Pecado capital
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Representação dos sete pecados capitais por Bosch.
Os conceitos incorporados no que se conhece hoje como os sete pecados capitais trata-se de uma classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios que é muito antiga e que precede ao surgimento do cristianismo mas que foi usada mais tarde pelo catolicismo com o intuito de controlar, educar, e proteger os seguidores, de forma a compreender e controlar os instintos básicos do ser humano.
A Igreja Católica classificou e selecionou os pecados da seguinte forma: a tríplice concupiscência que é a raiz dos pecados capitais; pecados capitais que são os pais dos outros vícios; pecados veniais que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão e os pecados mortais que são merecedores de condenação por ferirem os dez mandamentos de Deus. A partir de inícios do século XIV a popularidade dos sete pecados capitais entre artistas da época resultou numa popularização e mistura com a cultura humana no mundo inteiro.
Os sete pecados
A Gula, é o desejo insaciável por comida e bebida. Este tipo de pessoa vai direto para o inferno. Segundo tal visão, esse pecado também está relacionado ao egoísmo humano: querer adquirir sempre mais e mais, não se contentando com o que já tem, uma forma de cobiça. Ela seria controlada pelo uso da virtude da temperança.
A Avareza
Do latim avaritia, a avareza é o apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro. Na concepção católica, a avareza é considerada um dos sete pecados capitais, pois o avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus. Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não é Deus, como se fosse um. É considerado o pecado mais tolo por se firmar em possibilidades.
A avareza, no cristianismo, é sinônimo de ganância, ou seja, é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. Mais caracteristicamente é um desejo descontrolado, uma cobiça de bens materiais e dinheiro, ganância. Existe também avareza por informação ou por indivíduos, por exemplo.
A Luxúria (do latim luxuria) é o desejo passional e egoísta por todo o prazer corporal e material. A luxúria, às vezes, é definida como o desejo perante o prazer sexual mal administrado embora incorpore outros tipos de desejo como o da comida, bebida e superioridade em relação aos demais. Por este entender, a luxúria está, assim, também, bastante relacionada com a gula, a soberba e a avareza pois, através de ambas, o pecador deseja adquirir o prazer. Também pode ser entendido em seu sentido original: “deixar-se dominar pelas paixões”.
A Ira
Conhecido também por cólera, é o sentimento humano de externar raiva e ódio por alguma coisa ou alguém. É o forte desejo de causar mal a outro, e um dos grandes responsáveis pela maior parte dos conflitos humanos no transcorrer das gerações.
A Inveja
A inveja (do latim invidia) é o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. É considerada pecado porque uma pessoa invejosa ignora suas próprias bênçãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio crescimento espiritual. O invejoso ignora tudo com que foi abençoado e possui para cobiçar o que é do próximo.
A inveja é freqüentemente confundida com o pecado capital da Avareza, um desejo por riqueza material, a qual pode ou não pertencer a outros. A inveja na forma de ciúme é proibida nos Dez Mandamentos da Bíblia.
A Preguiça
Do latim acedia. A pessoa com este pecado capital é caracterizada pela Igreja Católica como alguém que vive em estado de falta de capricho, de esmero, de empenho, em negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza, de causa orgânica ou psíquica, que a leva à inatividade acentuada.
A Vaidade
A soberba (do latim superbia) é conhecida também como vaidade ou orgulho. Está associado ao orgulho excessivo, arrogância e vaidade.
Em paralelo, segundo o teólogo São Tomás de Aquino, a soberba era um pecado tão grandioso que era fora de série, devendo ser tratado em separado do resto e merecendo uma atenção especial. Aquino tratava em separado a questão da vaidade, como sendo também um pecado, mas a Igreja Católica decidiu unir a vaidade à soberba, acreditando que neles havia um mesmo componente de vanglória, devendo ser então estudados e tratados conjuntamente.
De acordo com o livro Sacred Origins of Profound Things (Origens Sagradas de Coisas Profundas), de Charles Panati, o teólogo e monge grego Evágrio do Ponto (345 – 399) teria escrito uma lista de oito crimes (culpas) e "paixões" humanas, em ordem crescente de importância (ou gravidade):
Gula (desequilíbrio da alimentação)
Avareza (ganância, desequilíbrio do ter)
Luxúria (desequilíbrio do prazer que o luxo traz, normalmente ligado ao sexo)
Ira (desequilíbrio da emoção)
Melancolia (depressão, desequilíbrio da auto-estima para baixo)
Preguiça (desequilíbrio do descanso)
Orgulho (desequilíbrio da auto-estima para cima)
Vanglória (vaidade, desequilíbrio da humildade)
Para Evágrio os pecados tornavam-se piores à medida que tornassem a pessoa mais egocêntrica, com o orgulho ou soberba sendo o supra-sumo dessa fixação do ser humano em relação a si mesmo. Isso o afastaria do espírito, que é sua origem em Deus.
Segundo Papa Gregório I
No final do século VI o Papa Gregório I reduziu a lista a sete itens, juntando "vaidade" e "orgulho" (ou "soberba"), e trocando "acídia" (ou "preguiça") por "indolência" e "melancolia" por "inveja". Para fazer sua própria hierarquia, o pontífice colocou em ordem decrescente os pecados que mais ofendiam ao amor:
Segundo Tomás de Aquino
Mais tarde, outros teólogos, entre eles, Tomás de Aquino analisaram novamente a gravidade dos pecados e fizeram mais uma lista. No século XVII, a igreja substituiu "melancolia" – considerado um pecado demasiado vago – por "preguiça".
A lista de Tomás de Aquino dos pecados capitais era:
Os pecados são diretamente opostos às sete virtudes, que pregam o exato oposto dos sete pecados capitais.
Comparação com os demônios
Em 1589, Peter Binsfeld comparou cada um dos pecados capitais com seus respectivos demônios seguindo os significados mais usados. De acordo com Binsfeld's Classification of Demons, esta comparação segue o esquema:
Dante Alighieri e o Malebolge
Na primeira parte da Divina Comédia, Inferno, Dante teve que descer os nove andares do chamado Malebolge (um Inferno em funil). Cada um era dedicado a um pecado, e quanto mais baixo mais graves eram. Os pecados eram: Soberba, Avareza, Luxúria, Inveja, Gula, Ira, Preguiça, Heresia e Mentira.
Heresia
Culto a demônios. A heresia seria a crença em qualquer outro deus se não Deus, que seriam vistos como demônios. Um herege não tinha fé em Deus, fazendo da heresia um pecado que levava a alma diretamente ao Inferno. Toda e qualquer religião, culto ou crença que não contempla o Deus Judaico-Cristão é considerada pelos cristãos como herege.
Mentira
Distorcer a verdade. A mentira é um pecado gravíssimo, pois uma pessoa pode mentir por diversos motivos, a maioria pecados. Um mentiroso não cumpre um dos seus deveres para com Deus: a confissão.
Papa Bento XVI
Segundo Bento XVI, além da Saligia, os humanos teriam desenvolvido sete pecados capitais modernos. Eles são:
Pressa: uma pessoa apressada não tem tempo para Deus. A Pressa origina Ira e causa acidentes.
Manipulação genética: isso seria "brincar de Deus", algo inaceitável.
Interferir no Meio Ambiente: adicionar imperfeições na Criação de Deus.
Causar pobreza: retirar dinheiro dos outros por Avareza.
Ser muito rico: causa desigualdade social, o que é inaceitável pois todos são iguais perante Deus.
Usar drogas: interferir em seu organismo.
Causar injustiça social: preconceito e bullying, em sua maioria.
O Vaticano divulgou essa lista ainda neste século, sendo eles os pecados capitais do Século XXI.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pecado_capital