Por ALINE PERES
24/05/21 - 17h55
O golpe começa com um telefonema. Do outro lado da linha, uma pessoa se identifica como gerente de banco e diz que houve uma transação suspeita na conta bancária do cliente. Para evitar qualquer suspeita, o ‘suposto gerente’ pede para o cliente do banco ligar no número que está impresso atrás do cartão. Quando a vítima liga, quem atende são os próprios golpistas, que dão seguimento à investida. No final das ‘negociações’ uma pessoa que se identifica como funcionário do banco busca o cartão do cliente em casa para efetuar a troca do mesmo e o dinheiro da vítima é furtado.
Uma das vítimas desse crime, conhecido como ‘golpe do motoboy’, foi o idoso João Carlos* (nome fictício), de 74 anos, que mora na região do Barreiro, em Belo Horizonte. O homem sofreu o golpe no fim de abril, mas, na última quinta-feira (20), teve a notícia que os R$ 5 mil que perdeu no golpe só poderão ser recuperados com uma ação judicial. O banco se recusou a devolver a quantia furtada, já que foi o próprio idoso entregou o cartão aos bandidos, segundo informado pela instituição à vítima. “A sensação é de frustração. Você não pensa que é golpe. Eles pedem para ligar no telefone do banco. Quem vai imaginar que do outro lado tem bandido?”, questiona.
Segundo o idoso, além do prejuízo financeiro causado pelo golpe, ele ainda terá que pagar um advogado, caso queira tentar ter o dinheiro de volta e, assim, o prejuízo poderá ficar ainda maior.
A Caixa Econômica Federal, banco ao qual o idoso é cliente, faz um alerta sobre o golpe e ressalta que a instituição ‘não recolhe cartões bancários de seus clientes, mesmo que inutilizados’. Outra informação do banco que serve de alerta para o golpe do motoboy é que a Caixa não pede que o cliente transfira valores a terceiros, informe ou digite senhas por meio de ligações telefônicas.
A Polícia Civil disse que investiga o caso, mas não repassou detalhes das apurações.
Estelionato
O ‘golpe do motoboy’ entra nas estatísticas criminais como estelionato, modalidade que tem crescido consideravelmente nos últimos meses, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), com base no Observatório de Segurança Pública de Minas Gerais. No primeiro semestre deste ano, foram cometidos, em média, 249 crimes de estelionato por dia. No mesmo período do ano passado, o número médio foi de 167 ocorrências a cada dia. Em 2019, o mesmo período registrou 128 crimes de estelionato em média diariamente.
https://www.otempo.com.br/cidades/idoso-sofre-golpe-do-motoboy-em-belo-horizonte-e-perde-r-5-mil-1.2489558?fbclid
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