Ninguém entra ou sai até o final do manifesto que só deve terminar no fim da manhã
Denis Pereira – A Voz da Notícia
O movimento “Acorda Cafeicultura” liderado pelos Sindicatos dos Produtores e Trabalhadores Rurais, Associação Comercial e Cocatrel, ganhou a adesão de vários seguimentos e já está nas ruas.
Desde as 5 horas da manhã, em todas as entradas e saídas da cidade ninguém sai ou entra em Três Pontas. Grupos de cafeicultores estão com máquinas, tratores e veículos bloqueando todos os pontos – na MG 167, saída para Varginha e Santana da Vargem, saída para Campos Gerais e Carmo da Cachoeira, próximo da Fábrica de Brinquedos Estrela, no Jardim Greenville, saída para Santana pelo bairro Cidade Jardim.
Por volta das 5:30, produtores colocaram fogo em palha de café em todas as saídas. Polícia Militar, Polícia Militar Rodoviária Estadual e do Meio Ambiente.
Eles deixarão estes pontos por volta de 9 horas quando eles fazem uma passeata que vai se encontrar na Praça Cônego Victor, onde percorrerão algumas ruas do comércio, empunhando faixas, cartazes e utilizando nariz de palhaço.
O movimento acompanha a onda nacional de protestos e demonstra a insatisfação. A manifestação tenta sensibilizar a sociedade e os governantes sobre tal situação difícil em que a cafeicultura se encontra e que se não mudar, pode ameaçar cerca de 8 milhões de
empregos diretos e indiretos. Em pleno período de colheita os produtores estão enfrentando dificuldades para arcar com os altos custos da mão de obra para a colheita, que no geral chega a representar 40% do custo total do café. Os baixos preços do café, que são os menores recebidos em 4 anos. A saca do café que em 2011 valia R$500 hoje vale R$250.
As principais reivindicações do setor são a garantia de preço mínimo remunerador, a viabilização da liquidação da dívida setorial pelo sistema equivalência-produto e o programa de Opção Pública para obtenção de cotações que gerem renda ao produtor. Com o atendimento por parte do Governo Federal, haverá a garantia de produção e, consequentemente, dos empregos.
O setor produtor da cafeicultura nacional, vivencia, há anos, uma situação complicada: a falta de renda da produção de café arábica brasileiro e o conseqüente endividamento da atividade, o custo da produção devido aos aumentos excessivos dos insumos e as adversidades climáticas são os principais problemas enfrentados.
O movimento “Acorda Cafeicultura” entende que uma mobilização social é uma garantia democrática, mas, defenda que seja realizada de maneira a garantir a segurança dos envolvidos, pacífica e tranqüila.
A Polícia Militar recebeu amplo reforço para atuar no evento e se reuniu algumas vezes desde o último sábado com a organização para traçar questões de segurança do manifesto.