segunda-feira, 29 de abril de 2013

Capitão é preso suspeito de fraude em concurso da Polícia Militar

29/04/2013 
Michelly Oda
Do G1 Grande Minas
Capitão Daílson da Silva está preso no quartel da PM (Foto: Reprodução / Inter TV Grande Minas)

Um capitão da Polícia Militar foi preso nesta segunda-feira (29), suspeito de participar de fraude no concurso público da corporação realizado neste domingo (28). Um ex-militar está foragido e também é apontado como participante do susposto esquema. São eles: Daílson da Silva e José Carlos Eulálio.

O concurso da Polícia MIlitar de Minas Gerais teve 124 mil inscritos, sendo 10.270 em Montes Claros. Para o Norte de Minas são disponibilizadas 30 vagas, das 1.600.

Segundo informações do boletim de ocorrência, a fraude teria sido descoberta após um candidato ter esquecido um celular depois de sair da sala de exame, na escola estadual Delfino Magalhães. Um sargento que aplicava a prova viu o aparelho e suspeitou ao ver que haviam 39 chamadas não atendidas, em um curto espaço de tempo, no momento da realização do concurso.
Sala de aula onde candidato abandonou celular(Foto: Michelly Oda / G1)

Após levantamentos, os policias chegaram ao candidato Carlos Alves da Silva, de 27 anos, morador do bairro Alto da Boa Vista. Ele informou que abandonou o celular depois de receber o gabarito da prova, que teria sido enviado por José Carlos Eulálio, ex-cabo da PM, que foi expulso da corporação após ter sido condenado pelo assasssinato de um empresário de Montes Claros, em 2004.

José Carlos Eulálio teria entrado em contato com o candidato para combinar o local para o pagamento da suposta fraude. Com essa informação, os policiais foram ao encontro do ex-cabo, que estava sendo monitorado e fugiu de carro pela BR-251. Ao se dirigir para a comunidade de Campos Elízios, ele bateu o carro e neste momento foi reconhecido pelos militares. Após uma troca de tiros, o suspeito entrou em um matagal.

No carro de José Carlos, foram localizados pontos eletrônicos e diversos celulares, além de documentos que faziam referência ao capitão da PM, Daílson da Silva. A partir dessas informações, a juíza Maria Isabele Freire expediu mandados de busca e apreensão e de prisão. O militar foi preso em casa.
Estrada rural por onde ex-militar fugiu após sair da BR-251 (Foto: Michelly Oda / G1)

"Cumprimos o mandado de prisão preventiva e a investigação segue para a delegacia responsável. O material apreendido será analisado. O suspeito esteve aqui, na presença do advogado e permaneceu em silêncio", diz o delegado Alessandro Ladeia.

O capitão Daílson da Silva está sob a custódia da Polícia Militar, o ex-cabo José Carlos Eulálio encontra-se foragido e o candidato, Carlos Alves da Silva também está preso.

Posicionamento da Polícia Militar
A PM informou que a ainda não há comprovação da participação do capitão Daílson da Silva na tentativa de fraude e que o caso está sendo investigado. O órgão ressalta ainda que "não coaduna com qualquer prática delituosa e, caso seja realmente comprovado o envolvimento de membros da Corporação na situação, serão adotadas as providências administrativas e penais pertinentes."

2 comentários:

  1. Passados 365 dias, nada acresceu nas acusações contra o Capitão Dailson, então volto a questionar: “Será mesmo o Capitão Dailson Freitas culpado”?
    Um ano se passou e nenhuma prova foi produzida e juntada aos autos do processo em desfavor do Capitão PM Dailson da Silva Freitas. Conforme Inquérito Policial presidido pelo Delegado de Polícia Civil, Dr. Bruno Ladeia, aquela autoridade consta em relatório de IP que acerca dos fatos não há comprobatório mínimo nos autos em desfavor do oficial. Ao contrário do que se divulgou, pelo advogado do militar, Dr. Rui Pereira, foi rebatido e comprovado documentalmente todas as alegações imputadas em desfavor do oficial, que inclusive descobriu uma farsa, ou seja, crime de Falsidade Ideológica, tipificado no art. 312 do Código Penal Militar (Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar), quando mentiram ao produzir um Boletim de Ocorrência com afirmações mentirosas, constando no relatório de que o ex-militar Eulálio, quando de sua fuga, teria tentado contra a vida dos policiais disparando por várias vezes em direção dos militares, fato desmentido pelo Tenente PM Bruno Gonçalves e pelo Sgt PM Eduardo Rocha em depoimento a autoridade policial ao dizerem: “não houve troca de tiro, não tivemos sequer contato visual com ex-militar Eulálio, não sabemos o porquê fomos citados no Boletim de Ocorrência que fomos alvos e vítimas de homicídio tentado por disparos de arma de fogo”. Afirma ainda o defensor do oficial que esse foi o motivo principal e ensejador que levou o Ministério Público a representar pela prisão preventiva do oficial e a autoridade judiciaria a determinar sua prisão. O Boletim de Ocorrência falso foi registrado por um Cabo da Policia Militar, restando saber então por qual motivo esse fato foi relatado e por quem foi determinado a inserir comprometedora mentira. Ao certo é que informações dão conta que o Capitão Dailson Freitas era expressão no combate ao crime não só na cidade de Montes Claros como em toda norte de minas. Relata seu ex-comandante, Coronel PM Jorge Bonifácio de Oliveira: “o Capitão Dailson Freitas é disparadamente o oficial mais operacional e atuante do norte de minas, senão do estado”. Fomos atrás dessa informação e não restaram dúvidas de que a criminalidade realmente passava apertada diante das insistentes e ininterruptas ações e operações comandada e coordenada pelo oficial no combate ao crime. Seu foco era o combate aos crimes de tráfico de drogas, assaltos e homicídios. Fomos informados também que nesse período de afastamento do Capitão Dailson do combate ao crime, esteve por quatro meses na cidade de Belo Horizonte participando do Curso de Especialização em Segurança Pública (CESP) requisito obrigatório para a promoção ao posto de Major da Polícia Militar. Encerrado o referido curso no início desse mês, foi manifestado pelo comando da cidade de Montes Claros e norte de minas, o não interesse em receber o oficial na região, sendo ele destinado à cidade de Belo Horizonte, 13º Batalhão da Policia Militar, Unidade reconhecida como destaque operacional no Estado de Minas e como Batalhão de Ouro. Por fim, ao certo é que a cidade de Montes Claros encontra-se ao deus-dará e a mercê da criminalidade e com o desfrute do comando PM regional de recusar o recebimento de um oficial destemido, linha de frente e que sempre combateu o crime com tenacidade. Vale ressaltar que a região do bairro grande Major Prates era um dos principais locais de atuação do oficial, hoje se tornou um descaso pela Policia Militar.

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