21/05/2013
Anteontem, 14 pessoas ficaram reféns de três bandidos, que explodiram um caixa eletrônico
NATÁLIA OLIVEIRA E JHONNY CAZETTA
Frequentes roubos, assaltos e explosões de caixas eletrônicos no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na capital – onde três bandidos fizeram 14 reféns e roubaram um caixa, anteontem –, expõem alunos e professores ao medo. Apesar de a assessoria de imprensa da instituição ter informado que a polícia recolheu, ontem, novas imagens das câmeras de segurança do campus, nenhum suspeito foi preso, e a sensação entre os frequentadores é de insegurança.
“Todo dia, é um roubo ou assalto. Eu até evito frequentar os bancos daqui”, disse Patrícia Albuquerque, 22, estudante de engenharia. “Você vem dar aula e, de repente, se torna refém de bandidos”, desabafou uma professora que preferiu anonimato.
A assessoria de imprensa da UFMG informou que a instituição, que tem 533 câmeras, vai instalar 564 novos equipamentos na universidade, 18 deles de “speed home”, que aproxima mais a imagem. Contudo, para Ludmila Ribeiro, membro do Centro de Estudos de Criminalidade e Segura da UFMG, as câmeras não são eficientes.
“Se ninguém monitora as imagens, os bandidos se sentem livres para roubar”, disse. Segundo ela, o ideal é fazer controle dos visitantes no campus, sistema que em implementação.
Atualmente, 851 funcionários fazem a segurança de 21 prédios. O Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes (RCAT) também faz o policiamento no campus. “São de seis a oito cavalos e duas viaturas por dia”, disse o comandante do RCAT, coronel Mac Dowel.
Entorno. Segundo os alunos, a tensão se estende ao entorno do campus. “Uma amiga minha foi roubada em um ponto de ônibus aqui perto”, disse o estudante de letras Vitor Brauer, 24. Já o comandante do policiamento do 34º Batalhão, responsável pelo entorno do campus, major Edson Gonçalves, afirmou que as ocorrências de assaltos estão estáveis.
“Estamos em contato com a UFMG e vendo a melhor forma de policiamento. A maior preocupação no campus é com a entrada pelo bairro Ouro Preto, onde há número maior de ocorrências”, disse. O comandante não informou as ocorrências no local e disse que somente a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) poderiam repassar os dados. A Seds, por sua vez, informou não ter o recorte.