segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Desânimo geral na Polícia Federal

segunda-feira, 05 de novembro de 2012 | 19:18

Marcelo Auler (Jornal do Brasil)

Veteranos delegados estão assustados com o momento atual do Departamento de Polícia Federal (DPF), instituição que marcou época no início do governo Lula, mas que desde a saída do seu então diretor, Paulo Lacerda, entrou em um declínio de prestigio e dos serviços apresentados e, segundo estes delegados, estaria atingindo o fundo do poço.
Há uma total desmotivação do corpo de funcionários – delegados, agentes, escrivães, peritos e servidores – que acaba por refletir nos trabalhos efetuados. Funcionários em geral não acreditam nos propósitos do diretor-geral, Leandro Daiello Coimbra, e do próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em defender e incentivar a instituição.

Nas superintendências, falta comando e, ao mesmo tempo, uma maior cobrança da Direção Geral aos superintendentes. Aliás, desde a posse de Daiello Coimbra, no início do governo Dilma, em 2011, ele só se reuniu uma vez com todos os 27 superintendentes: na recente greve dos policiais.

O desânimo geral não está relacionado apenas à questão salarial. O problema é mais sério e compromete o resultado dos trabalhos.

http://www.jb.com.br/informe-jb/noticias/2012/11/03/desanimo-geral-na-policia-federal/#.UJY0PbjEhmw.facebook (Artigo enviado por Sonia Souza)
Transcrição do Blog Tribuna da Internet

Disparos de arma de fogo na Praça Teotônio Vilela deixa um homem ferido na Zona Leste

08:48h
Juiz de Fora - Rua Garibalde Campinhos - Vitorino Braga 

Na noite desse domingo(4), uma motocicleta foi estacionada nas proximidades do cruzamento da Rua Professor Lander com Avenida Garibalde Campinhos.

Desembarcaram dois indivíduos, sendo um com o capacete na mão e o outro branco, sem camisa, cabelos raspados e sem capacete.

Na Praça Teotônio Vilela, nas proximidades da Avenida Garibalde Campinhos havia um grupo de indivíduos, com indícios de que estariam comercializando drogas e entre eles havia também três jovens de bicicleta que estariam na "correria".

Inicialmente foram jogados nas imediações da Praça alguns balões de ar (de aniversário) que passaram a ser estourados pelos indivíduos e a vizinhança passou a observar.

Ato continuo um dos ocupantes da motocicleta teria efetuado diversos disparos de arma de fogo em direção à praça.

Uma vítima foi atingida na perna e encaminhada ao HPS.

Os autores foram apontados como moradores do bairro Nossa Senhora Aparecida e há probabilidade de que câmeras de filmagens de residências das imediações tenham captado as imagens da motocicleta e de seus ocupantes.

PT caça doadores para tapar o rombo aberto pela campanha de Haddad em SP: R$ 30 mi

05/11/2012 
O PT de São Paulo está endividado até a raiz dos cabelos dos seus ‘doadores’. Vitoriosa nas urnas, a legenda sofreu no caixa uma ‘derrota de Pirro’. Passa a sacolinha entre os empresários para tapar um rombo de R$ 30 milhões.

Tesoureiro do comitê de Haddad, o vereador Chico Macena diz que, no gogó, alguns doadores comprometeram-se a abrir os bolsos para o PT. Agora, Macena cobra as promessas.

O petismo corre contra o relógio. Precisa prestar contas à Justiça Eleitoral até 29 de novembro. Noutros tempos, Delúbio tocaria o telefone para Valério e resolveria o problema num estalar de dedos. Hoje, se o PT tiver prudência na cara, adotará outros métodos.

Roubos com arma aumentam insegurança e traumatizam

Publicado no Jornal OTEMPO em 05/11/2012
TÂMARA TEIXEIRA

FOTO: LEO FONTES - 31.10.12

Os gritos de terrorismo, a imagem da arma apontada para a cabeça e o barulho da coronhada que recebeu ainda rondam as lembranças do advogado G.F.G, 25, vítima de um assalto à mão armada. Quem passa por essa violência conta que a rotina nunca mais é a mesma e que a sensação de insegurança é constante. A Polícia Militar (PM) não divulga números, mas confirma a impressão da população de que os roubos à mão armada na região metropolitana estão cada vez mais comuns.

A mãe do advogado G.F.G conversava com um eletricista na porta de casa quando foi abordada. Os dois e o rapaz foram levados a um quarto. Amarrados e amordaçados, ficaram sob a mira de uma arma por duas horas. O crime ocorreu em 12 de junho, no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul. 

"O tempo todo, pressionaram para achar um cofre que não existe. Tentaram enfiar a cabeça da minha mãe no vaso sanitário e disseram que iam arrancar meus olhos. Nunca vou apagar isso da cabeça. A sensação é a de fragilidade e impotência", disse. 

Para o major Gilmar Luciano dos Santos, chefe da Sala de Imprensa da PM, se os ladrões arrombavam casas 
vazias há poucos anos, agora estão mais armados e ousados, e a presença das vítimas já não os intimida mais. 
Ele diz que o alvo preferido é o que apresenta maior facilidade e menor resistência, seja em carros ou 
residências. "A arma é mais usada por ser mais letal, intimidadora e fácil de transportar. Eles estão mais violentos". 

Exemplos. O estudante Mateus Bianchette Rodrigues, 23, também sabe o que é ter a vida nas mãos de bandidos. Há um mês, ele foi abordado na porta de casa, no bairro Riacho, em Contagem, na região metropolitana. "Ordenaram que eu saísse do carro. Eram 21h. Foi rápido, mas o suficiente para me deixar apavorado. Nunca vou esquecer. Achei que fosse morrer. Hoje, quando me param na rua para perguntar as horas, fico com medo de ser um novo assalto", conta. O rapaz diz que, desde então, não sai mais à noite. 

Na última quarta-feira, a casa de uma professora de 27 anos, que solicitou anonimato, foi arrombada por cinco assaltantes, no bairro Esplanada, na região Leste da capital. Durante 40 minutos, ela e quatro parentes ficaram reféns de criminosos. 

"Por duas vezes, fizeram contagem regressiva para atirar no meu pai e em mim. Achei que não sairia viva". Para ela, a insegurança do cidadão é generalizada.

"A polícia deveria nos dar proteção"
Quando está na rua e escuta um barulho, um administrador de 30 anos, que pede para não ter o nome revelado, fica sobressaltado. Em casa, ao sinal de qualquer movimento diferente, ele percorre o local para verificar se está em segurança. Isso porque, há cinco anos, a casa da família, no Mangabeiras, na região Centro-Sul da capital, foi assaltada por um grupo armado durante cinco horas. 

"Levamos chutes e socos. Foi desgastante e revoltante", afirma o administrador. O trauma foi tão grande que a família instalou câmeras de segurança no imóvel, adotou nova rotina e fez curso de defesa pessoal. 

Para o sociólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro Bruno Cardoso, apesar de essas ações não inibirem a violência, aumentam a sensação de segurança. "Nossa iniciativa não tira a responsabilidade da polícia. Ela deveria nos dar proteção", diz a vítima. (TT)

Abalo pode demorar anos para ser curado
O trauma causado pela violência de se ficar sob a mira de uma arma deixa marcas que podem levar anos para ser apagadas. Segundo Cassandra Pereira, professora de psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a vítima passa a carregar uma enorme sensação de impotência. "A pessoa se sente subjugada. Mesmo quando, na hora do assalto, ela reage tranquilamente, desenvolve uma ansiedade e fica com medo de ser morta a qualquer hora", explica. 

Assaltada por um grupo de jovens armados quando retornava da faculdade, na avenida João César de Oliveira, em Contagem, na região metropolitana, ela mudou os hábitos. "Depois disso, evitei andar a pé à noite e voltava só de especial", conta. 

De acordo com Cassandra, a maior parte das pessoas que passam por experiências como essa evita situações que lembrem a violência. "Se o roubo foi de madrugada, elas deixam de sair à noite. Se foi em uma rua deserta, evitam sair sozinhas". (TT)

Motocicleta a máquina utilizada no crime

Juiz de Fora 05/11/2012
Por Washington

Em nosso município como nas grandes cidades intensificam os crimes cometidos por ocupantes de motocicletas.

O que seria uma forma alternativa para o transporte de pessoas está se transformando em uma verdadeira máquina para ações criminosas. 

Acompanhamos a frequência como esse meio de transporte passou a seu utilizado para a prática dos mais variados atos de violência.

Autores de assaltos, homicídios, tráfico de drogas em sua maioria fogem dos locais, em dupla, utilizando motocicleta.

Algumas cidades já estão adotando procedimentos para melhor identificação de "motoqueiros" e procurando separar o joio do trigo, pois há aqueles que utilizam a "máquina " como meio de transporte e procuram cumprir a legislação.

Não podemos esquecer também aquelas pessoas que utilizam a motocicleta como forma de trabalho, no caso dos Motoboys.

A profissão que surgiu devido a necessidade de transportar objetos com rapidez, nos grandes centros, com agilidade e baixo custo, entretanto, eventualmente  exige que o profissional cumpra longas jornadas de trabalho em troca de rendimentos maiores, havendo pressões para a realização das funções no menor tempo possível.

A maioria dos acidentes com motocicletas nas grandes cidades tem como vítima motociclistas comuns e não motoboys. 

As estatísticas comprovam que raramente um motoboy morre ou se machuca gravemente, que os acidentes graves normalmente atingem motociclistas amadores, durante os deslocamentos de casa para o trabalho e vice-versa.

Mas há sempre aqueles que desrespeitam as normas de circulação e transitam entre os carros, nos chamados corredores, colocando em risco a vida e até danificando acessórios, pinturas e latarias de automóveis.

Temos observado ações tímidas do poder público, na tentativa de padronizar e minimizar as atuações irregulares de alguns motociclistas.

Várias vezes observamos blitzes educativas e até repressivas, no sentido de prevenir ações delituosas de alguns "motoqueiros", mesmo assim a máquina, dia após dia se mantém como a principal vilã para a fuga de delinquentes e marginais. 

O que é corrupção?

Um dos símbolos da corrupção

Corrupção vem do latim corruptus, que significa quebrado em pedaços. O verbo corromper significa “tornar pútrido”.

A corrupção pode ser definida como utilização do poder ou autoridade para conseguir obter vantagens e fazer uso do dinheiro público para o seu próprio interesse, de um integrante da família ou amigo.

A corrupção é crime. Veja alguns itens que revelam práticas corruptas:

* Favorecer alguém prejudicando outros.

* Aceitar e solicitar recursos financeiros para obter um determinado serviço público, retirada de multas ou em licitações favorecer determinada empresa.

* Desviar verbas públicas, dinheiro destinado para um fim público e canalizado para as pessoas responsáveis pela obra.

* Até mesmo desviar recursos de um condomínio.

A corrupção é presente (em maior evidência) em países não democráticos e de terceiro mundo. Essa prática infelizmente está presente nas três esferas do poder (legislativo, executivo e judiciário). O uso do cargo ou da posição para obter qualquer tipo de vantagem é denominado de tráfico de influência.

Toda sociedade corrupta sacrifica a camada pobre, que depende puramente dos serviços públicos, mas fica difícil suprir todas as necessidades sociais (infraestrutura, saúde, educação, previdência etc.) se os recursos são divididos com a área natural de atendimento público e com os traficantes de influência (os corruptos).

Quando o governo não tem transparência em sua administração é mais provável que haja ou que incentive essa prática, não existe país com corrupção zero, embora os países ricos democráticos tenham menos corrupção, porque sua população é mais esclarecida acerca dos seus direitos, sendo assim mais difíceis de enganar.

Atualmente existe uma organização internacional que tem como finalidade desenvolver pesquisas nos países para “medir” o nível de corrupção. A partir da pesquisa é feita uma classificação de acordo com a nota que vai de 0 a 10. Alguns dados revelam que o primeiro lugar com nota 9,7, que corresponde à margem de confiança, é a Finlândia; e o Brasil ocupa 54° com nota 3,9, margem de confiança 37-41%.
Por Eduardo De Freitas

Corrupção significa etimologicamente deterioração, quebra de um estado funcional e organizado.
Corrupção política - manifesta-se por meio de suborno, intimidação, extorsão, ou abuso de poder.
Índice de Percepções de Corrupção - índice anual publicado pela "Transparência Internacional" que mede a percepção da corrupção política em vários países do mundo.
Corrupção de dados - verifica-se quando existe uma recepção de dados que não correspondem aos originais transmitidos (ou armazenados). Para prevenir esta situação, utiliza-se mecanismos de detecção de erro.
Corruptela - é uma deformação gradual de palavras, originada pela má compreensão ou audição e posterior reprodução.

Práticas de corrupção comuns no dia a dia


05/11/2012

Quase um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi.

Os números refletem o quanto atitudes ilícitas, como essa, de tão enraizados em parte da sociedade brasileira, acabam sendo encarados como parte do cotidiano."Muitas pessoas não enxergam o desvio privado como corrupção, só levam em conta a corrupção no ambiente público", diz o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira.

Ele é coordenador nacional da campanha do Ministério Público "O que você tem a ver com a corrupção", que pretende mostrar como atitudes que muitos consideram normal são, na verdade, um desvirtuamento ético.

Como lida diariamente com o assunto, Moreira ajudou a BBC Brasil a elaborar uma lista de dez atitudes que os brasileiros costumam tomar e que, por vezes, nem percebem que se trata de corrupção. Confira a lista:
- Não dar nota fiscal 
- Não declarar Imposto de Renda 
- Tentar subornar o guarda para evitar multas 
- Falsificar carteirinha de estudante 
- Dar/aceitar troco errado 
- Roubar TV a cabo 
- Furar fila 
- Comprar produtos falsificados 
- No trabalho, bater ponto pelo colega 
- Falsificar assinaturas

"Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções", afirma o promotor. "Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção.

"Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.

Otimismo
Mas a sondagem também mostra dados positivos, como o fato de 84% dos ouvidos afirmar que, em qualquer situação, existe sempre a chance de a pessoa ser honesta. A psicóloga Lizete Verillo, diretora da ONG Amarribo (representante no Brasil da Transparência Internacional), afirma que em 12 anos trabalhando com ações anti-corrupção ela nunca esteve tão otimista - e justamente por causa dos jovens.

"Quando começamos, havia um distanciamento do jovem em relação à política", diz Lizete. "Aliás, havia pouco engajamento em relação a tudo, queriam saber mais é de festas. A corrupção não dizia respeito a eles." "Há dois anos, venho percebendo uma grande mudança entre os jovens. Estão mais envolvidos, cobrando mais, em diversas áreas, não só da política.

"Para Lizete, esse cenário animador foi criado por diversos fatores, especialmente pela explosão das redes sociais, que são extremamente populares entre os jovens e uma ótima maneira de promover a fiscalização e a mobilização.

Mas se a internet está ajudando os jovens, na opinião da psicóloga, as escolas estão deixando a desejar na hora de incentivar o engajamento e conscientizá-los sobre a corrupção."Em geral, a escola é muito omissa.

Estão apenas começando nesse assunto, com iniciativas isoladas. O que é uma pena, porque agora, com o mensalão, temos um enorme passo para a conscientização, mas que pouco avança se a educação não seguir junto", diz a diretora. "É preciso ensinar esses jovens a ter ética, transparência e também a exercer cidadania."

Políticos x cidadão comum
Os especialistas concordam que a corrupção do cotidiano acaba sendo alimentada pela corrupção política. Se há impunidade no alto escalão, cria-se, segundo Lizete, um clima para que isso se replique no cotidiano do cidadão comum, com consequências graves.

Isso porque a corrupção prejudica vários níveis da sociedade e cria um ciclo vicioso, caso de uma empresa que não consegue nota fiscal e, assim, não presta contas honestamente.

De acordo com o Ministério Público, a corrupção corrói vários níveis da sociedade, da prestação dos serviços públicos ao desenvolvimento social e econômico do país, e compromete a vida das gerações atuais e futuras.

Vice no Brasileirão prevalece sobre título da Sul-Americana, diz CBF

05/11/2012 
Crédito: Fabiano do Amaral

Desde a semana passada, Grêmio e São Paulo manifestaram dúvidas sobre a conquista de uma vaga na Libertadores de 2013. Os dois times disputam o título da Sul-Americana e têm condições de ficar com o vice-campeonato no Brasileirão. Em entrevista à Rádio Guaíba nesta segunda-feira, o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, afirmou que se um dos clubes conquistar o torneio e ainda terminar o Nacional em segundo lugar, prevalece a qualificação pelo Campeonato Brasileiro, que dá acesso à primeira fase da Libertadores. 

O título da Sul-Americana, que irá se definir em dezembro, coloca o clube campeão na pré-Libertadores, uma etapa inicial do torneio. O questionamento de Grêmio e São Paulo se justificava pelo planejamento de 2013. De acordo com o diretor-executivo Paulo Pelaipe, elaborar a pré-temporada com antecedência é algo necessário, principalmente porque na próxima temporada todos os clubes terão que participar da Copa do Brasil, competição que terá duração de nove meses. 

Anteriormente, o próprio Elísio admitiu o erro da CBF em não informar os clubes sobre esse detalhe do regulamento. "Foi um caso que a gente não previu. Isso já deveria ter sido definido antes do início do campeonato e, para o ano que vem, será incluído no regulamento", declarou o diretor da CBF.

O tema estúpido da redação do Enem, as mentiras do examinador e as duas exigências absurdas feitas aos estudantes.

05/11/2012 às 7:00

Não vi no detalhe a prova do Enem. Sei que professores de cursinho divergem sobre a resposta de algumas questões, a maioria relacionada a interpretação de texto, que costuma mesmo ser terra de ninguém. Mas não vou me ater a isso agora. Quero aqui comentar o tema da redação.

Poucas pessoas se deram conta de que o Enem — quem quer tenha elaborado a prova — deu à luz uma teoria e obrigou os pobres estudantes a escrever a respeito, a saber: “O movimento imigratório para o Brasil no século XXI”. Ainda que houvesse efetivamente um fenômeno de dimensão tal que permitisse tal afirmação — não há —, cumpre lembrar que estamos apenas nos 12 primeiros anos do referido século.

“Século”, em ciências humanas, não é só uma referência temporal. É também um tempo histórico. Mais 30 anos podem se passar, sem que tenhamos chegado à metade do século 21, e podem diminuir drasticamente as correntes — que nem são fluxo nem são movimento — de migração para o Brasil. Tratar esse evento como característica de século é burrice. Provo: “O PT é o partido que mais elegeu presidentes no século XXI”. O que lhes parece? Ou ainda: “O PSDB é o maior partido de oposição do século XXI no Brasil”. Ou isto: “O PMDB, no século 21, participa de todos os governos”.

Ao estudante, são apresentados três textos de referência. Um deles trata da imigração para o Brasil no século 19 e começo do século 20 e de sua importância na formação do país. Um segundo aborda a chegada dos haitianos ao Acre, e um terceiro trata dos bolivianos clandestinos que trabalham em oficinas de costura em São Paulo.

Vejam que curioso. O examinador acabou fazendo a redação — e das ruins, misturando alhos com bugalhos. Tenta-se induzir os alunos a relacionar essas duas ocorrências recentes — a chegada de haitianos e de bolivianos — aos fluxos migratórios do passado, quando houve um claro incentivo oficial à entrada de imigrantes. Os fatos de agora não guardam qualquer relação de forma ou conteúdo com o que se viu no passado.

Mas e daí? O Enem não está interessado em rigor intelectual — e bem poucos alunos do ensino médio teriam, com efeito, crítica suficiente para estabelecer as devidas diferenças. A prova não quer saber dessas diferenças — e chego a temer que um aluno mais preparado e ousado, coitado!, possa quebrar a cara. Um ou outro poderiam desmoralizar a “teoria”, com o risco de ser desclassificado.

Na formulação da proposta, pede-se que o aluno trate do tema “formulando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos”. Assim, exige-se do pobre que, além de defender e sustentar com argumentos uma tese estúpida, ainda se comporte como um verdadeiro formulador de políticas públicas ou, sei lá, um especialista em populações.

Essas duas exigências foram já incorporadas às provas de redação do Enem. Muito bem: digamos que um estudante seja contrário a que se concedam vistos a quaisquer pessoas que cheguem clandestinas ao Brasil, defendendo que sejam repatriadas. Esse aluno hipotético estaria apenas cobrando respeito à lei — pela qual deve zelar o Poder Público — o mesmo Poder Púbico que realiza a prova.

Digam-me cá: a repatriação de clandestinos é uma “intervenção aceitável”, ou o estudante está obrigado a concordar com o examinador, como há de ceder que, afinal, dois mais dois são quatro? A repatriação, no caso, seguindo os passos das leis democraticamente instituídas no Brasil, caracteriza um atentado aos direitos humanos? Até agora, o próprio governo federal não sabe o que fazer com os haitianos, e o Ministério Público do Trabalho não consegue coibir a exploração da mão de obra boliviana. Por que os estudantes teriam de ter para isso uma resposta?

Atenção! Eu nem estou aqui a defender isso ou aquilo. Noto apenas que a imigração ilegal divide opiniões no mundo inteiro e que é um absurdo, uma arrogância inaceitável, que se possa, depois de inventar uma tese, estabelecer qual é a opinião correta que se deve ter a respeito, exigindo ainda que os estudantes proponham “intervenções”, porém vigiados pelo “Tribunal dos Direitos Humanos”. Aí o bobinho esperneia: “Mas defender os direitos humanos não é um bem em si, um valor em si?”. Claro que é! Assim como ser favorável ao Bem, ao Belo e ao Justo. A questão é saber que tribunal decide quando “os direitos humanos” estão ou não a ser respeitados. Eu, por exemplo, considero que seguir leis democraticamente instituídas ou referendadas, segundo os fundamentos da dignidade humana (a integridade física e moral), é uma expressão eloquente dos… direitos humanos!

A prova é apenas macumbaria multiculturalista mal digerida — não que possa haver uma forma agradável de digeri-la, é bom deixar claro! As provas de redação do Enem — e de vários vestibulares — têm cobrado que os alunos sejam mais bonzinhos do que propriamente capazes.

Não por acaso, nas escolas e nos cursinhos, as aulas de redação têm-se convertido — sem prejuízo de o bom professor ensinar as técnicas da argumentação — numa coleção de dicas politicamente corretas para o aluno seduzir o examinador. Com mais um pouco de especialização, o pensamento será transformado numa fórmula ou numa variante do “emplastro anti-hipocondríaco”, de Brás Cubas (o de Machado de Assis), destinado “a aliviar a nossa pobre humanidade da melancolia”.

É o que têm feito os professores: um emplastro antipoliticamente incorreto, destinado a “aliviar os nossos pobres alunos da tentação de dizer o que eventualmente pensam”.

Isso, como todo mundo sabe, é o contrário da educação.

A partir de hoje, começo a escarafunchar as teses de especialistas brasileiros em geografia humana e populações em busca do “Movimento Migratório para o Brasil no século 21″ — nada menos. Segundo critérios estritamente intelectuais, essa prova de redação deveria ser simplesmente impugnada.

Sei que não é conforto para os alunos que fizeram a prova, mas escrevo mesmo assim: se vocês não tinham muito o que dizer a respeito, não fiquem preocupados — vocês foram convidados a falar sobre uma falácia, sobre o nada.
Por Reinaldo Azevedo
veja.abril.com.br

Criaram Lula para enfraquecer Brizola e a criatura fugiu do controle

segunda-feira, 05 de novembro de 2012 | 09:14

Robert Silva

É impressionante o desespero dos conservadores, que criaram Lula para tirar Brizola da luta pelo poder, mas a criatura fugiu do controle dos criadores. A eleição de Haddad foi um golpe mortal.
A Tribuna, apesar do ótimo articulista, trocou a análise isenta pelo proselitismo, apostando todas as fichas no fracasso do PT em SP. A vitória do PT estava mais do que escrita. Russomano radicalizou com os evangélicos e tentou polarizar com o candidato do Vaticano, que vinha desmoralizado da campanha presidencial, especialmente por tentar emplacar no debate a obsessão da igreja para encarcerar as mulheres que praticam aborto.

Achando pouco, Serra convocou o pastor Malafaia para atacar os gays. O caminho ficou fácil para vitória do PT e, na briga de evangélicos e católicos, os gays deram o voto de minerva. O mensalão serviu só de tempero, pois os mensaleiros de São Paulo foram todos devidamente afastados pra não contaminar a campanha do novo PT com Haddad.

Assim, o eleitor votou tranquilo, a parte podre do PT enquadrada e o projeto social resgatado. Insistir agora em atingir Lula será o suicídio político dos conservadores. Pactuaram com a violência para atingir Brizola e agora estão provando do próprio veneno.
Transcrição do Blog Tribuna da Internet