terça-feira, 6 de novembro de 2012

União terá que indenizar por invasão da PF em JF

05 de Novembro de 2012 

A União terá que indenizar em R$ 25 mil um morador de Juiz de Fora que teve a casa invadida por engano por policiais federais em 2009. 

A vítima alegou que foi rendida e imobilizada no chão da própria residência e na frente de sua mulher e seu filho. 

A decisão judicial foi tomada na semana passada pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que manteve a condenação por danos morais obtida na primeira instância. 

O relator do processo, desembargador federal Jirair Meguerian, entendeu que, tendo a polícia arrombado a porta sem autorização judicial e tendo havido tudo o que se seguiu com a família do autor da ação, é natural que a vítima tenha ficado assustada e constrangida diante da vizinhança, e passado por um grande dissabor. 

Por isso, o desembargador negou provimento ao recurso da União e deu parcial provimento ao do homem, aumentando a verba a ser paga por indenização por danos morais, no valor de R$ 25 mil, ante os R$ 15 mil determinados pelo juiz em primeira instância.

A Advocacia Geral da União alegou que os policiais agiram dentro da legalidade. Embora a defesa tenha apresentado, no processo, cópia de mandado de busca e apreensão expedido pela 4.ª Vara Criminal de Juiz de Fora, no qual se vê o endereço completo a que se destinava a determinação, consta também dos autos que, por ausência de numeração afixada nas portas, os policiais concluíram que o apartamento do morador, nos fundos do andar térreo, fosse aquele citado no documento. 

Após negativa do morador em abrir o apartamento, os federais arrombaram a porta e imobilizaram-no. Policiais militares que acompanhavam a operação e conheciam o procurado atestaram imediatamente que não se tratava dele. 

O caso chegou à Justiça Federal com pedido do morador de R$ 83 mil a título de indenização por danos morais. Ainda cabe recurso.
Fonte Tribuna de Minas

Quartel da PMMG sofre ataque com bomba no Sul de Minas

06/11/2012 
Amanda Paixão - Do Portal HD

Carros que estavam na garagem ficaram destruídos

Um aparato policial foi mobilizado na manhã desta terça-feira (6) para identificar e prender os responsáveis por um atentado a bomba no quartel da Polícia Militar de Campo Belo, no Sul de Minas. O crime ocorreu na madrugada e danificou viaturas, veículos particulares e parte do imóvel.

Conforme a Polícia Militar (PM), dois homens em uma motocicleta teriam passado em frente ao portão lateral do prédio, localizado na rua Policeno Maia, e lançado um artefato explosivo na garagem. 

Na explosão, duas viaturas, parte do telhado, portas e janelas foram atingidos, além de carros dos PMs. Por sorte, ninguém se feriu. Ainda segundo a corporação, o material explosivo ainda não foi identificado, mas o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) de Belo Horizonte já foi acionado.

Suspeito preso
De acordo com a PM, na hora do ataque estava sendo registrada uma ocorrência de homicídio. 
Uma das hipóteses investigada é de que a ação criminosa tenha ligação com o homicídio. 
Na manhã desta terça-feira, um homem suspeito de participação no homicídio e envolvimento com a explosão foi detido com armas e munição. 
Perícia e Policiais do Gate continuam no local.

Ministério Público promete pente fino na saúde e educação

Publicado no Jornal OTEMPO em 06/11/2012
ISABELLA LACERDA
FOTO: GUILHERME DARDANHAN

O Ministério Público Estadual (MPMG), por meio das promotorias de Patrimônio Público, Saúde e Educação, promete passar um pente fino nas contas do governo do Estado para fiscalizar se Minas está ou não cumprindo os mínimos constitucionais de investimento da receita nas áreas da saúde e educação. 

A fiscalização é uma resposta à tentativa do governo de manter a validade do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), firmado em abril com o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Como mostrou com exclusividade O TEMPO, o acordo autorizou o Executivo a investir menos de 25% do orçamento na educação e de 12% na saúde.

"O TAG foi celebrado com a proposta de que a Constituição fosse cumprida em Minas só em 2014. O governo está indo contra a lei, então será feita essa investigação", garante o promotor do Patrimônio Público Eduardo Nepomuceno. 

Segundo ele, caso os repasses mínimos para as duas áreas não sejam aplicados corretamente neste ano, o governo pode ter que responder por desdobramentos mais sérios, como o bloqueio dos recursos do Estado e a responsabilização direta do governador Antonio Anastasia pelas falhas.

Briga. Como o TAG autorizou que, neste ano, Minas repassasse apenas 9,68% do orçamento para a saúde e 22,82% para a educação, o MPMG ajuizou em julho ação na Justiça Estadual questionando o fato. No último dia 2 de outubro, em primeira instância, foi concedida liminar derrubando a validade do TAG, ou seja, determinando que o governo cumprisse, de forma imediata, a aplicação de recursos. 
Ontem, no entanto, o governo informou que conseguiu derrubar a decisão. A informação não foi confirmada pelo Poder Judiciário. 

Nos últimos anos, o Estado vem desrespeitando essa lei. De acordo com as notas taquigráficas feitas neste ano pelo TCE, durante a análise do orçamento de Minas referente ao exercício de 2011, o Estado aplicou apenas 7,92% do orçamento na saúde e 21,71% na educação, ou seja, valores abaixo da lei. 
No entendimento do tribunal, porém, o erro decorre da inclusão de despesas, como saneamento básico, nos gastos de saúde, o que já foi proibido pela Emenda 29. Segundo o documento, o TAG, serviria justamente para adequar, aos poucos, a realidade do Estado. 

Resposta
Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, o governo informou que vai cumprir em 2012 e em 2013 a Emenda 29, que prevê a aplicação de 12% da receita corrente líquida em ações da saúde, e também os 25% em ações da educação, também previstos na Constituição. 

Ainda de acordo com a nota, "o TAG foi firmado em caráter preventivo devido à regulamentação da Emenda 29 e às mudanças no cálculo das despesas com a educação, que ocorreram quando o orçamento para 2012 já estava aprovado pela Assembleia Legislativa".

Oposição se diz preocupada
A secretária de Planejamento e Gestão do governo de Minas, Renata Vilhena, apresentou ontem, na Assembleia Legislativa de Minas, o Plano Plurianual da Ação Governamental (PPAG) do Estado para os próximos três anos. 

No total, são 31 programas estruturantes, que serão detalhadamente analisados nos próximos dias. 
Os deputados que fazem oposição ao governo do Estado, no entanto, questionam os recursos que serão destinados, no próximo ano, à educação. Se na saúde, de acordo com os dados mostrados, o governo vai destinar os 12% do orçamento definidos pela Constituição, na educação, serão cumpridos apenas 23,9%. 

"Ainda não vão ser destinados os 25% para o ensino, o que é prejudicial. Na saúde, 12% é uma conquista", afirmou o deputado André Quintão (PT). O petista, que presidiu a mesa de discussão, também se disse preocupado com o fato de metade do orçamento do Estado vir de operações de crédito. (IL)

Deputados vão fazer mais pressão
Os deputados que fazem oposição ao governo do Estado na Assembleia Legislativa de Minas se reúnem hoje para discutir formas de pressionar o Executivo a cumprir os percentuais constitucionais na saúde e na educação. 

Com a presença de lideranças de diversos sindicatos mineiros, os deputados pretendem pressionar o governo do Estado para que não siga o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) firmado com o Tribunal de Contas (TCE-MG). 

Para o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), "é absurdo" um governo pedir a um tribunal autorização para que não cumpra a Constituição. "Somente aqui em Minas uma coisa dessas acontece", criticou.
Segundo levantamento feito pelo bloco de oposição ao governador Antonio Anastasia no Legislativo, para adequar aos 12% de recursos do orçamento na saúde e 25% na educação, neste ano, o Executivo teria que aplicar um total de mais R$ 1,5 bilhão nas duas áreas. (IL)
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6 de novembro: Dia Nacional do riso /Dia Nacional do Amigo da Marinha do Brasil. /Aniversário de Poços de Caldas, MG e saiba + conforme Wikipédia

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Córrego transborda e invade casas e lojas na Zona Norte. Moradores dos bairros Francisco Bernardino e Jardim Natal foram prejudicados com o transbordamento do Córrego Humaitá

05 de Novembro de 2012 - Juiz de Fora 

Por Sandra Zanella


Moradores dos bairros Francisco Bernardino e Jardim Natal, na Zona Norte, levaram um susto na madrugada desta segunda-feira (5) com o transbordamento do Córrego Humaitá. Apesar de alagamentos não serem comuns na região, o nível do curso d'água subiu rapidamente por volta das 4h, invadindo casas e estabelecimentos comerciais situados no entorno. Segundo a Defesa Civil, nas 24 horas entre a manhã de domingo e a de segunda-feira, choveu 60mm, dos quais 54mm somente durante a noite e a madrugada, um volume considerado grande para o curto período. Segundo o subsecretário de Defesa Civil, major José Mendes, o acúmulo de lixo ao longo do Humaitá e alguma vazão anormal de água na cabeceira podem ter contribuído para a ocorrência.

Ainda conforme o major, no período noturno foram registradas apenas três ocorrências, sendo uma de entupimento de esgoto, que sujou uma casa no Bairro Amazônia, também na Zona Norte, e duas relacionadas ao transbordamento do Humaitá. "Suspeitamos que alguma cachoeira na parte alta tenha sido arrombada com a própria chuva. Segundo moradores, às 6h, a água já estava baixa e, sem chover, o volume aumentou de novo. Por isso, a suspeita é de que aconteceu algo na cabeceira", concluiu o responsável pela Defesa Civil. "Pela manhã, recebemos mais chamados. Às margens do córrego, fizemos o cadastramento de quatro famílias que precisam de ajuda." De acordo com o subsecretário, estão sendo doados colchões e cestas básicas.

Uma das pessoas que precisou do auxílio foi a dona de casa Maria Amélia de Oliveira Carnavalli, 53 anos, moradora de uma casa no prolongamento da Rua Tomaz Gonzaga, no Jardim Natal. Ela dormia no imóvel com o marido, o carpinteiro Celso Carnavalli, 53, uma filha, 30, e um sobrinho, 11, quando, por volta das 4h, todos levantaram em meio à lama. "Já acordamos dentro d'água. Levamos um susto doido", contou a mulher. O lamaçal alcançou cerca de meio metro de altura na residência, invadindo até a geladeira e o forno do fogão na cozinha, além de molhar colchões, móveis e roupas de cama. "Vou ter que jogar tudo fora, porque fica com cheiro de barro podre. A água cobriu até o vaso sanitário, não dava nem para ver a tampa", completou Maria Amélia. A oficina de Celso, nos fundos do imóvel, também foi prejudicada. "Hoje (ontem) estou sem condições de trabalhar. Perdi cinco máquinas e, só para consertar, meu prejuízo deve ficar em uns R$ 4 mil", lamentou.

No Francisco Bernardino, problema semelhante ocorreu no final da Rua Professor Meton de Alencar, quase esquina com a Rua Abílio Gomes. Nos imóveis próximos ao córrego, a água também chegou a meio metro depois das 3h. Nem os degraus à beira das portas impediram a invasão. "Vamos ver o prejuízo ainda, mas só de máquinas de clientes, como furadeiras, maquitas e ventiladores, perdi R$ 3 mil", disse o proprietário de uma oficina de reparos, Jorge Fernandes, 46. Enquanto ele tentava limpar a loja e retomar a rotina, equipes do Demlurb trabalhavam na remoção da lama, que cobriu todo o asfalto. "Há quatro anos, isso não acontecia aqui e nunca foi dessa forma tão rápida. Para mim, a sujeira do córrego pode ter contribuído, porque as pessoas jogam muito lixo."

A opinião do morador foi compartilhada pelo major Mendes. "Havia pedaços de sofá, de armário e restos de material de construção no córrego. E choveu muito, praticamente durante toda a noite." Na mesma via, a dona de casa Gilmara de Souza, 37, teve que esperar no terraço como marido e a filha, 11, até a água baixar pela manhã. "Às 3h30, eu ainda estava acordada, e nada tinha acontecido. De repente, a água começou a entrar rápido e cobriu a cama onde minha menina dorme, mas ela já tinha se levantado. Fiquei assustada, porque foi a primeira vez que passei por isso. Tivemos que suspender os móveis até colocar tudo em ordem."

PPS pedirá investigação contra Lula

05/11/2012 
DA REDAÇÃO
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O PPS entregará representação nesta terça-feira (6) à Procuradoria Geral da República pedindo que seja investigada a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão. A solicitação será feita pelo presidente e pelo líder do partido, deputados Roberto Freire (SP) e Rubens Bueno (PE).

Os dirigentes do PPS querem que o Ministério Público investigue a participação do ex-presidente no maior esquema de seu governo. E, em seguida, ofereça nova denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Lula, levando-se em conta a teoria do domínio do fato, utilizada durante o julgamento do mensalão pelos ministros da Corte. Para o partido, levando-se em conta a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu com base na tese do domínio do fato, Lula também poderia ser responsabilizado, "por ser o maior beneficiário do esquema".

Na representação, o PPS incluirá informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela revista Veja, segundo as quais o empresário Marcos Valério teria declarado ao MP que foi chamado a conseguir dinheiro para resolver um caso de chantagem contra Lula e seu então chefe de gabinete Gilberto Carvalho. Os dois estariam sendo extorquidos por pessoas envolvidas no caso de corrupção e morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002. Carvalho negou saber do caso. O ex-presidente não se manifestou.

AGÊNCIA ESTADO

Desânimo geral na Polícia Federal

segunda-feira, 05 de novembro de 2012 | 19:18

Marcelo Auler (Jornal do Brasil)

Veteranos delegados estão assustados com o momento atual do Departamento de Polícia Federal (DPF), instituição que marcou época no início do governo Lula, mas que desde a saída do seu então diretor, Paulo Lacerda, entrou em um declínio de prestigio e dos serviços apresentados e, segundo estes delegados, estaria atingindo o fundo do poço.
Há uma total desmotivação do corpo de funcionários – delegados, agentes, escrivães, peritos e servidores – que acaba por refletir nos trabalhos efetuados. Funcionários em geral não acreditam nos propósitos do diretor-geral, Leandro Daiello Coimbra, e do próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em defender e incentivar a instituição.

Nas superintendências, falta comando e, ao mesmo tempo, uma maior cobrança da Direção Geral aos superintendentes. Aliás, desde a posse de Daiello Coimbra, no início do governo Dilma, em 2011, ele só se reuniu uma vez com todos os 27 superintendentes: na recente greve dos policiais.

O desânimo geral não está relacionado apenas à questão salarial. O problema é mais sério e compromete o resultado dos trabalhos.

http://www.jb.com.br/informe-jb/noticias/2012/11/03/desanimo-geral-na-policia-federal/#.UJY0PbjEhmw.facebook (Artigo enviado por Sonia Souza)
Transcrição do Blog Tribuna da Internet

Disparos de arma de fogo na Praça Teotônio Vilela deixa um homem ferido na Zona Leste

08:48h
Juiz de Fora - Rua Garibalde Campinhos - Vitorino Braga 

Na noite desse domingo(4), uma motocicleta foi estacionada nas proximidades do cruzamento da Rua Professor Lander com Avenida Garibalde Campinhos.

Desembarcaram dois indivíduos, sendo um com o capacete na mão e o outro branco, sem camisa, cabelos raspados e sem capacete.

Na Praça Teotônio Vilela, nas proximidades da Avenida Garibalde Campinhos havia um grupo de indivíduos, com indícios de que estariam comercializando drogas e entre eles havia também três jovens de bicicleta que estariam na "correria".

Inicialmente foram jogados nas imediações da Praça alguns balões de ar (de aniversário) que passaram a ser estourados pelos indivíduos e a vizinhança passou a observar.

Ato continuo um dos ocupantes da motocicleta teria efetuado diversos disparos de arma de fogo em direção à praça.

Uma vítima foi atingida na perna e encaminhada ao HPS.

Os autores foram apontados como moradores do bairro Nossa Senhora Aparecida e há probabilidade de que câmeras de filmagens de residências das imediações tenham captado as imagens da motocicleta e de seus ocupantes.

PT caça doadores para tapar o rombo aberto pela campanha de Haddad em SP: R$ 30 mi

05/11/2012 
O PT de São Paulo está endividado até a raiz dos cabelos dos seus ‘doadores’. Vitoriosa nas urnas, a legenda sofreu no caixa uma ‘derrota de Pirro’. Passa a sacolinha entre os empresários para tapar um rombo de R$ 30 milhões.

Tesoureiro do comitê de Haddad, o vereador Chico Macena diz que, no gogó, alguns doadores comprometeram-se a abrir os bolsos para o PT. Agora, Macena cobra as promessas.

O petismo corre contra o relógio. Precisa prestar contas à Justiça Eleitoral até 29 de novembro. Noutros tempos, Delúbio tocaria o telefone para Valério e resolveria o problema num estalar de dedos. Hoje, se o PT tiver prudência na cara, adotará outros métodos.

Roubos com arma aumentam insegurança e traumatizam

Publicado no Jornal OTEMPO em 05/11/2012
TÂMARA TEIXEIRA

FOTO: LEO FONTES - 31.10.12

Os gritos de terrorismo, a imagem da arma apontada para a cabeça e o barulho da coronhada que recebeu ainda rondam as lembranças do advogado G.F.G, 25, vítima de um assalto à mão armada. Quem passa por essa violência conta que a rotina nunca mais é a mesma e que a sensação de insegurança é constante. A Polícia Militar (PM) não divulga números, mas confirma a impressão da população de que os roubos à mão armada na região metropolitana estão cada vez mais comuns.

A mãe do advogado G.F.G conversava com um eletricista na porta de casa quando foi abordada. Os dois e o rapaz foram levados a um quarto. Amarrados e amordaçados, ficaram sob a mira de uma arma por duas horas. O crime ocorreu em 12 de junho, no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul. 

"O tempo todo, pressionaram para achar um cofre que não existe. Tentaram enfiar a cabeça da minha mãe no vaso sanitário e disseram que iam arrancar meus olhos. Nunca vou apagar isso da cabeça. A sensação é a de fragilidade e impotência", disse. 

Para o major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, se os ladrões arrombavam casas 
vazias há poucos anos, agora estão mais armados e ousados, e a presença das vítimas já não os intimida mais. 
Ele diz que o alvo preferido é o que apresenta maior facilidade e menor resistência, seja em carros ou 
residências. "A arma é mais usada por ser mais letal, intimidadora e fácil de transportar. Eles estão mais violentos". 

Exemplos. O estudante Mateus Bianchette Rodrigues, 23, também sabe o que é ter a vida nas mãos de bandidos. Há um mês, ele foi abordado na porta de casa, no bairro Riacho, em Contagem, na região metropolitana. "Ordenaram que eu saísse do carro. Eram 21h. Foi rápido, mas o suficiente para me deixar apavorado. Nunca vou esquecer. Achei que fosse morrer. Hoje, quando me param na rua para perguntar as horas, fico com medo de ser um novo assalto", conta. O rapaz diz que, desde então, não sai mais à noite. 

Na última quarta-feira, a casa de uma professora de 27 anos, que solicitou anonimato, foi arrombada por cinco assaltantes, no bairro Esplanada, na região Leste da capital. Durante 40 minutos, ela e quatro parentes ficaram reféns de criminosos. 

"Por duas vezes, fizeram contagem regressiva para atirar no meu pai e em mim. Achei que não sairia viva". Para ela, a insegurança do cidadão é generalizada.

"A polícia deveria nos dar proteção"
Quando está na rua e escuta um barulho, um administrador de 30 anos, que pede para não ter o nome revelado, fica sobressaltado. Em casa, ao sinal de qualquer movimento diferente, ele percorre o local para verificar se está em segurança. Isso porque, há cinco anos, a casa da família, no Mangabeiras, na região Centro-Sul da capital, foi assaltada por um grupo armado durante cinco horas. 

"Levamos chutes e socos. Foi desgastante e revoltante", afirma o administrador. O trauma foi tão grande que a família instalou câmeras de segurança no imóvel, adotou nova rotina e fez curso de defesa pessoal. 

Para o sociólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro Bruno Cardoso, apesar de essas ações não inibirem a violência, aumentam a sensação de segurança. "Nossa iniciativa não tira a responsabilidade da polícia. Ela deveria nos dar proteção", diz a vítima. (TT)

Abalo pode demorar anos para ser curado
O trauma causado pela violência de se ficar sob a mira de uma arma deixa marcas que podem levar anos para ser apagadas. Segundo Cassandra Pereira, professora de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a vítima passa a carregar uma enorme sensação de impotência. "A pessoa se sente subjugada. Mesmo quando, na hora do assalto, ela reage tranquilamente, desenvolve uma ansiedade e fica com medo de ser morta a qualquer hora", explica. 

Assaltada por um grupo de jovens armados quando retornava da faculdade, na avenida João César de Oliveira, em Contagem, na região metropolitana, ela mudou os hábitos. "Depois disso, evitei andar a pé à noite e voltava só de especial", conta. 

De acordo com Cassandra, a maior parte das pessoas que passam por experiências como essa evita situações que lembrem a violência. "Se o roubo foi de madrugada, elas deixam de sair à noite. Se foi em uma rua deserta, evitam sair sozinhas". (TT)