Por G1 Minas — Belo Horizonte
23/08/2019 11h41
Alunos da faculdade Newton Paiva, em Belo Horizonte, denunciaram nesta sexta-feira (23) que o Coronel da Polícia Militar Alberto Luiz entrou no campus da Avenida Carlos Luz, no bairro Caiçara, para ameaçar alunos e professores após sua filha, também aluna da faculdade, sair no final da primeira aula e perder a chamada no início do segundo horário.
O caso aconteceu na noite da última quinta-feira (22), no prédio do curso de Direito. Segundo testemunhas que presenciaram a situação, o coronel entrou na sala de aula alterado, procurando uma aluna específica, alegando que ela estava fazendo bullying com sua filha e queria um posicionamento da professora e da coordenação do curso.
Uma das professoras teria voltado para sua casa escoltada pelos seguranças da faculdade. Uma aluna, que também recebeu ameaça, relatou que vai registrar boletim de ocorrência nesta sexta.
"Ele me ameaçou na frente de vários alunos, a professora ficou na linha de frente. Ele estava muito exaltado. Ele já chegou abrindo a porta e perguntou 'tá tendo algum problema com a minha filha aqui?' Estamos todos apavorados, a gente não sabe o que ele é capaz. Por isso vou fazer um boletim de ocorrência, estou com muito medo", concluiu a estudante.
Segundo o coronel Alberto Luiz, ele estava aguardando a filha na área de alimentação, pois ela estava passando mal e poderia precisar da ajuda dele. Em seguida, recebeu uma mensagem dela dizendo que estava chorando e que precisava de ajuda.
"Pedi para a coordenadora me levar até a professora para entender o que tinha acontecido. Não entrei na sala porque é área privativa da professora. Queria entender quem estava perseguindo minha filha e fazendo ela chorar. Não houve nenhum tipo de agressão. Entendo que não tive uma reação equilibrada, mas agi como pai. Hoje de manhã fui até a coordenação e me desculpei", concluiu o coronel Aberto Luiz.
Em nota, a assessoria da Newton Paiva disse: "A Newton lamenta o ocorrido e mantém seus valores de acolhimento e apoio a todos os seus alunos, professores e colaboradores, indiscriminadamente. A Newton esclarece que foi surpreendida pelo fato e que, nesse momento, está apurando todas as circunstâncias para tomar as medidas cabíveis, resguardar a ordem, a segurança na instituição e oferecer, a todos os envolvidos, a assistência necessária para a superação do episódio".
A Polícia Militar disse que não vai se posicionar porque não foi registrado nenhum boletim de ocorrência sobre o fato. Segundo a PM, o militar é da reserva.
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