domingo, 26 de agosto de 2018

A corrupção nas relações familiares e de casais

Tânia Nogueira

Corrupção é a palavra do momento. Corrupção, segundo os dicionários, significa: “subornar o outro”, “tirar vantagens”, “fazer algo para obter vantagens para si”, “corromper, seduzir o outro através de “benesses”.

Quais são, então, as regras da corrupção?
Se v. for denunciado, negue tudo, v. não viu e/ou não sabe de nada.
É melhor inverter o jogo, passe de algoz a vítima.
Compre o silêncio do outro.
Não deixe o poder escapar.
Queira cada vez mais e mais.
Acredite: você é um Deus, todo poderoso.
Não importam os meios, mas, os fins.

Estamos acompanhando indignados todo o processo político brasileiro e como vem acontecendo há tempo muito nos entristece percebermos que a moral do “vale tudo” instalou- se em nosso meio.

E as corrupções em nossas relações familiares e de casais?

Os pais ao serem permissivos e deixarem os filhos fazerem o que querem, para evitar que estes lhes cobrem mais presença, estariam sendo corruptos? Seria a regra de trocar a cobrança pelo silêncio ou “ficar quieto”?

Os pais que não estabelecem limites para seus filhos, não estão dando a eles a chance de conhecer as regras de boa convivência social. Acham, também, que são deuses e que sempre vão poder proteger seus filhos.

Pais que dão aos filhos presentes, passeios, e “celulares de última geração” podem estar trocando a culpa que sentem por sua ausência, pela “satisfação” da criança/adolescente.

Os que apoiam incondicionalmente seus filhos estão dando a eles um poder que não lhes cabe e, assim, criando “monstros”, que vão acreditar que “tudo podem”. Serão verdadeiros tiranos em casa e na rua.

Em muitos casos, os pais não têm clareza sobre o mal que fazem aos filhos. O que querem é mostrar-lhes e à sociedade que têm poder (econômico, social e familiar)?

Quando um filho aproxima dos pais para receber mais deles e levar vantagem em relação aos irmãos, isto também seria corrupção?

Quando filhos adultos continuam na dependência dos pais, e, muitas vezes, não trabalham nem estudam, mas exploram seus pais e estes se submetem para manter os filhos sob seu controle, seriam ambos corruptos?

Essas são algumas situações que podem ser vivenciadas no dia a dia das famílias. E nas relações entre casais?

Quando um dos cônjuges é infiel, este está pensando apenas em si mesmo e em levar vantagem. Afinal dois (duas) parceiros as não seria melhor do que um (a)?

Quando um dos cônjuges sabendo que o outro está mentindo, aceita suas desculpas e explicações, está mantendo uma relação em que ambos levam vantagens: um mantém o que quer e o outro mantém quem ele quer.

Ainda acontece também, que o cônjuge infiel sendo descoberto, pode negar (mesmo que não tenha como negar) e a culpa no outro (que não lhe dá atenção, por exemplo).

O jogo do “zanga burrinho”, ou seja, (quando um quer algo, o outro não quer e quando resolve querer este já não quer mais) pode trata-se de uma disputa de poder. Tragicamente, ambos saem perdendo.

Outra situação de corrupção que pode acontecer é na alienação parental, quando um dos cônjuges destrói a imagem do outro para levar vantagem sobretudo na relação com os filhos. Seria um meio sórdido para afastar o outro dos filhos, sem se importar com eles.

Todos os aspectos abordados, assim como outros tantos mais, merecem amplo aprofundamento, mas aqui o objetivo foi despertar para reflexão sobre algumas situações, onde os personagens, tanto da família quanto do casal fazem o papel de corruptores e/ou corrompidos. E a corrupção não se encontra presente apenas na política, mas, também nos sistemas família e casal.

https://casalefamiliaaovivo.com.br/a-corrupcao-nas-relacoes-familiares-e-de-casais/

Nenhum comentário:

Postar um comentário