terça-feira, 18 de outubro de 2016

Decisão de Gilmar Mendes lança mais suspeitas sobre a conduta de Aécio Neves

Aécio e Mendes são amigos, mas o ministro não aliviou

Jailton de Carvalho
O Globo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Procuradoria-Geral da República a aprofundar as investigações sobre o envolvimento do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), com suposta adulteração de dados da CPI dos Correios. Em resposta a pedido do procurador-geral Rodrigo Janot, Mendes determinou que o Banco Rural apresente cópias de todos os documentos impressos e eletrônicos encaminhados a CPI, ativa entre 2005 e 2006.

“Expeça-se ofício ao liquidante do Banco Rural para que encaminhe todos os expedientes, mídias com arquivos eletrônicos ou extratos e demais informações enviadas a CPMI dos Correios ou ao Banco Central atendendo à solicitação da CPMI dos Correios, em resposta às requisições de quebra de sigilo bancário, assim como ofícios de solicitação de prazo para atendimento a tais requisições”, diz trecho do despacho assinado por Mendes no dia 4 deste mês e divulgada hoje pelo STF.

Mendes também autorizou que os investigadores analisem um vídeo que registra retirada de documentos dos arquivos da CPI no mesmo dia em que foi anunciada a abertura de inquérito contra Aécio. O inquérito sobre o senador foi aberto no início de junho a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). Num dos depoimentos prestados ao grupo de trabalho da Procuradoria-Geral da República, Delcídio acusou Aécio de envolvimento numa operação para manipular dados bancários e fiscais enviados pelo Rural à CPI dos Correios.

CPI DOS CORREIOS – Segundo Delcídio, Aécio tentou, por intermédio de outras pessoas, convencê-lo a prorrogar o prazo de entrega de documentos do Rural à CPI como pretexto de que, se não fosse assim, o banco não teria tempo de atender às ordens da comissão. Delcídio era, presidente da CPI. “Que Aécio Neves enviou emissários para que o prazo de entrega das quebras de sigilo fossem delongados, com a justificativa, entre aspas, de que não haveria tempo hábil para preparar essas respostas”, disse o ex-senador.

Um dos supostos emissários teria sido o então deputado e hoje prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB), também um dos alvos do inquérito. Depois de atender o pedido, Delcídio disse ter descoberto que a prorrogação serviu apenas para a maquiagem de dados. Ele disse que ficou sabendo da suposta fraude pelo próprio Aécio e por Eduardo Paes. “Que os dados atingiriam em cheio a pessoas de Aécio Neves e Clésio Andrade, governador e vice-governador de Minas Gerais”, disse.

AÉCIO SE DEFENDE – Em nota, a assessoria da Executiva Nacional do PSDB considerou adequada a decisão do ministro Gilmar Mendes, “pois contribui para garantir transparência ao processo”, e afirma que a retirada de documentos da CPMI dos Correios “seguiu estritamente a legislação vigente, que permite a qualquer cidadão pedir ao Congresso pesquisa de documentos, o que foi feito pelo setor competente, como atesta documento oficial do Senado”.

“As citações feitas ao presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, são absurdas e totalmente descabidas, o que restará comprovado ao final das investigações que contam com todo o apoio do PSDB”, diz a nota.

Clésio Andrade também está entre os investigados. Delcídio disse ainda que o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) sabia da maquiagem. O deputado, no entanto, não é alvo da investigação. Ao autorizar a abertura do inquérito, Mendes disse que as informações apresentadas pelo delator não eram suficientes para incluir Sampaio na investigação. Isso só aconteceria se surgissem novas informações sobre o caso relacionados ao deputado.

domingo, 16 de outubro de 2016

E as filhas de servidores que ficam solteiras para ter direito a pensão do Estado?

Márcia Couto casou só na igreja, para não perder a “pensão”

Carlos Newton

Sempre que o país entra em crise econômica, o inquilino que esteja ocupando o eixo Planalto-Alvorada sempre anuncia reformas destinadas a tirar benefícios dos trabalhadores. Nenhum governante realmente se preocupa em enxugar os gastos de custeio da máquina estatal. Não há seriedade no trato da coisa pública. As autoridades até hoje não se deram conta que desde o governo de Fernando Henrique Cardoso os gastos excessivos da administração vêm sendo feitos utilizando recursos da dívida pública, que não tem parado de crescer, tornou-se uma bola de neve nas últimas décadas.

ESTAVA SOB CONTROLE – Até o governo Itamar Franco, a situação estava inteiramente sob controle. Mas seus sucessores – FHC, Lula e Dilma – agiram com uma irresponsabilidade gritante, alienante e contagiante, permitindo que a gastança se espalhasse para governos estaduais e prefeituras. Não mais que de repente, diria Vinicius de Moraes, o Brasil pensou que estava rico, sem perceber que apenas havia recebido um talão de “cheque especial”, que lhe seria implacavelmente cobrado com altos juros e correção monetária.

Nossos governantes raciocinam da seguinte forma: vamos gastar agora, porque a conta somente será paga por nosso sucessor. Ou sejam, os eleitores têm escolhido políticos que não levam em conta o interesse público, mas apenas o interesse próprio e a preservação de suas carreiras (e de seus herdeiros pessoais ou partidários). E a culpa não é dos eleitores, porque todos os políticos têm se comportado assim, não importa a que partido ou ideologia pertençam.

JOGANDO DINHEIRO FORA – Vamos dar alguns prosaicos exemplos de desperdício de gastos públicos. O que justifica a recente contratação de uma assessora em cargo comissionado para a Vice-Presidência da República, se até 1º de janeiro de 2019 o país não terá vice-presidente?

Por que a Presidência da República ainda mantém a chefia de gabinete criada por Lula em São Paulo, para abrigar a amiga Rosemary Noronha, assim como a chefia de gabinete criada em Belo Horizonte por Dilma, para abrigar a também amiga Sônia Lacerda? Qual é a justificativa. Por que essas “repartições” não foram fechadas? E ainda bem que Dilma desistiu da chefia de gabinete em Porto Alegre, que até chegou a criar, com sede luxuosa e tudo mais…

São pequenos gastos que indicam uma tendência de mau uso de recursos públicos, mas os exemplos mais gritantes foram a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, que fizeram a festa de empreiteiros e governantes corruptos. O que o Brasil ganhou com isso? Por que a prefeita de Roma acaba de desistir da Olimpíada, imitando a riquíssima Estocolmo, que abriu mão de sediar os Jogos Olímpicos de Inverno?

ABUSOS NA PREVIDÊNCIA – Diante da insistência do governo Temer no tocante à reforma previdenciária, lembrei uma matéria do excelente repórter Raphael Gomide na revista Época, em 19/11/2013, que exibe clamorosos abusos que ainda ocorrem, com o beneplácito do Judiciário.

O jornalista denunciou o direito atribuído a filhas solteiras de servidores públicos, que ganham pensão integral quando seus pais morrem. A matéria mostrou o luxuoso casamento da dentista Márcia Brandão Couto, em 1990. Ela se manteve solteira no civil para seguir recebendo a pensão do pai, desembargador José Erasmo Couto, que morrera oito anos antes.

No ano seguinte, o casal teve o primeiro filho. O segundo menino nasceu em 1993. Até hoje, Márcia Machado Brandão Couto recebe do Estado duas pensões como “filha solteira maior”, que em 2015 perfaziam R$ 43 mil mensais. Um dos benefícios é pago pela Rioprevidência, órgão previdenciário fluminense que está falido. O outro pagamento vem do Fundo Especial do Tribunal de Justiça.

R$ 4,55 BILHÕES POR ANO – Os vultosos benefícios de Márcia chegaram a ser cancelados por uma juíza, a pedido da Rioprevidência, mas a “solteira maior” conseguiu recuperá-los no Tribunal de Justiça do Rio, onde seu pai atuou por muitos anos.

O excêntrico caso está longe de ser exceção. O levantamento inédito feito pelo repórter Raphael Gomide revela que em 2013 as pensões para filhas solteiras de funcionários públicos mortos custam ao menos R$ 4,35 bilhões por ano à União e aos Estados brasileiros. Esse valor, correspondente a 139.402 mulheres, supera o orçamento anual de 20 capitais do país – como Salvador e Recife.

Ao longo de três meses, Época consultou o Ministério do Planejamento e os órgãos de Previdência estaduais para apurar os valores pagos, o número de pensionistas e a legislação. Ao menos 14 Estados confirmaram pagar rendimentos remanescentes para filhas solteiras, embora todos já tenham mudado a lei para que não haja novos benefícios. Hoje, as pensões por morte são dadas a filhos de ambos os sexos até a maioridade e, por vezes, até os 24 anos, se frequentarem faculdade. Santa Catarina, Amapá, Roraima, Tocantins e Mato Grosso do Sul informaram não ter mais nenhum caso. Distrito Federal, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Rondônia e Piauí deram informações incompletas ou não forneceram a quantidade de pensionistas e o valor gasto. Época não conseguiu contato com a Paraíba. É provável, portanto, que os números sejam superiores aos 139.402 apurados e aos R$ 4,35 bilhões.

DIREITO ADQUIRIDO – Essas pensões abusivas estão garantidas pelo direito adquirido, uma importante doutrina que foi completamente esculhambada pelo Judiciário brasileiro, porque não pode existir “direito adquirido” de fraude e canalhice com recursos públicos. A Constituinte Cidadã de 1988 mandou reduzir “imediatamente” todas as remunerações de servidores públicos que estivessem acima do teto constitucional (Art. 17 das Disposições Transitórias). Mas o Supremo, “legislando” em causa própria, reconheceu o direito adquirido dessas pilantragens supostamente legais.

Por essas e outras, o editor da Tribuna da Internet defende a tese de que o maior problema brasileiro é o apodrecimento do Judiciário. Se a Justiça funcionasse a tempo e a hora, interpretando as leis em seu real sentido e evitando prescrições e recursos intermináveis, a administração pública funcionaria melhor, a corrupção diminuiria, os políticos pensariam em atuar pelo bem comum e os criminosos teriam receio de descumprir as leis. Mas quem se interessa?

Zeca Baleiro - Telegrama

Polícia surpreende quadrilha de assalto a banco e mata dois na RMBH

PUBLICADO EM 15/10/16 - 12h31

DA REDAÇÃO

Dois assaltantes a banco morreram em uma troca de tiros com a Polícia Civil, na madrugada deste sábado (15), em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A polícia recebeu informação sobre o assalto e uma equipe do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) foi à avenida Brasília. A quadrilha foi surpreendida pelos policiais, por volta das 3h, quando estava no interior de uma agência do Banco Santander, no bairro São Benedito.

Houve troca de tiros entre os policiais e o grupo. Dos cinco suspeitos, três foram baleados e encaminhados para atendimento médico, sendo que dois morreram e um continua internado. Os outros dois já foram presos. Nenhum policial ficou ferido.

Além das prisões, foram apreendidas três armas, dois veículos e materiais utilizados para a prática do crime.

Jornal O Tempo

Clube Irmãos de Sangue foi lançado em 25 de novembro de 1998



CLUBE IRMÃOS DE SANGUE

O Clube Irmãos de Sangue foi lançado em 25 de novembro de 1998, Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, para homenagear os doadores voluntários.

A ideia nasceu da vontade de reconhecer e demonstrar o orgulho, a admiração e a gratidão que a Pró-Sangue tem por essas pessoas que fizeram da solidariedade sua profissão de fé.

Hoje o clube já conta com mais de dez mil associados. Para se tornar membro dele, os doadores devem ter feito no mínimo 10 doações voluntárias em um dos postos da Pró-Sangue.
http://www.prosangue.sp.gov.br/irmaosdesangue

sábado, 15 de outubro de 2016

Dia do Professor: Novo Ensino Médio e Escola sem Partido são temas de debates

15/10/2016 13h12
Brasília
Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil

O Dia do Professor é comemorado hoje (15) em meio a debates sobre políticas de educação e, pelo menos, duas medidas que estão sendo discutidas no Congresso Nacional pretendem mudar o ensino básico: a Medida Provisória do Novo Ensino Médio e o projeto de lei 193/2016, que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional o programa Escola sem Partido. Essas medidas atingirão os mais de 40 milhões de estudantes e 1,6 milhão de professores do ensino fundamental e médio.

A MP do Ensino Médio flexibiliza a etapa do ensino e determina que cerca de 1,2 mil horas, metade do tempo total do ensino médio, serão destinadas a conteúdos obrigatórios. No restante da formação, os alunos poderão escolher entre cinco trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas – modelo usado também na divisão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - e formação técnica e profissional. A medida também amplia gradualmente a carga horária do ensino médio para 7h por dia ou 1,4 mil horas por ano.

Já o Escola sem Partido diz que professores não podem transmitir aos estudantes nenhum tipo de posicionamento, seja político, ideológico ou religioso. A proposta do movimento é de que seja afixado na parede das salas de aula de todas as escolas do país um cartaz, onde estarão escritos os deveres do professor. Entre esses deveres, está que o professor não se aproveitará da audiência cativa dos alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.

Além disso, o Escola sem Partido estabelece que o professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas e que, ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito.

O projeto determina ainda que as secretarias de educac a o contara o com um canal de comunicac a o destinado ao recebimento de reclamac o es relacionadas ao descumprimento da medida, assegurado o anonimato.

A Agência Brasil conversou com professores contra e a favor dessas medidas.

Veja o que pensam professores sobre o Novo Ensino Médio.

Veja o que pensam professores sobre o Escola sem Partido.
Edição: Jorge Wamburg
Agência Brasil

Saiba como a PEC 241 vai mudar os investimentos públicos em saúde

14/10/2016 12h12
Brasília
Aline Leal e Mariana Tokarnia – Repórteres da Agência Brasil

Aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados na última segunda-feira (10), a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 241 vem despertando debates entre as entidades do setor da saúde, que temem uma redução nos investimentos. De acordo com os cálculos e a avaliação do consultor Mário Luís de Souza, da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados, A PEC 241 só traria vantagens para a saúde se a economia ficasse estagnada ou em declínio. Para ele, se o país voltar a crescer, a regra será desvantajosa em comparação à norma vigente.

“Se a receita do país só aumentar o percentual equivalente ao índice da inflação, não vai ter diferença entre o piso da regra vigente e o da PEC 241. Porém, se o país voltar a crescer, o que é a tendência, a regra vigente é mais interessante, já que com ela, se cresce a receita, cresce a fatia da saúde proporcionalmente”, detalhou o consultor. Já o Ministério da Saúde defende que a nova regra evitará a redução do piso de gastos na área de saúde em momentos de contração da economia e de queda da receita.

Batizada de Novo Regime Fiscal pelo governo, a PEC 241 limita durante 20 anos o ritmo de crescimento dos gastos da União à taxa de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Isso significa que para aumentar o orçamento de uma pasta, o governo tem que tirar de outra. Se aprovada a PEC 241 em definitivo, em 2017 a saúde começa sendo beneficiada com cerca de R$ 10 bilhões a mais do que o previsto atualmente, segundo cálculos do Ministério da Saúde. A previsão é que o Ministério da Saúde fique com o orçamento de quase R$ 114 bilhões, 15% da Receita Corrente Líquida, projetada para R$ 758 bilhões. Porém, mesmo com o alívio no primeiro ano, entidades do setor preveem uma perda acumulada ao longo dos 20 anos de vigência.

O que muda com a PEC 241
Atualmente, pela Emenda Constitucional 86 – que é a regra vigente para os recursos da saúde – o orçamento da pasta aumentaria progressivamente, começando em 13,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) em 2016, até 15% deste montante em 2020. A partir de então, o recurso mínimo para saúde seria 15% da RCL.

Aprovada a PEC, os recursos voltados para a saúde serão de 15% da RCL já em 2017, ou seja, percentual maior que o atualmente previsto para o período (13,7% da RCL). Porém, a partir de 2018, estes recursos deixariam de estar atrelados à RCL e passariam a ser corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Ou seja, se os recursos da União crescerem mais do que a inflação, a saúde vai pegar uma fatia proporcionalmente menor deste montante, diferentemente do que acontece na regra atual, que garante que o orçamento da Saúde nunca será menor do que 15% da RCL a partir de 2020.

Em resposta às críticas, o Ministério da Saúde defende que os recursos da Saúde estão garantidos. “Com o equilíbrio de contas, em 2017, o gasto mínimo em saúde aumenta em aproximadamente R$ 10 bilhões. A partir de 2018 o gasto mínimo com saúde passará a ser corrigido pelo IPCA. Além disso, nada impede que o Poder Executivo proponha um valor acima do mínimo, ou que o Congresso aumente o valor proposto pelo Executivo, como já vem ocorrendo nos últimos anos“, disse a pasta, em nota.

Ajuste inevitável, avalia consultor
O diretor da Conultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara, Ricardo Volpe, que ajudou a elaborar a proposta, frisa que o Brasil está com o maior histórico de despesa pública, com 20% do PIB e para contornar a situação, o ajuste fiscal é inevitável. Para o técnico legislativo, a PEC é uma saída gradual do cenário de crise.

Volpe enfatiza que é preciso ter eficiência nos gastos e que, se Saúde e Educação são prioridades, os recursos para estas pastas devem ser tirados de outro lugar. “O gasto ser a mais em uma área ou outra depende de decisão política. Não adianta colocar mais no orçamento. Se não tiver vontade politica, não vai se gastar. Vincular recursos é uma falsa ilusão de que tem mais recurso porque o contingencia, congela a área e tira ações livres de outras áreas”, disse à Agência Brasil.

Críticas
O impacto da aprovação da PEC 241 foi criticado por entidades do setor da saúde. A Comissão Intersetorial de Orçamento e Financiamento (Cofin) do Conselho Nacional de Saúde apresentou estudo apontando para uma perda de R$ 434 bilhões ao Sistema Único de Saúde entre 2018 e 2036, caso seja aprovada a PEC 241.Para a professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Lígia Bahia, uma eventual aprovação da PEC 241 seria “avassaladora“ para o SUS. “O problema da PEC não é o ano que vem, é o que ela tem de conteúdo real, um congelamento de 20 anos, como se o Brasil não tivesse nenhuma mudança no futuro”.

A especialista ressalta que para 2017 está prevista uma tríplice epidemia, de Zika, dengue e chikungunya. “O recurso para a saúde não pode ter um teto, ele tem que ser suficiente pra resolver os problemas da saúde. Certamente, nesse momento tem que ser muito grande, já que tem que prever o aumento dessas doenças infeccionas e o aumento do atendimento às vítimas de doenças crônicas, que crescem com o envelhecimento da população”, exemplificou a professora.

Nota conjunta do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde diz que “os efeitos do novo regime fiscal proposto serão desastrosos para todas as gestões do SUS, especialmente para as esferas estaduais e municipais do sistema”.

A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) também divulgaram nota conjunta com críticas à PEC. As entidades divulgaram, com base nos dados do IBGE e Orçamento Brasil, um quadro que mostra como seriam as despesas de 2002 a 2015 caso as regras da PEC fossem aplicadas. Os valores da coluna à esquerda são em bilhões de reais:

Edição: Amanda Cieglinski
Agência Brasil

Meninos de 12 e 13 anos serão vacinados contra HPV a partir de janeiro

15/10/2016 20h19
Brasília
Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil

A partir de janeiro de 2017, meninos de 12 e 13 anos vão passar a receber a vacina contra o HPV. O anúncio foi feito esta semana pelo Ministério da Saúde. O HPV é um vírus que atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões precursoras de câncer, como o câncer de colo de útero e garganta. Devem ser imunizados 3,6 milhões de meninos. Até 2020, a faixa etária deverá ser ampliada e passará a ser de 9 a 13 anos.

Em 2014, o governo federal iniciou a imunização gratuita contra o HPV em meninas de 9 a 13 anos com a vacina quadrivalente. A faixa etária foi escolhida por apresentar maior benefício em razão da grande produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais.

Confira abaixo definições e orientações divulgadas pelo Instituto Nacional do Câncer e pelo Ministério da Saúde sobre a infecção por HPV, sua relação com diversos tipos de câncer e a importância da vacinação – inclusive para meninos.

Existe mais de um tipo de vacina?
Há duas vacinas contra o HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e que estão comercialmente disponíveis no Brasil: a quadrivalente, usada na rede pública, que confere proteção contra os subtipos 6, 11, 16 e 18; e a bivalente, que protege contra os subtipos 16 e 18.

Como funciona o esquema vacinal para o HPV?
Este ano, o governo alterou o esquema vacinal do HPV para meninas, reduzindo de três para duas as doses necessárias (a segunda, seis meses após a primeira). Apenas mulheres entre 9 e 26 anos com HIV devem continuar recebendo as três doses, sendo a terceira cinco anos após a primeira.

O mesmo esquema vacinal será mantido pelo ministério para a imunização de meninos contra o HPV a partir de 2017 – inclusive a regra de três doses para os que vivem com HIV.

Quem pode ser vacinado?
Atualmente, meninas de 9 a 13 anos têm a vacina garantida no âmbito do Sistema Único de Saúde. A partir do ano que vem, meninos de 12 e 13 anos passarão a ter o mesmo direito. Outros grupos podem dispor da vacina em serviços privados.

Vale a pena vacinar homens contra o HPV?
A eficácia da vacina contra o HPV foi comprovada em homens para a prevenção de verrugas genitais e lesões precursoras de câncer de pênis e de ânus. Além disso, vacinar os homens contra o vírus é uma estratégia que acaba por proteger também as mulheres em razão da chamada imunidade indireta ou de rebanho, já que o vírus é sexualmente transmissível.

Por quanto tempo a vacina é eficaz?
A duração da eficácia da vacina contra o HPV foi comprovada até nove anos, mas ainda existem lacunas sobre a duração da imunidade a longo prazo e sobre a necessidade de doses de reforço (aplicação de novas doses da vacina no futuro na população já vacinada).

A vacina contra o HPV é segura?
A vacina contra o HPV é considerada segura e bem tolerada. Os eventos adversos mais observados após a imunização incluem dor, inchaço e vermelhidão no local da injeção, além de dor de cabeça de intensidade leve a moderada.

Existe contraindicação para a vacina?
A dose contra o HPV é contraindicada para gestantes, pacientes acometidos por doenças agudas e pessoas com hipersensibilidade aos componentes (princípios ativos ou excipientes).

Onde é possível ser vacinado?
A vacina para meninas de 9 a 13 anos está disponível nos postos de saúde da rede pública e em escolas que aderirem às campanhas de vacinação. A mesma estratégia deve ser adotada para a imunização de meninos a partir de janeiro de 2017.

Qual a relação entre o HPV e o câncer?
A infecção por HPV é bastante frequente, mas transitória, regredindo espontaneamente na maioria das vezes. Nos casos em que ela persiste, há risco de se desenvolver lesões precursoras que, se não forem identificadas e tratadas, podem progredir para o câncer – sobretudo no colo do útero, mas também na vagina, vulva, no ânus, pênis, na orofaringe e boca.

Quais os subtipos mais perigosos?
Existem mais de 150 subtipos de HPV e cerca de 40 deles podem infectar o trato ano-genital de homens e mulheres. Pelo menos 13 subtipos são considerados oncogênicos (com potencial para causar câncer) e apresentam maior risco de provocar infecções persistentes, além de estarem associados a lesões precursoras. Dentre eles, o 16 e o 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero registrados no mundo.

A pessoa infectada necessariamente apresenta sinais e sintomas?
A maioria das infecções por HPV é assintomática. Isso significa que tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados sem apresentar sintoma algum. Normalmente, a infecção se apresenta como lesões microscópicas ou sequer chega a produzir lesões. Portanto, mesmo quando não há lesões visíveis, não é possível garantir que o vírus não esteja presente.

Quais as principais manifestações da infecção?
Cerca de 5% das pessoas infectadas por HPV desenvolvem algum tipo de manifestação. As lesões clínicas se apresentam como verrugas, popularmente chamadas crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas mulheres, elas podem aparecer no colo do útero, na vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e no ânus. Em homens, podem surgir no pênis (normalmente na glande), na bolsa escrotal, região pubiana, perianal e no ânus. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta em ambos os sexos.

Como o HPV é transmitido?
A transmissão do vírus se dá por contato direto com pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto. Não está comprovada, entretanto, a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.

Como homens e mulheres podem se prevenir?
Apesar de recomendado, o uso do preservativo durante o contato sexual, com ou sem penetração, não protege totalmente da infecção por HPV, já que a camisinha não cobre todas as áreas passíveis de serem infectadas. Na presença de infecção na vulva, região pubiana, perineal, perianal e bolsa escrotal, por exemplo, o vírus pode ser transmitido mesmo com o uso do preservativo. A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita de forma mais eficaz o contágio – desde que utilizada desde o início da relação sexual.

Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O Instituto de Laticínios Cândido Tostes estará oferecendo: 30 (trinta) vagas para o 1º semestre de 2017

É o profissional que planeja, orienta e supervisiona os processos de industrialização do leite e seus derivados, desde a fase da produção do leite até o controle de qualidade e comercialização do produto final.

PRÉ-REQUISITOS
possuir o ensino médio geral (ou equivalente) concluído ou estar devidamente matriculado na 2ª ou 3ª série do ensino médio geral no momento de ingresso;
aprovação no Exame de Seleção e classificação dentro do limite de vagas, conforme normas do edital.

DURAÇÃO DO CURSO
O Curso Técnico em Leite e Derivados do ILCT tem a duração de 2 anos, com aulas em período integral (manhã e tarde) e uma carga-horária de 480 horas de estágio, a serem cumpridas até 3 meses após o término do curso.

NÚMERO DE VAGAS
O Instituto de Laticínios Cândido Tostes estará oferecendo:30 (trinta) vagas para o 1º semestre de 2017

EXAME DE SELEÇÃO
Período de inscrição: de 07 de novembro a 06 de dezembro de 2016

Locais:
Internet - através do site www.candidotostes.com.br ou;
Secretaria de Ensino do Instituto de Laticínios Cândido Tostes ou;

Através de procuração simples em nome de Yara Mageste da Cruz, RG 4G194.510A, autorizando-a a efetuar a inscrição no Exame de Seleção. A mesma deverá ser encaminhada via fax (32)3224-5450 ou correio, acompanhada do comprovante de depósito.


















http://www.candidotostes.com.br/examedeselecao.html

Instituto de Laticínios da Epamig oferece três cursos de formação profissional em leite e derivados

«Outubro 2016»


O Instituto de Laticínios Cândido Tostes (Epamig ILCT) encerra a programação de 2016 com três novos cursos de formação básica profissional. Em novembro, entram em cena os temas 'análise sensorial do leite e derivados' e 'iogurte e bebidas lácteas'. Já em dezembro, é a vez do curso de queijos. Todos são de pequena duração, com foco nas demandas do mercado laticinista.

As inscrições podem ser feitas no site www.candidotostes.com.br. Os treinamentos são específicos na área de leite e derivados e são destinados aos diversos setores da cadeia produtiva, como profissionais da indústria, técnicos, produtores de leite e estudantes. 

As aulas teóricas e práticas serão ministradas por pesquisadores da EPAMIG ILCT nos laboratórios da fábrica-escola. As vagas são limitadas para até 20 participantes em cada curso.

Início previsto dos cursos:
=> Curso de análise sensorial do leite e derivados - 17 e 18 de novembro - clique para mais informações
=> Curso de iogurte e bebidas lácteas - 23 a 25 de novembro - clique para mais informações
=> Curso de queijos - 7 a 9 de dezembro - clique para mais informações

Agência Minas