terça-feira, 25 de setembro de 2012

Deputado quer proibir exibição de filme de ursinho viciado

25/09/2012
Protógenes Queiroz levou o filho de 11 anos para assistir a "Ted", cuja classificação é 16 anos

Filme mostra urso e outros personagens usando drogas 
Crédito: Youtube / Reprodução

O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) disse que pedirá nesta terça-feira aos Ministérios da Justiça e da Cultura que suspendam a exibição do filme Ted, de Seth MacFarlane, que estreou na sexta-feira no País. Ele assistiu ao filme com o filho Juan, de 11 anos. "Fiquei chocado e indignado com esse filme. Ele passa a mensagem de que quem consome drogas, não trabalha, não estuda e é feliz", disse o deputado ao jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado, também delegado da Polícia Federal, criticou os ministérios por terem liberado o filme para maiores de 16 anos. "Não poderia ser liberado nem para 16 nem para 18 anos. Esse filme não pode ser liberado para idade nenhuma. Não deve ser veiculado em cinemas", afirmou. Protógenes disse que, como deputado, pedirá explicações aos órgãos sobre a liberação do filme.

O deputado postou sua indignação com o filme no Twitter e o assunto repercutiu na internet, ficando entre os trending topics de Brasília, São Paulo e Rio e entrando na lista de temas mais falados no País nessa segunda-feira. Houve uma enxurrada de respostas e críticas. 

"Logo na primeira cena, falei para Juan que havia coisas erradas no filme. Ele respondeu: ‘Já sei, papai. Esse ursinho é preguiçoso, só quer saber de fumar maconha e crack, não trabalha, vive de bico, não estuda’. Eu ainda falei que quem não estuda e não trabalha acaba consumindo drogas, tentando ajeitar as coisas", relatou. Protógenes falou que o filho perguntou se ele queria ir embora: "Respondi que não. Queria ver até onde ia aquele desrespeito."

Protógenes disse ainda que ficou indignado ao ver um herói de sua juventude - Flash Gordon - usando cocaína. Ted é uma comédia que mostra a amizade entre um homem e seu urso de pelúcia da infância à idade adulta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Assista ao trailer:

Desmontado esquema de corrupção no Detran em quatro postos: 38 presos

25/09/2012

Caio de Menezes

Uma ação policial em 12 municípios fluminenses prendeu, até o momento, 38 pessoas envolvidas em fraudes no Detran do Rio de Janeiro. Os presos eram funcionários da autarquia, despachantes e zangões, que atuavam, desde 2009, nos postos de Magé, São Gonçalo, Itaboraí e Campos dos Goytacazes.

Denominada Asfalto Sujo, a operação foi realizada pela corregedoria do órgão, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e da Polícia Civil em 12 municípios do estado, na manhã desta terça-feira. 

De acordo com a denúncia, a quadrilha agia desde julho de 2009 e lucrava cerca de R$ 200 mil por mês. A prática da “vistoria fantasma” era a fraude mais comum. Segundo investigações, documentos referentes a vistoria do veículo para licenciamento anual eram emitidos sem que o carro fosse levado ao posto do Detran. 

As investigações tinham como alvo principal o município Itaboraí, mas ao longo da apuração surgiram elementos que mostraram também a participação de funcionários dos postos de São Gonçalo, Magé e Campos. Foram expedidos 41 mandados de prisão e 67 de busca e apreensão nos municípios do Rio, Itaboraí, São Gonçalo, Niterói, Tanguá, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Magé, Duque de Caxias, Campos, São Fidélis e Bom Jesus do Itabapoana.

Ameaça de morte
"Chamou a atenção o grau de complexidade, abrangência e agressividade desta quadrilha", destacou o corregedor do Detran, David Anthony Reis. "Na quinta passada, após uma correição no posto de São Gonçalo, onde muitos documentos foram apreendidos, as escutas telefônicas mostraram que o grupo iria matar uma funcionária, de quem suspeitavam ter sido a delatora. Iam matá-la, era um fato consumado", explicou.

Da esquerda para direita, o corregedor do Detran Reis, o subchefe operacional da Polícia, delegado Fernando Veloso, o promotor Andrade e Daniel Braz, chefe do Gaeco em Niterói e São Gonçalo

Desde então a servidora ameaçada foi afastada das funções e se encontra sob proteção policial.

As consequências da Operação Asfalto Sujo podem incidir sobre os proprietários dos veículos que recorreram às fraudes. De acordo com o titular da Promotoria de Investigação Penal de Itaboraí, Luís Augusto Soares de Andrade, os documentos apreendidos serão analisados para determinar que punições podem sofrer estes condutores.

"Cada caso será analisado individualmente. Em um primeiro momento, todos estão administrativamente punidos pelo próprio Detran", afirmou. "Em um segundo momento, eles podem, até, responder por corrupção ativa".

Fraudes diversas
Despachantes credenciados ou zangões envolvidos no esquema distribuíam propina entre os vistoriadores, peritos, técnicos de controle, certificador, supervisor e, em alguns casos, até para o chefe e o subchefe do posto de vistoria. 

Outro crime descoberto pelo Gaeco e pela Corregedoria do Detran foi o “pulo”, prática na qual funcionários do órgão autorizavam a transferência de propriedade de um veículo para uma pessoa, mesmo quando o recibo de compra e venda estava preenchido e assinado por comprador diferente. Isto ocasionava a quebra na cadeia de proprietários e o não pagamento da taxa de transferência de propriedade. 

Também era comum a autorização ilegal de transferência de propriedade de carro sem que o recibo de compra e venda estivesse assinado pelo comprador ou pelo vendedor, ou sem reconhecimento de firma, fraude conhecida como “R”.

Não foram divulgados nomes dos envolvidos. Mas, entre os denunciados pelo Ministério Público estão o chefe do Posto de Campos e o subchefe do Posto de Itaboraí, além de funcionários responsáveis pela emissão de documentos, despachantes oficias e zangões (despachantes de fato). 

Com autorização da Justiça, foi determinada ainda a quebra de sigilo telefônico de diversos funcionários do Posto de Itaboraí e o monitoramento de conversas telefônicas por 60 dias. Na investigação foi constatada ainda que funcionários do órgão recebiam dinheiro para fazer vista grossa em algumas vistorias e aceitar a regularização de carros sem condições de circular, com pneus carecas, vidros e lanternas quebrados, entre outros problemas. A quadrilha, segundo a denúncia, tinha uma tabela de propina, com valores que variavam de R$ 50 a R$ 1.200, dependendo do “serviço”.

Além dos 41 denunciados pelos crime de formação de quadrilha e corrupção, outros 10 acusados responderão por crimes isolados de corrupção, destruição de documento público e inserção de dados falsos em sistema, somando 53 crimes. O Ministério Público requereu ainda a suspensão do exercício de função pública de 47 funcionários do Detran e despachantes públicos registrados.

Exército decide dar proteção a Joaquim Barbosa e cria zona de conflito com Dilma Rousseff

Temperatura alta – Azedou a relação entre o Palácio do Planalto e a cúpula do Exército brasileiro. Sem que a presidente Dilma Rousseff fosse consultada, o Exército destacou os melhores e mais preparados oficiais da inteligência para dar proteção diuturna ao ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do Mensalão do PT (Ação Penal 470).
Ao criar o esquema que dá garantia de vida a Joaquim Barbosa, que tem ojeriza a esse tipo de situação, o Exército, que se valeu de militares cedidos à Agência Brasileira de Inteligência, acabou passando por cima da Presidência da República, do Ministério da Justiça e da cúpula da Polícia Federal, que por questões óbvias não foram consultados, mas a quem, por dever de ofício, caberia a decisão.
Outros dois ministros do Supremo, Ricardo Lewandowski e José Antônio Dias Toffolli, reconhecidamente ligados ao Partido dos Trabalhadores e a alguns dos seus mais altos dirigentes, também contam com escolta, mas da Polícia Federal. O esquema criado para o ministro-relator não se limite à proteção física, mas inclui também monitoramento constante de ambientes e do sistema telefônico utilizado pelo magistrado.
A proteção ao ministro Joaquim Barbosa foi uma decisão tomada pelo alto comando do Exército e pelo general José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Esse episódio, que tem como palco a necessária proteção a Joaquim Barbosa, deve aumentar a tensão entre Dilma e os militares, que ganhou reforço extra com a criação da Comissão da Verdade, que investigará apenas os crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura, deixando de fora os protagonizados pelos terroristas que chegaram ao poder no vácuo de um discurso fácil, repetitivo e mentiroso.
 Link para esta matéria: http://ucho.info/?p=60144

Após cobrar mais segurança em cidade mineira, morador diz ter sido processado por oficial da PM

Rayder Bragon
Do UOL, em Belo Horizonte
Um morador de Ituiutaba (676 km de Belo Horizonte) afirmou ter sido surpreendido ao se tornar alvo de uma ação na Justiça de Minas Gerais, postulada por um coronel da Polícia Militar mineira, após ter reclamado em uma rádio local de falta de segurança na cidade. Manoel Viana dos Santos Neto, 45, é dirigente do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Ituiutaba e afirmou ter feito as ponderações em março deste ano, em um programa local da emissora.


Ele disse ter recebido neste mês a citação da Justiça, com prazo de entrega da defesa encerrando-se nesta semana. Na ação, o coronel Dilmar Crovato, comandante da 9ª Região da Polícia Militar, cujo raio de ação engloba a responsabilidade pela segurança pública da cidade mineira, estaria processando Neto por calúnia e difamação e cobra uma indenização de R$ 12 mil. Ainda de acordo com ele, o oficial também acionou judicialmente a rádio onde foi veiculada a reclamação.
Neto nega ter feito as reclamações com intenção de ataques pessoais ao coronel, mas confirmou ter criticado o trabalho desenvolvido pelo oficial, que é comandante da 9ª  “Eu falei que ele não estava fazendo nada, que ele estava sendo incompetente pelo cargo (que ocupa). Ele achou ruim e está me processando. Eu não tenho nada contra a pessoa dele, eu tenho contra ele enquanto (ocupa o cargo de) comandante.”
Neto demonstrou revolta com a atitude do comandante classificando-a de “absurda”. “Ele está querendo violar o direito da cobrança de segurança pública”, afirmou. Ainda conforme Neto, a violência na cidade vem crescendo e o aparato policial não é condizente com essa realidade.
“Em Uberlândia, chegam motos e carros de polícia novos. Para cá, ele manda viaturas arrebentadas, com defeito. Eu reclamei disso. Nossa cidade tem cem mil habitantes, é um absurdo o que ele está fazendo com a gente. Eu só falei a verdade”, disse.
Citando outro exemplo do que considera ser uma negligência do policiamento na cidade, Neto afirmou que o tráfico de drogas é notório na localidade. “Aqui é rota internacional do tráfico de drogas. Em segundo lugar, existem os roubos que acontecem no dia a dia. O meu setor, que é o oeste, tem trinta bairros. Sabe quantas viaturas (da PM) rodam nesses trinta bairros? Apenas uma.”

Outro lado

Procurado, o coronel se manifestou por meio da assessoria de imprensa da PM. O oficial confirmou ter acionado o dirigente judicialmente, com uma queixa-crime, exigindo explicações de Neto sobre as críticas feitas.
A assessoria informou que o oficial quer esclarecimentos se as declarações do dirigente foram pessoais ou se restringiram ao trabalho dele como comandante da 9ª RPM. Adiantou que não iria se pronunciar sobre os pormenores do caso e não confirmou o pedido de indenização.
Ele declarou ter deixado a situação a cargo da Justiça, conforme a assessoria. O oficial não se manifestou sobre a situação da segurança pública no município.

OPERAÇÃO PREVENÇÃO


100 pedras de crack no Olavo Costa e presos por tráfico no Centro:
Operação Prevenção do 2º BPM apresenta resultados
Um menor foi apreendido com a droga na Zona Sudeste e três homens foram presos em bar

Policiais militares do 2º Batalhão realizam diariamente, até outubro, Operação Prevenção e, durante incursão pela Rua Jacinto Marcelino, na Vila Olavo Costa, depararam com um menor infrator em atitude suspeita. Ao perceber que seria abordado pelos militares, o adolescente arremessou uma sacola plástica para o interior de sua casa, evadindo em seguida. Ao realizar contato com a proprietária da residência, mãe do menor infrator, os militares puderam entrar no local e encontraram 100 pedras de substância semelhante a crack no interior da sacola. O material apreendido foi encaminhado à presença da Polícia Judiciária.

Tático Móvel recaptura foragido da justiça

Durante turno de serviço do dia 24 de setembro, por volta das 21:30h, a equipe Tático Móvel (Sgt William, sd Serrezzuelle e Sd Malatesta) recebeu uma ligação do Sd Barreto(folga),informando que o individuo conhecido como Marcos Paulo Martins Rezende, estaria transitando pelas ruas do bairro Santa Cândida e que em seu desfavor teria um mandado de prisão em aberto. 
Foi intensificado o patrulhamento pelo bairro e o cidadão foi abordado nas proximidades de sua residência.
Após uma consulta no sistema Copom/Isp foi, realmente, confirmada a existência do mandado de prisão. 
O abordado recebeu voz de prisão e foi encaminhado à delegacia de plantão para as providências cabíveis. 

Parabéns aos militares :
SGT WILLIAN, SD MALATESTA, SD SERREZUELLE

Funcionários furtaram dados por conta própria, diz Rio-2016

25/09/2012 - 05h07
Funcionários furtaram dados por conta própria, diz Rio-2016
SÉRGIO RANGEL
DO RIO
O Comitê Rio-2016 culpou na segunda-feira os seus dez ex-funcionários por furtarem informações confidenciais dos organizadores de Londres-2012 durante a Olimpíada.

Em nota, a organização da próxima edição dos Jogos diz que os demitidos "agiram por iniciativa própria, sem o conhecimento de seus chefes imediatos e de nenhuma outra liderança do Rio 2016".


De acordo com a entidade presidida por Carlos Arthur Nuzman, o ato dos funcionários do comitê brasileiro resulto na quebra "dos princípios que regem a confiança mútua entre os comitês".

Na semana passada, o Rio 2016 demitiu dez integrantes do comitê após receber uma reclamação dos ingleses pelo furto de arquivos da Olimpíada de Londres-2012.
Alastair Grant/Associated Press
O ministro Aldo Rebelo dá entrevista, em Londres

Eles integravam uma equipe de cerca de 200 funcionários do comitê brasileiro que trabalharam em Londres nos últimos meses no "programa de transferência de conhecimentos" entre as cidades.

É o primeiro escândalo da Olimpíada brasileira e só foi tornado público após a revelação do caso pelo colunista da Folha Juca Kfouri em seu blog no UOL, empresa do grupo Folha, que edita a Folha.


"O comportamento dessas pessoas foi inaceitável e não expressa a atitude de confiança e harmonia que tem marcado a cooperação dos dois países na preparação dos Jogos Olímpicos", afirmou.

Mesmo assim, o ministro declarou que "o comitê Rio 2016 agiu corretamente ao apurar o incidente, junto com o comitê de Londres, e punir os autores".

Aldo Rebelo se pronunciou por meio de nota publicada no site do Ministério do Esporte. Foi a primeira vez que o governo brasileiro se posicionou a respeito do furto de dados em Londres-2012.

O ministro lembrou ainda que já há parceira para a troca de experiências na organização da Rio-2016.

"O governo do Reino Unido, inclusive, já aprovou a formação de um grupo de trabalho para repassar a sua experiência de organização dos Jogos de Londres, de forma a ajudar o Brasil", afirmou.

Os funcionários brasileiros foram demitidos por pressão dos dirigentes britânicos, que também exigiram a devolução dos arquivos. O caso foi comunicado pelos ingleses ao comitê brasileiro no dia 1º de setembro. As queixas foram feitas pelos diretores de recursos humanos e tecnologia de Londres-2012.

Na nota enviada ontem, o Rio 2016 disse que os funcionários assinaram um contrato que proibia copiar esses arquivos sem autorização.

Os nomes dos funcionários demitidos não foram divulgados pelo comitê brasileiro.

Colaborou a Sucursal de Brasília

Lei Maria da Penha ameaçada

Não dá para apagar o passado (ou Sobre os poderes de Deus)

terça-feira, 25 de setembro de 2012 | 05:00


Carlos Chagas

Voltaire indignou-se com o estudo da História, no seu tempo, para ele nada mais do que um relato de crimes e de infortúnios. E acusou: “transformamos o passado para que fique de acordo com os nossos desígnios para o futuro”.

Tanto tempo depois a lição continua válida. Querem apagar o passado para garantir o futuro, prática, aliás, usual na alegoria do “Grande Irmão” de George Orwell e no reinado de Joseph Stalin e mesmo depois dele, na União Soviética, quando os adversários dos governantes eram simplesmente suprimidos dos livros e da imprensa. Não deixa de ser cômico o desaparecimento de Leon Trotski nas fotografias ao lado de Lênin, bem como o súbito aumento do verbete sobre o Estreito de Bering, na Enciclopédia Russa, por conta da supressão do texto anterior e longo, sobre Beria, caído em desgraça.
Lula sabia?

Fala-se da mentira sobre o mensalão não ter existido e da acusação de que tudo não passa de uma conspiração dos setores conservadores empenhados em apagar a obra do presidente Lula.

Primeiro porque os oito anos de governo do primeiro-companheiro são inapagáveis. O que ele realizou e conquistou, elevando o poder aquisitivo e a honra das massas será sempre lembrado. Como também não dá para esquecer que, à sua volta, executaram uma das maiores lambanças de toda a história da República, com a distribuição de dinheiro sujo em troca de votos nos partidos e na Câmara dos Deputados.

A História segue seu curso, agora por obra e graça do Supremo Tribunal Federal, tornando-se ridículo o manifesto encabeçado pelo PT e acolitado pelos demais partidos da base oficial, no sentido de que as elites querem destruir a obra do Lula.

Se o ex-presidente sabia ou não do escândalo, se o tinha estimulado ou não, é tema para depoimentos e livros de memória, mas apagar o passado em pleno início de Século XXI soa como piada de mau gosto.

Vale terminar o comentário como começamos, ou seja, com Voltaire. Na sua irreverência monumental, certo dia ele questionou um bispo: “ou Deus pode evitar o mal, mas não quer, ou quer evitá-lo, mas não pode”.

Já que Marta Suplicy comparou o Lula a Deus, vale completar: ele não quis evitar o mensalão, podendo, ou se quis, não conseguiu…

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DIA DE DEFINIÇÕES

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve sabatinar hoje o novo indicado pela presidente Dilma para ministro do Supremo Tribunal Federal, o jurista Teori Zavascki. Parece impossível que um dos senadores deixe de indagar se uma vez empossado ele pretende participar do julgamento do mensalão e se, em caso positivo, pedirá vistas do extenso processo para inteirar-se dele. Nessa hipótese, o julgamento estaria protelado por meses. Só a simples leitura dos autos tomaria tempo para ninguém botar defeito.

Parece ofensa à presidente da República e ao novo ministro supor que a indicação visava exatamente adiar os trabalhos para não se sabe quando. Pelo regimento do Supremo, no entanto, é possível. A atenção dos advogados dos réus transfere-se do plenário da mais alta corte nacional de justiça para a acanhada sala da CCJ do Senado. A reunião será à tarde.

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A VERDADEIRA PESQUISA

Sucedem-se as pesquisas de opinião a respeito das eleições para a prefeitura de São Paulo, transformadas num confronto nacional. Será sempre bom lembrar que pesquisa não ganha eleição, mas costuma ajudar. Como o mundo e o Brasil andam para a frente, desta vez os institutos de consulta popular não ofereceram seus números como num balcão de secos e molhados, beneficiando os que ofereceram mais. Os percentuais parecem de acordo com as tendências populares, talvez pelo inusitado de uma candidatura inexpressiva no plano partidário, quem sabe pela óbvia rejeição do eleitor aos tradicionais partidos políticos. O saldo, porém, é extremamente positivo, no que diz respeito às previsões. Claro que sempre tendo presente que pesquisa não ganha eleição.
Transcrição do Blog Tribuna da Internet

A primeira fase do rádio em Juiz de Fora

A atividade radiofônica em Juiz de Fora se divide em duas fases. Antes e depois da Rádio Industrial. Organizada em 1929, a rádio PRB-3, também conhecida como Rádio Sociedade, mantinha uma transmissão simples, baseada no idealismo e no amor pelo rádio. Segundo o jornalista Mário Helênio, em depoimento no documentário “Os Anos Dourados do Rádio em Juiz de Fora”, produzido pelos jornalistas Sérgio Gattás Bara e Isabel Pequeno, e lançado em 24 maio de 2005, a PRB-3 foi a primeira rádio fundada em Minas Gerais e a segunda, em âmbito nacional. Em sua programação, havia músicas durante todo o dia, abertura de espaço para os eventos culturais e anúncios da cidade. Neste período, surgiram grandes profissionais do rádio, e os recursos e ferramentas, ainda rudimentares, necessitavam de uma maior habilidade daqueles que manuseavam e transmitiam os programas. 

O principal fundador da Rádio Sociedade, Pedro Gonçalves de Oliveira, era um apaixonado pelo que fazia. Contudo, em 1949, a rádio foi comprada pelos Diários Associados, dando um outro formato à emissora. Já no início da década de 1950, surge a Rádio Industrial, dirigida pelo empresário Alceu Nunes da Fonseca, que já possuía outras emissoras nas cidades de Barra Mansa (RJ), Ilhéus (BA) e Barbacena (MG). A nova rádio se instalou em Juiz de Fora sob uma linguagem mais dinâmica e moderna, resultando em uma mudança radical no então pacífico cenário radiofônico. A cidade presenciou uma espécie de agitação cultural proporcionada pelas ondas magnéticas da nova emissora que, deu visibilidade à cidade, até então, cercada pelos morros e serras de Minas.

A festa de inauguração da rádio, que aconteceu uma semana antes do carnaval, foi composta por uma vasta programação. Bailes, torneios de futebol e shows de cantores nacionais. A Rádio Industrial cobriu grande parte das festas realizadas nos diversos clubes de Juiz de Fora, durante a festa mais popular do país. E tudo o que era novidade, chegava através de seus microfones. Como resultado, ocorreu um relativo aumento do nível cultural da cidade e, de forma abrupta. O espaço na rádio que, era ocupado em seu maior tempo pela música, cedeu lugar às atividades de prestação de serviços. 

A recém chegada emissora se preocupou logo em cobrir os eventos esportivos através de grandes matérias e reportagens. Ela, também, dedicava boa parte de sua programação para a transmissão dos jogos de futebol. Na Copa Mundial de 1950, a Rádio Industrial possuía uma cabine de transmissão dentro do Estádio do Maracanã, devida a importância que a emissora dava a esta modalidade. Foi um período de oportunidades. A Rádio Industrial se tornou uma grande porta de entrada para os novos radialistas das cidades do interior, que ingressavam no mercado de trabalho.