domingo, 20 de outubro de 2013

Namastê - "O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você."

Namastê
Uma dançarina Mohiniyattam fazendo o gesto de namastê

Namastê (em sânscrito: नमस्ते, [nʌmʌsˈteː]) é um cumprimento ou saudação falada no Sul da Ásia. Namaskar é considerado uma forma ligeiramente mais formal, mas ambas as expressões expressam um grande sentimento de respeito.

Utiliza-se na Índia e no Nepal por hindus, sikhs, jainistas e budistas. Nas culturas indianas e nepalesas, a palavra é dita no início de uma comunicação verbal ou escrita. Contudo, o gesto feito com as mãos dobradas é feito sem ser acompanhado de palavras quando se despede. 

Na ioga, namastê é algo que se dirá ao instrutor e que, nessa situação, significa “sou o seu humilde criado”.

Literalmente significa "curvo-me perante ti"; a palavra provém do sânscrito namas, "curvar-se", "fazer uma saudação reverencial", e (te), "te".

Quando dito a outra pessoa, é normalmente acompanhada de uma ligeira vênia feita com as duas mãos pressionadas juntas, as palmas tocando-se e os dedos apontando para cima, no centro do peito. O gesto também pode ser realizado em silêncio, contendo o mesmo significado.

Usos na cultura sul-asiática
Ainda quando saudação, um namastê pode ser dito com as mãos juntas em frente ao tórax com uma ligeira curvatura. Para indicar profundo respeito, pode-se colocar as mãos em frente a testa, no caso de reverência a um deus ou santidade, coloca-se a mão completamente acima da cabeça. 

Namestê significado 
" O deus que habita no meu coração, saúda o deus que habita no seu coração " Mais radiante do que o Sol. Mais puro que a neve. Mais sutil que o éter. Esse é o Ser, o Espírito dentro do coração de cada um de nós.Esse ser sou eu,esse ser é você. Somos todos nos, Está em você, está em tudo".

'O ser que habita meu coração saúda o ser que habita o seu coração' font Sancritos M.V. Namastê é também usado como um cumprimento na comunicação escrita, ou geralmente entre pessoas que se conhecem.

Em algumas partes da Índia (por exemplo, a área onde se fala a língua punjabe), namastê é usado não somente para cumprimentar Hindus mas para todo mundo. As saudações completas para Muçulmanos são Assalamu Alaikum e para Sikhs é Sat Sri Akaal. Mas "namastê" é aceito em todas religiões.

Entretanto, no Sri Lanka, esta comumente tem um significado diferente. O gesto é usado para saudar (bem como se despedir) de pessoas com o verbo "Aayubowan". 

Aayubowan significa de forma aproximada, "que você tenha uma longa vida". 

Quando usado em funerais para cumprimentar os convidados, a parte verbal é geralmente omitida. O gesto aayubowan é também um símbolo cultural do Sri Lanka e da hospitalidade cingalesa. Este também é usado por comissários de bordo cingaleses para cumprimentar os passageiros e em outros sinais de hospitalidade.

Significados na cultura global
Namastê é uma das palavras sânscritas comumente reconhecidas por aqueles que não falam hindi
No Ocidente, ela é usada para indicar a cultura sul-asiática em geral. "Namastê" é particularmente associada geralmente à aspectos da cultura sul-asiática como o vegetarianismo, a ioga, e o hinduísmo.

A divulgação desta saudação foi feita na série de televisão LOST.

Recentemente, e mais globalmente, o termo namastê foi associado especialmente à ioga e à meditação. Neste contexto, ele foi visto em uma grande variedade de termos com significados complicados e poéticos que se ligam com as origens espirituais da palavra. Alguns exemplos:
"Curtir a vida intensamente"-popular na cultura induista
"Eu honro o Espírito em você que também está em mim." -- atribuída ao autor Deepak Chopra
"Eu honro o local em você em que o Universo inteiro reside, eu honro o lugar em você que é de Amor, de Integridade, de Sabedoria e de Paz. Quando você está neste lugar em você, e eu estou neste lugar em mim, nós somos um."
"Eu saúdo o Deus dentro de você."
"Seu espírito e meu espírito são um." -- atribuída à Lilias Folan, ensinamentos compartilhados de sua jornada à Índia.
"O divino em mim cumprimenta o divino em você."
"A Divindade dentro de mim compreende e adora a Divindade dentro de você."
"Tudo que é melhor e mais superior em mim cumprimenta/saúda tudo que é melhor e mais alto em você"
"O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você."

Repete-se a farsa do horário de verão - Carlos Chagas - http://www.tribunadaimprensa.com.br/

20/10/2013

Carlos Chagas

Repete-se uma vez mais a farsa do horário de verão, que começou de ontem para hoje. A moda vem de muito tempo, primeiro intermitente, depois absoluta. Os relógios foram adiantados por uma hora, visando economizar 5% de energia até o final de fevereiro.

Quer dizer, o governo surripia uma hora de sono da população. Da população? Nem tanto, porque os estados do Nordeste e do Norte insurgiram-se contra a determinação e já não aceitam o horário de verão. Contestam a autoridade central em defesa de seus cidadãos. No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, porém, o esbulho acontece com data marcada.

O cidadão que sai cedo para trabalhar, acordando às seis da manhã, ou antes, precisará acender a luz para escovar os dentes e tomar café. Vai-se parte da economia dos 5% de energia, ainda que quando chegar em casa depois do serviço, o sol brilhe. Bom para quem mora à beira do mar, que se não estiver muito cansado ainda poderá arriscar alguns mergulhos. Mas péssimo até para a unidade nacional, porque se um indigitado boia-fria morador na Bahia colhe café em Minas, sairá de casa às seis da manhã quando já são sete na roça. Ou chega atrasado ou acorda às cinco. Na hora de voltar é pior: deixa o trabalho às cinco da tarde mas já são seis em sua casa, correndo o risco de a mulher acusá-lo de ficar uma hora bebendo cachaça em vez de vir logo jantar.

O estrago que o horário de verão causa no relógio biológico dos habitantes das regiões mais populosas do país levará semanas, até mais de um mês, para ser absorvido. E quando as coisas estiverem normalizadas, repete-se a confusão com o atraso obrigatório de outra hora, no relógio mecânico.

Logo que empossado, o ex-presidente Lula não teve forças ou não quis acabar com a farsa do horário de verão, dizem até que influenciado pela sua então ministra de Minas e Energia, partidária dessa economia que, com todo o respeito, tem sido a base da porcaria. Mas bem que poderia agora a presidente Dilma dar um basta à aberração, ao menos para o último ano de seu mandato. Interromper essa prática subdesenvolvida e insistir para que ela mantenha no segundo mandato como uma de suas metas principais a geração de mais energia em todo o país. Mais investimentos em hidrelétricas, por exemplo.

ATENTADO CONTRA A INTELIGÊNCIA 

A história é velha mas merece ser recontada. Durante a expansão árabe, lá pelos anos setecentos, o general Ibn-El-Abbas ocupou o Egito. Chegando às portas de Alexandria, então a maior capital do mundo, extasiou-se com a riqueza de sua biblioteca. Dizem que até originais de Homero estavam em suas prateleiras, se é que Homero existiu. Como suas ordens eram de conquistar pelo fogo e a espada as regiões dominadas, o general hesitou e mandou uma correio a Bagdá para consultar o Califa. O que fazer com aquele patrimônio fantástico?

O Califa respondeu que se todos aqueles escritos concordavam com o Alcorão, eram inúteis e deveriam ser destruídos. E se discordavam, eram perniciosos e precisavam ser queimados.

Diz a lenda que durante muitas semanas as centenas de termas de Alexandria deixaram de ser alimentadas a lenha, passando a ser utilizados os papiros de toda a cultura universal reunidos até a conquista.

20/10/2013 - Classificação atualizada do Brasileirão -Série A conforme http://globoesporte.globo.com/

brasileiro
campeonatos
classificação atualizadaPJV
1Cruzeiro623019
2Grêmio533015
3Atlético-PR513014
4Botafogo503014
http://globoesporte.globo.com/

Tropas ocupam de forma progressiva área onde será leilão do pré-sal no Rio

20/10/2013 
Flávia Rodrigues
Do G1 Rio
Tropas ocupam área onde será leilão do pré-sal no Rio (Foto: Fabio Motta/Estadão Conteúdo)
A assessoria de comunicação do Exército, informou, na tarde deste domingo (20), que o reforço na segurança do entorno do Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde será realizado o leilão do Campo de Libra do pré-sal, acontecerá de forma progressiva. Segundo o Coronel Roberto Itamar Cardoso, a ocupação visa diminuir o impacto na movimentação das pessoas e no trânsito de veículos na região.

"A previsão é que na manhã de segunda-feira (21), todo o contingente militar já estará ocupando todos os postos previstos. Homens da inteligência e câmeras da Cet-Rio estão monitorando áreas próximas ao hotel para alertar sobre formação de possíveis manifestações, garantindo a segurança pública na região", afirmou o coronel.

Segundo o Ministério da Defesa, cerca de 1,1 mil homens trabalharão na segurança do leilão – entre Exército, Força Nacional, polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal.
Soldados enfrentam o calor com farda e equipamentos (Foto: Flávia Rodrigues/ G1)

Por volta das 15h, duas tropas ocupavam a calçada em frente ao hotel. Eram 30 soldados do exército, separados em dois grupos, munidos de armadas não letais. Para os vizinhos ao local, a presença dos militares é bem-vinda, diferente da opinião sobre os bloqueios no trânsito, que entrarão em vigor na segunda-feira (21).

"Normalmente, levamos cinco minutos a pé para chegar à praia. Com o fechamento da Rua Martinho de Mesquita para realização do leilão, em pleno feriado do Dia dos Comerciários, teremos que utilizar o carro, enfrentar o trânsito da Avenida das Américas, para conseguirmos chegar à orla", reclamou o casal Sylene e Alexandre Fonseca.

A operação, que começou às 0h deste domingo, terminará às 24h desta segunda-feira (21) - dia do leilão. Em torno de 11h, cerca de 30 militares estavam munidos de escudos e armamento não letal no local.
Uma tropa do Exército está a postos em frente ao Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde ocorrerá, nesta segunda-feira (21), o leilão do Campo de Libra (Foto: Fabio Seixo/ Ag. O Globo)

Esquema de trânsito
A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal da Transportes e da CET-Rio, implantou um esquema especial de trânsito e transporte na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para o leilão do Campo de Libra do pré-sal,. As mudanças começam às 0h desta segunda-feira (21) e vão durar até o final do evento. A principal interdição será na Avenida Lúcio Costa, entre as ruas John Kennedy e Deputado José da Rocha Ribas. Os itinerários de ônibus também serão modificados. A alteração foi determinada pela Presidência da República.

Cinquenta agentes de trânsito ficarão nas ruas para orientar os motoristas. Quinze painéis móveis serão instalados para avisar as mudanças no tráfego. Os moradores da área deverão circular com comprovante de residência para ter acesso aos bloqueios.

As seguintes vias serão fechadas ao tráfego: Rua John Kennedy; Rua Deputado José da Rocha Ribas; Rua Prudência do Amaral; Rua Martinho de Mesquita; Rua Embaixador Gilberto Mafra; Rua Arquiteto Afonso Reidy (entre as ruas John Kennedy e Prudência do Amaral); Rua Zaco Paraná (entre as ruas John Kennedy e Prudência do Amaral); e Rua Paranhos Antunes (entre John Kennedy e Prudência do Amaral).

Os ônibus que passam pela Avenida Lúcio Costa serão remanejados para a Avenida das Américas, Avenida Armando Lombardi e Avenida Ministro Ivan Lins. Ao todo oito linhas terão seu trajeto alterado: 302 (Rodoviária x Recreio, via Avenida Lúcio Costa); 309 (Central x Alvorada, via Botafogo/Avenida Lúcio Costa); 316 (Central x Recreio, via Botafogo/Avenida Lúcio Costa); 317 (Central x Alvorada, via Túnel Santa Bárbara - Circular); 332 (Castelo x Taquara, via Barra da Tijuca); 748 (Cascadura x Barra, via Estrada de Jacarepaguá - Circular); 805 (Alvorada x Jardim Oceânico - Circular) e 844 (BarraShopping x Barrinha - Circular).

Golpe do falso sequestro é frequente com moradores de Juiz de Fora

20/10/2013 - Juiz de Fora 
Rafaela Borges
Do G1 Zona da Mata
Ao receber a ligação, o ideal é não se desesperar  (Foto: GloboNews)

Golpes de falso sequestro continuam acontecendo no país e cair na 'conversa' dos criminosos ainda é frequente. Nesta quinta-feira (17), uma mulher de 51 anos foi vítima em Santos Dumont e perdeu R$ 4.900. De acordo com a Polícia Militar (PM), é comum a vítima se desesperar ao receber uma ligação comunicando que um parente está em posse de bandidos. Porém, há maneiras de agir e manter a situação sob controle.

Há um mês a família do empresário de Juiz de Fora, Marcelio Guilherme, de 25 anos, passou por uma dessas situações. De acordo com ele, o dia jamais será esquecido. “Minha irmã foi surpreendida pela ligação dos bandidos logo cedo, por volta das 8h. Eles não sabiam o nome de ninguém para iniciar o falso sequestro. O erro partiu da minha irmã. Eles disseram: ‘Estamos com sua filha aqui. Ou você deposita R$ 10 mil para mim agora ou eu a apago’. Minha irmã no desespero disse o nome da minha sobrinha e essa foi a gota d'água para aumentar o pânico”.

Apesar do nervosismo, a irmã de Marcelio conseguiu manter os bandidos no telefone enquanto ele tentava contato com a sobrinha pelo celular. Porém, como ela estava em aula, o telefone estava desligado. “Eles deram dez minutos para fazer o depósito. Este foi o tempo suficiente para eu ir de moto até a escola e ver que ela estava lá, sentada assistindo uma aula de geografia sem saber de nada que estava acontecendo”, contou.

A mesma situação aconteceu com a estudante de Medicina Veterinária Samantha de Alcântara, de 33 anos, também de Juiz de Fora. A data do crime ficou registrada na memória. "Foi numa sexta-feira, 4 de outubro deste ano. Eu havia acabado de chegar da faculdade, estava em casa. Era por volta das 10h30. Naquele dia minha aula iria até às 12h, mas a turma acabou sendo dispensada mais cedo. Ligaram a cobrar para a minha casa, de um número sem identificação. Minha mãe atendeu e uma voz feminina gritava ‘Mãe, socorro, eu fui sequestrada, me ajuda’. Logo em seguida, uma voz masculina tomou a vez gritando com a minha mãe, falando que estava com a filha dela e que queria R$ 70 mil. Caso contrário, cortaria os dedos e orelhas da filha”, disse. No entanto, nesse dia, a irmã de Samantha também estava em casa e a mãe logo percebeu que se tratava de um golpe. “Minha mãe pegou o celular e ligou para a polícia, os deixando ouvir toda a ligação. Ela conseguiu ficar na linha com os falsos sequestradores por uns 15 minutos e depois revelou que sabia que se tratava de um golpe”, comentou.

O fato se repetiu com a agente comunitária de saúde Andreia Dazini, de 33 anos, moradora da mesma cidade. “Eu tinha uma consulta médica marcada por volta de 9h30. Saí da unidade de saúde onde eu trabalho e fui para o médico. Enquanto estava lá percebi que os meus dois celulares estavam descarregados. Não me importei porque havia avisado à minha mãe da consulta. Quando voltei para casa minha mãe estava no portão com uma cara esquisita. Ela me disse que alguém havia ligado pra ela chorando e pedindo socorro dizendo que tinha sido sequestrada”, relatou.

Em todas as situações, o sentimento é o mesmo: medo. “Por mais que a gente veja sempre isso acontecendo com os outros, a gente nunca imagina que vai acontecer conosco. Fica sempre a dúvida: E se for verdade? Muito nos assustou quando o nosso identificador de chamada mostrou o número que estava ligando. Era DDD da nossa região e isso, para a gente, aumentavam as chances de ser verdade”, relembrou Marcelio.

Já Andreia, diz que a mãe ficou bastante nervosa. “Ela ficou muito assustada, mas graças a Deus manteve a calma. Eles nem chegaram a exigir nada, não deu tempo. Eu já havia falado com ela sobre esse assunto e pedi que desligasse o telefone e me ligasse se algo parecido acontecesse”, falou.

Consequências
A psicóloga Ana Stuart diz que muitos pacientes já passaram por situações deste tipo e tiveram que buscar ajuda. “Algumas pessoas que passaram por isso tiveram traumas. Conheço uma senhora mais idosa, por exemplo, que no momento da ligação passou muito mal e teve que ser internada. Outro caso é de um pai que não conseguiu falar com o filho no celular. Ele ficou desesperado”, relatou.

De acordo com ela, o prejuízo emocional e físico é muito grande. “As consequências podem ser para a vida toda. A pessoa adquire uma fobia, um medo terrível de deixar o filho sair de casa. Por isso é importante que ninguém se descuide do celular e esteja sempre com a bateria carregada. É preciso explicar a importância disso para os filhos”, explicou.

Como agir
De acordo com o policial militar Emiliano Reis, ocorrências desse tipo não devem nunca ser desprezadas. “É muito arriscado pensar que o sequestro de fato não está acontecendo. O falso pode ser verdadeiro”, ressaltou. Desta forma, segundo ele, o primeiro passo é buscar fazer contato com a vítima. “É preciso certificar-se da veracidade do fato e em seguida procurar os órgãos policiais, pelo 190 ou disque denúncia”.

Ainda de acordo com Emiliano, mesmo após a certificação da falsidade do sequestro, é preciso notificar a polícia. “Se existir algum dado residual, como um número de telefone, é importante passar para os policiais. Assim as polícias Civil e Militar podem buscar solucionar o caso, dar prosseguimento às investigações”, enfatizou.

JF- Rede de internautas vaza blitze

20 de Outubro de 2013 -Juiz de Fora
Por EDUARDO VALENTE
A internet é uma grande praça virtual para união de grupos. Foi assim em junho, quando milhões de pessoas no país iniciaram manifestações nas ruas, após encontros agendados pelas redes socais. Se a ferramenta é usada para mobilizar a sociedade por uma causa, ela também tem sido instrumento para atitudes questionáveis, como acontece com um grupo formado em Juiz de Fora. A novidade, na rede social de troca de mensagens instantâneas WhatsApp, para smartphone, é denunciar a presença de operações policiais nas ruas. Intitulada "Trânsito JF", a iniciativa já reúne 1.100 internautas que, em tempo real, avisam a existência das blitze. A Tribuna teve acesso a uma das 22 salas de conversação criadas, com 50 usuários em cada, e contabilizou 69 denúncias de batidas policiais nos últimos 35 dias. Quando a apuração da reportagem começou, há um mês, o ambiente era formado por oito salas, com 400 usuários.

Mais que enfraquecer a ação policial, a atitude tem se tornado alívio para os condutores que insistem em dirigir sob efeito de álcool, portando armas ou drogas ou sem a carteira e documentação dos veículos em dia. As frases, em geral, são para alertas das operações, como a encontrada na última segunda-feira, dizendo: "Blitz no Barbosa Lage, em frente à praça sentido Zona Norte. Parando tudo, muita atenção neste local hein". Na última quinta-feira, outro alerta para quem teme as batidas policiais: "Atenção blitz começou agora no Santa Cruz Shopping". Além destas postagens, existem algumas que focam na divulgação de assuntos pertinentes, como a existência de acidentes de trânsito que causam retenções pontuais. Tal atitude, porém, foi identificada apenas em seis ocasiões, o que representa pouco mais de 8% do total de mensagens.

De acordo com o comandante do Pelotão de Policiamento de Trânsito (PPTran), tenente José Lourenço Pereira Júnior, a prática no ambiente virtual já é de conhecimento do setor de inteligência da corporação, embora ele admita que o comando ainda estuda o que pode ser feito para coibi-la. Sobre o assunto, ele reforça que a sociedade precisa compreender o papel das operações. "Os usuários desta rede social não estão só comprometendo as fiscalizações, mas sim toda a segurança pública. É numa blitz dessas que podemos identificar o autor de um sequestro-relâmpago, por exemplo. Muitas vezes, encontramos nas batidas pessoas com armas, drogas ou com mandados de prisão. Isso é o que mais incomoda. É uma atitude repugnante." Para diminuir os efeitos das denúncias on-line, o tenente informa que as blitze têm ocorrido em um curto espaço de tempo.

Falta legislação
Para o comunicólogo Dimas Tadeu Lorena Filho, mestre em rede, estética e tecnocultura, as redes sociais caracterizam-se por sua natureza anarquista, sendo comum o uso da informação colaborativa para o ilícito. Segundo ele, este problema parte da ausência de legislação específica para internet. "O que deve ser feito é entender a demanda do cidadão, sem cercear o caráter colaborativo, e fazer com que ele utilize a ferramenta de forma construtiva."

O sociólogo Paulo Fraga, diretor do Centro de Pesquisas Sociais da UFJF, também cita a ausência de leis". "A questão é que não há ilegalidade, mas o cidadão que quer moralidade e ética na política precisa repensar a abrangência da própria ação." De acordo com Fraga, não é possível generalizar, mas as pessoas tendem a se mobilizar só quando o fato acontece próximo a ela. "Nos Estados Unidos, há a organização 'Sobreviventes de homicídios'. São pessoas que perderam familiares em crimes violentos e sofrem com a dor. No Brasil, este tipo de grupo também é comum com relação às vítimas de trânsito. Acho que a conscientização tem sido até maior que há alguns anos", afirma, citando o caso do Rio, onde condutores têm evitado a associação álcool e volante. "Elas usam mais o táxi. O problema é que, aqui, o transporte público precisa atender melhor a população."

Avisos feitos com antecedência
Entre as mensagens observadas nos últimos 30 dias, uma chama atenção por informar, com cinco horas de antecedência, que, no dia 28 de setembro, iria ocorrer uma ação da Lei Seca. Publicada pelo administrador do grupo, a informação (ver quadro) garantia que, a partir das 20h e até as 2h, operações seriam deflagradas. O detalhe é que a mensagem fornecia características da ação, alertando que a equipe seria "composta de uma viatura, duas motos de apoio e uma van".

Questionado sobre o fato, o comandante do Pelotão de Policiamento de Trânsito (PPTran), tenente José Lourenço Pereira Júnior, admitiu que, naquela data, a operação com uso dos etilômetros ocorreu: "Foi na Cidade Alta, a partir das 20h30, com apoio da 99ª Companhia." Segundo tenente Júnior, existe a possibilidade de a informação ter sido vazada, já que as fiscalizações ocorrem a partir de um planejamento prévio, envolvendo não apenas o PPTran, como as companhias de polícia.

O tenente citou como exemplo uma situação presenciada por ele, em Belo Horizonte, no dia 23 de agosto. "Estava participando de um treinamento sobre a expansão das operações Lei Seca e, na reunião de planejamento da ação do dia, no batalhão da PM, com Polícia Civil e BHTrans, um policial nos mostrou uma mensagem de uma pessoa de fora informando que já sabia da operação."

Com relação ao grupo de Juiz de Fora, a publicação do último dia 28, no entanto, não foi a única. Uma semana antes, em 20 de setembro, outro usuário publicou: "Informação de dentro da PM de que vão ter várias blitze hoje à noite." Para evitar esta atitude, o tenente esclarece que os locais das abordagens são preservados até o último momento, sendo que apenas ele e os comandantes das companhias envolvidas são informados previamente.

Código de Trânsito não é aplicado
Para a doutora em estudos sobre violência no trânsito Andreia Santos, do Departamento de Ciências Sociais da PUC Minas, o uso da internet para divulgação de blitze é consequência da falta de exploração do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), instituído em 1997. Ela explica que o texto, na época, previa fortalecimento do caráter educativo, em detrimento ao punitivo. Havia a preocupação em formar e sensibilizar o condutor. Para isso, pretendia-se, na época, obrigar emissoras de rádio e TV a inserir três anúncios diários sobre cuidados no trânsito. "A imprensa escrita também deveria manter peças publicitárias sobre implicações da questão de trânsito. Havia preocupação do Governo em educar o condutor. Atualmente, entende-se que apenas a punição basta."

No fim de setembro, a reportagem flagrou uma publicação no Facebook do funcionário de uma casa noturna, em Juiz de Fora, avisando que os frequentadores já podiam ir para a boate porque a blitz havia acabado. Segundo Andreia, atitudes como essa mostram a necessidade de fortalecer as campanhas, mostrando que o risco não é ser surpreendido pela fiscalização, mas dirigir sob efeito do álcool.

A socióloga avalia o quadro como "inversão de valores do brasileiro". "Nosso Estado é extremamente hierárquico. Manda quem pode, e obedece quem tem juízo. O cidadão precisa entender que a consequência de associar álcool ao volante vai muito além da multa. Até mesmo porque cidadãos com boa situação financeira não se sentem punidos ao pagar cerca de R$ 1.900 pela infração."

Como exemplo, Andreia cita um programa do Canadá, onde o condutor flagrado sob efeito de álcool precisa prestar serviços em uma ONG. "Ele fica as madrugadas dos fins de semana na organização, aguardando o telefone tocar. Quando chamado, deve buscar um condutor embriagado em uma festa e levá-lo para casa."

Grupo começou entre amigos
A Tribuna entrou em contato com o administrador das salas do "Trânsito JF" no WhatsApp. Ele, um empresário de 34 anos, diz que não esperava o crescimento tão grande do serviço em um curto período, mas afirma não temer represálias, baseando-se em recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que teria garantido o livre acesso à informação em um caso semelhante. No entendimento do professor de direito penal e defensor público Luiz Antonio Barroso, não há previsão, no Código Penal, que trate deste tipo de conduta, razão pela qual não existe crime. "Há até uma aplicação no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que prevê multa no caso de o motorista que passou por uma blitz piscar o farol para outros que seguem no sentido contrário. Mas esta regra, no meu entendimento, não se aplica neste caso."

Segundo o empresário, o grupo existe há cerca de dois meses, e começou com a ideia de amigos compartilharem mensagens de trânsito entre si. "A primeira sala, que não é minha, foi criada assim, com cerca de 30 pessoas. Depois, um amigo foi adicionando outro, até chegar aos atuais 1.100. Além disso, há outros usuários que criam novas salas (cada uma suporta 50 internautas). Parei de adicionar novos membros porque não dava mais conta de administrar tudo. Tenho minhas atribuições profissionais e não posso ficar por conta do WhatsApp."

O empresário, que afirma ter outros aplicativos de smartphone com as mesmas características, garante que não recebe informações privilegiadas de policiais, mas alguns usuários às têm. "Eu apenas copio o texto para os demais membros." Também afirmou que o grupo não é apenas para destacar as blitze, mas para discutir situações relacionadas ao trânsito, de um modo geral. "Fico sabendo o tempo todo de acidentes, com retenções. Quando acho pertinente, divulgo aos demais."

Perguntado sobre a possibilidade de o serviço estar informando da presença policial a criminosos ou pessoas alcoolizadas, ele afirma não pensar no assunto, dizendo que apenas comunica o fato, para cada um utilizar como achar melhor. "Comigo, por exemplo, já aconteceu de esquecer a carteira de habilitação em casa. Neste caso, vou evitar passar em uma blitz. Não imagino que estamos adicionando bandidos. Eu, particularmente, não sou contra a Lei Seca, mas gosto de beber cerveja e sei dos meus limites para que meus reflexos não sejam prejudicados."

sábado, 19 de outubro de 2013

PRF realiza operação 'Lei seca' em mirante da BR-040 em Juiz de Fora

19/10/2013 
Do G1 Zona da Mata
 
Ao todo, PRF fiscalizou 59 veículos (Foto: PRF Juiz de Fora/Divulgação)

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Juiz de Fora divulgou balanço da operação “Lei Seca” realizada na madrugada deste sábado (19) na BR-040, altura do Km 796, no local conhecido como Mirante do Salvaterra. A ação foi feita para coibir uso de álcool e drogas na região.

Ao todo, foram fiscalizados 59 veículos. Dezoito pessoas foram multadas, sendo quatro por embriaguez e quatro por condução de veículo sem habilitação. Dois veículos foram apreendidos e outros quatro tiveram documentos recolhidos para regularização.

De acordo com a PRF, as ações continuarão a ser realizadas no Mirante para trazer tranquilidade ao local.

Mais oito pessoas são indiciadas por desvio de armas do Exército

19 de Outubro de 2013 - Juiz de Fora 

Por Michele Meireles

O inquérito policial militar que investiga a subtração de armamentos dentro do 4º Depósito de Suprimentos (Dsup) do Exército Brasileiro, que fica no Bairro Barbosa Lage, na Zona Norte, indiciou mais oito pessoas. Outras quatro, três delas militares que trabalhavam no setor de armas do quartel, já haviam sido indiciadas no início deste ano pelo crime. Segundo o comandante do 4º Dsup, coronel Sylvio Pessoa da Silva, os últimos indiciados são civis e seriam responsáveis pela receptação dos materiais desviados.

O oficial esclareceu que as investigações realizadas pelo setor de inteligência do quartel apontaram que um deles, um homem de 28 anos, seria o interceptador do material desviado pelos militares, que já foram desligados do Exército. "Não podemos afirmar que todos os armamentos passaram por este suspeito, mas ele era o grande elo para fomentar este esquema. Era a ponte entre os militares que faziam o desvio e os civis que compravam este material", disse o comandante.

Segundo coronel Pessoa, a maioria dos civis indiciados foi presa recentemente em operações das polícias Militar e Civil com armas e munições. A Tribuna realizou um levantamento das ocorrências em que os suspeitos de participação no desvio haviam se envolvido e constatou que sete deles (ver quadro) foram presos em flagrante, entre julho do ano passado e setembro deste ano, portando armas e munições. Todos tiveram os flagrantes confirmados e foram encaminhados ao Ceresp.


Durante as manobras foram apreendidos nove revólveres e 140 munições de calibres diversos. Segundo o comandante do 4º Dsup, as armas encontradas são provenientes do desvio. "Todas as armas recolhidas em 2012 e neste ano estão sendo periciadas pela Polícia Civil, e, no caso destes flagrantes, ficou provado que saíram do quartel. Com base nas informações destas pessoas, a inteligência do Exército está mapeando as regiões onde as armas foram encontradas e "tentando montar o quebra-cabeças. Algumas destas pessoas já eram investigadas por nós, outras foram indiciadas por receptação deste material. Neste último casos, vamos buscar a origem destes armamentos, saber como eles conseguiram este material", destacou o coronel Pessoa.

Sobre as munições apreendidas, ele esclareceu que "é pouco provável que tenham sido retiradas do quartel. Também recebemos munições para destruição, mas não temos como rastreá-las, já que as mesmas não chegam com origem e geralmente já são provenientes do mercado negro." O comandante destacou ainda que, até o momento, nenhuma das armas encontradas e periciadas foi utilizada em homicídios.
Novas diligências
O caso do desvio de armamentos é investigado desde o fim de novembro passado. O processo tramita em segredo de Justiça na 4ª Circunscrição da Justiça Militar e no Ministério Público Militar (MPM). Segundo coronel Pessoa, o Exército ainda não vai divulgar a patente dos militares envolvidos e ainda não há um número fechado de armas derramadas. Ele voltou a afirmar que, desde que o crime foi descoberto, o trabalho de destruição foi modificado, e os militares envolvidos foram desligados. "Assim que a arma chega é semidestruída, e todo o pessoal que mexia com o setor de armas foi trocado de função. Continuamos fazendo revisões processuais, e prosseguem os trabalhos de inteligência."

A Tribuna entrou em contato com a Procuradoria do MPM em Juiz de Fora, e os promotores que cuidam do caso afirmaram que só vão se pronunciar quando as investigações estiverem concluídas. A última movimentação do processo aconteceu ontem, quando o processo voltou para a unidade militar, para que novas diligências sejam feitas.


Ativistas de direitos dos animais e PMs entram em confronto em São Paulo

 19/10/13 
Manifestantes que defendem os direitos dos animais e policiais militares entraram em confronto na manhã deste sábado (19) após um protesto contra o Instituto Royal, na Rodovia Raposo Tavares, entre os quilômetros 55 e 56, em São Roque, no interior de São Paulo.

Para dispersar os manifestantes, que bloquearam os dois sentidos da rodovia e queriam se aproximar da sede do instituto, os policiais usaram bombas de efeito moral. Houve também depredação e fogo em veículos da Polícia Militar e da imprensa.

Desde a noite dessa quinta-feira (17) ativistas então no local. Na madrugada dessa sexta-feira (18), os manifestantes invadiram o instituto e levaram os animais. Eles acusam o instituto maltratar cães da raça beagle, ratos e outros animais usados em pesquisas laboratoriais.

Por meio de nota, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência informou que o Instituto Royal é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), criada para promover o desenvolvimento e a pesquisa de tecnologias inovadoras. “O instituto realiza estudos de avaliação de risco e segurança de novos medicamentos. Todos os seus experimentos são conduzidos de acordo com protocolos utilizados internacionalmente”, diz o texto, ressaltando que as pesquisas atendem a todas as exigências feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Agência Brasil / Jornal O Tempo

Você aí! Antes de babar no Facebook e no Twitter em defesa dos bandidos que invadiram o laboratório, quero lhe falar dos bichos que sua saúde já matou

19/10/2013 às 6:37
Aquelas pessoas que invadiram o Instituto Royal, depredaram o laboratório, destruíram pesquisa e roubaram os animais são criminosas. Apenas isso. A imprensa, mais uma vez, está fazendo outro-ladismo, como se, nesse caso, houvesse duas verdades, o bom senso no meio, equidistante das posições extremas. Trata-se de uma mentira, de uma falácia. Há apenas um lado sensato nisso tudo.

Houvesse evidências de maus-tratos dos animais, vá lá; houvesse indícios de que estavam sendo submetidos a procedimentos injustificados e injustificáveis, daria para compreender a mobilização — jamais a invasão e a depredação; isso é crime em qualquer hipótese. Mas não há nada disso. Ao contrário. O que se sabe até agora aponta que lá trabalham pessoas sérias, que fazem um serviço que é do interesse de todos nós, inclusive daqueles imbecis que protagonizaram a pantomima violenta, com a participação de uma subcelebridade, que se tornou notória, quando tinha um programa de televisão, pela parvoíce. Não conseguiu ficar nem na Rede TV… Se ninguém ainda tentou contratá-la, eis a hora.

Que tempos estes, em que os covardes permitem que prosperem os idiotas. O sujeito que eventualmente está lendo este texto pronto a verter a baba hidrófoba, responda para si mesmo, não para mim: 
a) vai abrir mão de tomar remédios quando ficar doente?;
b) vai abrir mão de vacinar os filhos que tem ou que um dia terá; 
c) se e quando um ente querido cair vítima de algum mal, vai tentar convencê-lo a recusar o tratamento que lhe for dispensado?

Você aí, que está pronto a dizer cretinices no Facebook e no Twitter. Sim, você, moça saudável, com todos os dentes. Você, rapagão cheio de saúde, que logo mais vai pra balada. Sabem quantas drogas foram testadas em beagles, macacos, ratos, gatos, coelhos, porquinhos-da-índia e outras fofuras para que vocês pudessem exibir tanta saúde? Para que a mamãe de vocês — a mãe hipotética, a mãe simbólica — não morresse de câncer de mama ou de útero; para que o papai não morresse precocemente de câncer na próstata; para que a vovó pudesse chegar com saúde aos 80 anos?

Não sabem? Então parem de perder seu tempo e vão estudar! Essa ferramenta que você têm aí na mão não serve apenas para que expressem seus sentimentos, seus rá, rá, rá, seus kkkkk e outras glossolalias. Também serve ao estudo, à pesquisa, à reflexão. Há uma enorme diferença entre torturar os bichinhos e usá-los para testar medicamentos. Não há um só país do mundo que não recorra a esse expediente.

Vi ontem uma senhora na TV. Parece ser uma das organizadoras do ato criminoso. Com a convicção de que só os ignorantes são capazes, dizia que já há maneiras de testar medicamentos sem recorrer aos animais. É mesmo? Quais? A lei que temos, que protege os bichos, já beira o temerário. Criminaliza o uso dos bichos nos testes científicos caso exista um meio alternativo. A questão é saber quem define isso. O militante? O delegado de polícia? O promotor? Por que diabos, afinal, cientistas, professores, profissionais gabaritados submeteriam os bichos a eventuais sofrimentos inúteis. Seria porque eles são pessoas más, à diferença dos invasores do laboratório, que seriam, então, pessoas boas?

E o Ministério Público?
Não é possível que profissionais sérios e que empresas que fazem um trabalho honesto vivam sob o signo da suspeição porque alguns malucos decidiram que não aceitam mais que animais sejam usados pela ciência. O promotor Wilson Velasco Júnior, atenção!, abriu inquérito em dezembro de 2012 — há quase um ano — para apurar as denúncias de maus-tratos no Instituto Royal. Até agora, ele não chegou a nenhuma conclusão? O MP tem competência legal e recursos para recorrer a especialistas, que podem tirar as dúvidas dos promotores. Uma perícia no laboratório teria bastado para demonstrar que tudo estava nos conformes. Mas quê…

Coisas assim acabam acontecendo porque, enquanto dura um procedimento como esse, é evidente que a empresa fica sob suspeição e se transforma em alvo potencial de trogloditas. Agora diz o doutor que eventuais provas foram danificadas pelos terroristas. É patético! Anos de pesquisa podem ter se perdido ali. Se alguma droga foi ministrada aos cães para testar reação, sem o cuidado dos especialistas para minimizar eventuais efeitos adversos, podem é ficar doentes. Vale dizer: esses caras não prestam nem para proteger gente nem para proteger cachorro.

A condescendência de vários setores ditos formadores de opinião com o baguncismo que chegou às ruas em junho está dando nisso aí. Ninguém mais quer conversa. Se acha que está certo, vai e invade, ocupa, quebra, põe fogo. Em junho, havia gente com tocha acesa na mão, a sapatear no teto do Congresso. Outros depredavam o Itamaraty. Jornalistas de TV chamavam aquilo de “manifestação pacífica”, embora perturbada por alguns “infiltrados”. Sei…

Os canalhas que hoje partem para o pau, para a ação direta, para a depredação têm a certeza absoluta — e não sem razão — de que encontrarão pela frente uma imprensa compreensiva, cordata, amiga, que se pela de medo das redes sociais. Vai que alguém fale mal da emissora no Facebook e no Twitter… Boa parte do jornalismo se tornou refém de delinquentes. 

Com o laboratório destruído, com anos de pesquisa jogados no lixo, tendo de enfrentar trogloditas reacionários, fascistoides, apesar de tudo isso, os representantes do laboratório é que estavam, de algum modo, na defensiva.

Mais uma vez, os bandidos foram transformados em heróis, e as vítimas é que tiveram de se explicar. Isso está virando uma rotina. Podem apostar: não vai acontecer nada com eles. Ninguém será condenado nem preso. Estamos indo de uma barbárie a outra sem passar pelo estágio da civilização.

Por Reinaldo Azevedo