Bola , assassino de Eliza Samudio , participa de churrasco na cadeia .
FOTO : Reproducao / Tv Record
PUBLICADO EM 22/02/16 - 18h35
CAROLINA CAETANO
A Polícia Civil vai analisar fotos que circulam na internet nesta segunda-feira (22) que mostram um churrasco realizado dentro de uma cela da Casa de Custódia do Policial Civil no bairro Horto, na região Leste de Belo Horizonte. No espaço em que a “festinha”, regada a cerveja, é realizada aparece Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que cumpre pena de 22 anos por homicídio duplamente qualificado e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, morta em 2010, após um relacionamento amoroso com o ex-goleiro Bruno Fernandes.
Nas fotos, Bola aparece em pé apoiado na grade do espaço. Os outros presos estão sentados ao redor de uma mesa que tem latas de cerveja, prato com carne assada e picada, linguiça crua, uma garrafa aparentemente de cachaça, celulares, R$ 2 em nota e algumas moedas. Ao fundo é possível ver uma grelha usada para assar os alimentos e uma outra mesa de plástico com várias vasilhas.
FOTO: REPRODUCAO / TV RECORD
Caso será investigado pela Polícia Civil . FOTO : Reproducao / Tv Record
À reportagem de O TEMPO, a assessoria de imprensa da corporação informou que as fotos serão periciadas. Caso seja constatada a veracidade delas, medidas administrativas serão tomadas para apurar a conduta dos servidores da Polícia Civil e de agentes penitenciários. No caso dos detentos, pode haver regressão de pena.
Ainda conforme a assessoria, nenhum dos presos tem regalias para receber qualquer alimento, bebidas, aparelhos eletrônicos e dinheiro que aparecem nas imagens.
Para o advogado de Bola, Ércio Quaresma, uma das coisas mais importantes é saber quem autorizou a entrada dos produtos que foram entregues aos presos. Em relação à participação do seu cliente no churrasco, o defensor destaca que em nenhuma das fotos, mesmo ocupando o mesmo espaço, ele aparece participando ativamente da festa.
“Primeiramente, pelo que eu sei, o Bola é evangélico e não consome bebidas alcoólicas. Outra coisa, em nenhum momento ele aparece comendo ou tomando cerveja. O que se encontra mais perto do meu cliente é uma garrafa de café”, disse Quaresma.
Ainda conforme o jurista, não há como provar que o churrasco foi organizado pelo ex-policial. “Ele não tem a chave da cela para sair, fazer compras e retornar. Também é preciso identificar os outros presos e cabe à Polícia Civil explicar como tudo foi parar na Casa de Custódia”, finalizou o advogado.
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