terça-feira, 28 de junho de 2016

Golpe petista no crédito consignado foi inspirado no filme “Superman III”



Paulo Bernardo imitou Richard Pryor no filme Superman III

Carlos Newton

Por incrível que pareça, o esquema de corrupção que lesou milhares de servidores públicos, pensionistas e aposentados, em créditos consignados no Ministério do Planejamento, foi inspirado no roteiro de “Superman III”, uma superprodução hollywoodiana de 1977. O filme começa com uma cena em que o vilão Ross Webster, interpretado por Robert Vaughn, conversa com um de seus assessores sobre o mistério de um desvio que está sendo aplicado na contabilidade da corporação, através da usurpação dos centavos das contas bancárias e que já desviara milhões de dólares.

Neste diálogo inicial, os personagens dizem que o golpe parece perfeito e eles jamais conseguirão descobrir que é o criminoso, a não ser que cometa algum erro…

Nesse exato momento eles escutam o barulho da derrapagem de um carro entrando no estacionamento da empresa. Chegam à janela e veem a Ferrari vermelha de um funcionário (Richard Pryor), manobrando para entrar na vaga. “É o golpista!”, dizem, e partem para detê-lo.

A VIDA IMITA A ARTE – O desvio dos centavos foi exatamente o que aconteceu no esquema montado pelo então ministro Paulo Bernardo para aproveitar o empréstimo consignado criado pelo então presidente Lula e pelo ministro da Previdência Amir Lando, senador pelo PMDB de Rondônia.

No roteiro da superprodução petista, de cada pagamento mensal dos empréstimos consignados (descontados em folha) a servidores ativos, aposentados e pensionistas, a insignificante quantia de R$ 1,00 seria destinada à empresa de consultoria Consist, que ficaria com 30 centavos e repassaria os restantes 70 centavos ao esquema de corrupção do PT.

De centavo em centavo, a galinha dos ovos de ouro do PT encheu a pança com mais de R$ 100 milhões, e o ministro Paulo Bernardo embolsou R$ 7 milhões pela excelência dos serviços prestados ao partido.

EM OUTROS MINISTÉRIOS – O esquema implantado por Paulo Bernardo no Planejamento com certeza foi disseminado por outros ministérios e órgãos da administração pública federal. Já há suspeitas de que o mesmo golpe foi aplicado no sistema de empréstimos com desconto em folha de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conforme o jornalista Vicente Nunes noticiou no Correio Braziliense.

Não é por mera coincidência que o petista Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência Social, está sendo investigado na Operação Custo Brasil, acusado de receber 5% da propina do esquema montado pela Consist no Ministério do Planejamento, sob o comando de Paulo Bernardo, que foi preso quinta-feira passada por ordem do juiz federal Paulo Bueno Azevedo.

Aposentados e pensionistas do INSS devem R$ 92,4 bilhões aos bancos, segundo o Banco Central. Nos 12 meses terminados em abril, esses empréstimos apontaram crescimento de 12,6%, o maior entre todas as modalidades acompanhadas pelo BC, e no Ministério do Planejamento os centavos continuam caindo na conta do PT.

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PS – Já ia esquecendo. A própria criação do empréstimo consignado foi considerada ilegal pela Justiça, em ação popular movida contra o ex-presidente Lula e o ex-ministro Amir Lando, que já deve estar chegando às instâncias superiores, se não ficou retida em alguma gaveta, é claro. (C.N.)

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Prefeitura consegue autorização da Justiça para reajuste maior do servidor

JUIZ DE FORA - 27/6/2016 - 20:10
Notícias de: GABINETE DO PREFEITO


A Prefeitura de Juiz de Fora sempre se pautou pela transparência e pela legalidade de seus atos. Neste momento de conclusão das negociações sobre a recomposição salarial dos servidores, é importante destacar que o objetivo da Administração sempre foi conceder o maior reajuste possível, considerando, em todo o momento, as condições orçamentárias e financeiras do Município. 

A limitação imposta pela Lei Eleitoral, no entanto, indicava que o índice se restringisse às perdas inflacionárias durante o ano da eleição, conforme orientou o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais após consulta feita pela Prefeitura. Apesar disso, os sindicatos optaram por iniciar uma greve. 

Com o impasse, o município buscou o poder judiciário para obter uma manifestação definitiva do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sobre a matéria, e, com isso, não apenas colocar fim ao movimento grevista, como também ser autorizado – com toda segurança jurídica - a dar o maior reajuste possível, contemplando o período de recomposição da data-base, o que foi permitido pela justiça em audiência realizada em 27 de junho e que pôs fim à greve. 

A ação da Prefeitura, agora com a autorização da justiça, evitou o risco de aumento zero para os servidores. Em sua manifestação, a Justiça reconheceu a importância da cautela do município, por conta dos limites impostos pela legislação eleitoral, e destacou a disposição da Prefeitura de dar a recomposição nesses termos, em face a este grave momento de crise nacional.

Agora, a Prefeitura vai encaminhar novo projeto de lei, substituindo a proposta já enviada à Câmara - o que foi feito para assegurar que os servidores não corressem o risco de reajuste zero por conta das vedações da lei de responsabilidade fiscal - e solicita tramitação urgente dos vereadores até o próximo dia 02 de julho, prazo definido pela referida lei para a concessão de reajuste em ano eleitoral.

O respeito às leis, o zelo com a coisa pública e a austeridade com os recursos do cidadão permitiram que a Prefeitura de Juiz de Fora fosse uma das poucas do Brasil a manter rigorosamente em dia os salários dos seus servidores desde o início desta Gestão. Tudo isso, aliado à constante preocupação de levar tais informações à população, colocou Juiz de Fora no 1º lugar no ranking das cidades mais transparentes do país, conforme avaliação do Ministério Público Federal.

Foto:Carlos Mendonça
Portal PJF

Homem é agredido e baleado em Juiz de Fora

28/06/2016 10h02 - Atualizado em 28/06/2016 10h02

Do G1 Zona da Mata

Um homem de 37 anos ficou ferido após uma tentativa de homicídio, registrada no fim da tarde desta segunda-feira (27), no Bairro Milho Branco, em Juiz de Fora. A vítima disse à Polícia Militar (PM) que foi procurada pelo suspeito, armado, que perguntou se ele teve um relacionamento com a ex-esposa dele. O homem confirmou, mas disse que havia tempo.

Diante da afirmativa, o suspeito agrediu a vítima com tapas e coronhadas na cabeça e disse para o homem sair do local. No momento em que o homem fugia, o suspeito atirou contra ele, que foi atingido na perna. Ele foi levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS).

Durante o atendimento no hospital, a PM recebeu a denúncia de que o homem teria colocado fogo na casa da vítima. No local, a polícia fez contato com a ex-esposa do suspeito, que disse que foi ameaçada de morte.

O G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde do município e aguarda resposta sobre o estado de saúde da vítima. A PM fez rastreamento no local, mas até o momento o suspeito não foi localizado.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o suspeito cumpre pena no Complexo Penitenciário de Ponte Nova. A PM informou que ele estaria de saída temporária e que voltaria para a cidade nesta terça-feira (28).

Jovem é preso em Juiz de Fora e confessa morte de companheiro

27/06/2016 13h59 - Atualizado em 27/06/2016 13h59

Do G1 Zona da Mata

Um homem de 55 anos foi encontrado morto pela irmã e o cunhado na manhã desta segunda-feira (27), na Rua da Esperança, no Bairro Olavo Costa, em Juiz de Fora. De acordo com a Polícia Militar (PM), os parentes informaram que o suspeito do crime é o companheiro da vítima, de 26 anos.

Segundo a PM, a perícia esteve no local e constatou que o homem foi atingido por três facadas, sendo duas no pescoço e uma no lado esquerdo do tórax. Em rastreamento, os policiais encontraram o jovem na residência dele, que confessou o crime alegando desentendimento do casal.

A faca utilizada foi apreendida e o suspeito detido e conduzido à delegacia.

Polícia Federal faz operação para apurar fraudes na Lei Rouanet

28/06/2016 08h42
São Paulo
Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria Geral da União, deflagrou na madrugada de hoje (28) a Operação Boca Livre para apurar o desvio de recursos federais em projetos culturais com benefícios de isenção fiscal previstos na Lei Rouanet.

São cumpridos 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Trabalham no caso 124 policiais federais e servidores da Controladoria Geral da União. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal em São Paulo.

Segundo a denúncia, eventos corporativos, shows com artistas famosos em festas privadas para grandes empresas, livros institucionais e até mesmo uma festa de casamento foram custeados com recursos da Lei Rouanet.

As fraudes ocorriam pela não execução de projetos, superfaturamento, notas fiscais de serviços ou produtos fictícios, projetos simulados e duplicados, além da promoção de contrapartidas ilícitas às incentivadoras.

Os presos responderão por crimes como organização criminosa, peculato, estelionato contra União, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica, cujas penas podem chegar a até 12 anos de prisão.

A Justiça Federal já inabilitou pessoas jurídicas que estão entre os suspeitos de propor projetos culturais junto ao Ministério da Cultura e à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Também foi realizado o bloqueio de valores e o sequestro de bens como imóveis e veículos de luxo.

O inquérito policial foi instaurado em 2014. O nome dado à operação, Boca Livre, é uma expressão usada para festas onde se come e bebe de graça.

Edição: Denise Griesinger
Agência Brasil

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Polícia investiga denúncia de abuso de adolescente por grupo em MG

27/06/2016 12h24 - Atualizado em 27/06/2016 12h24

Do G1 Zona da Mata

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher investiga a denúncia de que uma adolescente de 13 anos foi abusada por um grupo em Juiz de Fora. O Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado neste domingo (26) como "outras infrações contra a dignidade sexual e a família". A vítima relatou à pela Polícia Militar (PM) que foi mantida em cárcere privado em uma casa por oito rapazes e manteve relações sexuais com todos sob ameaça.

De acordo com o BO, a adolescente contou que foi a uma festa junina na escola onde estuda, de onde saiu acompanhada por uma amiga e outros dois jovens. Eles foram a uma casa abandonada no Bairro Olavo Costa, onde disse que consentiram em ter relação sexual.

No entanto, a vítima relatou que oito suspeitos chegaram ao local e exigiram que as duas garotas fizessem sexo com eles. A amiga da vítima se identificou como irmã de um traficante do Bairro Vila Ideal e foi liberada junto com os dois rapazes.

A vítima contou que foi mantida no imóvel em cárcere privado e que teve relações com todos sob ameaça. Ela só foi libertada na manhã deste domingo e procurou a Polícia Militar (PM) para fazer o registro do caso.

Ainda segundo a ocorrência, a adolescente disse que não conhecia os suspeitos. Houve rastreamento, mas ninguém foi localizado. Acompanhada da mãe, a vítima foi levada para atendimento médico e apoio no Hospital de Pronto Socorro (HPS). De acordo com o BO, os exames do médico legista da Polícia Civil não constataram lesão na vítima resultante de relação sexual.

A delegada Ângela Fellet informou, via assessoria da Polícia Civil, que serão realizadas diligências preliminares para apurar o caso e as idades dos suspeitos. Se forem adolescentes, será instalado procedimento para apuração de ato infracional e, se forem adultos, responderão a inquérito policial. A delegada também aguarda o resultado do laudo para constatação de ato libidinoso.

domingo, 26 de junho de 2016

Metade dos brasileiros com diabetes não sabe que tem a doença

26/06/2016 10h23
Brasília
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil

Diabetes Arquivo/Agência Brasil

Segundo o endocrinologista João Salles, da Sociedade Brasileira de Diabetes, uma das dificuldades em identificar a doença é que ela não apresenta sintomas no início, como é o caso do tipo dois de diabetes. No estágio avançado, podem aparecer sinais como boca seca, vontade de urinar com frequência e perda de peso espontaneamente. 

“Pessoas com mais de 40 anos, obesas, principalmente com a circunferência abdominal elevada, pessoas com pressão alta, altas taxas de triglicérides e com o HDL, o colesterol bom, baixo, devem ficar mais atentas pois estes são fatores de risco do diabetes tipo dois”, alertou Salles.

Cegueira, insuficiência renal e amputação de membros inferiores são outras consequências.

Consumo de doce

O especialista ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas comer doce que propicia o desenvolvimento da enfermidade. “Existe uma lenda de que o consumo de doce leva ao diabetes, quando na verdade a doença está ligada à obesidade. Se come doce ou pastel e engorda, o risco é igual”, frisou.

Abandono do tratamento

Pesquisas internacionais apontam que a cada seis segundos uma pessoa morre no mundo por causa do diabetes. A cada 20 segundos, uma pessoa tem uma amputação de membros por causa do diabetes, e que a doença é a maior causa de cegueira. Essas consequências também estão relacionadas à baixa adesão ao tratamento. De acordo com Salles, depois de um ano do diagnóstico, 60% dos pacientes abandonam o tratamento. “Se ele fizer o tratamento adequado, vai ter qualidade de vida normal”.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença crônica resulta na não produção do hormônio que controla a glicose no sangue, chamado insulina, ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. Se esse quadro permanece por longos períodos, pode have danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

Existem dois tipos de diabetes. A do tipo um, que é uma doença autoimune, não tem ligação genética forte, tem início abrupto e geralmente se manifesta na infância ou adolescência. Já a do tipo dois, que acomete cerca de 90% das pessoas que tem diabetes, tem fatores genéticos, está muito ligada a obesidade, tem início sem sintomas e pode ser evitada com estilo de vida saudável.

“É importante que o paciente com diabetes entenda que ele precisa participar do tratamento, discutir o tratamento com o médico, saber quanto tá a glicemia dele. Tudo isso é importante pra o controle da doença”, enfatizou o endocrinologista.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Bancos começam a usar inteligência artificial no relacionamento com clientes

26/06/2016 09h03
Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil



Decorar senhas e códigos de acesso está prestes a virar coisa do passado para os clientes de banco do país. Em breve, basta conversar com o celular ou com o computador para ver o saldo da conta, pedir um empréstimo ou negociar uma dívida, com garantia de que nenhum intruso se passe pelo correntista. A inteligência artificial está começando a ser usada no relacionamento com os clientes pelas instituições financeiras no Brasil.

Em 60 dias, o Banco do Brasil oferecerá a novidade para clientes dos segmentos Private e Estilo Digital – de maior poder aquisitivo. Por meio do aplicativo da instituição financeira no smartphone, os correntistas terão acesso a um assistente que permite a realização de transações por meio do celular sem risco de fraude porque a biometria da voz do cliente estará gravada. O Bradesco testa tecnologia semelhante para que os clientes possam conversar com os computadores, ainda sem previsão de lançamento.

Chamada de computação cognitiva, a tecnologia se baseia na capacidade de computadores cruzarem grandes volumes de dados e gerarem análises e respostas por conta própria. No caso de reconhecimento de voz, os computadores memorizam a voz do usuário para decodificarem padrões, descobrirem hábitos e interpretarem comandos. No Brasil, a novidade está sendo desenvolvida com base na ferramenta Watson, importada dos Estados Unidos.

“A computação cognitiva é revolucionária. O computador tem a capacidade de ler, interpretar e entender o que está pesquisando para dar a resposta. Estamos desenvolvendo uma linguagem natural para o homem conversar com a máquina”, diz o vice-presidente de Tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Dezena.

Além do assistente de voz no smartphone, o Banco do Brasil pretende, nos próximos 90 dias, estender a computação cognitiva aos computadores. Um assistente virtual avisará se a máquina do cliente está desatualizada ou sem o módulo de segurança para acessar a página do banco na internet e orientará a configuração do computador por meio de auxílio remoto.

Segundo Dezena, o uso da inteligência artificial no mercado financeiro traz vantagens, não apenas agiliza o atendimento, como melhora significativamente a relação dos bancos com os clientes, que poderão fazer transações e consultas apenas por meio da voz. “Os funcionários não precisarão mais ensinar clientes a usar terminais de autoatendimento, aplicativos ou computadores. Mesmo a pessoa mais simples vai poder conversar com a máquina. A computação cognitiva valoriza o tempo do cliente e traz ganho de eficiência operacional para o banco”, explica.

O banco também pretende usar a inteligência artificial para auxiliar clientes que querem renegociar dívidas. Internamente, a computação cognitiva também será usada por funcionários, que poderão conversar com o computador para tirar dúvidas, em vez de consultarem manuais. As duas novidades ainda estão em fase de testes.

Para o vice-presidente do Banco do Brasil, a computação cognitiva tem potencial para revolucionar não apenas o mercado financeiro, mas todas as áreas que trabalham com grandes volumes de dados. “Nos Estados Unidos, médicos estão usando essa tecnologia para descobrirem doenças. Em vez de procurarem nos livros, falam os sintomas para a máquina, e o diagnóstico sai na hora”, ressalta.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

A temporada de caça nos municípios

Charge do Duke (dukechargista.com.br)

Carlos Chagas 

Daqui a três meses o Brasil estará votando para prefeito e vereador. Em 5.587 municípios os eleitores participarão daquela que deveria ser a eleição mais disputada do país. Deveria, mas não será, tendo em vista a completa indiferença popular diante da escolha mais importante da representação política nacional. Mesmo nos grandes municípios, como nas prefeituras das capitais estaduais, há indiferença generalizada. Imagine-se nos grotões.

Dizia o dr. Ulysses que ninguém mora na União, sequer nos Estados. Só nos municípios, quer dizer, nas cidades. Os presidentes da República, governadores, deputados e senadores dispõem de imensuráveis poderes e responsabilidades. Mas é para os prefeitos e vereadores que o cidadão comum se volta, em especial quando lhe doem os calos. Daí mais um motivo para a não coincidência de mandatos dos planos estaduais e nacional com os municipais.

Continuando o desinteresse provavelmente olímpico entre os eleitores e seus imediatos e óbvios representantes, o risco é desse sentimento atingir os outros planos, daqui a dois anos.

A dúvida é se a sombra da corrupção municipal começará fornecer material tão farto quanto as denúncias que vêm enlameando os Estados e a União. Parece que sim, abrindo-se agora a temporada de caça aos prefeitos e vereadores, que apenas por falta de interesse maior vinham poupando a ação da Justiça e o noticiário dos jornais. Mas que tem prefeitos e vereadores em profusão, capazes de ser denunciados e até obstados em suas pretensões de reeleger-se, é mais do que natural. Os tribunais regionais eleitorais terão trabalho redobrado.

Sinal dos tempos bicudos que vivemos em termos de representação política está no fato de que, nos Estados, são poucos os observadores em condições de apontar os candidatos a prefeito de suas capitais. Nos outros municípios, também.

Posted in C. Chagas

Êxito da Lava-Jato é consequência da revolta do povo contra corrupção


Charge do Tacho, reprodução do Jornal NH

Pedro do Coutto

Numa entrevista à repórter Tânia Monteiro, de O Estado de São Paulo, edição de sábado, o presidente Michel Temer afirmou que a operação Lava-Jato não vai permanecer no país pelo resto da vida, mas assinalou que deve prosseguir enquanto houver irregularidades e que não haverá qualquer interferência nos trabalhos que estão passando o Brasil a limpo. Perfeito. A declaração está correta, cabendo apenas a ressalva, a meu ver, quanto a palavra irregularidades. Melhor seria que o chefe do Executivo tivesse usado a palavra corrupção, de efeito mais real e mais forte junto à opinião pública. Pois foi a corrupção que invadiu o país nos últimos dez anos que levou a operação Lava-Jato a frente, sempre respaldada no apoio ´popular crescentemente atingido.

A corrupção tornou-se, ao mesmo tempo, um vendaval e um maremoto sufocando o país e contribuindo fortemente para paralisação das atividades econômicas, com destaque para uma sensação de falta de esperança. Ela se espalhou por quase todas as partes do tecido nacional, partindo da Petrobras, passando pela construção dos estádios da Copa de 14 e atingindo até os empréstimos consignados para funcionários públicos, tudo isso sem contar com os escândalos dos Fundos de Pensão.

A Lava-Jato assim é efeito, e não causa, de um processo que estabeleceu um recorde difícil de ser batido, pelo menos no Brasil. Neste ponto cabe destacar o trecho da entrevista em que Michel Temer se refere a Eduardo Cunha, dizendo que ele não atrapalha em nada . Há umas três semanas, acrescentou, ele esteve comigo. Fizemos uma análise deste quadro dramático. Tânia Monteiro colocou esta frase entre aspas, frisando assim que foi proferida literalmente por Temer.

CUNHA NÃO ATRAPALHA? – Questionável a colocação de que Eduardo Cunha não atrapalha. Pelo contrário, atrapalha e muito. Basta ver que o processo da cassação de seu mandato contribui sensivelmente para reduzir os trabalhos da Câmara dos Deputados. Além disso, criou um fato até então inédito na história nacional. Um presidente da Câmara foi afastado do cargo pela unanimidade do Supremo Tribunal Federal, que, ao mesmo tempo, o suspendeu do exercício do mandato. E a Corte Suprema, aceitando denúncias do Procurador Geral Rodrigo Janot, já o incluiu no rol dos réus em dois processos.

Lógico, portanto, que a luta de Cunha na tentativa de escapar a cassação prejudica fortemente o governo e o país. Não importa que ele tenha sido o ator principal do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.

Isso foi ontem, hoje a realidade é outra. A política e a própria vida são assim. Não fossem as mudanças e os imprevistos tudo ficaria protegido pela inércia física dos fatos. Não adianta procurar contradições dentro de uma atividade, como a política, contraditória em si mesma. Mas esta é outra questão.

AVANÇOS E RECUOS – A entrevista de Temer está marcada por avanços táticos e recuos estratégicos. É de seu estilo, ele nunca produz afirmações capazes de bloquear o caminho de revisões de conceitos. Por isso mesmo torna-se muito importante a declaração que fez sobre a Lava Jato, a partir da constatação de que a iniciativa está passando o Brasil a limpo.

Com relação aos processos que tramitam no TSE no sentido de anular as eleições de 14, Temer prudentemente sustenta que muitos (não disse quem) acham que deve prevalecer a separação das contas da campanha eleitoral. Ou seja: separar as contas de Dilma Rousseff e as contas dele, Michel Temer. Portanto, a ressalva funciona como um argumento para defender seu mandato até o final de 2018 já que nesta altura da ópera, ninguém acredita no retorno de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.

Posted in P. Coutto