Equipe de Bolsonaro é fraca e necessita de reforços
Pedro do Coutto
Em gravação de video colocada nas redes sociais, o presidente eleito Jair Bolsonaro negou o encaminhamento de qualquer projeto que resulte em aumento da contribuição dos empregados para o INSS. No vídeo, que inclusive foi transmitido pelo Jornal Nacional, Bolsonaro expõe sua posição e assim desmente a existência de qualquer iniciativa que proponha o aumento da carga dos trabalhadores.
A matéria deu margem a reportagens de Marcelo Correa e Geralda Doca, em O Globo, e de Lais Negretti, na Folha de São Paulo, edições de ontem, que destacam o desmentido feito de forma frontal pelo futuro presidente da República.
AVANÇANDO O SINAL – Bolsonaro afirma também que não está cogitando de ampliar a exigência para a concessão de aposentadoria de 35 para 40 anos de contribuição. Como se constata, o grupo de trabalho encarregado do assunto avançou o sinal. Confundiu o que pode ser a vontade de seus integrantes com o poder de decisão do presidente da República. E Bolsonaro ainda não definiu que esse projeto seja uma das alternativas para a reforma da Previdência Social.
Faço uma pergunta para que os integrantes do grupo de trabalho respondam: Por que o aumento das contribuições que propuseram não inclui as empresas que empregam a mão de obra ativa do país? Quiseram aumentar a contribuição dos empregados e nada colocaram para a parte dos empregadores. Esta parte é a que mais pesa para a receita do INSS.
AUMENTO ESPÚRIO – Há poucos dias o Estado de São Paulo publicou na quarta ou quinta-feira, não tenho certeza, matéria acompanhada de gráfico mostrando o peso das contribuições para a Previdência Social. Muito bem. Assim, se fosse aumentada a contribuição do empregado de 11% para 22%, que é o que estava no projeto rejeitado por Bolsonaro, resultaria um aumento de receita que não resolveria o déficit, e os empregados passariam a pagar mais do que os empregadores, que recolhem INSS de 20% sobre a folha de salários.
Para Bolsonaro, o projeto vetado levaria um prejuízo a todos os trabalhadores regidos pela CLT, inclusive os das empresas estatais que recolhem também para os fundos de aposentadoria complementar.
É preciso fazer uma auditoria, não se pode reformar a Previdência sem analisar caso a caso, como os prejuízos da pejotização. Posted in P. Coutto
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