Craque da lorota driblou cartolas e nunca jogou futebol
POR BRUNO HOFFMANN
Flamengo, Botafogo, Vasco, Fluminense, Bangu. Carlos Kaiser realizou a façanha de passar por todos esses times entre os anos 1970 e 1990. Se está tentando resgatar na memória algum gol, desarme ou passe decisivo do jogador, desista. O carioca fez carreira sem nem tocar na bola. Era craque mesmo em enrolar cartolas e fugir do jogo. Nas pouquíssimas partidas oficiais que jogou, sabia como estar sempre onde a bola não estava. Nos treinos, fingia se contundir ou alegava estar fora de forma, até mudar novamente de time.
Kaiser ao lado dos craques de verdade Gaúcho e Renato Gaúcho
(foto: arquivo pessoal)
A carreira do maior malandro do futebol brasileiro começou na equipe infantil do Botafogo, quando tinha 10 anos. Segundo ele, a família fazia muita pressão para que seguisse no futebol, o que não era seu desejo. Ele foi em frente, mas deu um jeito de
pular de time em time sem suar a camisa. Para valorizar o passe, empunhava um telefone de brinquedo e encenava estar recebendo propostas de times importantes: “Não quero. Estou bem. Vou ficar por aqui mesmo”.
Hábil mentiroso e bom contador de histórias, Kaiser despertou a desconfiança do ríspido bicheiro Castor de Andrade quando vestiu a camisa do Bangu. Jornais haviam enaltecido a contratação do jogador. Mas, meses depois, o atacante ainda não tinha mostrado a que viera. Até que, em certo jogo, o mandachuva ordenou que Kaiser deixasse o banco de reservas. O fanfarrão levantou para se aquecer e não teve dúvida: arranjou briga com torcedores próximos do alambrado e foi expulso antes mesmo de entrar em campo.
Kaiser apresentado como um craque por um jornal (imagem: reprodução)
O craque da lorota fez também carreira internacional. Contratado pelo Ajaccio, que disputava a terceira divisão do campeonato francês, foi recebido com festa. O estádio na ilha da Córsega lotou para a apresentação da nova estrela brasileira. Mas, quando pisou no gramado, o falso jogador percebeu que o evento não se restringia a aplausos: havia várias bolas para um treino inaugural. Improvisou logo um plano, que consistia em chutar as bolas para a torcida enquanto beijava a camisa do time. Saiu de campo ovacionado.
Na França, Kaiser finalmente se estabeleceu por alguns anos. Até jogou partidas – nunca mais do que 20 minutos por jogo. Um pouco mais fora de forma também na lorota, encerrou por lá a carreira, aos 39 anos.
Da Redação do Almanaque Brasil
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Carlos Kaiser
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Altura 1,86 m
Pé Ambidestro
Apelido Forrest Gump do Futebol Brasileiro,
171 do Futebol Brasileiro
Informações profissionais
Clube atual - Aposentado
Posição Meia, Centroavante
Clubes de juventude
–1973
1973–1977 Botafogo
Clubes profissionais
Carlos Henrique Raposo, mais conhecido como Carlos Kaiser (Rio Pardo,, 2 de julho de 1963) foi um suposto futebolista brasileiro que atuou por diversos clubes brasileiros e estrangeiros.
Ganhou o apelido Kaiser devido à semelhança com o alemão Franz Beckenbauer.
Em 2011, o programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, exibiu uma matéria que contava, com detalhes, como ele por mais de 20 anos conseguiu ludibriar diversos clubes brasileiros (Botafogo, Flamengo, Bangu, Fluminense, Vasco da Gama, America) e do exterior (Puebla do México, Independiente da Argentina, El Paso Patriots dos EUA, Louletano de Portugal e Gazélec Ajaccio da França), fazendo parte de seus elencos, mesmo sem praticamente ter disputado partidas oficiais.
Entre seus supostos feitos notáveis, Kaiser alega ter sido campeão Mundial Interclubes pelo Independiente em 1984, fato não confirmado pela diretoria do clube argentino.
Por este fato, Carlos ganhou a alcunha de O Forrest Gump do Futebol Brasileiro.
Após "aposentar-se" da suposta vida de boleiro, Carlos atualmente é personal trainer.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Kaiser