Mourão tem apoio incondicional da Maçonaria
Celso Serra
Foi noticiado que o general do Exército da ativa Antonio Hamilton Martins Mourão, falou na possibilidade de intervenção militar diante da crise enfrentada pelo País, caso a situação não seja resolvida pelas próprias instituições e que esse pronunciamento teria sido feito em palestra numa loja maçônica de Brasília na última sexta-feira (dia 15).
Fato concreto é que o pronunciamento do general Mourão não se realizou em um simples “loja maçônica de Brasília” e sim na sede do Grande Oriente do Brasil (instituição que congrega mais de 2 mil lojas maçônicas localizadas e espalhadas por todo o espaço territorial brasileiro), por convite da Soberana Assembleia Federal Legislativa do Grande Oriente do Brasil (SAFL).
GRANDE ORIENTE – A história registra que o Grande Oriente do Brasil foi fator determinante não apenas na Independência do Brasil – na qual foram figuras de destaque os maçons José Bonifácio de Andrade e Silva e Joaquim Gonçalves Ledo – mas também na luta pela extinção da escravatura negra, elaborando e fazendo aprovar leis que foram abatendo o escravagismo, entre elas, a “Lei Euzébio de Queiroz”, que extinguia o tráfico de escravos, em 4 de setembro de 1850, e a “Lei Visconde do Rio Branco”, 28 de setembro de 1871, que declarava livre as crianças nascidas de escravas a partir desta data. Euzébio de Queiroz e o Visconde do Rio Branco, eram maçons graduados.
O trabalho maçônico só parou com a abolição da escravatura, a 13 de maio de 1888. A história também registra que militares maçons foram importantíssimos na defesa do povo brasileiro, inclusive na conquista e na manutenção da integridade do espaço territorial do país.
SOMOS SUCESSORES – Os militares de hoje sabem (e os não militares de boa-fé também sabemos) que são sucessores de armas, dignidade e patriotismo de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias; de Manuel Luís Osório, Marquês do Herval; de Manuel Deodoro da Fonseca; de Francisco Manuel Barroso da Silva, Barão do Amazonas ; de Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré; de Marcílio Dias; de Eduardo Gomes, participante dos 18 do Forte; de Nero Moura, comandante do Grupo de Caça da FAB na 2ª Guerra mundial e de tantos outros que dedicaram suas vidas a serviço da pátria. De uma pátria digna para todos os brasileiros, com direitos e deveres, sendo que muitos morreram por esse ideal.
Também sabem que a República foi proclamada com a melhor das intenções e que desse ato foram participantes importantes o marechal Deodoro da Fonseca, que foi alçado a presidente e chefe do Governo Provisório; o marechal Floriano Peixoto. empossado como vice-presidente; e, como ministros, Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Salles, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o almirante Eduardo Wandenkolk, todos maçons e membros regulares da Maçonaria brasileira.
VERDADEIRA REPÚBLICA – Pelo que consta dos documentos da época, os republicanos objetivavam edificar uma verdadeira república, com oportunidades iguais para todos os brasileiros, independentemente de suas origens e preconceitos raciais.
Assim, é mais do que normal e justo que maçons e militares estejam preocupados e sejam contrários ao desvirtuamento dos princípios básicos republicanos, como a mídia vem publicando com assustadora frequência, com o aparente propósito de transformar o Brasil em uma patente e notória “Republiqueta de Bananas Podres”.
Com relação à palestra proferida pelo general Mourão na sede do Grande Oriente do Brasil no dia 15 deste mês, a qual assisti com atenção em todos os seus momentos, tenho a informar que seu tema foi “Análise da Conjuntura”, abrangendo o mundo de hoje, a América do Sul e o Brasil, à luz do que seja um “Estado Moderno”.
SEM INTERVENÇÃO – Durante toda sua exposição o general Mourão foi didático, esclarecedor e, em nenhum momento – com a experiência que possuo como professor de economia e acostumado a palestras – constatei que ele pretendesse incutir na mente de alguém a prática de atos intervencionistas ou defender esse tipo de atitude.
O general, após sua palestra, respondendo a uma pergunta, relacionada ao momento atual em que assombrosa e monumental corrupção de alguns políticos e comparsas – e que cresce a cada dia, segundo têm evidenciado os meios de comunicação –, apenas respondeu o óbvio de interesse nacional no sentido de que as instituições deveriam solucionar o problema político pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então “nós teremos que impor isso”. Este “nós”, porém, para mim que assisti a palestra próximo do expositor, se referia à sociedade brasileira como um todo e não aos militares isoladamente, tanto que foi claríssimo ao afirmar que “desde o começo da crise o nosso comandante definiu um tripé para a atuação do Exército: legalidade, legitimidade e que o Exército não seja um fator de instabilidade”.
CABE À SOCIEDADE – Portanto, o general sempre se pronunciou no sentido de que a sociedade brasileira – esta mesma sociedade que hoje chama pejorativamente o foro privilegiado de “foro prevaricado”, pois a mídia sempre aponta ladrões do dinheiro públicos impunes face ao instituto da prescrição – deve se manifestar, pois o caos poderá se instalar no país.
Aliás, basta entrar no youtube para assistir a ameaças aos cidadãos de bem proferidas por políticos corruptos, juntamente com o “exército” do MST…