postado em 24/03/2018 06:00 / atualizado em 24/03/2018 07:26
Belo Horizonte fechou o ano de 2017 com redução de 17,42% no número de roubos, mas esse tipo de ocorrência, que traz mais impacto sobre a sensação de segurança da população, continua sendo um grande desafio, pois ainda representa um caso a cada 15 minutos na capital mineira. Os homicídios também caíram na cidade, passando de 615 vítimas de assassinato em 2016 para 547 no ano passado. Dos 12 tipos criminais cujos dados são divulgados mensalmente, seis tiveram redução na cidade no ano passado e seis aumentaram.
Com o objetivo de tentar uma redução maior da incidência de assaltos e outros crimes, o comando da Polícia Militar diz que até junho a tendência é que as 86 bases de segurança comunitária que hoje funcionam em BH estendam seu horário – que hoje vai das 14h à 0h. A intenção é ampliar a operação das estruturas para a partir das 7h, com encerramento à 1h, porém, com um formato diferente. Em vez dos quatro policiais que estão vinculados a cada base no período da tarde – dois em cada van e dois fazendo rondas em motos –, esse número seria menor.
O formato do policiamento especificamente no turno da manhã ainda será definido, mas não haverá mudanças na configuração do turno da tarde. Outra aposta da PM para conter os roubos, que no estado caíram 14%, é a chegada das bases móveis a outras cidades da Grande BH com grande representatividade nos índices de criminalidade. Até junho, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves e Vespasiano devem receber vans do policiamento comunitário. O aumento de 1,4 mil soldados no efetivo a partir de 6 de abril vai possibilitar a expansão da operação nesses municípios.
O comandante-geral da Polícia Militar em Minas, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, pondera que ainda não é possível assegurar totalmente os novos horários das bases em BH, porque um estudo criminal que deve fundamentar a mudança ainda está sendo elaborado. Segundo ele, a corporação não deve levar em consideração apenas os índices de criminalidade para definir a ampliação do tempo de operação das vans, pois a manhã é o período do dia em que os crimes menos acontecem. Porém, o militar sustenta que a atuação das bases aumenta muito a sensação de segurança da população, o que deverá ser decisivo para a adoção do novo horário a partir de junho.
A divulgação dos indicadores ocorreu ontem, com a presença do governador Fernando Pimentel (PT), que recebeu relatório sobre a situação da criminalidade do estado. Pimentel avalia que a presença das bases móveis é o formato de policiamento mais adequado para levar segurança à população, em um conceito de maior proximidade. “A avaliação é muito positiva. A sensação de segurança aumentou e os índices continuam em queda em função dessa novidade”, disse o governador. O secretário de Segurança Pública do estado, Sérgio Barboza Menezes, comemora a redução dos roubos, mas reconhece que o desafio ainda é muito grande. “Temos uma preocupação muito grande com o roubo, uma incidência criminal muito forte, que afeta todos nós no nosso dia a dia. Vamos continuar tendo olhar forte para esse crime”, afirma.
MINAS
A redução dos roubos em Minas chegou a 14%, enquanto os homicídios caíram 5,48%. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), os assassinatos representaram em 2017 uma taxa de 18,8 casos para cada 100 mil habitantes, menor taxa dos últimos seis anos. No estado, dos 12 indicadores criminais, oito tiveram redução e quatro aumentaram.
Um deles, o estupro de vulnerável, se apresenta como desafio para 2018, conforme a Sesp. Foram 2.495 ocorrências em 2016, contra 2.950 em 2017, aumento de 18,24%. O delegado-geral João Octacílio Silva Neto, chefe da Polícia Civil em Minas, acredita que essa situação não reflete expansão de casos, mas sim a maior notificação dos crimes que antes não chegavam ao conhecimento das autoridades, por medo das vítimas. Hoje elas estão mais encorajadas a denunciar os abusos, conforme o delegado.
Indicadores do resultado do trabalho das polícias também foi apresentado. Em 2017, 23,5 mil armas foram tiradas das mãos de criminosos em Minas, alta de 2,3% em relação às 23 mil apreensões de 2016. Quase 345 mil pessoas foram presas, 2,9% a mais do que as 335 mil prisões de 2016. O governador Fernando Pimentel também destacou que em 2016 Minas saltou de uma taxa de 45% dos homicídios solucionados para 50% de elucidação em 2017. Pimentel disse que no país a taxa de solução de assassinatos gira em torno de 10%.
Explosões de caixas recuam
A diminuição dos roubos é verificada também quando analisados os casos de explosão de caixas eletrônicos em Minas, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Foram 237 casos em 2016 ,contra 162 no ano passado, queda de 31,65%, dado que foi destacado pelo governador Fernando Pimentel (PT). Para ele, em 2018, os casos não deverão ultrapassar a barreira das 100 explosões.
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