da Caixa Econômica federal, Pedro Guimarães, durante a live semanal do presidente Jair Bolsonaro, no início da noite de ontem (14).

Ao todo, cerca de 50 milhões de pessoas estão inscritas no programa. O benefício é pago para trabalhadores informais e pessoas de baixa renda, inscritos do cadastro social do governo e no Bolsa Família.

O calendário publicado nesta sexta-feira vale para as pessoas que receberam a primeira parcela até o dia de 30 de abril de 2020. Na tarde de hoje, está prevista entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, para detalhar como será o pagamento.

Veja o calendário para depósito em poupança social:Nascidos em: Dia de recebimento do benefício:
janeiro e fevereiro 20 de maio
março e abril 21 de maio
maio e junho 22 de maio
julho e agosto 23 de maio
setembro e outubro 25 de maio
novembro e dezembro 26 de maio

Veja o calendário de depósitos para beneficiários do Bolsa Família:
Último dígito do NIS: Data do crédito:
1 18 de maio
2 19 de maio
3 20 de maio
4 21 de maio
5 22 de maio
6 25 de maio
7 26 de maio
8 27 de maio
9 28 de maio
0 29 de maio

Veja o calendário para saque e transferência da poupança social:
Nascidos em: Liberado em:
janeiro 30 de maio
fevereiro 1 de junho
março 2 de junho
abril 3 de junho
maio 4 de junho
junho 5 de junho
julho 6 de junho
agosto 8 de junho
setembro 9 de junho
outubro 10 de junho
novembro 12 de junho
dezembro 13 de junho

Edição: Fernando Fraga
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-05/governo-divulga-calendario-da-segunda-parcela-do-auxilio-emergencial

Zema deve anunciar mudanças no repasse de recursos para Legislativo e Judiciário

Por FRANSCINY ALVES | THAÍS MOTA / LUCAS HENRIQUE GOMES
15/05/20 - 08h41
Romeu Zema deve anunciar mudanças nos repasses ao Judiciário e Legislativo de Minas Gerais
Foto: Cristiane Mattos

A expectativa é que o governador Romeu Zema (Novo) e sua equipe vão para o embate direto com outros Poderes em coletiva de imprensa, marcada para o início da tarde desta sexta-feira (15). Diante da crise econômica vivida pelo Estado, agravada pela pandemia do novo coronavírus, o esperado é que o chefe do Executivo peça que Ministério Público, Judiciário e Legislativo, principalmente este último, contribuam para que a administração estadual não entre em colapso. Isso pode resultar em mudanças nos repasses de dinheiro para esses Poderes, o que significa parcelamento ou atraso.

No início da noite de quinta-feira (14), a assessoria do governo de Minas convocou a imprensa para uma coletiva presencial, o que já mostra que as medidas anunciadas vão ser duras. Isso porque toda a comunicação do Executivo com os jornalistas estava sendo feita por meio de videoconferência. Além de Zema, vão participar do anúncio “sobre a situação financeira do Estado e desdobramentos”: o secretário geral, Mateus Simões; o secretário de Governo, Igor Eto; o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa; e o secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy. E, hoje, às 15h, o governador vai se reunir com os chefes dos outros Poderes

Internamente, a leitura feita pela equipe estadual é que o governador já está passando por uma situação difícil politicamente e não há mais saídas para a questão fiscal. Por isso, é hora de ir para o enfrentamento e chamar todos os Poderes para cada um assumir sua responsabilidade. O intuito é mostrar, com um discurso duro, que Zema está fazendo todo o possível para tentar tirar as contas públicas do caos, mas não está encontrando apoio e, por isso, precisou “apelar”. “É o jeito do Partido Novo mostrar que tem quem faça a velha política e estamos fazendo o impossível”, resumiu uma fonte do alto escalão. 

A gota d’água para a gestão mineira decidir chegar a essa situação se deu após a Assembleia Legislativa (ALMG) ter aprovado, na quinta-feira (14), um projeto de lei que estipula que o governador pode responder por crime de responsabilidade caso não repasse integralmente e dentro dos prazos os recursos destinados aos Poderes Legislativo e Judiciário do Estado, os chamados “duodécimos”. Essa possibilidade se deu após os deputados alterarem o texto que era de autoria do próprio governo.

O Palácio da Liberdade entendeu a aprovação como uma afronta. Isso porque, mesmo em meio à crise, o governo não atrasou os repasses de duodécimos a Assembleia, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Defensoria Pública e Ministério Público. Mas, neste mês, ainda não depositou os salários dos servidores públicos referentes à folha de abril nem tem previsão para que ocorra essa quitação. 

“Basicamente, (o projeto de lei) está dizendo que a gente vai ter que ficar sem pagar ninguém dos servidores do Estado para pagar salário de juiz e de deputado”, disse a fonte. Ela completou que os deputados alteraram o texto que tratava de prazos de emendas parlamentares “para falar que, se o governador atrasar, parcelar ou de qualquer forma restringir o pagamento dos repasses aos Poderes, está praticando crime, mesmo durante a pandemia de coronavírus”.

Desde fevereiro de 2016, ainda na gestão de Fernando Pimentel, os servidores do Executivo recebem de forma parcelada o salário. “Está na hora de dividir a responsabilidade, chega de o peso ficar somente nas costas dos servidores do Estado”, explicou o interlocutor.

Silêncio
Em conversa com a reportagem, o secretário geral do Estado, Mateus Simões, afirmou que há uma determinação do governador pra que ninguém se manifeste até a realização da coletiva, marcada para 12h30. O pedido é para tentar manter os ânimos tranquilos e não aumentar os problemas já existentes. Porém, ao ser questionado se a economia com a possível restrição de repasses para outros Poderes seria aplicada no pagamento da folha do funcionalismo, ele afirmou que o “caixa é um só”. “Do mesmo lugar sai o pagamento de todo mundo, inclusive dos Poderes”.

Sobre a aprovação do projeto na ALMG, o secretário declarou que não analisa que a proposição foi a gota d'água, mas sim extrapolou todos os limites da capacidade financeira do Executivo. Segundo ele, a proposição é inconstitucional e deve ser vetada.

“Você não pode criar hipótese de crime de responsabilidade. Quem pode fazer isso é o governo federal. Matemática não comporta devaneios. A situação é muito menos política e mais financeira. Não sei se estamos falando em gota d’água ou do momento em que a situação chegou no limite da capacidade de pagamento do governo. Coincidência acho que não, o movimento feito ontem pode ter tido essa percepção. Aí, sim, mais político que de efeito prático”, afirmou.

Questionado sobre uma previsão para o pagamento do salário do funcionalismo público, Simões explicou que o governo está trabalhando desde segunda-feira para construir calendário, inclusive conversando com outros Poderes envolvidos: “Vamos trabalhar até o início da tarde para conseguir uma data. É possível que hoje consiga apresentar uma proposta de cronograma. Temos um problema que é a imprevisibilidade da receita. Quando eu falo que é proposta, tem menos a ver com discussão, e sim com fiscal”.

Legendas procuram Sérgio Moro para disputar corrida presidencial em 2022

Agora, qualquer movimentação política pode ser usada contra Moro

Deu no O Tempo

Desde que deixou o governo, em 24 de abril, o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, já foi procurado por ao menos dois partidos: Podemos e PSL. Embora seja visto como potencial candidato à Presidência em 2022, o ex-juiz da Lava Jato tem evitado o assunto.

Analistas e políticos avaliam que Moro pode quebrar a polarização entre o bolsonarismo e a esquerda que dominou as últimas eleições presidenciais, já que deve ser atacado pelos dois lados. Responsável por condenar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá, Moro acusou Bolsonaro de interferir politicamente na troca do comando da Polícia Federal (PF).

DEPOIMENTO – Ele já prestou depoimento neste processo, que corre na Procuradoria-Geral da República (PGR) e em que também é apurado se o ex-magistrado cometeu o crime de denunciação caluniosa – se essa hipótese se confirmar, os planos políticos podem ser atingidos.

Os defensores do ex-ministro lembram que, a seu favor, ele tem apoio de parlamentares, como integrantes da bancada Muda Senado, defensora do pacote anticrime e da prisão após condenação em segunda instância. Além disso, ele tem a simpatia de alguns movimentos que pediram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua.

ADVERSÁRIO – Aos partidos que o procuraram, Moro disse que qualquer movimentação política neste momento seria usada contra ele pelos bolsonaristas, que já o enxergam como potencial adversário em 2022.

“Ele não quer conversar sobre isso (2022), até porque seria fornecer munição ao inimigo. Nesse momento de consciência cívica não estamos pensando em eleição. Mas depois de vencida esta etapa, se houver interesse dele o partido estará de braços abertos”, afirmou o senador Alvaro Dias (Podemos-PR).

RACHA – “A ligação dele é mais próxima com o Podemos, mas o PSL está com a ficha na fila. Sérgio Moro racha esse público bolsonarista que é anti-esquerda e combate à corrupção”, disse o senador Major Olimpio (PSL-SP), líder do partido no Senado e ex-aliado de Bolsonaro. Procurado por meio de sua assessoria sobre o interesse de partidos em filiá-lo, Moro informou que não iria comentar.

No Planalto, a percepção é de que o ex-ministro Sérgio Moro é “candidatíssimo”, expressão usada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro em uma conversa reservada. O temor de que o ex-chefe da Lava Jato divida os votos da direita é combustível para o governo traçar estratégias políticas.

AÇÕES CALCULADAS – O governo avalia que tanto o discurso feito por Moro ao abandonar o ministério, no último dia 24, quanto o depoimento de oito horas que deu à Polícia Federal em Curitiba, no dia 2, como parte do inquérito instaurado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a suposta interferência do presidente na PF são ações políticas milimetricamente calculadas.

Segundo pessoas que estiveram na reunião ministerial do dia 22 de abril, citada por Moro em seu depoimento e na qual Bolsonaro teria pressionado o ex-ministro a mudar a chefia da PF, a gravação requerida pelo ministro do STF Celso de Mello, relator do inquérito, não mostra muita coisa além do que já se sabe, mas tem potencial para desgastar o governo.

DENÚNCIA – Os olhos do Planalto, neste momento, se voltam para uma denúncia contra Moro feita por um grupo de 14 advogados na Comissão de Ética Pública da Presidência para que o ex-ministro seja investigado por possíveis atos ilícitos no período em que ocupou o cargo. Se for condenado pela Comissão, Moro fica inelegível.

A peça é assinada pelo jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pelos advogados Mauro Menezes, presidente da Comissão no governo Dilma Rousseff, e Marco Aurélio de Carvalho, filiado ao PT, entre outros.

O fato de petistas assinarem a denúncia, segundo fontes do Planalto, dá mais força à estratégia, pois isentaria Bolsonaro de participação na manobra para tirar Moro da corrida em 2022. A atuação de Moro na condução dos processos da Operação Lava Jato também é alvo de críticas da ala petista. Posted in Geral

A coisa é antiga, Lula também tentava interferir na Polícia Federal e na Abin

Charge do Nani (nanihumor.com)

José Carlos Werneck

Na terça-feira, 11 de setembro de 2007, a “Folha de São Paulo” publicava a seguinte notícia, assinada pelos jornalistas Andréa Michel e Kennedy Alencar, da sucursal do jornal em Brasília. A matéria dispensa quaisquer comentários.

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INSATISFAÇÃO DE LULA MOTIVOU
AS ALTERAÇÕES NA PF E NA ABIN

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou trocas nos comandos da PF e da Abin porque deseja ter mais informações sobre as grandes operações da Polícia Federal e por avaliar que a Agência Brasileira de Inteligência é ineficiente.

Em conversas reservadas, Lula se queixa de saber de ações da PF pela imprensa, sobretudo no segundo mandato. Além disso, Paulo Lacerda, que deixou a PF para chefiar a Abin, não tinha boa relação com o ministro Tarso Genro (Justiça). Quando Márcio Thomaz Bastos chefiava a pasta, conversava com Lacerda diariamente pela manhã. Com Tarso, o contato passou a ser semanal.

VAIADO NO MARACANÃ – A gota d’água para a mudança na Abin veio na tarde de 13 de julho, na abertura dos Jogos Pan-Americanos, quando Lula foi vaiado no Maracanã.

Dias depois, o presidente soube que a Abin mapeara a disposição das vaias por parte de grupos que foram ao evento como convidados da Prefeitura do Rio, do oposicionista Cesar Maia (DEM) -na versão da agência, que Maia sempre negou. Ainda assim, o informe não chegou ao conhecimento do presidente, o que foi visto como erro do então presidente da agência, Márcio Buzzaneli.

O relacionamento ruim entre Tarso e Lacerda e o episódio do Pan levaram Lula a pedir a Thomaz Bastos que sondasse o antigo diretor-geral da PF sobre a disposição de comandar a agência de inteligência. Lacerda deu resposta positiva.

GRAMPO PRESIDENCIAL – Na Operação Xeque-Mate, a voz do presidente da República chegou a ser gravada. Quando soube disso, Lula ficou contrariado. A PF não deu destaque ao teor do diálogo no inquérito da investigação sobre jogos ilegais. Avaliou que a conversa não tinha importância.

Segundo a Folha apurou, Dario Morelli, compadre de Lula e um dos alvos da Xeque-Mate, telefonou para uma pessoa que estava com o presidente. Essa pessoa teria passado o telefone para Lula. Na versão registrada pela PF, os dois conversaram sobre um conhecido que estava hospitalizado.

Assessores palacianos avaliavam que a PF estava fora de controle e que as autoridades do governo, muitas vezes, tomavam conhecimento de assuntos sensíveis pelos jornais.

APOIO DE PETISTAS – O nome preferido de Lula para o lugar de Lacerda era o do então secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa. Delegado da PF, Corrêa mantém ligação estreita com o movimento sindical, o que lhe garantiu o apoio de lideranças petistas.

Corrêa ganhou a queda-de-braço com os militares para comandar a segurança do Pan. Foi o primeiro evento internacional do país cuja segurança não ficou sob a coordenação das Forças Armadas.

Terminada a competição, em agosto, Tarso avisou Corrêa da mudança. Tarso e Corrêa tiveram alguns atritos na Justiça. Para a cadeira de Corrêa foi designado o secretário nacional de Justiça, Antonio Carlos Biscaia, que fracassara na tentativa de se reeleger deputado federal pelo PT do Rio em 2006.

DESCONTENTAMENTO – Quando convidou Biscaia para sua equipe, Tarso pensava em ter o colega petista à frente da Segurança Pública. Mas não poderia mexer nenhuma peça antes do final do Pan.

Outro fator que contou para as mudanças confirmadas na última semana foi o descontentamento de Tarso com a superexposição da PF nas megaoperações policiais desencadeadas na gestão de Lacerda. Várias vezes criticou publicamente o vazamento de informações.

Quando a PF foi encarregada de produzir o laudo para avaliar a capacidade financeira do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de arcar com as próprias despesas, o ministro chegou a dizer que iria buscar os responsáveis por alimentar a imprensa com dados que teriam caráter sigiloso.

CURRÍCULO NA MESA – Tomada a decisão pela mudança, Tarso resolveu uma pendência antiga estimulado por Lula: levar para a pasta o delegado de Polícia Civil Romeu Tuma Júnior, cujo currículo estava no gabinete do ministério desde os tempos da gestão de Thomaz Bastos.

Filho do senador Romeu Tuma (DEM-SP), o delegado, filiado ao PMDB, perdeu a disputa pela reeleição para deputado estadual em São Paulo. Agora foi nomeado para secretário nacional de Justiça como sucessor de Biscaia. Tuma deverá ingressar no PMDB e passar a votar mais abertamente a favor do governo no Senado.  Posted in Geral

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Pulverização excessiva dos partidos favorece formação de uma ditadura do Judiciário

Charge do Mariano (Charge Online)

Percival Puggina

Nada tenho a favor de qualquer partido político brasileiro. Minha atitude se deve ao fato de esses organismos serem, há muitos anos, cartórios da política partidária sob fiscalização de instituições denominadas tribunais eleitorais. Neles se formalizam filiações, convenções, candidaturas, coligações e outros atos posteriormente encaminhados ao controle superior dos tribunais.

Sucessivo fracionamento fez com que o número de partidos se tornasse mais um fator de complicação para essa coisa instável que é a política em nosso país.

TEMOS 33 PARTIDOS – Graças à multiplicação desses organismos, 33 legendas têm hoje representação na Câmara dos Deputados, sendo a bancada petista a mais numerosa. O partido tem 51 deputados e representa exíguos 10% do plenário.

Se a bancada mais numerosa tem um peso de 10%, imagine as dificuldades e o trabalho envolvidos na formação de maiorias em deliberações frequentes mobilizando um conjunto em que, a rigor, só existem minorias. E muitas minorias mínimas. Com efeito, entre as siglas presentes na Câmara dos Deputados, existem 13 cujas bancadas não alcançam 3% do plenário. Têm, no entanto, prerrogativas regimentais e direito a nada desprezíveis recursos públicos.

O QUE ESPERAR? – Dos partidos esperar-se-iam ideias, propostas e líderes para as disputas eleitorais, mas é escassa a produção de boa qualidade. Não poderia ser diferente. Por diversificadas que sejam as opiniões políticas e as compreensões da sociedade diante dos problemas sociais, políticos e econômicos do país, não há, nos espectros da realidade e das ideias, conteúdos em número suficiente para proporcionar identidade própria a tantas legendas e empolgar seus filiados.

A judicialização da política no Brasil tem muito a ver com o que aqui descrevo. Ao plenário de um parlamento formado por pequena multidão de 513 deputados aplicam-se funcionalidades inerentes à psicologia das massas.

JUDICIALIZAÇÃO EXCESSIVA – Para fazer valer um entendimento, uma ideia, um princípio, é mais fácil convencer um ministro do STF, ou três ministros em numa turma do STF, ou seis ministros no plenário do STF, que convencer a maioria em cinco centenas de deputados. Por isso, partidos e parlamentares, com crescente frequência, recorrem ao Supremo para emplacar seus pontos de vista.

O mais instigante ao observador é perceber que, muitas vezes, tais demonstrações de debilidade do parlamento encontram acolhida na Corte, porque não há mais limites para o que aquele poder possa fazer nestes preâmbulos da ditadura do judiciário.  Posted in P. Puggina