segunda-feira, 10 de abril de 2017

Acredite se quiser: Brasil pode ter 91 partidos políticos, inclusive o Corinthiano


Anna Virginia Balloussier
Folha

O Brasil tem hoje 35 partidos. É pouco. Ao menos comparado ao que poderia chegar, se todos os embriões partidários na fila do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vingassem. Nesse caso seriam 91 legendas no país, incluindo as 56 que se registraram na corte. O que pode vir por aí? Uma leva de novas siglas de direita. Algumas, aliás, nem tão novas assim. Na lista de “partidos em formação” do TSE, versões recauchutadas de Arena (Aliança Renovadora Nacional), que sustentou o regime militar numa época em que não se admitia oposição partidária pra valer, e Prona (Partido de Reedificação da Ordem Nacional), do lendário dr. Enéas.

Entre as novidades: Partido Militar Brasileiro, Partido Conservador, Partido da Segurança Pública, Patriotas, União para a Defesa Nacional e Partido Manancial, que se apresenta como “um dos raros partidos de direita no quadro nacional”. Seis legendas incluem o termo “cristão” e variações no nome, a maioria com ênfase na “família tradicional” (homem e mulher).

CORINTIANO – Há propostas para eleitorados segmentados, como o Partido Nacional Corinthiano, que diz se inspirar na Democracia Corintiana, movimento liderado por jogadores como Sócrates, nos anos 1980, contra a hierarquia autoritária do clube.

Ecologistas, ativistas de direitos animais e servidores também pleiteiam sua entrada na cena política. Não é fácil, contudo, sair do papel –e assim poder disputar eleições, receber dinheiro do fundo partidário (previsão de R$ 728,5 milhões para 2017) e participar do horário eleitoral gratuito (que custa milhões não divulgados aos cofres públicos, por meio de compensação fiscal a emissoras e rádios).

O primeiro passo essas siglas incipientes já cumpriram: juntar 101 fundadores com domicílio eleitoral em ao menos nove Estados. Elas trabalham agora para colher um mínimo de 487 mil assinaturas, ou 0,5% dos votos válidos na última eleição para a Câmara.

PROCESSO ÁRDUO – Os apoios precisam ser validados em cartório, um processo árduo –em 2013, a Rede, de Marina Silva, ainda em formação, descartou centenas de milhares de assinaturas, por erros nas informações fornecidas por eleitores.

O Partido Militar, por exemplo, perdeu assim 300 mil de 560 mil signatários, diz seu maior articulador, o deputado Capitão Augusto (PR-SP).

Ele passou 24 anos na PM e prefere não dizer quantas pessoas matou (“nenhuma condenação, é o que importa”). Agora, vislumbra um número para sua legenda: “Queremos 18, por causa da maioridade penal [que ele quer ver reduzida], 38, o calibre três oitão, ou 64”, em memória ao regime “que salvou o Brasil”. O partido defende “o fortalecimento dos direitos humanos”. O ex-PM explica: “A esquerda quer é o direito dos manos, dos bandidos, e não dos humanos de bem”.

DE DIREITA – O avanço da direita evidencia uma revitalização da imagem dos militares, afirma. “Vamos voltar ao poder e invadir o Congresso, mas sem golpe, pela via democrática”.

A nova Arena povoa o Facebook com saudosismo da ditadura. Seu perfil na rede compartilhou uma imagem celebrando a “revolução de 1964” e outra com o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro, defensor notório dos militares, mais o slogan: “Melhor Jair se acostumando…”.

A sigla trocou de comando. Em 2012, era capitaneada por Cibele Baginski, estudante de 22 anos e fã de cultura gótica e heavy metal, como a Folha reportou então. Ela desistiu do projeto. O novo presidente, Kleber Busch, se define na internet como “um brasileiro cansado de ver o país ser pilhado por politicagem”.

NACIONALISTA – O Prona revive o ideário nacionalista do cardiologista Enéas Carneiro (1938-2007), famoso pelo bordão (“meu nome é Enéas!”), pela calvície somada à barba espessa, pelo recorde de votos para a Câmara (1,5 milhão em 2002) e por frases tanto radicais (o gay “representaria a extinção da espécie”) quanto folclóricas (faltaria a Lula “o mínimo de arrumação intracromossomial para dirigir o país”).

O Prona de 2017 lançou “ringtones” com a “Quinta Sinfonia” de Beethoven, mesma música que toca num vídeo antigo em que Enéas critica a reforma da Previdência. A sigla é agora presidida por Marcelo Vivório, 35, um sindicalista ligado ao transporte autônomo e sediado em Campos de Goytacazes (RJ).

Enéas, que conheceu melhor por vídeos na internet, “é um eterno líder”, diz. “Acharam que era um louco. Mas tudo o que falou está agora se consolidando, não é mesmo?”

OPORTUNISMO
Para Walber de Moura Agra, procurador de Pernambuco e coautor de “Elementos de Direito Eleitoral”, a proliferação de legendas evidencia a “decrepitude do sistema brasileiro”, pois “elas querem pegar os benefícios que a legislação oferece aos partidos”. “Por que não criar um Partido dos Jornalistas? Fundo partidário, tempo de propaganda… Seria uma tremenda fonte de negócios.”

E se alguém não se sentir representado por nenhum dos atuais partidos, não teria direito ao novo? Agra diz que, nesse caso, o ideal seria se juntar a um grupo que já existe. Dá o PT como exemplo, com correntes dissidentes.

O procurador lembra que a reforma política, hoje no Congresso, prevê a cláusula de barreira. Ela dificultaria o acesso de siglas sem votação expressiva ao fundo partidário. Os donos dos novos partidos adotam discurso similar de “isso não é com a gente”. “A cláusula é para proibir nanicos. Não será nosso caso”, diz Capitão Augusto.

Inep publica edital do Enem; taxa de inscrição será de R$ 82 /#/ (ENEM 2017)

10/04/2017 06h25
Brasília
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fica mais caro este ano. Para se inscrever, o candidato terá que pagar R$ 82. A nova taxa está no edital do exame, publicado hoje (10) no Diário Oficial da União. No ano passado, a taxa era de R$ 68.

As inscrições começam às 10h do dia 8 de maio e terminam às 23h59 do dia 19 de maio, pela internet, no site do Enem . O pagamento deve ser feito até o dia 24 de maio.

Segudo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a correção não só levou em conta a variação de preços pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), como incorporou variações de anos anteriores que deixaram de ser aplicadas e parte da diferença entre o custo do exame e a taxa de inscrição.

Atualmente, o Inep cobre cerca de 70% do custo do exame. No ano passado, por exemplo, o custo, de R$ 91,49 por participante, foi R$ 23,49 acima do valor pago. A autarquia diz que mesmo com a alta, o Enem está abaixo da média dos vestibulares do país, que é R$ 140.

Isenções
Pelas regras do edital estão isentos da taxa os estudantes de escolas públicas que concluirão o ensino médio em 2017, os participantes de baixa renda que integram o CadÚnico e os que se enquadram na lei 12.799/2013 que, entre outros critérios, isenta de pagamento aqueles com renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio, ou seja, R$ 1.405,50.

O Inep informa que vai conferir todos os pedidos de isenção. Caso o candidato não se enquadre, poderá gerar o boleto e pagar a taxa para participar do Enem. Se as informações prestadas forem falsas e for constatada concessão indevida de isenção, o participante será eliminado do exame e terá que ressarcir a taxa.

A partir deste ano, o sistema de inscrição permitirá que o participante informe o Número de Identificação Social, do CadÚnico. Para que a isenção seja validada, é preciso que os dados pessoais sejam iguais aos cadastrados na base da Receita Federal.

Os participantes isentos que não comparecerem nos dois dias de prova e quiserem fazer o Enem 2018 sem pagar a taxa terão que justificar a ausência por meio de atestado médico, documento judicial ou boletim de ocorrência. Caso contrário, perderão a isenção.

Enem
O Enem 2017 será realizado em dois domingos consecutivos – dias 5 e 12 de novembro – e não mais em um único fim de semana. No primeiro domingo, os estudantes farão provas de ciências humanas, linguagens e redação. No segundo, as provas serão de matemática e ciências da natureza.

Os resultados das provas poderão ser usados em processos seletivos para vagas no ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas de estudo em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e para obter financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

domingo, 9 de abril de 2017

Classificação Campeonato Mineiro 2017

Clicar sobre
CAMPEONATO MINEIRO

http://globoesporte.globo.com/mg/futebol/campeonato-mineiro/

Vasco 0 x 0 Flamengo - Botafogo 3 x 1 Fluminense

TAÇA RIO (SEMIFINAL)



http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/

Pedido de proteção da PM a filhos de juízes mostra que a Justiça virou uma “casta”

Charge do Alpino (Arquivo Yahoo)

Jorge Béja

O site “O Antagonista” obteve e divulgou ofício em que o diretor de segurança institucional do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro solicita à PM reforço da segurança na praia para filhos de magistrados. Não há previsão legal para esse tipo de privilégio. O coronel-PM Márcio Rocha, comandante do 12º Batalhão que fica em Niterói, ele atendeu? É óbvio que o diretor geral de Segurança Institucional do TJRJ (servidor de carreira, porque tem matrícula, ao passo que a “segurança” do TJRJ é terceirizada e a outrora categoria da “guarda judiciária”, integrada por agentes públicos de carreira, foi extinta) é claro que o coronal Rocha redigiu, assinou e enviou este ofício por determinação da presidência do TJ. Ou se já não o recebeu redigido e entregue a ele só para assinar e enviar. Ele não faria a solicitação sem que a mesma lhe fosse ordenada. Nem se negaria a assinar. Muito menos enviar. Ordem é ordem.

É assim. Eles não se acham castas e nem se acham donos do mundo. A magistratura brasileira é uma casta. A magistratura brasileira é a dona do mundo. Se não tanto, pelo menos dona do Brasil. E são mesmo. Antigamente existia prisão administrativa. Isso acabou. E quem é que manda prender e manda soltar? São eles, os magistrados. Quem diz dos nossos Direitos? São eles, os magistrados.

UM SUPERPODER – Dos três poderes, o mais forte é o Judiciário. E quando se fala em Judiciário, se fala nos magistrados. Porque é o poder que fala por último e diz se os atos dos dois outros poderes estão ou não corretos. Se devem ou não ser mantidos. São eles que julgam os atos de todo o povo, de quem todo o povo deles é jurisdicionado. Isso é ou não é ser Deus aqui na Terra? Na Venezuela, a Suprema Corte de lá chegou ao cúmulo de deixar de emprestar valor jurídico ao Parlamento (Assembleia Nacional) para acumular suas funções, passando a elaborar leis e julgar!!! Isso está quase acontecendo aqui no Brasil. Se é que não aconteceu. Para citar um exemplo, sem a mínima conotação de aprovação ou reprovação, de crítica ou censura à questão de gênero, pois cada um vive como se sente melhor. É um direito personalíssimo. Mas o exemplo é de ordem jurídica. Nada mais do que jurídica. E serve para demonstrar o poder absoluto da magistratua.

O exemplo. O artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal diz o seguinte: “Para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher, como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.

ORDEM AOS CARTÓRIOS – Indaga-se: não está claríssimo que a Constituição Federal somente autoriza (“Para efeito de proteção do Estado…”) o casamento entre homem e mulher? É claro que está. E, mesmo assim, o Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, não autorizou o casamento de homem com homem e mulher com mulher!!!

E a decisão foi de tal ordem de importância que o então ministro Joaquim Barbosa, então presidente do Conselho Nacional de Justiça expediu, naquela ocasião em que o caso foi julgado pelo STF, ordem a todos os oficiais dos cartórios do registro civil de todo o país ordenando que os casamentos fossem realizados, sem delongas. Caso contrário, haveria punição para o servidor. Então, o Judiciário, ou seja, os magistrados, é (são) ou não é (ou não são) o(s) mais forte(s)?. Neste caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o STF, sem poder, legislou. Autorizou o que o Constituição não autoriza.

MESMA PROTEÇÃO? – Os alunos de todas as escolas públicas e privadas do Estado do Rio de Janeiro também querem a mesma proteção que o diretor da Segurança do TJRJ pediu à cúpula da Polícia Militar do Rio. Não, para quando forem embarcar em direção a um evento. Os alunos querem segurança armada, vinte e quatro horas, junto às escolas. Todos os dias. Todas as noites, sem cessar. Polícia para tudo quando é lado, porque cada escola nunca tem menos de 800 alunos, nenhum deles filho de magistrado, mas com os mesmíssimos direitos que os filhos de Suas Excelências têm. E até um pouco mais, pela pobreza em que vivem nas comunidades.

Os meninos e meninas carentes – e é duro dizer isso e fazer essa comparação – estão na mesma situação que o respeitado e irreverente escritor católico Léon Bloy escreveu numa passagem de sua famosa obra “Le Mendiant Ingrat” (O Mendigo Ingrato). Escreveu Bloy: “A miséria é como o diabo, quando faz um prisioneiro, rodeia-o de excrementos”. E Bloy não se referia aos filhos dos magistrados franceses.
Posted in J. Béja

Consumidores pedem reavaliação de indenização a transmissoras de energia

09/04/2017 19h11
Brasília
Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

O Conselho Nacional de Consumidores de Energia Elétrica (Conacen) quer que o governo reavalie o cálculo dos valores que terão que ser incluídos na conta de luz dos brasileiros para pagar indenizações às transmissoras de energia elétrica. O assunto foi tratado na última semana em reunião da diretoria do Conacen com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

Recentemente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu que nove concessionárias de transmissão de energia deverão receber indenizações de R$ 62,2 bilhões nos próximos oito anos. A remuneração é uma gratificação paga pelos investimentos feitos pelas empresas que renovaram suas concessões antecipadamente em 2012.

Valores serão repassados ao consumidor na conta de luz
Arquivo/Agência Brasil

“Consideramos que deveria ser melhor avaliado se esse é o número que deve ser praticado. Também questionamos por que isso está sendo cobrado dos consumidores, pois a portaria inicial falava que qualquer indenização desse tipo iria ser coberta pelo Tesouro. E, de repente, saiu uma medida tirando do Tesouro e passando para o consumidor”, disse o presidente do Conacen, José Luiz Nobre Ribeiro.

Segundo ele, o ministro mostrou-se aberto a fazer uma reavaliação dos números e a encontrar uma forma de amenizar a cobrança para os consumidores ao longo dos anos. A diretoria do Conacen também foi recebida na Aneel, onde conversou com o diretor Reive Barros sobre o assunto.

Caso a indenização seja mantida, o Conacen defende que ela seja cobrada dos consumidores de uma forma “mais palatável”, com prazo maior, por exemplo. “Poderia aproveitar momentos em que a tarifa já tenha que ser reduzida, e não significar um aumento na tarifa de energia”, disse Ribeiro. A estimativa da Aneel é que o impacto das indenizações às distribuidoras nas contas de luz seja de 7,17%, que será aplicado nos reajustes das tarifas dos próximos oito anos.

Edição: Luana Lourenço
Agência Brasil

Questão em concurso do Ministério Público de Minas Gerais sobre “Teoria da Graxa” causa polêmica

Segunda-feira, 3 de abril de 2017

Foto: Reprodução/Google Maps

Uma teoria nem um pouco conhecida no meio jurídico chamou a atenção de quem compareceu para o concurso de Promotor da Justiça Ministério Público de Minas Gerais, que aconteceu neste domingo (02): a “teoria da Graxa” ou “teoria do Vampiro”. 

A teoria, segundo o teólogo Wagner Francesco, que possui pesquisas em áreas de Direito Penal e Processual Penal, diz que existem corrupções boas, “que são aquelas que ajudam o sistema a se movimentar – pense, por exemplo, em obras públicas que são feitas por mero interesse político. Assim, todo aquele político que ‘rouba, mas faz’, é adepto dela”.

Há ainda uma teoria que a contrapõe, a teoria da Bola de Neve. Ainda de acordo com Francesco, esta “propõe que qualquer ato de corrupção, em qualquer grau e por qualquer motivo, atrai mais corrupção. Corrupção é corrupção e acabou a conversa”.

Questionar sobre a teoria da Graxa neste concurso, no entanto, causou polêmica entre juristas, que não viram base sólida e profundidade teórica na questão, muito menos relevância para ser cobrada em um concurso com tantos candidatos e candidatas.

O professor Aury Lopes Jr., autor do livro Direito Processual Penal, afirmou em suas redes sociais que “esse pessoal [que formulou a prova] perdeu completamente o bom senso. São absurdos que sequer merecem o adjetivo de ‘teorias jurídicas’“.

“São questões que nada avaliam, pois nada representam. Ademais, constituem um desprezo e falta de respeito por quem estuda seriamente, investe tempo e faz grandes sacrifícios pessoais se preparando para um concurso e se depara com esses absurdos“, critica Aury.

Guilherme Madeira, professor de Direito Processual Penal, disse lamentar profundamente “este tipo de questão em concurso público ou onde mais que o valha. O candidato estuda, estuda e estuda pra cair isso? O sistema de justiça brasileiro merece mais! Precisamos avaliar melhor os candidatos“.

O professor Rogério Sanches, também promotor de Justiça de São Paulo, se solidarizou com os candidatos. “O que uma questão dessa ajuda na seleção de candidatos vocacionados para o cargo?“, questionou. 

http://justificando.cartacapital.com.br/2017/04/03/questao-em-concurso-do-ministerio-publico-de-minas-gerais-sobre-teoria-da-graxa-causa-polemica/

PM registra homicídio no Bairro Dom Bosco em Juiz de Fora

09/04/2017 10h35 - Atualizado em 09/04/2017 10h43

Do G1 Zona da Mata

Ocupantes de veículo foram baleados em Juiz de Fora 
(Foto: Luciana Morais/G1)

Um homicídio foi registrado na madrugada deste domingo (9) no Bairro Dom Bosco, em Juiz de Fora. De acordo com as primeiras informações da Polícia Militar (PM), cinco pessoas estavam dentro de um carro quando tiros acertaram três delas na Rua Antônio Marinho Saraiva por volta das 5h30.

Um homem, de idade não informada, morreu. Outra pessoa foi ferida gravemente e levada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) com dois tiros no tórax e um na cabeça.

A terceira vítima foi ferida de raspão no braço e procurou ajuda no posto policial do Bairro São Mateus, onde foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

As identidades das vítimas são foram divulgadas, não sendo possível verificar o estado de saúde.

Ao chegar ao local, a PM encontrou o veículo com os vidros quebrados na contramão. O automóvel bateu em pelo menos dois outros carros que estavam estacionados na rua.

A ocorrência segue em andamento.

Pena de morte para os que ainda não nasceram?

Charge do Amarildo, reprodução do Google

Carlos Chagas

Decidiu o presidente Michel Temer atenuar o texto da reforma da Previdência Social que, de resto, não seria aprovado por deputados e senadores. Vão-se os anéis, ficam os dedos, pois a verdade é que apesar de teoricamente contar com ampla maioria parlamentar, a dita reforma não passaria. Equivaleria, para o atual Congresso, decretar a pena de morte para os que ainda não nasceram. Já pressionados pela sombra das condenações e da inelegibilidade decorrente dos processos de corrupção a tramitar no Supremo Tribunal Federal, Suas Excelências corriam o perigo de não se reeleger, ano que vem. O governo ganhou sensível moratória com o recuo presidencial.

Temer espera ver a reforma previdenciária aprovada até julho, caso não surjam outros obstáculos. Ignora-se o potencial de desastres que os processos no Supremo causarão nas bancadas governistas, a começar pelo PMDB. Ministros e ex-ministros responderão a acusações de corrupção. Terão seus nomes expostos na mídia e talvez não consigam escapar.

Em entrevista recente, Michel Temer afirmou não ter cometido erros, em seus onze meses de poder. O problema é saber quantos acertos conseguiu. Voltar atrás na reforma da Previdência Social pode ter sido um deles, mas não basta. Apesar da disposição de não se candidatar em 2018, o presidente necessita manter unida sua base parlamentar. Henrique Meirelles conseguirá sucesso bastante em sua tentativa de recuperar a economia, a ponto de aspirar a indicação?
Posted in C. Chagas

Indústria mantinha 31 pessoas em situação análoga à escravidão em Mato Grosso

08/04/2017 - 13h58 Brasília 

Maíra Heinen

Trinta e uma pessoas foram resgatadas esta semana de uma multinacional chinesa em Mato Grosso, em situação semelhante à escravidão. O resgate ocorreu no município de Nova Maringá. As vítimas trabalhavam no manejo da soja para a empresa COFCO Agri, indústria de processamento de produtos agrícolas com sede nacional em São Paulo.

Os trabalhadores foram recrutados pelo Sindicato dos Trabalhadores de Movimentação de Mercadorias de Nova Maringá, a pedido da COFCO Agri.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso, Lys Sobral, relata a atuação do sindicato em relação aos trabalhadores.

Sonora: "Leva os trabalhadores que ao chegarem no local recebem alojamento em condições precárias, praticam jornada exaustiva e ficam em locais distantes, sem receber assistência. Existe a promessa de um salário, mas na verdade quando se chega na empresa, a promessa é de salário por produtividade, o que acaba fazendo com que o salário prometido não se cumpra sempre e também acaba ensejando a prorrogação de jornada que leva até à jornada exaustiva mesmo."

Pelas irregularidades, foi comprovada a nulidade do contrato entre a empresa e o sindicato. A multinacional teve que se responsabilizar pelos direitos trabalhistas e restituir financeiramente as vítimas.

O Ministério Público do Trabalho informou ainda que as vítimas também relataram assédio moral, ameaças e até violência física promovidos pelo feitor.

Em nota a Cofco Agri informou que optou por um modelo de contratação com a participação da entidade sindical representativa dos empregados e que assim que recebeu a denúncia sobre a situação dos trabalhadores, adotou as medidas de adequação necessárias antes mesmo do início da fiscalização feita pelo Ministério do Trabalho.

Também disse repudiar qualquer situação que comprometa as condições do ambiente de trabalho e que ainda está revisando todos os processos e procedimentos relacionados à contratação.

A reportagem não conseguiu contato com o Sindicato dos Trabalhadores em movimentação de Mercadorias de Nova Maringá.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, esse é o maior resgate de trabalhadores em situação semelhante à escravidão realizado nos últimos oito anos.

http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2017-04/industria-mantinha-31-pessoas-em-situacao-analoga-escravidao-em-mato