segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Vinte mil pessoas acompanham a cerimônia de beatificação de Padre Victor em Três Pontas

SÁB 14 NOVEMBRO 2015 19:40 ATUALIZADO EM SEG 16 NOVEMBRO 2015 00:00



Marcelo Di Carli

Cerca de 20 mil pessoas acompanharam, neste sábado (14/11), em Três Pontas, no Território Sul, a cerimônia de beatificação do Padre Francisco de Paula Victor, o primeiro ex-escravo do Brasil a se tornar beato. O evento, realizado no aeroporto do município, contou com a participação de representantes do Vaticano, fiéis de todo o país e autoridades estaduais. O secretário de Governo, Odair Cunha, prestigiou o ato representando o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

Mineiro de Campanha, Padre Victor – como ficou conhecido – teve a sua beatificação aprovada pelo Vaticano em junho deste ano, após uma mulher conseguir engravidar mesmo após a medicina afirmar que isso seria impossível. Em suas orações, a mulher pediu ao padre que intercedesse e realizasse o seu sonho de ser mãe, o que aconteceu em 2010.

A cerimônia foi aberta com o rito de beatificação, feito pelo prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Ângelo Amato, representante do Papa Francisco no ato. Em seguida, deu-se início a Santa Missa, presidida pelo Bispo da Diocese da Campanha, Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho. Durante a cerimônia religiosa, os bispos presentes foram conduzidos ao altar para o ato penitencial.

Ainda durante o ato, a imagem oficial do beato foi apresentada, com os símbolos de sua origem e sua feição. Agora, a imagem poderá ter um lugar no altar da Igreja. A história de vida do beato também foi relatada durante o rito da beatificação.

Exemplo

A história de dedicação de Padre Victor aos mais necessitados, segundo Odair Cunha, é o maior legado deixado pelo religioso. O secretário representou o governador Fernando Pimentel na cerimônia. O governador retornou neste sábado a Governador Valadares ao lado do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, para acompanhar os trabalhos das equipes que monitoram a situação do rio Doce, atingidos pelos rejeitos das barragens Santarém e Fundão, em Mariana.

“Sua dedicação aos pobres, aos outros e o fato também de ser um negro, um escravo, faz com que nós tenhamos a oportunidade de reverenciar a vida e a história de tantos outros negros e negras anônimas que contribuíram para o crescimento do Sul de Minas, de Minas e do Brasil”, afirmou Odair Cunha.

O secretário ainda reforçou a importância para o crescimento e fortalecimento do turismo religioso no Estado. “Fico feliz com esse gesto da Igreja Católica faz com este mineiro da Campanha, que se notabilizou pelo seu trabalho, pela sua dedicação aqui na cidade de Três Pontas”, afirmou.

Já o padre Mateus Arantes, vigário paroquial da Igreja Matriz de Três Pontas e um dos líderes da organização do evento de beatificação, destacou a parceria entre o Governo do Estado, a Prefeitura e a Igreja na realização da cerimônia. “Nós estamos organizados e com o coração agradecido, porque evento é esperado há mais de 110 anos. Padre Victor morreu em fama de santidade”, destacou, ressaltando seus feitos por toda a região.

São muitas as histórias de devoção em torno do religioso por suas intervenções. O agricultor da cidade de Paraguaçu (Sul de Minas), Deni Vilela Prado, 54, viajou ao lado da mulher Vilma Santos Silva, 49, para prestigiar a beatificação de Padre Victor, considerado por eles como “um herói da Igreja Católica”. Eles afirmam terem sido atendidos pelo beato em diversos momentos. O mais importante foi a cura de uma grave trombose enfrentada por Deni há 11 anos.

“Fiz diversos tratamentos e não obtive a cura. Minha esposa pediu a Padre Victor que me curasse e eu alcancei essa graça. Estamos aqui para agradecer por esse milagre”, contou o agricultor. Segundo Vilma Santos, além dos feitos do agora beato, ele já é um exemplo por ter conseguido se destacar numa época em que os negros eram excluídos. “Ele é um herói, um servo de Deus. Viveu preconceitos e os superou”, completou.

A fé em Padre Victor também trouxe a Três Pontas Maria Aparecida Mira, de 67 anos, que mora em Cristina, também no Território Sul. “Sou católica e tenho muita fé em Padre Victor. Ele sempre está em minhas orações. É muito importante termos mais um beato mineiro”, ressaltou.

Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho ressaltou em entrevista à imprensa que o mais importante nessas décadas de espera até a aprovação da beatificação foi a união e o trabalho das pessoas em torno da causa. “Eu poderia citar o poeta Fernando Pessoa que diz ‘tudo vale a pena quando a alma não é pequena’. O que importa é que nesses anos todos trabalharam com dedicação”, destacou, emocionado por ter podido participar desse momento histórico.

Também acompanharam a cerimônia os secretários de Estado de Turismo, Mário Henrique Caixa, e de Cultura, Ângelo Oswaldo, além de lideranças políticas e religiosas da região.

História

Padre Victor nasceu em Campanha no dia 12 de abril de 1827, filho da escrava Lourença Maria de Jesus. Em junho de 1849 foi aceito como seminarista em Mariana, algo incomum na época para jovens negros e escravos. Chegou a Três Pontas em 1852 e paroquiou por lá durante 53 anos, onde foi muito admirado e querido pela população por seu trabalho em defesa dos pobres e doentes.

O agora beato faleceu no dia 23 de setembro de 1905. Ficou insepulto três dias e, segundo relatos, seu corpo exalava perfume. Uma procissão foi feita pelas ruas de Três Pontas durante o seu sepultamento, que reuniu um grande número de pessoas. Os restos mortais de Padre Victor estão no sarcógrafo da Matriz D’Ajuda.

Beatificação

A beatificação é uma permissão de culto da Igreja Católica a uma pessoa considerada santa. A partir disso, ela pode interceder pelas outras pessoas. O processo de Padre Victor foi aberto em 1993. O primeiro passo foi encontrar documento que comprovaram a existência do padre, depois começaram a reunir relatos sobre suas histórias. Outra etapa foi a exumação do corpo. Após isso, uma comissão, em Roma, passou a analisar a história do futuro beato e buscar pelo milagre, reconhecido em junho de 2015.

Para que seja canonizado, é preciso que um novo milagre seja reconhecido pelo Vaticano. Assim, Padre Victor poderá ser cultuado em todo o mundo. A partir de agora, Padre Victor é o segundo beato do Sul de Minas. Em 2013, Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica, foi beatificada em Baependi.

Agência Minas

A canção mais famosa dentro e fora do Estado de Minas Gerais é "Oh ! Minas Gerais".



Publicado em 26 de mar de 2012

O Estado de Minas Gerais não possui um hino oficial. A música "Oh ! Minas Gerais", versão de "Viene Sul Mar" é vista, por muitos, como tal, ainda que nunca tenha sido oficializada pelo governo.

A canção mais famosa dentro e fora do Estado de Minas Gerais é "Oh ! Minas Gerais". Tida por alguns como o hino oficial, e é originária da valsa italiana "Viene Sul Mare" com letra adaptada por José Duduca de Moraes, cantor e autor de mais de 200 músicas. A obra italiana chegou ao Brasil através das companhias líricas que apresentavam-se no país no fim do século XIX e início do século XX e teve sua primeira versão brasileira escrita por Eduardo das Neves em homenagem ao couraçado brasileiro batizado com o nome do Estado.

Categoria Música
Licença padrão do YouTube


Enviado em 7 de mai de 2008

Uma bela apresentação dessa música que se tornou o Hino Extra Oficial de Minas Gerais

Voz do poeta Renato Teixeira (segundo Denise Starblue)

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

PARTIDOS TAMBÉM SERÃO RESPONSABILIZADOS PELA CORRUPÇÃO NA PETROBRÁS


Fausto Macedo, Julia Affonso e Ricardo Brandt
Estadão

Procuradores da força-tarefa preparam ações cíveis para pedir a partir de 2016 o ressarcimento aos cofres públicos do dinheiro de propina recebido por legendas, em especial PT PMDB e PP, acusadas de comandar o esquema na estatal

A força-tarefa da Operação Lava Jato vai imputar aos partidos a responsabilidade pelo bilionário esquema de cartel e corrupção na Petrobrás a partir de 2016. Com pelo menos R$ 2,4 bilhões recuperados aos cofres públicos até aqui, resultado de mais de 30 acordos de delação premiada com os réus e três termos de leniência com empresas, o Ministério Público Federal traça as estratégias para buscar a condenação na Justiça Federal das legendas – e não apenas seus dirigentes.

As penas serão propostas em ações cíveis – até agora apenas empresas foram acionadas fora da área criminal – e representarão duro golpe à saúde financeira das agremiações. Além da devolução dos valores desviados da estatal – mais de R$ 20 bilhões, segundo os primeiros laudos – ao longo de 2004 e 2014 e de multas, partidos podem ficar sujeitos a retenção de valores dos fundos partidários e suspensão e cassação de registro da legenda.

CAUSA AMADURECE

“Vamos entrar com uma ação cível pública contra os partidos que participaram dos crimes, que atuaram para que os desvios de recursos acontecessem e se beneficiaram dele”, afirmou o procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa. “Estamos caminhando na Lava Jato por etapas porque temos um mar de informações e evidências. É como se fossem frutos de uma árvore, nós colhemos quando eles ficam maduros. A ação dos partidos ainda está amadurecendo.”

Um dos maiores riscos para os partidos está na aprovação de um projeto de lei que trata especificamente do tema partidos, proposto pelo MPF, dentro do pacote de 10 Medidas Anticorrupção, lançado em março deste ano e em fase de coleta de assinaturas – serão necessários 1,5 milhão para apresentação ao Congresso.

O item 8 do pacote prevê a aprovação de um projeto de lei de iniciativa popular que trata da responsabilização dos partidos políticos e da criminalização do caixa 2. “A medida é importante porque, até então, apenas os dirigentes (pessoas físicas) respondiam por eventuais crimes cometidos em benefício do partido. No mesmo sentido, propomos a criminalização do caixa 2, inclusive para as pessoas físicas diretamente envolvidas na movimentação e utilização desses recursos. A pena é de reclusão de 4 a 5 anos”, informa o MPF, em sua justificativa do anteprojeto.

DESESTIMULAR O CAIXA 2

“O que a medida 8 faz é prever o crime de caixa 2 eleitoral para desincentivar a prática por empresários e por políticos e partidos. Nessa mesma medida é criada a lavagem de dinheiro eleitoral para punir pessoas.”

Sem uma legislação regulamentada específica que responsabilize os partidos, como pessoa jurídica – como se fosse uma empresa -, por causa dos atos de corrupção, outro item previsto é o que responsabiliza as agremiações partidárias por envolvimento com ato de corrupção. As siglas poderão ser responsabilizados com multa ou até cancelamento do registro — nos casos de condutas de responsabilidade do diretório nacional. As multas propostas são entre 10% e 40% dos repasses do Fundo Partidário relativos ao exercício no qual ocorreu o ato. Podem ainda ser suspensos do recebimento de repasses do fundo ou ter o registro cancelado.

“O objetivo é espelhar nas agremiações partidárias exigências feitas para quaisquer pessoas jurídicas”, explica o procurador da Lava Jato. Atualmente, a legislação de combate à corrupção de 2013 abriu a possibilidade de impor penalidades para empresas por envolvimento em atos de corrupção, mas deixa uma brecha de como isso ocorre na prática, quando os alvos são partidos. É que as penalidades previstas no regramento jurídico são medidas como multa sobre o faturamento do último ano e proibição de contratação com o poder público.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Com a máxima vênia, o Ministério Público Federal está de bobeira. Para incriminar os partidos, muito melhor do que a citada Lei Anticorrupção é a Lei de Improbidade Administrativa (LEI 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992), que inclui toda organização gerida com recursos públicos, que é justamente o caso, pois as agremiações políticas vivem à custa do Fundo Partidário. Simples assim. (C.N.)
http://www.tribunadainternet.com.br/partidos-tambem-serao-responsabilizados-pela-corrupcao-na-petrobras/

SDS abre 1º Encontro de Economia Solidária e Inclusão Socioprodutiva de Juiz de Fora e da Região

JUIZ DE FORA - 12/11/2015 - 18:24
Notícias de: SDS

A Praça dos Três Poderes, na Rua Jarbas de Lery Santos, no Centro, recebeu dezenas de barracas de artesãos, produtores rurais e agricultores, para o 1º Encontro de Economia Solidária e Inclusão Socioprodutiva de Juiz de Fora e da Região. O evento foi aberto na manhã desta quinta-feira, 12, e vai até sábado, 14. É uma realização da Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), com o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável do município e promover redes e cadeias produtivas de consumo ético e solidário. Além de Juiz de Fora, várias outras cidades do entorno estão participando, como Matias Barbosa, Cataguases e Muriaé.

Na abertura do encontro, que prioriza as atividades artesanais e a agricultura familiar, o secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Cheker, explicou que “este evento é o congraçamento de Juiz de Fora e região em torno da economia solidária. Pela multiplicidade de ações que integra essa prática, ela se torna um movimento muito importante de geração de renda e inclusão social, além de proporcionar uma relação direta entre produtor e consumidor”.

O encontro reuniu, ainda, representantes de associações e cooperativas e entidades de apoio e fomento da economia solidária. Para o técnico da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Emerson Alcides da Silva, este é o maior benefício da realização: “A economia solidária é mais do que apenas comercializar. Ela leva em conta a inclusão social, e é um movimento ainda em construção. Quando os três atores aqui presentes, ou seja, empreendedores, entidades de apoio e fomento e gestores públicos se reúnem, o movimento da economia solidária ganha em articulação”. Ele enumerou, também, os benefícios do encontro: “Nós, da incubadora, prestamos assessoria técnica. Os gestores entram com incentivos, e os produtores têm a oportunidade de divulgar o trabalho e trocar experiências.”

O Encontro

Até sábado, 14, produtores rurais, agricultores e artesãos vão expor e comercializar seus produtos na praça. A programação do evento também conta com palestras sobre o tema. “Acho maravilhoso realizar uma feira desse porte. É muito enriquecedor, tanto para os produtores quanto para os consumidores, pois abrange uma variedade de produtos que agrada a todos”, qualificou a artesã Sandra Cristina.

Maria Aparecida Gonçalves montou uma barraca onde expõe seus crochês e produtos de tricô. Para ela, o encontro é uma oportunidade de divulgar seu trabalho: “O artesanato é sempre uma peça única. Gosto de participar da feira, para que as pessoas conheçam a produção”.

Na área da agricultura familiar e da produção cooperativista, um dos benefícios é a qualidade dos produtos, orgânicos e sem agrotóxicos. O apicultor Serafim Botelho, por exemplo, explicou a diferença entre o seu produto e aqueles industrializados: “O mel tem suas variações, dependendo da região e da forma como é produzido. No processo industrial, todos eles são misturados em grandes centros de distribuição e encaminhados para as prateleiras, o que prejudica a qualidade de um produto original, ocasionando a perda das propriedades do mel”.

Além desses produtos, o consumidor que passar pela feira durante os próximos dias encontrará bolsas, tapetes, hortaliças, licores, doces, decoração artesanal para casa, peças de vestuário e uma grande diversidade de produtos.

* Informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Desenvolvimento Social, pelo telefone 3690-8314.

Portal PJF

Polícia Civil prende quadrilha de traficantes em Juiz de Fora

12/11/2015 19h16 - Atualizado em 12/11/2015 19h16

Do G1 Zona da Mata

A Delegacia Especializada de Antidrogas (DEA) de Juiz de Foraprendeu, na tarde desta quinta-feira (12), três homens suspeitos de integrarem uma quadrilha de tráfico de drogas que atuava em bairros da Zona Sul da cidade. Um quarto homem também foi detido, mas liberado após ser considerado usuário e assinar o Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO). 

De acordo com a Polícia Civil, as investigações duraram mais de um mês. Os homens, com idades entre 33 e 59 anos, foram presos em flagrante. Nas residências dos suspeitos, os policiais apreenderam 21 barras de maconha, duas balanças de precisão e quatro celulares.

Ainda segundo a polícia, a ação foi batizada como “Piratas da Somália” em alusão ao apelido de um dos traficantes.

Os três suspeitos foram encaminhados ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora. O usuário assinou o Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e foi liberado.

PM prende suspeito de atirar contra policiais em Juiz de Fora

12/11/2015 15h01 - Atualizado em 12/11/2015 15h01

Do G1 Zona da Mata

Suspeito de atirar contra viatura da PM (Foto: PM/Divulgação)

A Polícia Militar (PM) prendeu, na tarde desta quinta-feira (12), um jovem de 22 anos suspeito de efetuar disparos contra policiais no último sábado (7), no Bairro São Benedito, em Juiz de Fora.

De acordo com as primeiras informações da PM, o jovem conhecido como "Tulu" foi localizado no Bairro Parque das Águas, na casa de familiares.

Segundo os militares, o suspeito não resistiu à prisão, mas negou participação no crime.

Ele e outro jovem passaram de moto e dispararam contra uma viatura da Polícia Militar no São Benedito, no último sábado. Os militares revidaram e houve troca de tiros.

Um policial de 30 anos foi atingido na panturrilha. Durante o confronto, um adolescente de 13 anos e uma outra pessoa, que não teve a idade revelada, passavam pelo local e também foram atingidos de raspão por disparos.

No sábado e domingo equipes da PM, com apoio de helicóptero, fizeram rastreamento à procura dos suspeitos. Um deles foi preso durante a ação e as armas, um revólver calibre 32 e uma pistola nove milímetros, apreendidas. 

O segundo suspeito foi encaminhado nesta tarde à Delegacia de Plantão, em Santa Terezinha.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Mariana: desastres viram chance de ganhar dinheiro sobre o sofrimento

por Felipe Milanez — publicado 12/11/2015 01h21

Antonio Cruz/Agência Brasil
Quanto vale as vidas abruptamente transformadas, sem a possibilidade de alternativa em decorrência da violência do desastre?

Tragédias ecológicas de proporções catastróficas, logo quando ocorrem, rompem o silêncio da mídia sobre situações de riscos que estavam marginalizadas e dão grande atenção aos espetáculos — sensacionalizando os aspectos macabros.

No caso da cobertura da catástrofe em Mariana, essa atenção da mídia tem sido parcial, baseada em informações prestadas pela Samarco, que se tornou inclusive a "sede" do governo de Minas para uma coletiva de imprensa.

A culpa da catástrofe, um crime socioecológico, tem sido naturalizada, transferida para a natureza, enquanto as responsabilidades de empresas e governos são diluídas em meio ao caos e desespero.

A urgência nas repostas para salvar vidas — humanas e não humanas — logo transforma-se em um emergencialismo. Planos preventivos que deveriam ter sido realizados e não foram passam a ser cobrados, como agora em Mariana, com decisão judicial para que um plano seja apresentado em cinco dias, ou que seja pago um salário mínimo para as famílias atingidas. Tudo curto e rápido, como panos quentes para aliviar.

Respostas rápidas são necessárias para aliviar o sofrimento imediato, no entanto podem servir apenas para dar conta de uma pressão inicial do espetáculo do desastre, e deixar para aqueles que são mais atingidos um longo e perene sofrimento.

O desastre industrial que aconteceu em Bhopal, na Índia, em 1984, e Chernobyl, em 1986, não ficaram no passado, produzindo efeitos terríveis da contaminação ao longo do tempo para milhares de pessoas e para o ambiente.

O desastre em Mariana provocado pela mineradora Samarco, da Vale e da australiana BHP, também terá uma longa duração no tempo, seja no ambiente, seja na vida das pessoas. A resiliência, que é a capacidade de reconstrução e recuperação do trauma, pode ser impossível.

Em um relatório de 2011, a ONU afirma: "não pode haver dúvida alguma de que a redução da vulnerabilidade aos riscos é infinitamente preferível à luta contra o sofrimento humano e as consequências econômicas das crises".

Essa perspectiva tem sido pesquisada com foco na redução dos custos e mensuração técnica e operacional da vulnerabilidade, mais do que em questões de cidadania, qualidade de vida, segurança.

A tragédia em Mariana é social e ambiental, pessoas e ambiente foram expostas a um risco absurdo. E no que se refere a vulnerabilidade, que é a exposição ao risco, a suscetibilidade ao impacto, Mariana, palco de um desastre, pode ser um grande alerta para outras situações.

Enquanto ainda procuram-se os corpos, surge a questão de quem paga por isso e como esse pagamento é feito.

Pela lei brasileira, a priori, as responsabilidades deste crime socioecológico (que deve ser investigado) recaem sobre a Vale e a BHP em razão do princípio do poluidor-pagador instituído pela lei 6.983 de 1981: "é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade".

Essa percepção atingiu os investidores dessas duas grandes empresas e as ações da BHP despencaram 7% após a catástrofe. A BHP escreveu em um e-mail ao Wall Street Journal que não tem nada a ver com a catástrofe e que a Samarco é "inteiramente responsável" e lavou suas mãos na lama.

A Vale também empurrou para a Samarco, igualmente como se não tivesse nada a ver com isso, apenas "apoiando" a empresa, disponibilizando recursos para "auxiliar a Samarco". Um executivo da Votorantim, ex-executivo da Vale, Tito Martins, disse ao Valor que depois de Mariana, "tudo vai ficar mais difícil e mais caro de se fazer no país".

Nessa visão, podem surgir alguns obstáculos a mais para serem superados (ou destruídos), e um pouco de dinheiro a ser pago - que depois pode vir a ser recuperado, por exemplo, com a redução de "custos" de "direitos" trabalhistas.

Acontece que os danos socioecológicos poucas vezes podem ser reduzidos a seu valor monetário. Quanto "Vale" um rio Doce? Quanto "Vale" as vidas do menino Thiago, da menina Emanuelly, de Valdemir que deixou esposa e três filhos, das dezenas de pessoas mortas? E quanto "Vale" as vidas abruptamente transformadas, sem a possibilidade de alternativa em decorrência da violência do desastre?

A catástrofe provocada pelas mineradoras Vale e BHP vai gerar muitos conflitos socioecológicos, longos no tempo e no espaço, e como coloca o economista ecológico Joan Martinez Alier, conflitos em torno dos "valores".

Estas empresas e o Estado — seja o governo de Minas ou o federal, ou o Judiciário — vão tentar impor valores de dinheiro para aquelas pessoas cujas perdas, de vidas ou de possibilidades de existência por suas relações com o ambiente, são sentidas muito além do que o dinheiro pode comprar.

E em torno dos valores monetários, o desastre ambiental, para alguns, como o capital da grande mineração, é uma grande oportunidade de acumular. Já para muitos, para os pobres, representam longos anos de muito sofrimento e violência.

Na forma como é feito hoje — e pelos novos projetos do governo federal, a tendência é piorar — os estudos de impacto ambiental tentam reduzir tudo a algum valor que o dinheiro pode pagar. Isso significa uma violência tremenda para os mais pobres de dinheiro, e uma vantagem descomunal para o capital na Vale, na BHP, ou mesmo em Belo Monte...

Como essas empresas ricas têm mais dinheiro, podem comprar mais barato a vida e o ambiente dos pobres, protegidas pela violência colonial do Estado. Não há nenhuma outra solução possível para romper esse ciclo, além da básica consulta direta: aqueles afetados devem ser ouvidos, e ao serem consultados de forma informada, devem ter o direito de, livremente, decidir sobre o futuro de suas vidas e sobre o projeto em si.

Ainda assim, essa consulta, elemento fundamental da cidadania que não consta nos relatórios de impacto até agora, apenas poderia garantir o direito de algumas pessoas, já que as futuras gerações e a natureza só podem ser "consultadas", em tese, por via de algum tipo de representação.

Mineração, agronegócio, barramentos de rios, e outros, são projetos de "desenvolvimento" autoritário, chamados por autores latino-americanos, como Maristela Svampa, Alberto Acosto, Eduardo Gudynas, de "extrativismos" (ou "neoextrativismo" dentro do quadro populista): algo como uma síndrome de extrair massivamente e mandar para longe e receber um pouco por isso, que fica concentrado em poucas mãos.

Extraem massivamente recursos naturais para exportação, deixando para trás um buraco e um rastro de saque, um ambiente destruído junto de vidas humanas e não humanas.

Essa destruição é motivo para ganho e acumulação, uma oportunidade para expansão e circulação do capital. É difícil imaginar que a Vale ou a BHP vão pagar o que deveriam se os cálculos fossem realmente feitos numa perspectiva ampla de diálogo com todos aqueles e aquelas que foram atingidos e atingidas.

Se os custos não fossem externalizados, colocados para fora, empurrados para os mais fracos ou para o ambiente comum, como o rio. Ambiente comum, ou bem comum, dizem respeito a todos e todas, e não podem ser cercados, privatizados, como tentam as mineradoras.

O ar, as comunidades, os rios, as florestas, são comuns, e não podem tornar-se propriedades cercadas pelas mineradoras para transferir para o comum os custos dos desastres provocados por suas atividades.

Empresas de seguro, advogados, bancos, empresas de serviços ambientais, há uma série de pessoas que planejam formas de ganhar dinheiro sobre o desastre alheio que recai sobre o comum: "É o capitalismo, estúpido". E não só: é o capitalismo operando em seu tipo mais fundamental, o extrativista, aquele da acumulação primitiva, da acumulação por despossessão, por expropriação, por violência.

A tragédia, oportunidade de acumulação para alguns, pode também ser uma oportunidade de união, de solidariedade, de resistência, de aprendizado e de luta para muitos e muitas. O que a trajetória da mineração fizeram com Minas Gerais ao longo dos últimos séculos é um desastre. E aqueles mesmos que ganharam com isso hoje já miram novos espaços para ganharem mais, como o Pará.

É para o Pará que a Vale está migrando e em breve vai ganhar mais dinheiro na Amazônia do que em Minas. É para o Pará que migrou a siderurgia de ferro gusa que estava estabelecida em Minas Gerais, depois que esburacou a terra e transformou em carvão a Mata Atlântica e o Cerrado — e nas últimas décadas transformou também em carvão milhares de hectares da Amazônia, além de ter exportado o sangue de milhares de trabalhadores e trabalhadoras escravizados e escravizadas.

Quem sabe a próxima oportunidade de vampiros de desastre ecológicos, que já sobrevoam Mariana, ganharem dinheiro, será em Parauapebas, centro do projeto Carajás, da Vale. Recentemente, Haroldo Souza, professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), fez uma visita à Barragem Gelado, em Carajás.

Essa é uma das três barragens centrais do Complexo Minerário de Carajás, que inclui também a barragem do Projeto Salobo, que contém ainda mais contaminação, e a Barragem do Sossego, em Canaã dos Carajás, próxima à nascente do rio Parauapebas.

A água, como em Mariana, é lama, rejeitos de ferro decorrente da lavagem do minério. Em Parauapebas vivem quase 200 mil pessoas (189 mil pelo IBGE em 2015). Se a barragem do Gelado romper, como em Mariana, será uma catástrofe. É difícil de imaginar, muito mais ainda de calcular.

Após o que aconteceu em Mariana, o risco de catástrofe não pode ser minimizado. No caos destas barragens de mineração que atingem diferentes cidades no sudeste do Pará, todo o plano de controle é feito por agências e órgãos municipais e estaduais sediados em Parauapebas (Prefeitura, Bombeiros, Defesa Civil). A justificativa dessa localização é a logística e o acesso à mina, e não necessariamente a prevenção de uma possível catástrofe

Acontece que Haroldo Souza, professor curioso, pensou no pior, e perguntou para um engenheiro da Vale durante essa visita o que aconteceria se a barragem rompesse. Teve uma resposta certeira: "Não vai romper". Souza insistiu: "Mas e se romper?" Ao que o engenheiro retrucou: "Mas não vai romper, foi feita para não romper". Ignorante do poder da engenharia, mas imaginativo, o professor da UNIFESSPA insistiu: "Mesmo assim, se romper, o que é que acontece?"

Sem nenhuma planilha na mão, o engenheiro da Vale respondeu: "Não pensemos nisso, é melhor que não aconteça... seria algo muito desastroso pra todos em Parauapebas".

Para a Vale, a BHP, para o governo federal, para os deputados financiados pelas grandes mineradoras que querem mudar o Código da Mineração, tem coisas que é melhor não pensar — pois pensar demais pode atrapalhar os lucros.

Para aqueles que pensam e que sofrem, como a população de Mariana, como os Munduruku que vivem no rio Tapajós e querem evitar seu barramento, para os camponeses e camponesas que vivem no sudeste do Pará e são atingidos pela Vale, não há como atribuir um valor de dinheiro para o desastre. Esse valor monetário só é aceito mediante violência.

Como me disse Katia Tonkuré Jonpti, liderança do povo Gavião Akrikatejê, também atingido pela grande mineração de ferro em Carajás: "A Vale deixou conflito. A Vale trouxe o impacto de separação, desunião e desigualdade. É um bicho papão. Um demolidor da natureza, máquina de acabar com tudo".

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/mariana-desastres-viram-chance-de-ganhar-dinheiro-sobre-o-sofrimento-5488.html

Lula, por acaso, está nos ameaçando com um banho de sangue se o PT deixar o poder?

Por: Reinaldo Azevedo 12/11/2015 às 6:03

Luiz Inácio Lula da Silva discursou na terça da abertura da 7ª Conferência Latino-Americana e do Caribe em Ciências Sociais (Clacso), um dos muitos organismos da esquerda na região que vivem mamando nas tetas dos respectivos estados. Entre 2006 e 2012, quem comandou a entidade foi Emir Sader, um subintelectual petista com sérios problemas até de alfabetização. Mas deixo isso pra lá agora.

Em seu discurso, o Babalorixá de Banânia atacou a imprensa livre — nem poderia ser diferente — e deixou claro onde estão as raízes do seu, por assim dizer, pensamento.

O chefão do partido que protagonizou o mensalão e o petrolão — o que, tudo indica, o fará beijar a lona por um bom tempo — afirmou sentir um forte “cheiro de retrocesso” na América Latina e na América do Sul.

Retrocesso?

Explica-se: no Brasil, o seu PT chafurda na lama. Na Argentina, o candidato de Cristina Kirchner, Daniel Scioli, deve perder a eleição para Mauricio Macri. Se não houver uma roubalheira de dimensões homéricas na Venezuela, o ditador de chanchada Nicolás Maduro — é um palhaço amador, mas ele mata — será fragorosamente derrotado pelas forças de oposição nas eleições parlamentares de 6 de dezembro.

Em todos os casos, as respectivas derrotadas significam fortalecimento das correntes que defendem a democracia política e se opõem a regimes aparelhados por milícias mais violentas (como na Venezuela) ou menos, como no Brasil. Por enquanto ao menos.

O Apedeuta fez ainda uma comparação aloprada. Associou os movimentos em curso na América Latina contra os governos de esquerda às agitações que antecederam a Primavera Árabe — que “Primavera” nunca foi — e que concorreram para o acirramento da desordem política na região.

A comparação é um despropósito porque boa parte dos movimentos que promoveram o que se chamou tolamente de “Primavera” era composta de fundamentalistas islâmicos que queriam ditadura religiosa. Quem combate o PT no Brasil, Cristina na Argentina e Maduro na Venezuela quer um regime de liberdades públicas. Mas há um grão de verdade no que ele diz: aqueles grupos — islâmicos, sim! —, lutavam contra ditaduras. O diabo é que queriam outra, como Dilma, quando pertencia a grupos terroristas. Os antipetistas, antikirchneristas e antibolivarianos querem democracia.

Pós-Primavera Árabe, o que se tem, exceção feita à Tunísia, é banho de sangue e ditaduras ainda mais ferozes, do velho ou do novo establishment. Lula, por acaso, está nos ameaçando com guerra civil quando o PT for apeado do poder pelo Congresso, pela Justiça ou pelas urnas? Lula, por acaso, está nos ameaçando com um banho de sangue?

Sempre que este senhor sente um cheiro de retrocesso político, então é sinal de que a democracia avançou.

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-por-acaso-esta-nos-ameacando-com-um-banho-de-sangue-se-o-pt-deixar-o-poder/

Dilma sanciona com veto lei do direito de resposta na mídia

12/11/2015 10h15
Brasília
Da Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff sancionou com veto a lei que disciplina o direito de resposta ou retificação de pessoas ofendidas nos meios de comunicação social. A lei foi publicada hoje (12) noDiário Oficial da União.

O texto determina o direito de resposta à pessoa (física ou jurídica) ofendida por qualquer reportagem, nota ou notícia “divulgada por veículo de comunicação social, independentemente do meio ou plataforma de distribuição, publicação ou transmissão que utilize, cujo conteúdo atente, ainda que por equívoco de informação, contra a honra, intimidade, reputação, conceito, nome, marca ou imagem”.

Foi vetado o parágrafo que afirmava que o ofendido poderia requerer o direito de resposta ou retificação pessoalmente nos veículos de rádio e televisão. O trecho foi alvo de divergência entre a Câmara e o Senado. 

A Lei 13.888, de 11 de novembro de 2015, afirma que a resposta poderá ser divulgada, publicada ou transmitida no mesmo espaço, dia da semana e horário em que ocorreu o agravo e deverá ser exercida no prazo de 60 dias, “contados da data de cada divulgação, publicação ou transmissão da matéria ofensiva”.

Edição: José Romildo
Agência Brasil

“Novembro azul” - Uaps do Santa Cruz promove dia especial de combate ao câncer de próstata

JUIZ DE FORA - 12/11/2015 - 12:00
Notícias de: SECRETARIA DE SAÚDE

A Unidade de Atenção Primária à Saúde (Uaps) do Bairro Santa Cruz realizou, na terça-feira, 10, a campanha “Novembro Azul”, de prevenção ao câncer de próstata, atendendo em horário diferenciado, das 18 às 21 horas, com foco na realização de exames de toque e o de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico). Foram atendidos 106 homens, com idade acima de 50 anos.

No decorrer de novembro e início de dezembro, a Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) promoverá uma programação especial em várias Uaps da cidade, visando a atender o maior número possível de homens que queiram realizar os exames. Agentes comunitários de saúde ficarão encarregados de realizar os agendamentos em cada Uaps.

Para realizar a campanha, a SS conta com a parceira da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), da Faculdade Suprema e do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), através dos profissionais para a realização dos exames.

O câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no mundo e o segundo mais frequente no Brasil, de acordo com levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca). É um dos grandes problemas de saúde pública da atualidade, acometendo, em média, um em cada seis homens.

Confira a programação do “Novembro azul” na Uaps:

23/11 – Uaps Furtado de Menezes – 18 às 21 horas

24/11 – Uaps de Santa Efigênia – 18 às 21 horas

25/11 – Uaps Vila Ideal e Vila Olavo Costa – 18 às 21 horas

30/11 – Uaps de Nossa Senhora Aparecida – 18 às 21 horas

01/12 – Uaps do Vale Verde – 18 às 21 horas

02/12 – Uaps de São Sebastião – 18 às 21 horas

05/12 – Sábado – Hospital e Maternidade Terezinha de Jesus para os usuários da Uaps de Santa Luzia

* Informações com a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde pelo 3690-7389 e 3690-7123.

Portal PJF