11/07/2013
Do G1, em São Paulo
Ao menos 80 trechos de rodovias em 18 estados foram bloqueados por manifestantes até as 13h30 desta quinta-feira (11), no Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações, organizado por centrais sindicais e movimentos sociais. As interrupções foram mais intensas no início da manhã, mas pontos de estradas em 11 estados ainda permaneciam interrompidos no início da tarde. Em algumas rodovias houve queima de pneus, mas não há, até o momento, registro de confronto com a polícia (siga as últimas informações em tempo real).
Além de atos em rodovias, passeatas ocuparam ruas e avenidas de diversas cidades, fecharam o acesso a alguns portos e impediram o funcionamento de serviços de transporte público e de correio. Em ao menos cinco estados agências bancárias não abriram normalmente.
Todos os estados e o Distrito Federal tiveram protestos. Na lista de reivindicações estão pautas trabalhistas, como fim do fator previdenciário e das terceirizações, valorização da aposentadoria e redução da jornada de trabalho. Também há pedidos por reforma agrária e pelo fim dos leilões de poços de petróleo, entre muitas outras pautas de diferentes setores.
Tumultos
Em Mogi das Cruzes (SP), um grupo de manifestantes quebrou o portão e invadiu uma unidade da Gerdau, indústria que fica na Rodovia Ayrton Senna, para paralisar a produção. Cerca de 20 funcionários estavam no local e todos saíram. A ação durou cerca de 40 minutos.
Em Santos (SP), houve um pequeno tumulto envolvendo motociclistas e manifestantes no início da manhã. Em Natal (RN), um homem foi preso pela Polícia Militar por volta das 10h30. Ele estava dirigindo um ônibus alugado e transportando pneus usados que, segundo a polícia, seriam queimados no protesto. O suspeito foi levado para a delegacia de plantão da zona Sul da capital.
PRF fará desbloqueios
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou por telefone ao G1 que o governo federal vai tentar desbloquear rodovias federais interditadas por manifestantes. Segundo ele, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) buscará a desobstrução "pelo diálogo" e, depois, "a força policial vai conseguindo a desobstrução pelas vias legais".
De acordo com Cardozo, o governo reconhece a liberdade de manifestação, mas não concorda com o impedimento de "ir e vir das pessoas".
"O governo, embora reconheça a liberdade de manifestações, não pode concordar com o fechamento de estradas. O fechamento das estradas afeta o direito de ir e vir dos cidadãos, por esta razão, embora reconheçamos as manifestações, nós não concordamos com o fechamento das estradas e a Polícia Rodoviária Federal buscará atuar para desobstruir as estradas para garantir o direito de ir e vir", afirmou o ministro.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou em nota ter obtido junto à Justiça Federal em São Paulo decisão liminar que proíbe a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Força Sindical de interromperem rodovias federais do Estado. Em caso de descumprimento, está previsto multa de R$ 100 mil por hora.
Avenida Paulista
Pela manhã, diversas rodovias de São Paulo registraram bloqueios, entre elas Ayrton Senna, Dutra, Anhanguera, Anchieta, Cônego Domênico Rangoni e Padre Manoel da Nóbrega. às 13h30, no entanto, não havia nenhuma estrada interditada por manifestações no estado. Na capital, a Avenida Paulista é a única via com manifestação ativa, segundo a CET, tendo sida totalmente fechada (entenda as manifestações em São Paulo).
Apesar da série de protestos programados em São Paulo, os trens da CPTM e do Metrô e os ônibus operam normalmente na capital até o momento. Os sindicatos dos funcionários dos transportes públicos decidiram na quarta (10) não paralisar as atividades.
Manifestantes fecham a Avenida Paulista durante passeata em dia de protestos no país (Foto: Caio Kenji/G1)