Charge do Thiago (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
Quem examinar com atenção a mais recente pesquisa do Ibope e confrontá-la com as posições de Lula e José Dirceu, vai verificar que a reação contrária ao PT nesta campanha supera a rejeição que envolve a candidatura de Jair Bolsonaro. A repórter Denise Lima, O Estado de São Paulo de ontem, entrevistou o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, e este afirmou que há 22 anos à frente do Instituto, nunca viu uma eleição como essa, destacando que será decidida na escolha da maior ou menor rejeição, tanto de Bolsonaro quanto de Haddad.
Eu também, acompanhando pesquisas eleitorais desde 1955 nunca tomei conhecimento de um pleito a ser decidido à base do menos rejeitado pelos eleitores e eleitoras do país.
PERDE E GANHA – Nos últimos dias está se verificando uma situação singular na política brasileira. Toda vez que Fernando Haddad vai visitar Lula em Curitiba, perde mais votos do que ganha. E também há outro fato que inclusive provocou reações contrárias dentro do PT. Também no Estado de São Paulo, Marcelo Godói e Ricardo Galhardo revelam as reações contrárias às declarações de José Dirceu de que a perspectiva de o PT reassumir o poder no país é apenas uma questão de tempo.
Afirmar que a legenda voltaria ao poder, não apenas ao governo, repercutiu muito mal junto à opinião pública pelo caráter de uma ameaça de crise institucional. Assim, José Dirceu e Hamilton Mourão igualam-se nas afirmações capaz de perturbar o quadro político brasileiro.
EMBATE FINAL – Porém, o aspecto mais concreto dos últimos fatos, embutidos no levantamento do Ibope foi o de que Bolsonaro permaneceu avançando, enquanto Fernando Haddad estacionou no patamar de 21%. Nesse quadro está desenhado o perfil que restringe o embate final entre os dois candidatos, uma vez que o terceiro colocado Ciro Gomes, permaneceu estacionado no 11º andar. Os demais candidatos não apresentam sinais capazes de acentuar qualquer possibilidade de chegar ao 2º turno.
O desfecho permanece mesmo em torno dos candidatos do PSL e da aliança PT-PCdoB, mas, vale acentuar que a diferença do primeiro para o segundo é de 10 pontos, uma diferença enorme e difícil de ser reduzida seja qual for o resultado do debate de quinta-feira na Rede Globo. Isso porque Bolsonaro arrebatou para si os votos da classe média e penetrou de forma acentuada nos grupos de renda menor.
TENDÊNCIA – Mantida esta tendência será difícil para Haddad alcançá-lo. Passa a depender de manter a segunda colocação e tentar um esquema de alianças para um possível segundo turno marcado para 28 de outubro.
Mas até mesmo o segundo turno tornou-se incerto, porque como afirmei no título, o temor de uma volta do PT ao Palácio do Planalto está se colocando de forma muito firme, na medida em que sobe a rejeição ao Partido dos Trabalhadores e a seu líder preso em Curitiba. Posted in P. Coutto
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