quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Delegado acusado de matar namorada adolescente é expulso da Polícia Civil

16/10/2013

Quando Amanda foi baleada, em 14 de abril deste ano, Toledo já respondia a nove sindicâncias, dez inquéritos e dois processos administrativos na Corregedoria

O delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, acusado de matar a ex-namorada adolescente Amanda Linhares Santos, 17 anos, está expulso da Polícia Civil de Minas Gerais. A demissão foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial do Estado com justificativa de que, conforme inquérito instaurado pela Corregedoria da corporação, ele se comportou com “prática das transgressões disciplinares”. Embora Toledo esteja preso e tenha sido denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado e fraude processual, o pedido de demissão feito pela Corregedoria se baseou em transgressão disciplinar cometida entre 2005 e 2007. 

Naquele período, a Corregedoria apurou fraudes praticadas quando Toledo era delegado titular da circunscrição do Detran em Betim. Ele foi preso naquele ano, em São Joaquim de Bicas, acusado de receptação, formação de quadrilha e falsidade ideológica. Desde 2002, ele já respondia a processo por suspeita de irregularidade no licenciamento de veículos. A comissão confirmou, somente agora, que ele providenciou o registro e licenciamento de duas motocicletas com motores e chassis de procedência irregulares. Um dos veículos tinha chassi com registro de roubo em outro estado. 

Quando Amanda foi baleada, em abril deste ano, Toledo já respondia a nove sindicâncias, dez inquéritos e dois processos administrativos na Corregedoria. Ele havia sido indiciado por lesão corporal contra a adolescente com quem mantinha um relacionamento amoroso. Natural de Pouso Alegre, o delegado atuou, além do Detran, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e na Delegacia de Atendimento à Pessoa Deficiente e ao Idoso. 

O crime contra a adolescente aconteceu no dia 14 de abril deste ano. Amanda e Toledo brigaram e a jovem foi baleada na cabeça. Testemunhas disseram que o casal estava no carro do policial, na estrada entre Ouro Preto e o distrito de Lavras Novas, na Região Central de Minas. O delegado nega que tenha atirado na adolescente, com quem mantinha um relacionamento marcado por desavenças, que geraram ocorrências policiais. A Justiça chegou a determinar que o policial não poderia se aproximar de Amanda. Porém, a advogada dele informou que seu cliente não chegou a ser notificado da decisão.

Pela versão do delegado, Amanda tentou se matar, mas provas periciais derrubam essa hipótese. Exames residuográficos nas mãos dela não acharam vestígios de pólvora. Segundo as investigações, Toledo buscou a jovem em Conselheiro Lafaiete e depois seguiram para Ouro Preto. 

Depois de uma ligação à Polícia Militar avisando que o casal foi visto brigando na estrada, veio a informação de que Amanda havia sido deixada em unidade de pronto atendimento (UPA) da cidade com um tiro na cabeça. Funcionários da unidade de saúde informaram aos militares que o homem que a deixou no local disse que ela tentou o suicídio. O carro do policial, um Peugeot preto, foi apreendido e periciado. Amanda foi transferida para o Hospital João XIII, onde morreu em 3 de junho, após 51 dias internada. 

Reconstituição do crime no momento em que o delegado deixa Amanda ferida na unidade de saúde em Ouro Preto

(Com informações de Daniel Silveira)

....invada que a Justiça garante

16/10/2013
 às 5:50

FEBEAJU – Surto populista chega ao STF. Liminar de Fux em favor de grevistas é uma aberração; país afora, espalha-se a máxima: invada que a Justiça garante

Um surto populista, como nunca antes na história destepaiz, toma o Poder Judiciário, embalado pelo chamado clamor das ruas. Se não existem mais leis e direitos assegurados, então tudo é permitido, e que o diabo se encarregue de nós, que Deus tem mais o que fazer. Se o mérito das decisões é absurda, a sua justificativa chega a ser estupefaciente. A última contribuição ao Febeaju (Festival de Besteiras que Assola o Judiciário) — com a licença de Stanislaw Ponte Preta — foi dada pelo ministro Luiz Fux, do STF,  nesta terça. Ele concedeu uma liminar suspendendo a decisão do Tribunal de Justiça do Rio, que havia autorizado o corte dos dias parados dos professores em greve na rede estadual. Marcou uma audiência de conciliação em seu gabinete no dia 22. O ministro escreveu uma pequena pérola da agressão ao bom senso e aos valores fundamentais de uma sociedade livre. Leiam:
“Quando examinada sob o quadro fático subjacente, a decisão reclamada, autorizativa do governo fluminense a cortar o ponto e efetuar os descontos dos profissionais da educação estadual, desestimula e desencoraja, ainda que de forma oblíqua, a livre manifestação do direito de greve pelos servidores, verdadeiro garantia fundamental. Com efeito, não foi outro o objetivo do aresto reclamado que não o de inviabilizar o exercício dessa liberdade básica do cidadão, compelindo os integrantes do movimento a voltarem às suas tarefas diuturnas”
Como, excelência? Vamos ver por onde começo a desarmar a coleção de bobagens. Em primeiro lugar, não cabe ao Estado nem encorajar nem desencorajar “a livre manifestação do direito de greve”, seja lá o que isso queria dizer, redigido como está. A função do Estado, como ente, não é fazer nem uma coisa nem outra, mas, no que concerne à educação, garantir uma escola de qualidade aos estudantes, o que só se realiza com o professor em sala de aula. Ainda assim, o profissional tem o direito de entrar em greve, desde que arque com as consequências do seu ato.
No caso, são consequências de caráter administrativo. Os professores, que se saiba, reivindicam ganhar mais pelo trabalho que fazem. Exigir o pagamento pelo trabalho que não fazem não é nem luta política nem luta sindical. Trata-se apenas de enxergar o Estado como um mero cartório de despachos de seus interesses — no caso, da categoria. “Greve não são férias”, já repetia um sindicalista de renome chamado Luiz Inácio Lula da Silva.
Há mais, muito mais. Apenas uma minoria dos professores da rede estadual está em greve. A maioria exerceu o seu direito de não aderir ao movimento. O que o ministro Luiz Fux está fazendo é garantir de maneira cartorial o sucesso da paralisação. A ser assim, greves não precisam mais contar com a adesão da categoria, e parar ou não parar passam a significar a mesma coisa. Pergunto: e os milhares que não aderiram ao movimento? Devem, então, por uma questão e coerência, cruzar também os braços, já que a diferença entre trabalhar e não trabalhar passa a ser nenhuma? O corte dos dias parados não é uma decisão política, mas administrativa. Trata-se de um absoluto despropósito, muito típico de quem está procurando afinar a Justiça não com o que os fundamentos da lei e do estado de direito, mas com o alarido das ruas.
No mundo de Fux, então, greves poderão, doravante, ser decretadas ao sabor da vontade das lideranças de extrema esquerda que dominam os sindicatos de funcionalismo sem nem mesmo precisar consultar a categoria. O “grevista” pode ficar em casa, de papo para o ar, à espera do contracheque.
A violência de volta às ruas
Nesta terça, as ruas do Rio e de São Paulo foram, mais uma vez, palco da violência de bandidos mascarados. Há dias, a Polícia de São Paulo prendeu um casal de namorados e os enquadrou numa porção de crimes, apelando inclusive à Lei de Segurança Nacional, que continua em vigor. Afirmar que se trata de um despropósito porque uma lei da ditadura está abaixo de qualquer consideração: é delinquência intelectual e política. A ser assim, deixemos, então, de cumprir todas as leis aprovadas no Brasil em períodos ditatoriais — quase todo o Código Penal, por exemplo, que é do Estado Novo.
A polícia prendeu o tal casal — Humberto Caporalli, de 24 anos, e a namorada dele, a estudante Luana Bernardo Lopes, de 19 —, e a Justiça mandou soltar, apesar do conjunto de evidências que há contra os dois. A decisão foi do juiz Marcos Vieira de Morais, do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo). Ainda que ele tenha achado, sei lá, incorreto ou excessivo o enquadramento na Lei de Segurança Nacional, o casal também foi acusado de dano qualificado, incitação ao crime, formação de quadrilha ou bando e posse ou porte ilegal de armas de uso restrito. Nada disso convenceu o doutor. Os dois estão nas ruas. Esse foi apena o caso mais notório. A Justiça não quer saber de manter presos os mascarados. Estão sendo soltos às pencas.
USP
Os comandados do PSOL, do PSTU e de outras minorias extremistas invadiram a Reitoria da USP com marreta e pé de cabra. Foram eles, note-se, que lideraram os protestos desta terça em São Paulo, que degeneraram, como sempre, em violência e depredação. O comando da universidade fez o óbvio: entrou com um pedido de reintegração de posse. Foi negado duas vezes. O juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara da Fazenda Pública, afirmou:
“A ocupação de bem público (no caso de uso especial, poderia ser de uso comum, por exemplo, uma praça ou rua), como forma de luta democrática, para deixar de ter legitimidade, precisa causar mais ônus do que benefícios à universidade e, em última instancia, à sociedade. Outrossim, frise-se que nenhuma luta social que não cause qualquer transtorno, alteração da normalidade, não tem força de pressão e, portanto, sequer poderia se caracterizar como tal.”
Concedamos que toda luta causa algum transtorno… Ocupar o coração de uma instituição da base da violência, da porrada, impedindo o seu funcionamento passa a ser um ato legítimo por isso? O juiz Laroca não quis nem saber. E ainda deu um pito na Reitoria. Escarnecendo do bom senso, a Justiça de São Paulo deu nesta terça um prazo de, ATENÇÃO!, 60 dias para que os invasores deixem o prédio.
Câmara dos Vereadores do Rio
Fux não quer desconto dos dias parados dos grevistas da rede estadual do Rio, e a juíza Roseli Nalin, do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio. concedeu liminar suspendendo a sessão da Câmara dos Vereadores que aprovou o plano de cargos e salários dos docentes da rede municipal. Ela atendeu ao pedido de 9 vereadores, que alegaram que os professores foram proibidos de acompanhar a sessão, o que se caracterizaria como um cerceamento do debate e do direito da minoria… É um escracho. Os sindicalistas só não puderam acompanhar a sessão porque, na verdade, queriam impedir que ela acontecesse. De resto, o Poder Legislativo é exercido por representantes ELEITOS pelo povo. As corporações de ofício não precisam ocupar as galerias para que um vereador, um deputado estadual ou um parlamentar federal tenham legitimidade.
Vejam que fabuloso! A juíza Roseli decidiu suspender uma sessão da Câmara porque, sei lá como dizer, “o povo” não estava presente. Em agosto, uma colega sua, Margaret de Olivaes Valle dos Santos, da 6ª Vara de Fazenda Pública do TJ, negou uma liminar de reintegração de posse do prédio, que fora ocupado por membros do PSOL, que exigiam que um vereador seu fosse relator da CPI dos Transportes.
E se esse mesmo adorável “povo” decidir invadir os tribunais da Justiça brasileira, partindo do pressuposto de que, afinal, também os juízes agem por delegação. A Justiça, tanto quanto o Legislativo e o Executivo, é só uma representação do povo. Os magistrados estão lá porque não é possível a cada cidadão fazer Justiça por conta própria e com as próprias mãos. Juízes, na história da humanidade, precedem os políticos na tarefa da representação. Ora, assim como as pessoas demonstram um certo enfaro com os membros do Legislativo, podem descobrir que boa parte da impunidade é mesmo fabricada, infelizmente, nos tribunais. Também no caso de ocupação de palácios da Justiça, negar-se-iam liminares de reintegrações de posse?
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pichações tomam área central de Juiz de Fora

15 de Outubro de 2013 - Juiz de Fora 
Manifestações de grupos provocam indignação e revolta em moradores e comerciantes
Por Nathália Carvalho

Esquinas das ruas Santo Antônio e Fernando Lobo


As pichações pela cidade, que se mantinham de forma tímida há alguns meses, agora tomam muros, prédios, portões e paredes de várias regiões da cidade, principalmente no Centro e nos bairros Santa Helena e São Mateus. Nos últimos dias, as manifestações se intensificaram, atingindo até mesmo três ambulâncias. Se de um lado, as pinturas são vistas como forma de expressão de um grupo, de outro causam indignação e revolta, deixando acuados comerciantes e moradores, que nem sempre registram a queixa, temendo retaliações. Inconformados, moradores e comerciantes de ruas do Centro dizem não saber a quem recorrer. Com as paredes danificadas, resta pintar novamente aos que têm esta oportunidade. 

Diante desta nova onda de pichações, a Tribuna percorreu ruas onde os atos foram mais intensificados, conversou com pessoas que tiveram imóveis afetados e percebeu que muitos deles teriam identificado os responsáveis como moradores da própria região. Os riscos, rabiscos, assinaturas, manchas, marcas são fruto de uma juventude insatisfeita e ousada, que parece não temer as punições. O caminho, apontado por quem se preocupa com a situação, é criar alternativas de inseri-los em atividades de desenvolvimento artístico ou ordená-los a buscar outras formas de expressar suas inquietações.

Entre as ruas mais afetadas está a Benjamin Constant. Após vários registros de pichações em residências da via, na última sexta-feira, os grupos foram além e resolveram intensificar a agressão. Três ambulâncias, sendo uma do Samu e duas do serviço de transporte inter-hospitalar no município, foram pichadas e não puderam circular por cerca de 12 horas, comprometendo o transporte de pacientes da rede pública. Polícias estiveram no local e realizaram perícia, mas os jovens, vistos por um vigilante, não foram encontrados. Após a ocorrência, um leitor relatou que chegou a flagrar dois jovens pichando uma loja na Santo Antônio, ligou para a polícia passando a descrição deles, mas nada foi feito. "Os moradores da nossa cidade pedem socorro. Somente a instalação de câmeras não resolve, precisamos de mais policiais e viaturas nas ruas e nas praças", pediu.

Desde o início do ano, a Tribuna acompanha casos envolvendo pichações pela cidade. No dia 19 de fevereiro, o alastramento das pichações foi tema de audiência pública na Câmara Municipal, com a presença de vereadores, policiais, comerciantes e administradores públicos. 

Na época, o vereador Rodrigo Mattos (PSDB) disse que marcaria reuniões entre o Legislativo, as polícias e o Juizado Especial de Pequenas Causas para discussão de implementação de projetos que envolviam novas formas artísticas e direcionamento dos infratores para oficinas. No mês seguinte, a 1ª Delegacia de Polícia Civil identificou sete pessoas, cinco delas adolescentes, como sendo responsáveis pelos atos, principalmente na Zona Sul. O delegado José Márcio Carneiro informou, na ocasião, que os jovens eram de famílias de classe média alta. Segundo Rodrigo, os encontros para debater a questão aconteceram no início do ano, mas, com a identificação dos suspeitos, a situação foi acalmada. "Com a aparição dos novos casos agora, pretendo entrar em contato com as polícias e pedir a intensificação da apuração das ocorrências."

Desrespeito e descuido
Para buscar detalhes sobre o que vem ocorrendo no Centro, a Tribuna percorreu, em dias diferentes, alguns pontos da região central e conversou com moradores e comerciantes. No primeiro dia, 27 de setembro, vários flagrantes foram registrados ao longo de ruas como São Sebastião, Santo Antônio, Silva Jardim, Espírito Santo, Benjamin Constant e Tiradentes. Contudo, dias depois, a situação pareceu ter se agravado. 

No dia 1º deste mês, vários pontos amanheceram com novas pichações, provavelmente de um grupo que percorreu a cidade na madrugada. Em um dos casos que mais chamou a atenção, na Rua Benjamin, próximo à Santo Antônio, uma moradora que teve sua casa depredada e preferiu não se identificar, contou que mora no local há 40 anos e que isso nunca havia acontecido. "Tem tanto lugar abandonado na cidade, sujo e feio precisando de umas cores, eles poderiam contribuir e ajudar." Com medo de ameaças que amigos sofreram, ela opta por não chamar a polícia. "A impressão que tenho é que eles vão voltar para pintar o resto." E foi o que aconteceu. Uma semana após a Tribuna conversar com a aposentada, ela entrou em contato com a redação para contar que os jovens haviam voltado para pichar mais. "Pintaram agora minha garagem e a casa de uma vizinha."

Próximo dali, os muros do Colégio Apogeu também foram pichados. Segundo o gerente administrativo da rede, Marcos Aurélio Martins, o local passou por manutenção há cerca de dois meses, e há um mês, houve a pichação. "É desagradável, causa má impressão. Nunca tivemos problema com isso, mas já que aconteceu, vamos acelerar um projeto e realizar um trabalho artístico no muro." Na Avenida Itamar Franco, um estabelecimento localizado próximo à esquina com Santo Antônio, também amanheceu pichado no dia 1º. O proprietário preferiu não falar sobre o assunto e, no dia seguinte, mandou pintar o imóvel. Na Number One, na Rua Santo Antônio, a diretora diz que o prédio havia acabado de ser pintado quando os vândalos realizaram a pichação. "É um absurdo, é esteticamente feio e mostra desrespeito e descuido com a cidade", comenta Leila Chagas.

Outra rua tomada pelas pichações é a Tiradentes, principalmente entre a Espírito Santo e a Marechal Deodoro. Praticamente todas as residências e comércios, de ambos os lados, apresentam marcas deste tipo de vandalismo. Trabalhando há dois anos no local, o chaveiro Telmo Fernandes alega já ter revitalizado a fachada do comércio três vezes. "Há aproximadamente 15 dias, eu havia pintado e, agora, apareceram umas novas. Agora, já desisti de gastar dinheiro." A vizinha Ângela de Matos, 49, comenta que faz pouco tempo que pintou a casa, mas que a situação é frequente. "Parece que eles vão pichando aos poucos."

Imagens flagram ação de vândalos
Indignada com a situação, uma moradora do Centro, vítima da onda de pichações do dia 1º, resolveu conversar com vizinhos para procurar possíveis suspeitos. "Uma amiga ouviu o barulho de madrugada e viu a ação deles. No dia seguinte, ela reconheceu o carro passando pela rua e os jovens mostrando o trabalho do dia anterior. Logo em seguida, o veículo entrou em um prédio da nossa rua." Na semana seguinte, quando a situação voltou a ocorrer na região, moradores confirmaram a cor do carro. "Temos medo de eles aparecerem de novo, mas vamos continuar investigando." Na semana passada, moradores informaram que um porteiro viu a ação e chamou a PM, que não compareceu. "Ficamos à mercê deles. Em Juiz de Fora, não vemos mais policiamento nas ruas. Só nos resta ficar vigiando", diz a moradora.

Algumas imagens de prédios identificam o rosto dos suspeitos, contudo, em um dos casos o proprietário do imóvel preferiu não mostrá-las à polícia e nem divulgá-las publicamente. Em um prédio na esquina das ruas Santo Antônio com São Sebastião, uma câmera localizada próximo à garagem registrou a ação dos jovens no dia 1º. Apesar da baixa qualidade das imagens, o circuito conseguiu flagrar o momento em que dois homens chegam às 3h15 e começam a pichar.

Segundo o comandante da 30ª Companhia da PM, capitão Marcelo Monteiro de Castro, quando a PM se depara com este tipo de situação, o infrator é levado para a delegacia. "Caso contrário, para saber quem é o responsável pela pichação, é necessário realizar a denúncia para tomarmos as providências cabíveis."

Por meio de sua assessoria, a Polícia Civil informou que é necessária a participação da população para a apuração dos crimes. A pichação é considerada como crime de dano e depende do registro do boletim de ocorrência policial para qualquer procedimento. Já com relação às pessoas que possuem informações sobre os autores das pichações e receiam em denunciar, a colaboração pode ser feita pelo 181, de forma anônima. Ainda de acordo com a assessoria, foram localizados apenas três registros de dano por pichações em Juiz de Fora neste ano. Segundo um dos titulares da 1ª Delegacia Regional, Eurico da Cunha, a investigação depende da participação da PM. "Aqueles pichadores que agiam na Zona Sul não apareceram mais após serem encaminhados para a Justiça. Mas a investigação destes casos é complicada. Não posso tirar uma equipe que está atrás de drogas, por exemplo, para ficar atrás de pichadores. É um crime em que a pessoa não vai ficar presa, então nosso trabalho é mais de intimidação e de alertar a família." Para quem realiza pichações, estão previstas punições no Código Penal, como multas e detenção. Em Juiz de Fora, a Lei Municipal 9.379 prevê que infratores sejam penalizados com advertência, reparo do dano em até cinco dias e multa.

Demarcação de território
Para o professor de comunicação da UFJF e pesquisador nas áreas de saúde, violência e juventude Wedencley Alves, o principal objetivo dos grupos de depredadores é a busca por visibilidade. "Essa violência do jovem é uma forma de expressão. O que a cidade tinha que fazer é tentar maneiras não violentas como alternativa para essas atitudes. Quando eles se sentem não reconhecidos socialmente, nem sempre vão buscar canais institucionais para se expressar, daí surgem as provocações. Eles sabem que são mal vistos, mas fazem porque incomodam." Segundo o professor, as pichações buscam marcar território, e a linguagem da repressão não facilita o entendimento. "Uma solução é o Poder Público ouvi-los, sem tratá-los como bandidos ou ignorá-los."

Na opinião da articuladora cultural do projeto "Gente em primeiro lugar", da Prefeitura, Fernanda Toledo, conhecida como Pequena, é uma situação delicada e não isolada, mas que merece ser vista com um outro olhar além da repressão. "Os jovens estão denunciando outras carências sociais, que não necessariamente são econômicas. Eles reivindicam seu espaço e denunciam que algo não está bem na sociedade. A rua é o lugar de expor o trabalho deles, mais do que em uma galeria de arte." A artista, que passou dois anos fazendo pichações, hoje dá aulas de sua arte, aprimorada em oficinas, e trabalha com jovens, buscando ensinar as diversas expressões artísticas de uma forma geral.

No entendimento do professor de direito penal e criminologia da UFJF Leandro Oliveira Silva, a principal iniciativa das autoridades é ouvir o "grito de alerta" como uma forma de clamor por mais assistência, políticas públicas e educação. "É necessário entender quem são esses agentes e qual é o seu recado. Lembrando que antes, grafiteiros eram vistos como criminosos e hoje possuem respaldo da legislação, que os entende como artistas de rua. Já em um segundo momento, precisamos elaborar medidas para que este tipo de situação não ocorra e criar outros meios de canalizar suas vontades."

Segundo o chefe do Departamento da Juventude da Secretaria de Desenvolvimento Social, José Francisco de Oliveira Sobrinho, existe preocupação em criar uma interlocução entre o Poder Público e a juventude, como foi a elaboração do Plano Municipal da Juventude. "Estamos buscando dar voz aos jovens, identificando os problemas desse segmento e as possíveis soluções conjuntas. Neste sentido, buscamos mapear a juventude juiz-forana, fazendo um levantamento das organizações juvenis e, através deles, criar a interlocução com segmentos alheios à participação social."

Polícia localiza drogas e munições de calibre restrito em Juiz de Fora

15/10/2013 - Juiz de Fora
Do G1 Zona da Mata
Cerca de 40 pedras de crack, uma porção de maconha e cinco munições calibre nove milímetros (de uso restrito das Forças Armadas) foram apreendidos nesta terça-feira (15) em Juiz de Fora. 

Segundo a Delegacia Antidrogas da Polícia Civil, a ação foi no Bairro Santa Luzia. O material foi localizado dentro de uma casa e os dois homens que estavam no local foram presos. (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Operação intercepta ônibus irregulares para Matias Barbosa

15 de Outubro de 2013
Por Eduardo Valente

Uma operação contra o transporte irregular de passageiros, desmantelada no início da manhã desta terça-feira (15) pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG), interceptou sete ônibus da Frotanobre que operava a linha entre Matias Barbosa e Juiz de Fora. A ação foi determinada pelo Ministério Público Estadual, após comprovar que a empresa realizava o serviço sem a concessão pública, vencida desde 31 de março deste ano. O trabalho contou com o apoio da Polícia Militar e foi acompanhado por fiscais da Receita Estadual.

A previsão inicial do departamento era de interceptar os oito primeiros ônibus que chegariam a Juiz de Fora, na Praça da Estação. O último, no entanto, teria tido a viagem cancelada. Conforme o diretor de Fiscalização do DER/MG, João Afonso Baeta Costa Machado, a concessão pública não foi renovada porque a empresa não está em dia com os pagamentos de impostos, e por isso não apresentou certidão negativa de débito. Segundo informações do DER a empresa tem dívida com o fisco, além de cerca de 200 multas administrativas emitidas pelo DER/MG, não só pelo transporte irregular, como também pela situação dos veículos. Os ônibus tirados de circulação foram substituídos por outros, de empresas legalizadas, para que não houvesse prejuízos imediatos a quem necessita do serviço. Conforme Baeta, é um fato inédito uma empresa que era regular se tornar clandestina.

Por volta de 9h desta terça-feira, os ônibus interceptados foram levados para o pátio do departamento, no Bairro Santa Terezinha, onde passaram por vistorias, já que uma das denúncia era de precariedade e falta de manutenção dos coletivos. Entre os problemas mais comuns encontrados estavam falhas graves nos sistemas de direção, suspensão e freio. Segundo o vistoriador Ildefonso Avelar, tal situação poderia resultar em acidentes graves, pois os veículos não ofereciam segurança para os passageiros.

A reportagem tentou contato com a Frotanobre, mas ainda não teve retorno.

domingo, 13 de outubro de 2013

Vítimas são presas no banheiro em assalto a açougue em Juiz de Fora

Do G1 Zona da Mata

Três indivíduos armados assaltaram um açougue na Rua Sérgio Barbosa, no Bairro Barão do Retiro em Juiz de Fora na noite desta sexta-feira (11). Segundo a Polícia Militar (PM), os autores foram identificados e todos têm passagem pela polícia, inclusive por porte ilegal de armas e homicídio. Foi feito rastreamento, mas eles não foram localizados até o momento.

Durante a ação, três pessoas que estavam no açougue foram presas no banheiro. Foram roubados quase R$ 2.600, dois cheques nos valores de R$ 150 e R$ 789, duas facas de açougueiro, um celular e vários quilos de carne.

Marinha confirma nove mortos em naufrágio no Amapá

13/10/13 
DA REDAÇÃO

Mais uma pessoa foi encontrada morta neste domingo (13) na orla de Macapá, no Amapá, vítima do naufrágio de uma embarcação que integrou a procissão fluvial do Círio de Nazaré na manhã de sábado (12). Pelo levantamento da Marinha, que coordena os trabalhos de busca e resgate, o número de mortos chegou a nove.

A equipe da Capitania dos Portos permanecerá no local até que todos os indícios de mais vítimas estejam descartados. De acordo com a assessoria da corporação, algumas pessoas continuam procurando por parentes e amigos desaparecidos. Geralmente, esse tipo de trabalho dura três dias.

A embarcação Capitão Reis 1 naufragou por volta das 11h, nas proximidades do Igarapé das Pedrinhas, no Amapá, quando retornava à cidade de Santana, a cerca de 20 quilômetros de Macapá, depois de fazer o percurso da procissão fluvial do Círio de Nazaré.

O barco foi vistoriado pela capitania antes de partir para o evento e foram confirmadas as condições regulares, documentação e número máximo de pessoas a bordo: três tripulantes e 40 passageiros.
Agência Brasil 

Três cidades da Zona da Mata ficam sem fornecimento de energia

12/10/2013 
Do G1 Zona da Mata
Três cidades ficarão sem fornecimento de energia
(Foto: Reprodução / TV Integração)

O serviço de energia elétrica será parcialmente interrompido em bairros de Juiz de Fora, Lima Duarte e Santos Dumont neste domingo (13) e nesta segunda-feira (14). Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), mais de 3.330 consumidores serão afetados. O motivo da interrupção, de acordo com a Cemig, é a realização de obras para melhoria na rede elétrica. Veja os pontos que ficarão sem energia:

Juiz de Fora
Bairro Centro, entre 7h e 13h do dia 13 de outubro:
Avenida Barão do Rio Branco, entre números 2143 e 2555
Galeria Ali Halfeld, número 58
Galeria Doutor João Beraldo, entre números 1 e 904
Galeria Epaminodas Braga, entre números 0 e 680
Galeria Phintias Guimarães, entre números 10 e 77
Galeria Pio X, entre números 8 e 310
Praça João Pessoa, entre números 4 e 15
Rua Barão de São João Nepomuceno, entre números 326 e 419
Rua Espírito Santo, número 1115
Rua Halfeld, entre números 1 e 836
Rua Marechal Deodoro, entre números 546 e 662
Rua Santa Rita, entre números 2337 e 2337

Bairro Ponte Preta, entre 8h30 e 14h30 do dia 13 de outubro:
Avenida Ferrea, entre números 6 e 270
Avenida Tenente Atila Vinicius R, entre números 1 e 501
Rua Ari G Oliveira, entre números 6 e 99
Rua Deny A Abreu, entre números 1 e 12
Rua Gabriel Sobreira, entre números 6 e 173
Rua Iracy Silva, entre números 3 e 80
Rua Ivan José da Hora, entre números 16 e 120
Rua João Abreu Filho, entre números 2 e 326
Rua José S Rosa, entre números 3 e 62
Rua Jovelina Maria Franco, entre números 1 e 8
Rua Maria Verônica Reis, entre números 4 e 131
Rua Nilson José Abreu, entre números 5 e 179
Rua Orozino Josino Oliveira, entre números 9 e 47
Rua R, entre números 3 e 29
Rua Sebastião Kistenmacker, entre números 22 e 69
Rua Ursulino M Hora, entre números 19 e 185
Travessa Maria Júlia, entre números 3 e 7

Distrito Industrial, entre 8h30 e 14h30 do dia 13 de outubro:
Rua Antônio Simão Firjan, entre números 975 e 2000
Rua Bruno Simili, entre números 18 e 999
Rua Fernando Lamarca, número 250
Rua Júlio D Cardoso, número 70

Bairro Industrial, entre 8h30 e 12h do dia 14 de outubro:
Avenida Brasil, entre números 1199 e 12294
Rua Conego Roussim, entre números 221 e 351
Rua Lucio Bittencourt, entre números 20 e 70
Rua Moura Valente, entre números 8 e 44

Bairros Manoel Honório, Santa Terezinha e Quintas da Avenida II, entre 9h e 14h do dia 14 de outubro:
Avenida Barão do Rio Branco, entre números 2 e 10, Santa Terezinha
Avenida Barão do Rio Branco, entre números 37 e 65, Manoel Honório
Rua Antônio Francisco de Lemo, entre números 38 e 57, Manoel Honorio
Rua César Luna, entre números 11 e 52, Quintas Avenida II
Rua Geraldo Mostaro, entre números 14 e 40, Quintas Avenida II
Rua Max Stephane, entre números 15 e 80, Manoel Honório
Rua Victório Zarantonello, entre números 16 e 35, Quintas Avenida II

Bairros Centro, Cerâmica, Pineiros e São Francisco, entre 9h30 e 12h30 do dia 14 de outubro:
Praça Conego Carlos, entre números 34 e 130, São Francisco
Rua Analio Moreira, entre números 18 e 160, Centro
Rua Apolo Onze, entre números 31 e 200, São Francisco
Rua Conego Carlos, entre números 4 e 130, São Francisco
Rua Guaraciaba de Almeida Mor, entre números 19 e 105, Centro
Rua Juarez da Cunha, entre números 155 e 167, Lot. Pineiros
Rua Juarez da Cunha número 253, Lot Pineiros
Travessa Conego Carlos, entre números 17 e 38, São Francisco
Vila Cerâmica, entre números 1 e 133, Cerâmica - entre 10h e 15h

Bairros Glória, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora das Graças, entre 10h e 15h do dia 14 de outubro:
Rua Ana Pitella, entre números 2 e 198, Glória
Rua Aprigio Alves Pereira, entre números 11 e 41, Nossa Senhora Da Glória
Rua Frei Edmar Pulman, entre números 10 e 636, Nossa Senhora Das Graças
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Projeto vai vetar uso do capacete em locais fechados em Volta Redonda, RJ

13/10/2013 

Do G1 Sul do Rio e Costa Verde
Uma lei aprovada por unanimidade em uma segunda sessão de votação na Câmara Municipal de Volta Redonda, RJ, quer coibir o uso de capacete no interior de estabelecimentos públicos e particulares. O objetivo é evitar que o equipamento de segurança seja usado para esconder o rosto de criminosos. "Assalto hoje, assalto a comércio, a condomínios, 90% são pessoas usando capacete. Para que o cidadão de bem não passe constrangimento, quem tem que passar é quem está a margem da lei, ou seja, bandidos e ladrões", explicou José Augusto Miranda, vereador

O flagrante pode ser feito por policiais militares, civis e guardas municipais. De acordo com dados da polícia civil, a cada 10 casos de homicídio praticados por traficantes de drogas na cidade, em sete eles usam capacete e moto. "Através dessa proibição, vai ficar mais difícil, ou seja, vai se inibir essas ações delituosas ou, caso elas venham a acontecer, vai permitir a polícia civil ter maior êxito nas investigações", disse o delegado titular da 93ª DP da cidade, Antônio Furtado.

Para a iniciativa ser colocada em prática ainda falta a aprovação do prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB). "Em até 15 dias, ele vai sancionar essa lei e nós teremos um prazo, de 45 dias, pra que a gente possa, junto com os órgãos competentes, passar esse esclarecimento maior pra população", explicou o vereador.

Estátua da Liberdade reabre ao público após paralisação nos EUA

13/10/2013 
Da Reuters
Jackson Blendowski, de 6 anos, observa a Estátua da Liberdade durante a reabertura ao público nos EUA (Foto: John Minchillo/AP)

A Estátua da Liberdade, fechada com a paralisação do governo federal dos Estados Unidos, foi reaberta aos visitantes neste domingo após o governo do Estado de Nova York concordar em dar o dinheiro para que o Serviço Nacional de Parques pague os funcionários que trabalham no monumento.

A atração está entre os 10 monumentos e parques nacionais que reabriram neste fim de semana depois de acordos similares serem fechados com os governos estaduais, disse o Serviço Nacional de Parques, incluindo o Parque Nacional do Grand Canyon, no Arizona.

Em Nova York, o governador Andrew Cuomo disse que o Estado vai dar ao governo federal US$ 61,6 mil por dia, permitindo aos visitantes voltarem às barcas que fazem a travessia até a ilha onde fica a Estátua da Liberdade.

Em uma coletiva de imprensa montada neste domingo próxima ao local de onde saem as barcas em direção ao monumento, Cuomo chamou o acordo de "arranjo incomum", mas disse que seu custo "é pequeno em comparação ao dinheiro que estamos perdendo".

Ele disse que o fechamento do monumento de 93 metros de altura, uma das atrações mais populares da cidade de Nova York, estava causando prejuízo financeiro aos negócios locais e ameaçava centenas de empregos na Ilha da Liberdade, onde fica a estátua, e nas barcas que levam à ilha a partir de Manhattan.

O Estado concordou em financiar os próximos quatro dias de funcionamento e vai rever o acordo a cada dois dias se a paralisação do governo federal continuar, disse Cuomo.

Ao todo, 401 atrações administradas pelo Serviço Federal de Parques dos Estados Unidos em todo país foram forçadas a fechar ao público em 1º de outubro, após o Congresso dos EUA e a Casa Branca não conseguirem chegar a um entendimento sobre o aumento do teto da dívida do país.