Polícia Militar fala em coletiva sobre detenção de ex-deputado e rebate acusações
11/08/2016
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) convocou nessa quinta-feira (11) uma coletiva de imprensa para dar seu posicionamento publicamente sobre o caso que resultou na detenção do ex-deputado Irani Barbosa nessa quarta-feira (10) por suspeita de porte ilegal de armas em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Quem conduziu a coletiva na Sala de Imprensa da PMMG foi coronel Roberto Lemos, comandante da 2ª Região de Polícia Militar (RPM), área em que se deu a ocorência.
Coronel Lemos rebateu as acusações feitas pelo ex-deputado estadual e candidato à prefeitura de ribeirão das Neves, a esposa dele e ex-prefeita, Gracinha Barbosa e seu filho, o deputado estadual Iran Barbosa. Na conversa com os repórteres, o comandante afirmou que se sente indignado com a tentativa da família Barbosa de manchar a imagem da corporação. “A PM tem 241 anos é composta de pessoas honestas e trabalhadoras, que muitas vezes sacrificam a vida até por aqueles que não merecem”, afirmou o coronel Lemos.
Ele lembrou ainda que vêm sendo postada nas redes sociais na internet um série de acusações sobre uma “máfia do reboque” na qual a PM estaria envolvida, o que não condiz com a realidade pela corporação agir dentro da lei. A ação dos reboques são de responsabilidade do munícipio, bem como os leilões dos veículos que não são procurados em três meses, o que tornam os argumentos de acusação contra a PM impróprios, inadequados e contradizem as ações de ordem impetradas pela PM e pelos órgãos de Defesa Social da cidade de Ribeirão das Neves. “Temos realizado blitz diuturnamente, operações integradas que visam reduzir a criminalidade em geral, tanto que saímos em 2015 de 87% de crimes violentos para 31% em 2016. Não vamos aceitar ingerências nas nossas ações, não vamos permitir que políticas de qualquer espécie interfiram em ações legais”, comentou coronel Lemos.
Ele ressaltou que a PM agiu dentro da legalidade para enquadrar Irani ou qualquer outro cidadão que estivesse nas mesmas condições: "Ele não tem porte de armas e por isso fica configurado crime", explicou Lemos. A PM registrou a ação em vídeos que já circulam na internet, com testemunhas no entorno do fato. Segundo o coronel Lemos, o militar que estava a frente da ocorrência chamou duas testemunhas e as imagens mostram o militar pegando a arma do porta-treco do veículo, abrindo-a para retirar o carregador e um cartucho que estava na câmara.
“O delegado ratificou nossas ações, caracterizando o porte ilegal de arma de fogo, tanto que foi arbitrada a fiança dentro do que a lei prevê, o que demosntra a legalidade das nossas ações. Sobre as calúnias que estamos sofrendo, nós já estamos em contato com os assessores jurídicos e o Comando Geral da PM para nos defender da calúnia, injúria e difamação proferidas pela esposa do ex-deputado, e para que preste contas em juízo dessas atitudes impensadas”,
O deputado teria ainda afirmado que pedirá a expulsão da corporação todos os 18 militares envolvidos no caso. Segundo Lemos, a afirmação causa vergonha por se tratar de deputado fazer “politicagem” com uma ocorrência policial. Segundo ele, um político não tem capacidade nem competência para tal pedido, até pela PM ter um regimento próprio que reza que para um militar ser excluído ele tem de ser submetido a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), passar por uma sindicância, para então incorrer em uma expulsão.
O CASO - A PM abordou Irani após um motociclista procurar os policiais e dizer que havia sido ameaçado pelo ex-deputado em uma discussão no trânsito em Justinópolis. Durante a abordagem, ele, então, teria se negado a abrir o carro para revista, exigindo a presença de seu filho, Iran Barbosa. Após aguardarem por cerca de 1 hora, ele chegou ao local e foi feita a busca no veículo, de propriedade de Irani.
Dentro foram encontrados uma pistola beretta 635 sem registro com nove cartuchos intactos, um canivete de 10cm de lâmina e um soco-inglês. O deputado Iran Barbosa, filho de Irani, afirmou que a arma não pertencia a seu pai. O ex-deputado foi então encaminhado para a delegacia da cidade e questionou a conduta do policial no momento da busca dentro veículo, inclusive alegando ter filmado o momento em que ele acredita que o policial possa ter “plantado” a arma no veículo.
Autor: PMMG