Charge do Dálcio (Arquivo Google)
Ana Luiza Faria e Léo Simonini
O Tempo
A Operação Capitu, desdobramento da Lava Jato, deflagrada na manhã desta sexta-feira (9) em Minas Gerais e em outros quatro estados e no Distrito Federal, desbaratou mais um complexo esquema de corrupção envolvendo empresários e políticos brasileiros. Como parte dele, em 2014, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) funcionava como balcão de negócios em favor da JBS, empresa do ramo de frigoríficos de Joesley Batista, preso juntamente com outras 18 pessoas pelo país.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema criou normas e portarias com o intuito de consolidar a JBS como monopólio no fornecimento de seus produtos, não só no país, mas também em outras partes do mundo.
DESDE 2014 – O esquema teria começado em 2014, no governo Dilma Rousseff (PT), época em que o atual vice-governador de Minas, Antônio Andrade (MDB) era ministro da pasta. Por ele e por seu sucessor, o deputado estadual eleito Neri Geller (PP-MT) também preso nesta sexta, a JBS deu as cartas de acordo com seus interesses, mas claro, pagando pelos serviços de políticos e servidores públicos.
“Foi desencadeada em BH a operação no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Essa investigação é referente a pagamento de propina a servidores titulares do ministério que expediam atos normativos que beneficiavam uma empresa (a JBS). Foram R$ 2 milhões pagos aos titulares do ministério e a um servidor público para expedirem atos normativos que proibiam a Ivermectina (veneno) de longa duração”, disse Mário Veloso, delegado da PF responsável pela investigação.
RECLAMAÇÕES – Essa proibição teve como objetivo atender o mercado norte-americano, que teria reclamado da qualidade do produto exportado pela JBS por causa do excesso de vermicida encontrado, de acordo com os padrões do país.
“Foram outros R$ 2 milhões para regularização de despojos, que são partes do gado bovino, dentre outras, que não são consumidos no mercado, mas são muito apreciados na Ásia”, continuou.
MENSALINHO – Ainda de acordo com a investigação, há indícios de que existia um “mensalinho” funcionando no Ministério daA, com o pagamento mensal de R$ 250 mil ao encarregado pela pasta e um servidor. Essa mesada tinha como objetivo garantir que eventuais interesses do grupo JBS fossem atendidos. Um deles, explicou Veloso, foi a criação de uma emenda na medida provisória 653/14, um ‘jabuti’ (quando a emenda não tem nenhuma ligação com o projeto inicial) para favorecer o grupo.
“A uma questão do mensalinho (R$ 250 mil) paga a um servidor do Ministério e a um titular, há fortes indícios sobre isso. E a inclusão de uma emenda, que visava a federalização das inspeções sanitárias em frigoríficos, beneficiava essa empresa no sentido de concentrar nela o mercado, sendo que os pequenos e médios produtores não conseguiriam atender as exigências do MAPA”, completou.
JBS teria comprado ministros e deputados por favorecimento comercial
Ana Luiza Faria e Léo Simonini
O Tempo
A Operação Capitu, desdobramento da Lava Jato, deflagrada na manhã desta sexta-feira (9) em Minas Gerais e em outros quatro estados e no Distrito Federal, desbaratou mais um complexo esquema de corrupção envolvendo empresários e políticos brasileiros. Como parte dele, em 2014, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) funcionava como balcão de negócios em favor da JBS, empresa do ramo de frigoríficos de Joesley Batista, preso juntamente com outras 18 pessoas pelo país.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema criou normas e portarias com o intuito de consolidar a JBS como monopólio no fornecimento de seus produtos, não só no país, mas também em outras partes do mundo.
DESDE 2014 – O esquema teria começado em 2014, no governo Dilma Rousseff (PT), época em que o atual vice-governador de Minas, Antônio Andrade (MDB) era ministro da pasta. Por ele e por seu sucessor, o deputado estadual eleito Neri Geller (PP-MT) também preso nesta sexta, a JBS deu as cartas de acordo com seus interesses, mas claro, pagando pelos serviços de políticos e servidores públicos.
“Foi desencadeada em BH a operação no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Essa investigação é referente a pagamento de propina a servidores titulares do ministério que expediam atos normativos que beneficiavam uma empresa (a JBS). Foram R$ 2 milhões pagos aos titulares do ministério e a um servidor público para expedirem atos normativos que proibiam a Ivermectina (veneno) de longa duração”, disse Mário Veloso, delegado da PF responsável pela investigação.
RECLAMAÇÕES – Essa proibição teve como objetivo atender o mercado norte-americano, que teria reclamado da qualidade do produto exportado pela JBS por causa do excesso de vermicida encontrado, de acordo com os padrões do país.
“Foram outros R$ 2 milhões para regularização de despojos, que são partes do gado bovino, dentre outras, que não são consumidos no mercado, mas são muito apreciados na Ásia”, continuou.
MENSALINHO – Ainda de acordo com a investigação, há indícios de que existia um “mensalinho” funcionando no Ministério daA, com o pagamento mensal de R$ 250 mil ao encarregado pela pasta e um servidor. Essa mesada tinha como objetivo garantir que eventuais interesses do grupo JBS fossem atendidos. Um deles, explicou Veloso, foi a criação de uma emenda na medida provisória 653/14, um ‘jabuti’ (quando a emenda não tem nenhuma ligação com o projeto inicial) para favorecer o grupo.
“A uma questão do mensalinho (R$ 250 mil) paga a um servidor do Ministério e a um titular, há fortes indícios sobre isso. E a inclusão de uma emenda, que visava a federalização das inspeções sanitárias em frigoríficos, beneficiava essa empresa no sentido de concentrar nela o mercado, sendo que os pequenos e médios produtores não conseguiriam atender as exigências do Ministério”, completou.Posted in Tribuna da Internet