quinta-feira, 24 de março de 2016

Porte de armas de fogo pela Guarda Municipal de Belo Horizonte divide opiniões

24/03/2016 12h53
Belo Horizonte
Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil


A Praça do Papa, um dos cartões postais de Belo Horizonte, está entre as localidades que devem receber reforço de agentes armados
Léo Rodrigues/Agência Brasil

Parte do efetivo da Guarda Municipal de Belo Horizonte começará a portar armas de fogo em breve. A decisão foi tomada no ano passado com o aval do prefeito Márcio Lacerda, mas não é unanimidade entre a população. A data de implantação ainda não foi revelada, mas é possível que ocorra ainda em março ou no início de abril.

A Guarda Municipal foi criada pela Lei 8.486/2003, de modo a garantir a segurança de órgãos públicos e do patrimônio municipal. Hoje, a corporação tem 2.117 guardas, mas dispõe de apenas 350 armas de fogo, entre revólveres de calibre 38 e pistolas 380. A ideia é capacitar todo o efetivo, em grupos de 100 pessoas. Dois grupos já concluíram o treinamento, que inclui disciplinas teóricas e atividades práticas de manejo da arma.

Uma avaliação psicológica também está sendo realizada para definir quem terá concessão do porte institucional de arma de fogo. Até agora, apenas um homem foi considerado inapto, mas ele poderá refazer o exame no futuro caso seja do seu interesse. O guarda também terá o direito de recusar o treinamento e o porte.


Guardas municipais abordam jovens na Praça do Papa, zona nobre da cidade -Léo Rodrigues/Agência Brasil

De acordo com a assessoria de imprensa da Guarda Municipal, a distribuição do armamento ocorrerá conforme as áreas da cidade onde as estatísticas indicam que seu uso é mais necessário e efetivo.

Opiniões

Entre as localidades que devem receber reforço de agentes armados está um dos cartões postais da capital mineira: a Praça do Papa, no bairro Mangabeiras, zona nobre da cidade. No mês passado, a morte de um casal de jovens durante um baile funk despertou a atenção dos órgãos de segurança pública.

Embora a Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais informe que só tenha números gerais por município, moradores do entorno da praça reclamavam do aumento das ocorrências de furto e roubo e da quantidade de festas realizadas à noite.

Há três semanas, a Guarda Municipal passou a manter todos os dias três homens e uma viatura na Praça do Papa. Câmeras também serão instaladas para monitoramento 24 horas. A população que frequenta o local apoia o policiamento permanente, mas se divide quanto ao uso de armas de fogo.

O estudante Pablo Daniel da Silva Pinheiro, de 16 anos, costuma ir à Praça do Papa semanalmente para andar de skate. Ele considera que a morte do casal foi um acontecimento isolado. "É desconfortável sentar numa praça e ficar rodeado de policiais. Eles estão sempre desconfiando das pessoas. Se você acende um cigarro já te abordam achando que é algo ilícito. Acho que tem de ter policiamento sim, mas sem ser ostensivo."

Já Fernando Moura Robert, de 20 anos, que busca a praça do Papa para relaxar e namorar, não vê problema no uso da arma de fogo. "Não vai interferir em nada. O que importa é o guarda ter respeito ao colocar a farda. Se for assim, seria bom, porque traz mais segurança."

Visitante da praça a cada 15 dias, Cisélia Silva de Oliveira, 17 anos, levanta uma questão. "Mesmo em situações de violência, um revólver é perigoso. Por exemplo, já presenciei arrastão aqui. E aí todo mundo sai correndo. Você não sabe quem está roubando e quem está sendo roubado. E aí vai usar uma arma como?", questionou.

Trabalhadores

Com uma barraca de venda de bebidas na praça, Ana Carolina Jerônimo, 26 anos, não tem opinião sobre o uso de armas de fogo pela Guarda Municipal. Ela concorda que a presença dos agentes melhorou bastante a segurança na região e inibiu a ação de assaltantes.

Por outro lado, preocupa-se com o treinamento que será realizado. "É preciso mostrar para eles como agir com as pessoas, para não virar abuso de autoridade como acontece às vezes com a Polícia Militar. Então, tem de ter um treinamento específico, a fim de que eles saibam usar o poder."

Para Alex Neves da Mata, 41 anos, segurança contratado por moradores de uma das ruas de acesso à Praça do Papa, a solução pode estar em outras medidas. "Chumbo contra chumbo não sei se é uma solução. Acho que o certo seria ter um posto policial fixo e mais estrutura no local, onde ocorrem eventos sem nenhuma condição. Nem banheiro tem. Aí fica muito sujo, fedorento. É latinha de cerveja por todo lado, o que afasta turistas e cria esse ambiente estranho", acrescentou Alex.

Outro problema apontado por Alex é a baixa iluminação da praça, o que favorece a ação de criminosos. "A luz é muito fraca e muita gente se reúne ali para consumir drogas. À noite, as pessoas não gostam de passar por ali".


Há três semanas, a Guarda Municipal passou a manter diariamente três homens e uma viatura na praça - Léo Rodrigues/Agência Brasil

Preocupações

Bráulio Figueiredo Alves da Silva, pesquisador em segurança pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), defendeu a importância de se realizar primeiro um estudo que possa indicar se há a necessidade da utilização da arma de fogo na rotina do guarda municipal.

Outra de suas preocupações é que o processo de capacitação não repita vícios da Polícia Militar, onde os cursos são cada vez menores, entre outros motivos, por falta de recursos. Segundo Bráulio, é fundamental um treinamento rigoroso e permanente.

"É preciso que também sejam pensados cursos de reciclagem. Eu dou constantemente palestras a policiais e não é raro ouvir relatos de profissionais capacitados há 20 anos, que usaram a arma de fogo em apenas três ou quatro ocasiões e nunca realizaram novo treinamento".

Na semana passada, o tema foi discutido em audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte com a presença de diversos guardas municipais. Nenhuma autoridade da Guarda Municipal ou da prefeitura esteve presente para explicar a medida. O vereador Juninho Paim (PT), autor do requerimento, mostrou-se preocupado. "Alguns guardas que usaram o microfone ressaltaram a importância do porte da arma de fogo para defesa pessoal e não para defesa da população. O objetivo não deveria ser esse", afirmou.

Para o vereador, preocupa também os discursos com tom mais eufórico, evidenciando em alguns profissionais um grande entusiasmo com a possibilidade do porte da arma de fogo. Ele informou que está pedindo uma reunião com o comandante da Guarda Municipal, Rodrigo Sérgio Prates, para obter informações detalhadas. "É também uma preocupação com os próprios guardas, já que só alguns deles estarão armados. Aquele que estiver desarmado estará mais desprotegido, já que do outro lado ficará sempre a dúvida se ele está ou não portando um revólver. Na dúvida, um criminoso pode reagir de forma mais agressiva", concluiu Juninho Paim.

Edição: Armando Cardoso
Agência Brasil

Presos da Operação Xepa fazem exame de corpo de delito no IML de Curitiba

24/03/2016 13h09
Brasília
Michèlle Canes – Repórter da Agência Brasil

Dez dos 12 presos da 26ª fase da Operação Lava Jato, denominada Operação Xepa, fizeram na manhã desta quinta-feira (24) exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. De acordo com a superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, dois dos presos, que chegaram apenas ontem (23) à capital paranaense, realizaram os exames nas cidades de onde foram transferidos no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. 

Após o exame, todos retornaram à superintendência da PF, onde permanecerão presos. Entre os 12, nove cumprem prisão temporária, com duração de cinco dias, podendo ser prorrogados por mais cinco. Outras três pessoas cumprem prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.

A PF informou ainda que, durante a Operação Xepa, foram autorizados quatro mandados de prisão preventiva, mas uma das pessoas, Luiz Eduardo da Rocha, ainda não foi localizado.

Nas investigações, Rocha e Hilberto Mascarenhas Alves são apontadoss como chefes do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. A divisão operava o pagamento de propinas por meio de contas offshores abertas pelo próprio grupo, sob ordens de outros executivos do gupo. A Operação Xepa tem foco no grupo Odebrecht e é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato.

Edição: Armando Cardoso
Agência Brasil

Lula, o golpista, admite que está na Presidência e comanda luta contra PF, contra MP e contra a imprensa livre

Por: Reinaldo Azevedo 23/03/2016 às 23:49

Luiz Inácio Lula da Silva, tudo indica, não vai mesmo conseguir ser ministro no curto tempo que resta a Dilma. Se já estivesse no cargo, teria cometido crime de responsabilidade nesta quarta, conforme define a Lei 1.079. Por quê? Por incitar entes da sociedade a atuar contra o livre exercício da Justiça.

Ele discursou num evento organizado por sindicatos — abaixo, segue o vídeo. E se disse “enojado” com o tratamento que recebe da imprensa e de membros da Operação Lava Jato. Incitou claramente os presentes a atuar contra a força-tarefa, acusando-a de ser uma das responsáveis pela crise que o país atravessa. Chega a ser nojento.

Instruiu claramente os sindicalistas a pressionar policiais e procuradores: “Já ouvi falar que são R$ 200 milhões em prejuízos. Da mesma forma que vocês falam com a Dilma, vocês têm que procurar a força-tarefa e perguntar se eles têm consciência do que estão fazendo com o país”.

Entenderam? Os homens de Lula, os seus patriotas, só fizeram bem ao Brasil. Quem o prejudica, segundo o grande pensador, é a operação de combate à corrupção. Eis o líder que Dilma luta para pôr no ministério, consolidando o golpe que ela já sofreu.

Presidente “de facto”
Não pensem que ele se faz de rogado, não. A partir 1h27min do vídeo, ele diz o seguinte:
“Então, quando a companheira Dilma me convidou para ir para o governo — eu tenho noção política das coisas; eu não sou um analfabeto político como alguns pensam… Eu tenho noção que um ex-presidente conviver com o atual presidente não é uma coisa fácil, eu tenho noção disso. Mas a companheira Dilma já tinha me chamado em agosto do ano passado, e eu não quis. Eu disse: ‘Presidenta, eu não vou aceitar porque não cabe (sic) dois presidente (sic) dentro do mesmo espaço geográfico, dentro da mesma sala. Não vai dar legal. E não aceitei”.

Como se vê, há aí a clara confissão de que, com ele no governo, formal ou informalmente, haveria, na melhor das hipóteses, dois presidentes. Na pior, haveria a situação vivida hoje, há um só: Lula.

É concebível que um presidente da República, “de facto”, como passou a tratar a imprensa internacional, incite sindicalistas contra a Justiça e o Ministério Público?

E ele não parou por aí: Lula hoje é o principal estimulador das ameaças e agressões que jornalistas passaram a sofrer nas ruas. Se as entidades que representam a categoria tivessem um mínimo de vergonha na cara, fariam uma moção de repúdio ao discurso. Ocorre que elas não servem a seus associados, mas são esbirros de um partido.

Disse Lula:
“(com ironia) Gente, os meios de comunicação que me adoram, eu conversava com eles… Eu conversava”.

Aí Lula faz uma pausa, e a plateia grita:
“O povo não é bobo; abaixo a Rede Globo”.

Ele continua:
“Eu tratava com muito respeito, que eles não têm comigo (…) E eu quero dizer que, neste momento, eu estou enojado com o comportamento de determinados setores de comunicação, que transformam, em divulgação de coisa pública, falas particulares minhas no telefone. É um desrespeito à ética e à pessoa humana. Mas não tem problema. Eu não farei o jogo rasteiro que eles fazem comigo. Não farei. (…) Eu tenho muita paciência (…) Esse ato de solidariedade aqui não é para mim. É para o povo brasileiro, que merece respeito daqueles que não querem que a Dilma governe. É um ato de solidariedade a milhões e milhões de trabalhadores que gostariam de ligar a televisão e ver os repórteres falando alguma coisa útil neste país. Este ato é um ato de solidariedade a milhões e milhões de pessoas que estão cansadas, enojadas, de ver tanta besteira na televisão, de ver tanta denúncia, e muitas delas sem provas”.

Lula está cansado da investigação. Lula está cansado da imprensa. Lula está cansado da oposição. Lula está cansado de tudo aquilo que não lhe permite e a seu partido governar como tiranos.

O vídeo vai abaixo. Lula investiu também no arranca-rabo de classes e na guerra entre regiões do país, afirmando que os ricos o discriminam porque tem cara de nordestino, cabeça de nordestino e orelha de nordestino. Lula transformou os nordestinos num fenótipo.

Ao falar do custo da mão de obra no Brasil, fez uma confusão deliberada entre esse conceito e o valor do salário, como a sugerir que o empresariado brasileiro acha que os trabalhadores ganham demais.

Eis aí. Ele está no poder. Ele está, agora de forma confessa, na Presidência da República. Comanda a luta contra a Polícia Federal, contra o Ministério Público e contra a imprensa.

E seus partidários gritam: “Não vai ter golpe”.

Não vai mesmo. Eles vão cair.

PS: A propósito, o que faziam ali os ditos “trabalhadores” numa quarta-feira? Ah, é verdade! Eles não trabalham.

Para os de estômago forte, o vídeo:


http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-o-golpista-admite-que-esta-na-presidencia-e-comanda-luta-contra-pf-contra-mp-e-contra-a-imprensa-livre/

Festa dos "karetas" reúne mascarados em cidade do Ceará há dois séculos

24/03/2016 11h54
Fortaleza
Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil

O costume de cobrir o rosto com máscaras na Semana Santa deriva da prática dos agricultores da região de celebrar o início da colheita
Divulgação/Alex Hermes

Máscaras, chocalhos, tambores e outros instrumentos musicais invadem as ruas de Jardim, na região do Cariri (a 540 quilômetros de Fortaleza), durante a Semana Santa e mantêm uma tradição de pelo menos dois séculos. A festa dos Karetas de Jardim deve reunir cerca de 500 mascarados entre esta quinta-feira (24) e o Domingo de Páscoa (27).

O costume de cobrir o rosto com máscaras na Semana Santa deriva da prática dos agricultores de celebrar o início da colheita. Segundo o artista plástico Luiz Lemos, organizador da festa dos Karetas, a manifestação começou no século XIX.

A tradicional Festa dos Karetas no Cariri já dura pelo menos dois séculos - Divulgação/Alex Hermes

De acordo com Luiz Lemos, era um movimento puramente rural, quando os agricultores colocavam o espantalho do roçado na cela de um animal e saiam pelos vilarejos pedindo donativos para encerrar o festejo, com toda comunidade reunida para comemorar a colheita.

Natureza

"Com o passar do tempo, foram ocorrendo inovações. A maior parte da comunidade se vestia com roupas rústicas, confeccionava máscaras com peles de animais e palha e usava o chocalho das vacas para chamar atenção”, acrescentou Lemos.

Folclorista e teatrólogo, Oswald Barroso vai mais longe no tempo e no espaço, identificando as origens desse costume de sair mascarado em manifestações que ocorriam em Portugal e na Espanha. “Os karetas são entidades encantadas da natureza, que se manifestam em grupos revirando o mundo, fazendo tudo o que não é permitido no dia a dia. São como palhaços que mexem com as pessoas e fazem muito barulho, provocando um caos pacífico e risonho.”

No Ceará, por volta da década de 1940, a celebração rural começou a chegar no ambiente urbano e a ganhar novos contornos. Lemos esclareceu que o espantalho, chamado pelo povo do campo de “Pai véi”, passou a ser denominado Judas e a festa se fixou no período da Semana Santa.

Para Barroso, a manifestação dos karetas entra no contexto bíblico como forma de não ser considerado “herético e passível de repressão”. O folclorista destacou que há outras festas de karetas no Ceará, mas que a mais consolidada é a do Jardim. “É uma festa que levanta o astral da cidade, do povo e tem o sentido de integrar. Com a galhofa que o kareta faz, as pessoas acabam entrando na brincadeira. O sentido é este: renovar amizades e desenfezar as pessoas.”

Judas

Os materiais utilizados para confeccionar as máscaras e os bonecos também passaram por modificações. Segundo Lemos, o “Pai véi” usado pelos agricultores era feito de madeira, palha, melão e cabaça. Atualmente, mãos, pés e a cabeça do Judas são de gesso e assumem a expressão de alguma figura nacional e que só é conhecida na Sexta-Feira Santa, quando o boneco desfila pelas ruas de Jardim. A festa também leva uma temática. Este ano, os participantes vão alertar para os casos de infecção pelo vírus Zika.

Aos moldes do Pau da Bandeira de Barbalha, município também do Cariri, há a prática de levar nos ombros o mastro onde o Judas será colocado. Este ano, será um eucalipto de 20 metros, que será fincado hoje no Estádio Municipal para abrir os festejos.

Os participantes da Festa dos Karetas também capricham nas máscaras, que são premiadas em um festival realizado no Domingo de Páscoa. Lemos informou que muitas pessoas usam máscaras de borracha, mas que o ideal são as de papelão e papel machê. Para isso, a Associação Cultural dos Karetas promove oficinas de máscaras na cidade.

A festa do Jardim é a mais consolidada entre os karetas do Ceará - Divulgação/Alex Hermes

“Mesmo com as inovações, a imagem do kareta continua intacta. É uma das formas que achamos para integrar o passado com o presente. Temos tido bom resultado, livrando-se um pouco dos apelos da modernidade. Existe um sacrifício, porque não é fácil manter uma tradição há tanto tempo. Envolve um grupo que trabalha para conscientizar a comunidade por meio de trabalhos educativos, porque as manifestações culturais estão se extinguindo. Um deles é promover oficinas e temáticas sobre a tradição nas escolas", explicou Lemos.

Identificação

Oswald Barroso acredita que a tendência dos karetas é se manter e se fortalecer. “Esse é o tipo de manifestação que sempre vai existir, pois faz parte do inconsciente coletivo. Agora é que ela vai ser mais valorizada, pois o novo processo civilizatório vai reabilitar a relação do homem com a natureza.”

Nos desfiles pelas ruas da cidade, somente karetas identificados com a carteirinha da associação podem andar mascarados. Após a festa, as máscaras premiadas são expostas no Memorial dos Karetas, instalado no Museu Histórico Municipal Joaquim Pereira Neves.

Edição: Armando Cardoso
Agência Brasil

Desemprego sobe para 9,5%, maior taxa desde 2012


24/03/2016 10h00
Rio de Janeiro
Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil

A taxa de desocupação no país, no trimestre encerrado em janeiro deste ano, contabilizado desde novembro do ano passado, ficou em 9,5% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a maior taxa de desemprego registrada desde o início da pesquisa em 2012.

De acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em janeiro, a população desocupada era de 9,6 milhões de pessoas, um crescimento de 6% (mais 545 mil pessoas) em relação ao trimestre de agosto a outubro do ano passado. Quando comparado a igual trimestre de 2015, a população desocupada chegou a crescer 42,3%, refletindo um contingente de 2,9 milhões de pessoas desempregadas a mais.

No trimestre anterior, equivalente ao período de agosto a outubro de 2015, a taxa de desocupação registrada foi 9%. A taxa de desocupação do trimestre encerrado em janeiro de 2015 ficou em 6,8%.

Carteira assinada

O número de pessoas ocupadas diminuiu 0,7% no último trimestre apurado pelo instituto na comparação com o trimestre anterior. O país tinha, de novembro de 2015 a janeiro de 2016, 91,7 milhões de pessoas empregadas, 656 mil menos que no trimestre de agosto a outubro de 2015. Em comparação com igual trimestre de 2015, foi registrada queda de 1,1%, na população ocupada (1 milhão de pessoas a menos).

Entre o trimestre encerrado em outubro do ano passado e de janeiro deste ano, o número de empregados com carteira assinada ficou estável, mas quando comparado a igual trimestre do ano passado houve redução de 3,6% no contingente de trabalhadores com carteira de trabalho assinada (menos 1,3 milhão de pessoas).

Já a participação de empregadores apresentou redução de 4% em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015 (-161 mil pessoas), mas não apresentou variação significativa em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Com relação aos trabalhadores por conta própria houve aumento de 2,8% em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015 (622 mil pessoas). Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, no entanto, ocorreu aumento no número de trabalhadores por conta própria de 6,1% (mais 1,3 milhão de pessoas).

Grupo de atividade

Por grupamento de atividade, o IBGE constatou, entre o trimestre encerrado em janeiro deste ano e o encerrado em outubro do ano passado,  uma retração de 4,1% no contingente de pessoas ocupadas na indústria geral e de -4,9% em informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias profissionais e administrativas.

Na construção, foi registrado aumento de 3,3%. Já nos demais grupamentos de atividade não se observou variação significativa.

Frente ao trimestre de novembro de 2014 a janeiro de 2015 foram verificados aumentos em serviços domésticos (5,2%); transporte, armazenagem e correio (4,3%); alojamento e alimentação (4,1%); e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,1%).

Na outra ponta, houve quedas na taxa de ocupação na indústria geral (-8,5%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-7,7%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,4%). Nos demais grupamentos de atividade não se observaram variações significativas nesta base de comparação.

Rendimento médio

A média móvel do rendimento médio real recebido pelos trabalhadores brasileiros no trimestre encerrado em janeiro deste ano ficou em R$ 1.939, apresentando estabilidade frente ao trimestre de agosto a outubro do ano passado, quando a média móvel havia sido de R$ 1.948. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado, no entanto, houve queda de 2,4% (R$ 1.988).

A massa de rendimento real habitualmente recebida pelas pessoas ocupadas em todos os trabalhos (R$ 172,8 bilhões) também registrou estabilidade em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2015, mas apresentou redução (-3,1%) frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

Os indicadores da Pnad Contínua são calculados para trimestres móveis, utilizando-se as informações dos últimos três meses consecutivos da pesquisa. A taxa do trimestre móvel terminado em janeiro de 2016 foi calculada a partir das informações coletadas em novembro/2015, dezembro/2015 e janeiro/2016.

* A matéria foi alterada às 10h20 para inclusão de novas informações.
Edição: Lana Cristina
Agência Brasil

Bancos estarão fechados na sexta-feira 25/03/16


24/03/2016 07h10
Brasília
Dayana Vitor - Repórter da Agência Brasil

As agências bancárias de todo o Brasil estarão abertas, em horário normal, nesta quinta-feira (24), véspera da Sexta-feira da Paixão. No feriado religioso, permanecerão fechados.

As contas de água, luz, telefone e carnês com vencimento marcado para o dia 25 poderão ser pagas na próxima segunda-feira, sem incidência de multa. Alguns tributos estão com data ajustada ao calendário de feriados (federal, estaduais e municipais).

Na sexta-feira será possível utilizar os canais alternativos de atendimento para fazer algumas operações bancárias, como caixas eletrônicos, internet banking, mobile banking e banco por telefone.

Para garantir o pagamento das contas, os clientes podem também agendar a operação nos bancos ou pagá-las (aquelas que têm código de barras) nos caixas automáticos, localizados em diversos pontos como shoppings e supermercados. 

Edição: Beto Coura
Agência Brasil

Procissão do Fogaréu reúne milhares de fiéis na cidade de Goiás

24/03/2016 07h33
Cidade de Goiás

Jéssica Gonçalves - Repórter do Radiojornalismo
Conhecidos como farricocos, devotos participam da Procissão do Fogaréu na Cidade de Goiás. A cerimônia simboliza a prisão de Cristo e os fiéis encapuzados representam os soldados romanos.
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na virada da quarta-feira de trevas (23) para esta quinta-feira santa, o toque da fanfarra deixou todos em alerta na Cidade de Goiás (GO): teve início, à meia-noite, a Procissão do Fogaréu. As luzes da cidade se apagaram e deram lugar às tochas, que iluminaram um verdadeiro espetáculo ao ar livre.

Quarenta farricocos, personagens vestidos de túnicas coloridas e capuzes pontiagudos, representando soldados romanos, concentraram-se em frente à Igreja da Nossa Senhora da Boa Morte, na praça principal da cidade. Acompanhados pela multidão, eles partiram à procura de Jesus Cristo.

Com os pés descalços nas ruas de pedra, os farricocos seguiram para a escadaria da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, que simboliza o local onde estaria sendo realizada a última ceia, mas Jesus não estava mais lá.

Os fiéis então marcharam em direção à Igreja de São Francisco de Paula, que simboliza o Jardim das Oliveiras descrito na Bíblia. No local, ao som de um clarim, foi decretada a prisão de Jesus, representada por um estandarte de linho pintado pelo artista plástico Veiga Valle.

A Procissão do Fogaréu é feita desde 1745 na Cidade de Goiás. Para quem assistiu pela primeira vez, como a professora aposentada Leila Faria de Souza, que mora em Goiânia, o evento foi uma grata surpresa. “Eu adorei. Nasci em Minas Gerais, tenho 37 anos de Goiás e por todo esse tempo eu quis participar. Felizmente, consegui vir este ano”, comemorou.

O professor de história José Otávio de Arruda veio de João Pessoa (PB) e ficou impressionado com as encenações. “Fui atraído pela manifestação de fé e de sentimento coletivo que a Procissão do Fogaréu representa, e pretendo voltar outras vezes”.

O funcionário público João Conceição da Silva, que faz o papel de farricoco há 32 anos, disse que sente a mesma emoção a cada vez que participa. “É muita emoção, fico arrepiado quando participo deste momento”, afirmou.

O evento histórico na cidade, de arquitetura colonial e considerada Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), atrai pessoas de vários lugares do Brasil. A tradição, que nasceu na Espanha e em Portugal, foi levada a Goiás pelo padre espanhol João Perestelo Espíndola. O ritual representava penitência e condenação pública de pecadores, e depois se transformou em uma festa que lembra a prisão de Cristo.

De acordo com a Secretaria de Cultura local, a Procissão do Fogaréu é um dos eventos que mais movimentam a economia e o turismo na cidade, atrás apenas do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Polícia Rodoviária Federal inicia Operação Semana Santa

24/03/2016 12h25
Brasília
Da Agência Brasil

Para reduzir o número de acidentes nas estradas durante o feriado prolongado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou hoje (24) a Operação Semana Santa. No período de 24 a 27 de março, agentes rodoviários estarão distribuídos em pontos estratégicos, patrulhando vias e retirando infratores de circulação.

Na Semana Santa do ano passado, foram registrados 1.847 acidentes nas rodovias federais do país, deixando 92 mortos e 1.197 feridos.

A operação visa a garantir segurança e conforto aos motoristas. As viaturas estarão posicionadas de acordo com estudo prévio de dias, locais e horários em que ocorrem determinados tipos de acidente para diminuir a incidência. As infrações mais autuadas durante as operações são a embriaguez ao volante, a ultrapassagem em faixa contínua e o excesso de velocidade. Também serão realizadas ações para o combate à criminalidade.

A fim de aumentar a fluidez do trânsito nas rodovias de pista simples, maior parte da malha viária nacional, a corporação vai restringir o tráfego de caminhões com dois reboques, veículos com dimensões excedentes e caminhões-cegonha em alguns momentos. Esses veículos não poderão transitar nas rodovias de pista simples, independentemente de estarem descarregados ou terem autorização especial de trânsito, nesta quinta-feira das 16h às 24h, na sexta-feira, das 6h às 12h, e no domingo, entre as 16h e as 24h.

Cuidados

A Polícia Rodoviária recomenda aos motoristas que se programem antes de pegar a estrada, fazendo a revisão do veículo, verificando a validade dos documentos e os cuidados no transporte de crianças. Como a previsão é de chuva em quase todo o país, na revisão veicular o proprietário deve observar as condições dos limpadores de para-brisa, das luzes e dos pneus.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

PJF cria departamento exclusivo para proteção animal pública no Demlurb

JUIZ DE FORA - 23/3/2016 - 20:04
Notícias de: DEMLURB

FOTOS: Carlos Mendonça

Dando início às atividades do Departamento de Controle Animal (Decan), o prefeito Bruno Siqueira empossou na tarde desta quarta-feira, 23, quatro servidores para o exercício das funções de planejar, implantar e coordenar a política pública de proteção animal em Juiz de Fora. O órgão, integrante do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), continuará as ações já implementadas, como o Programa Municipal de Castrações, o “Castramóvel”, e a gestão do Canil Municipal.

“A criação de um departamento voltado para o trabalho público de proteção animal vem para perpetuar todas as ações que estamos desenvolvendo em benefício dos animais. Juiz de Fora já pode ser considerada uma referência no cuidado aos animais tutelados pelo município, e cada dia damos um novo passo na melhoria desse panorama”, destacou o prefeito. Durante o evento de posse, Bruno Siqueira reafirmou a parceria com organizações não-governamentais (ONGs) e protetores de animais independentes: “A grande sensibilidade que o Poder Público tem hoje com a causa vem com o exemplo da luta diária de vocês, do comprometimento dos voluntários”.

Entre as ativistas da causa animal presentes, a presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Juiz de Fora (SJPA), Maria Elisa de Souza, que desenvolve há 40 anos o seu trabalho voluntário, comemorou a criação do departamento: “No passado, perdi a conta de quantas vezes estive nessa mesma sala da Prefeitura, cobrando, reivindicando uma ação concreta em prol dos animais. Hoje, fiz questão de vir aplaudir, com a certeza de que é mais uma evolução em benefício dos animais”.

O contato com os protetores de animais, ONGs e outros órgãos das esferas estaduais e federais estará entre as funções do Decan, assim como a interação entre as secretarias da PJF, para promoção de ações de proteção animal. Ao departamento compete, por exemplo, elaborar uma programação educativa junto à Secretaria de Educação (SE). “Vamos ser a referência, englobando todas as ações públicas já existentes, mantendo sempre a mesma característica dos trabalhos já iniciados: o diálogo constante com a sociedade”, relatou a administradora e protetora de animais Miriam Neder, empossada como chefe de departamento.

Manutenção e ampliação da atual política pública de proteção animal

A cerimônia de posse do Decan contou ainda com o resumo das ações implementadas pelo Demlurb nos últimos anos. Seu diretor geral, Marlon Siqueira, enumerou a reforma completa do Canil Municipal, com revitalização completa das baias, construção da sede administrativa, novo curral, criação das baias de adoção rápida e o gatil; a ampliação do programa de castrações, para o atendimento de gatos; o convênio para tratamento clínico de animais resgatados pelo Canil Municipal; e a criação do “Castramóvel”, que já ultrapassou 1.500 castrações seguras: “Nossa preocupação é realizar ações eficientes e perenes, que possam continuar por muitos anos. A criação de um departamento exclusivo para a proteção animal e de um conselho, já em votação no Legislativo, legitima, democratiza e garante a atenção da Prefeitura com os animais abandonados”.

Clique aqui para acessar as fotos desta matéria em alta resolução.

* Informações com a Assessoria de Comunicação do Demlurb pelo telefone 3690-3537.
Portal PJF

quarta-feira, 23 de março de 2016

Empresa “WCollor” adere à campanha “JFContraOAedes” e disponibiliza espaço gratuito para divulgação

JUIZ DE FORA - 23/3/2016 - 16:32
Notícias de: SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

A “WCollor” aderiu à campanha “JFContraOAedes”. A indústria gráfica disponibilizou espaço em seu material gráfico para que a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), através do projeto “Bem Comum”, da Secretaria de Comunicação Social (SCS), possa divulgar informações pertinentes sobre o combate à dengue. A empresa fará a impressão de aproximadamente 15 mil toalhas de papel, que serão distribuídas em bares e restaurantes da cidade. A produção do material não terá custos para a administração municipal.

O setor de criação do Departamento de Marketing da SCS criou o “Caça Palavras Contra o Aedes”, especialmente para a ocasião. No jogo didático estão dispostas 12 termos, como “água parada”, “garrafas”, “latas de lixo” e “vasos de planta”, que remetem o cidadão a refletir sobre os cuidados em relação à prevenção e combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e do zika. “De uma forma diferente e divertida, o cidadão que estiver frequentando, por exemplo, um bar ou restaurante, aprenderá as ações simples que podem ser praticadas cotidianamente para combater o mosquito”, destacou o secretário de Comunicação Social da PJF, Michael Guedes.

Bruno Ciconelli, diretor comercial da “WCollor”, explicou que a empresa já vem fazendo ações de conscientização e debates acerca do tema com os colaboradores: “Percebemos que é uma situação séria e que todos devemos contribuir. Temos estimulado o uso de repelentes entre os funcionários e denunciado possíveis focos do mosquito. Além disso, todos têm acesso a cartazes e panfletos com informações sobre a doença, que podem ser levados para casa e compartilhados com suas famílias”.

“#JFContraOAedes”

A campanha também incentiva a gravação do trabalho em vídeo ou registrado em fotos, que deverá ser postado no instagram, com a hashtag “#JFContraOAedes”. Para que a publicação faça parte da campanha e alcance ainda mais pessoas, é preciso manter o perfil em modo público.


TEXTO: Daniel Amaro

* Informações com a Secretaria de Comunicação Social pelo 3690-7246.
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