Charge do Duke (dukechargista.com.br)
Jorge Béja
Quando o o chefe do governo disse, publicamente, nesta sexta-feira, que, para o desenvolvimento com preservação ambiental “é só fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante a nossa vida”, Jair Bolsonaro perdeu a elegância, a estatura, a fidalguia, o majestático que o cargo de presidente da República exige ter e ser. Bolsonaro cuspiu para o céu. Bolsonaro escarrou no prato em que comeu.
Aquela facada em Juiz de Fora foi para matá-lo. E ele sobreviveu. Foi eleito e se tornou o presidente do Brasil. Passou um tempo usando bolsa de colostomia e dela se livrou para não mais utilizá-la para o resto da vida. Bolsonaro recebeu uma graça divina. A recuperação foi total.
MÃOS MÁGICAS – Socorro imediato e mãos mágicas e abençoadas dos médicos salvaram-lhe a vida e restituíram-lhe a normalidade da evacuação das fezes, pelos caminhos naturais que a transcendental anatomia humana criou.
Portanto, a necessidade fisiológica de evacuar jamais poderia ser tema, ser assunto, ser referência, ser objeto e motivo para Bolsonaro a ela se referir em qualquer circunstância. Mais ainda quando sugere ao povo brasileiro que só façam cocô dia sim, dia não, para melhorar bastante a vida das pessoas e promover o desenvolvimento com preservação ambiental. Quanta tolice, meu Deus!. Quanta rudeza!. Que pecado!.
E OS OUTROS – Indaga-se: que reação, que sentimento tiveram os brasileiros colostomizados? Bolsonaro se esqueceu e não levou em conta que ele poderia estar morto. Ou, se vivo — como vivo e cheio de saúde se encontra—, poderia ainda estar necessitando da “bolsinha” como receptáculo de suas fezes, expelidas sem comando, sem sentir vontade, sem hora marcada e em qualquer lugar.
E ainda assim, Bolsonaro, carregado de humor negro e externando ingratidão, atira na cara de todos nós que o elegemos e que nele apostamos, essa crudelíssima estupidez.
Sim, Bolsonaro não é um intelectual. Não é um homem letrado. Não é nenhuma notabilidade em nada. Mas a mínima civilidade para quem convive em sociedade não permite tamanho desvario, tamanha ingratidão, tamanha bofetada contra o próximo´. E, pior, contra todos os brasileiros.
PEDIR PERDÃO – Bolsonaro, primeiro vá correndo pedir perdão a Deus. E depois peça perdão ao povo.O senhor foi de uma mediocridade insuperável. O ministro Sérgio Moro, ao seu lado no momento que o senhor presidente assim respondeu à pergunta de um jornalista, Moro não esboçou sorriso.
Olhou para o chão e franziu a testa. Foi um gesto silencioso de desaprovação e estarrecimento. Quem viu, reparou. Quem ainda não viu a cena, então repare o constrangimento do ministro. Deste e de todos que naquele momento acompanhavam o presidente. Que vergonha!
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