29/04/2013
TABATA MARTINS
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FOTO: WEBREPÓRTER GUILHERME ALEXANDER
Bilhete deixado pelos criminosos
Indignação, esse é o sentimento que tomou conta do dono do supermercado Asa da Gaivota, localizado na rua Cleanto, no bairro Nazaré, na região Nordeste de Belo Horizonte. O estabelecimento comercial já foi alvo de bandidos seis vezes só este ano e, até o momento, nenhum bandido foi identificado ou preso pela polícia.
O último crime foi registrado na madrugada desta segunda-feira (29), quando os criminosos arrombaram, furtaram e ainda tiveram a audácia de deixar um bilhete pedindo perdão ao proprietário do supermercado. “Jesus me perdoe e te abençoe. Perdão meu Deus”, diz o recado deixado pelos ladrões em um dos caixas que foi esvaziado do local.
“Desta vez, os criminosos quebraram as janelas laterais que ficam a quatro metros de altura e levaram muitas mercadorias, além de em torno de R$ 600. Na última sexta-feira (26), eu, seis funcionários e dois clientes fomos rendidos por dois homens armados na hora do almoço, quando levaram R$ 15 mil em dinheiro do meu escritório”, conta Alessandro Morais, de 33 anos, dono do supermercado. O valor do prejuízo total sofrido nesta segunda ainda não foi calculado pelo empresário.
Crédito: WEB REPÓRTER GUILHERME ALEXANDER
Além da revolta em relação à reincidência dos roubos e assaltos, o dono do supermercado ainda alega que o bairro Nazaré, onde também tem um açougue, não tem policiamento suficiente para combater à onda de violência. “Até o meu açougue já foi assaltado, assim como outros comércios na região durante este ano e o ano passado. Hoje, liguei para a polícia mais uma vez e fui informado que os policiais não poderiam ir até o meu estabelecimento fazer o boletim de ocorrência na mesma hora, uma vez a 24ª Companhia do 16º Batalhão da Polícia Militar só tem duas viaturas para atender oito bairros. Não temos segurança alguma para trabalhar, levar nossos filhos para a escola, para nada na verdade”, desabafa Alessandro Morais. Porém, de acordo com assessoria de imprensa do mesmo batalhão, não há um número exato de viaturas e militares para atender um bairro específico da região Nordeste da capital mineira.
A explicação dada sobre a demora de atendimento é que o major Sales, que é o responsável pela 24ª Companhia do 16º BP, procura intensificar o policiamento nos horários em que é mais comum o registro de furtos e assaltos, como no começo da tarde e noite. Já em relação à reincidência de crimes registrados no supermercado Asa da Gaivota, a assessoria de imprensa esclareceu que cada companhia tem um analista criminal, que tem a função de identificar os locais de maior registro de práticas criminosas e ler cada boletim de ocorrência para levantar e cruzar dados dos autores dos delitos. Por fim, a assessoria também informou que o major Sales foi orientado a procurar Alessandro Morais na tentativa de pegar mais dados e prender os responsáveis pelos seis crimes ocorridos no estabelecimento comercial só este ano. No entanto, enquanto o policiamento no bairro Nazaré não é reforçado, Alessandro Morais decidiu comprar câmeras de segurança para instalar no supermercado. “Como a polícia não consegue nos dar segurança, estou tomando medidas por conta própria”, diz o empresário.
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