Publicado em 28/08/2019 - 20:43
Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Rio de Janeiro
Com o objetivo de estimular o hábito da leitura, um grupo de empresas de transporte rodoviário se juntaram para desenvolver o projeto Bibliônibus. A iniciativa foi lançada hoje (28) em cerimônia na Rodoviária do Rio de Janeiro. Até o final de outubro, a meta é que pequenas bibliotecas estejam funcionando nas rodoviárias de pelo menos 20 cidades.
Os livros serão emprestados gratuitamente. Os usuários poderão devolvê-los em qualquer biblioteca que integre o projeto, favorecendo a circulação das obras entre as diferentes cidades. As primeiras rodoviárias participantes são as do Rio de Janeiro, São Paulo (Terminal Tietê), Ribeirão Preto (SP), Guarulhos (SP), Juiz de Fora (MG), Uberaba (MG), Brasília, Fortaleza e Teresina.
Apoiado pela Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), o Bibliônibus envolve as empresas de viação Util, Sampaio, Real Expresso, Rápido Federal, Expresso Guanabara, Brisa e Motta. Elas cederão espaços em suas estruturas de atendimento ao usuário para a montagem das bibliotecas. A expectativa é de que o projeto cresça e chegue às rodoviárias de todas as capitais do país, já que em todas elas operam alguma dessas sete empresas.
Rio de Janeiro - A representante do conselho da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI), Letícia Pineschi Kitagawa fala durante lançamento da Bibliônibus no Terminal Rodoviário do Rio. (Foto: Tomaz - Tomaz Silva/Agência Brasil)
"Nesse momento, onde há na sociedade uma polarização muito grande em torno de temas políticos, religiosos e sociais, o hábito da leitura pode incrementar o diálogo. As pessoas, através dos livros, podem desenvolver a capacidade de debater as ideias com mais elegância, com mais gentileza e com mais objetividade. A socialização do conhecimento proporcionada pela leitura é uma ferramenta que transforma a vida das pessoas e as ajuda a compreender melhor a realidade em que elas vivem", avalia Letícia Pineschi Kitagawa, gestora de marketing e conselheira da Abrati.
Ela explica que o acervo está sendo montado a partir da parceria com empresas, como a Livraria Leitura, e com pessoas físicas, como a escritora Heloísa Helena Perissé, que doou mil exemplares de suas obras. A qualquer tempo, os usuários que queiram estimular o compartilhamento dos livros também poderão fazer doações.
Rio de Janeiro - O escritor Robson Machado fala do seu livro Andar Invisível durante lançamento da Bibliônibus no Terminal Rodoviário do Rio. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil) - Tomaz Silva/Agência Brasil
O escritor e jornalista Robson Machado também disponibilizou exemplares de seu novo romance O Andar Invisível. No lançamento do Bibliônibus, ele antecipou ao público carioca trechos da obra que será apresentada na próxima semana durante uma sessão de autógrafos na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.
"O convite para participar do projeto veio e eu não pensei duas vezes em aceitar porque vejo como uma oportunidade de popularizar a literatura. É uma iniciativa onde o leitor não vai precisar pagar por um exemplar. Para nós, autores, quando escrevemos uma obra, mais do que o interesse comercial, o prazer da coisa é saber que ela de alguma forma chegou ao público e encantou alguém", avaliou.
Redes sociais
O projeto irá explorar também as redes sociais, usando-as como instrumento para estimular o hábito da leitura. Os usuários do Bibliônibus serão convidados a publicarem vídeos lendo pequenos trechos de livros e recomendando obras. Quem acompanhou o lançamento da iniciativa aprovou a ideia. "A leitura traz muito conhecimento cultural para as pessoas e é importante que existam projetos como esse que ofereçam estímulo", disse a estudante Chandra Medeiros.
Na visão de Catarina Malta, estudante e desenhista que participou da ilustração do banner da cerimônia de lançamento, o projeto é particularmente importante para os mais jovens. "Hoje se vive muito no meio da tecnologia e a gente acaba esquecendo um pouco de ler. Principalmente entre a nova geração que nasceu nesse mundo tecnológico, a leitura de livros é um hábito cada mais menos comum", observou.
Edição: Aline Leal